Natal em Família escrita por Shakinha, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Gabi, peço perdão pela demora na entrega do seu presente. Custei para ter uma boa ideia (tive essa no banho) e acho que consegui colocar boa parte do que você queria: clichê natalino, casal recém assumido, natal em família... e Wolfstar (que eu amo de paixão).
Espero que goste do presente. ♥



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Natal em Família

— Sirius, me lembre mais uma vez o motivo pelo qual eu concordei em passar o Natal com seu irmão?

Remus estava terminando de ajeitar a camisa em frente ao espelho enquanto seu marido saía do banheiro com uma toalha enrolada na cintura.

— Deixa eu ver... Porque nossos amigos foram viajar com as famílias deles e você disse que era uma boa ideia para não passarmos o Natal sozinhos. Acertei?

— Acho que sim. – Ele suspirou e se virou para olhar para Sirius. – E você ainda não está pronto?

— Eu me visto em um minuto.

Sirius passou por Remus deixando um beijo em sua boca e começou a tirar algumas roupas do armário e jogar na cama. Acabou por escolher uma calça jeans com um suéter vermelho, em contraste com o traje de Remus, que consistia em uma camisa branca e calça social marrom.

— Prontinho! Eu não disse que me arrumava rápido?

— Esqueceu de pentear os cabelos.

— Faz parte do charme. – Sirius piscou, fazendo o marido rir.

Prontos para sair, Remus lembrou de pegar a sacola com o presente que tinha comprado para o cunhado. Ele não tinha muito contato com o irmão de Sirius, se lembrava de tê-lo visto enquanto estavam na faculdade, mas nunca conversaram. Sirius não se dava nada bem com a família, exceto por uma prima e, em partes, seu irmão Regulus com quem matinha contato esporádico.

— Não viu que está nevando? – Perguntou quando viu Sirius pegando um chaveiro em cima da cômoda da entrada. – Nós não vamos de moto. Pegue as chaves do carro.

Sirius revirou os olhos, mas trocou os chaveiros.

— Ok, mas vamos no meu carro.

Foi a vez de Remus revirar os olhos. Ele achava o Aston Martin Vanquish vermelho de Sirius muito chamativo, mas já tinha se conformado com o fato de o marido manter alguns dos hábitos de playboy dos tempos da faculdade.

No caminho, olhava pensativo para a neve que caia suavemente.

— Pensa em fazer disso um hábito? – Perguntou sem tirar os olhos da janela.

— O que?

— Natais em família.

Sirius riu.

— Não sei. Depende. Não passo natais com a minha “família” desde os 15 anos e, como minha mãe morreu ano passado e meu pai poderia muito bem ser a encarnação de Ebenezer Scrooge, acabaram-se as grandes festas de Natal na mansão Black. Pelo visto meu irmão está querendo fazer sua própria festinha agora para não passar sozinho e, se ele se comportar, podemos vir mais vezes.

— Sozinho? Regulus não se casou?

O marido balançou a cabeça.

— Nunca te contei? Regulus é gay, mas nunca saiu do armário. Ainda mais depois do que aconteceu comigo.

— Imagino.

Remus se lembrava muito bem de quando Sirius chegara com suas malas na casa de um de seus amigos em comum. Se ele que era o primogênito e principal herdeiro dos negócios da família fora execrado por ser bi, não julgava o irmão mais novo por nunca ter se revelado em público.

Não demorou muito para chegarem ao prédio em que Regulus morava. Sirius se identificou ao porteiro para ter acesso à garagem de visitantes e logo estavam no elevador rumo à cobertura. Remus estava nervoso, se sentindo como um adolescente que ia ser apresentado aos pais do namorado.

O elevador os deixou em um elegante hall de entrada decorado com influências arquitetônicas do barroco europeu e, à frente deles, havia uma bela porta dupla de mogno que logo foi aberta.

— Então você veio mesmo.

O homem que abriu a porta parecia um pouco surpreso. Remus percebeu que ele era muito parecido com Sirius, exceto pelos cabelos curtos, menos massa muscular e um ar mais sério.

— Eu não ia deixar meu irmãozinho passar uma data tão importante sozinho, né! Dá aqui um abraço!

Sirius não esperou resposta e foi logo abraçando o irmão, que parecia não ser o maior fã de contatos físicos exagerados.

— Obrigado, Sirius, mas não precisa exagerar. É o Lupin que está com você aí?

O mais velho se afastou, fazendo um gesto para Remus se aproximar.

— É ele mesmo, estamos juntos até hoje. – E mostrou a aliança.

Regulus os convidou para entrar e indicou os sofás, se sentando em um deles em seguida. Remus se lembrou do presente e entregou o pacote ao cunhado.

— Eu e Sirius trouxemos uma lembrancinha.

O mais novo sorriu e pegou o pacote, mostrando um conjunto de taças de cristal após desfazer o embrulho.

— Obrigado, Lupin, você tem um excelente gosto. Sim, eu sei que foi você quem escolheu e meu irmão só passou o cartão de crédito.

— Ei! – Sirius se fingiu de ofendido.

Nesse momento, um homem veio pelo corredor segurando duas camisas em cabides. Ele tinha os cabelos loiros encaracolados e usava apenas uma calça social branca.

— Ei, Reg, você prefere a verde ou a roxa? Opa, não sabia que tínhamos visitas.

Regulus revirou os olhos e se virou no sofá para olhar.

— O que aconteceu com a azul?

— Azul não combina com Natal e você já está de azul, eu não vou repetir. – Ele apontou para o blazer azul marinho que Regulus combinava com um jeans escuro.

— Coloque a verde então, eu já cansei de te ver de roxo.

— É lilás e é minha cor favorita. Mudando de assunto, não vai me apresentar para o seu irmão não? Sim, eu sei que é seu irmão, quem mais seria tão parecido assim com você?

Regulus se levantou, trazendo o homem loiro mais para perto deles.

— Como você já adivinhou, esse é meu irmão mais velho Sirius e este é o marido dele, Remus Lupin. Vão passar o Natal com a gente.

Sirius se levantou, apertando a mão do sujeito que ainda não fora apresentado.

— Sirius Black. Gênio, milionário, playboy e filantropo. E você seria...?

— Gilderoy Lockhart, estilista renomado. É um prazer finalmente conhecer uma parte da família do Reg.

Ele apertou a mão dos dois visitantes, deu um beijo estalado no rosto de Regulus e voltou pelo corredor.

— Então... – Sirius olhava para a porta do corredor e de volta para o irmão. – Devo imaginar o que está rolando entre vocês, ou...

— É isso mesmo que você está pensando. Gilderoy é meu novo namorado.

— Lockhart? Esse cara não tinha sido acusado de roubar projetos de outros estilistas?

— Ele me contratou para defendê-lo neste caso e acabamos nos aproximando mais do que o esperado. Resultado: mais um caso vencido por mim e um namorado de brinde.

— Então foi por isso que aquelas acusações não deram em nada.

Enquanto Sirius falava, Remus se lembrou do caso do estilista que foi acusado de roubar projetos de colegas e causou um escândalo na London Fashion Week dois anos atrás. Menos de um ano depois, o caso desapareceu da mídia e nunca mais se ouviu falar nas tais acusações. Era certo de que algum grande escritório de advocacia tinha se envolvido no caso, mas ele não imaginava que fosse o dos Black. Pelo visto, o jovem Regulus estava se mostrando um sucessor à altura para o velho Órion Black.

Outra coisa que ele reparou foi o marido não ter questionado o fato do irmão mais novo estar namorando há dois anos e ele só vir a conhecer o tal namorado agora. Talvez fosse normal um não questionar escolhas do outro, o próprio Remus não questionava Sirius a respeito de assuntos relacionados a seus parentes. Não era algo que ele ficasse confortável em comentar. E levando em conta o que foi mencionado no carro enquanto estavam a caminho, não era estranho Regulus manter seus relacionamentos em segredo.

Remus foi tirado de seus devaneios e os irmãos de sua conversa quando Lockhart voltou à sala já completamente vestido e se sentou ao lado de Regulus no sofá.

— Ei, Reg, você não me disse o que seu cunhado faz.

O mais novo olhou para Sirius, questionando. Remus se adiantou.

— Eu sou professor de geografia do ginásio e colegial na nossa antiga escola.

— Corajoso, hein. Nunca tive paciência para lidar com crianças ou adolescentes, ainda bem que o máximo que meu namorado quer criar é um gato. Falando nisso, para onde foi o Tot?

— Escondido, é claro. Você sabe que ele não gosta de visitas e do seu jeito espalhafatoso. – Regulus conferiu o relógio. – Acho que podemos mandar servir o jantar.

Os quatro se levantaram para ir até a sala de jantar, mas Remus se viu parado pelo cunhado antes de sair do cômodo.

— Lupin, posso falar com você um minuto?

Ele acenou afirmativamente com a cabeça e esperou.

— Eu... Você e Sirius são os primeiros para quem apresento um namorado. Eu posso não ser tão próximo do meu irmão quanto gostaria, mas ainda tenho medo do julgamento dele e realmente me arrependo de não ter me aproximando mais.

Remus colocou a mão no ombro do cunhado de modo acolhedor.

— Olha, Regulus, mesmo que o Sirius não suporte seus parentes e não frequenta a casa dos seus pais desde a adolescência, ele nunca falou de você do mesmo jeito que fala deles. Ele nunca te desprezou ou coisa assim, parecia mais é preocupado com você por estar naquele meio.

O mais novo riu, tímido.

— Fazer o que, eu sempre fui um... Como ele dizia mesmo? Um “filhinho da mamãe”. – Os dois riram juntos. – E Lupin... Mesmo que eu não tenha me aproximado de você no início, eu queria dizer que sempre achei você uma boa pessoa e que fez muito bem ao Sirius. Espero algum dia conseguir ter um relacionamento como o de vocês.

Remus apenas sorriu e Regulus passou por ele em direção à sala de jantar. O professor então se pegou pensando que não seria uma má ideia manter esse contato próximo com seu cunhado. Ele e Sirius podiam não ter muita paciência para o atual namorado de Regulus, mas não era algo impossível de se conviver.

— Ei, amor, achei que tinha desistido de jantar! – Sirius se levantou, puxando a cadeira ao seu lado para que Remus se juntasse a eles na mesa. – Meu irmãozinho não estava sendo desagradável não, né?

— Estávamos só conversando e ele não é nem um pouco desagradável.

— Ao contrário do namorado. – Disse Sirius baixando a voz ao ouvido de Remus. – Esse aí não para de falar de si mesmo. Céus, que cara chato!

— Como se você não adorasse falar de si mesmo, não é, Sirius?

Remus riu e continuou se servindo enquanto o marido revirava os olhos.

O jantar correu normalmente com conversas triviais entre os dois casais. Os dois irmãos pareciam estar bem à vontade na presença do outro à mesa, para a felicidade de Remus. Era bom para Sirius ter uma família além de seu próprio marido e seus outros amigos, estes já casados e com filhos, tendo seus próprios núcleos familiares. Remus sabia que ele sempre quis tentar uma reaproximação com o irmão mais novo, mas não imaginava que o convite viria do próprio Regulus.

Mais tarde, após o jantar e mais alguns momentos de conversa, os visitantes se preparavam para ir para casa quando Regulus trouxe um pacote.

— Isso é para você, Sirius. Para você também, Lupin.

Sirius abriu e viu duas passagens.

— Passagens para um cruzeiro?

— Sim. Eu comprei para ir com Gil, mas vou ter uma audiência importante na mesma data. Sem chance de pedir ao papai para ir no meu lugar, ele deixou bem claro que não quer ser incomodado em sua aposentadoria com serviços que seriam de minha responsabilidade.

— É claro que eu aceito, então! Olha isso, Remus!

— Uau! Obrigado, Regulus, seu irmão está me prometendo uma viagem assim desde o último aniversário dele.

— Ora, amor, eu só estava esperando uma boa oportunidade.

Remus cutucou o marido, rindo com ele. Os dois casais finalizaram as despedidas e os visitantes foram para casa.

Quando chegaram, Sirius foi logo caindo na cama, mas foi puxado por Remus para que não deitasse com roupas de sair nos lençóis limpos. Depois de colocarem seus pijamas temáticos de Natal (ideia de Sirius, foi necessária muita barganha para Remus aceitar), deitaram para dormir.

— Sabe, Remus... Achei que ia ser um saco hoje, mas valeu a pena demais. Obrigado por ir comigo.

— Vou com você até o fim do mundo, você sabe.

— Eu sei é que tenho o melhor marido do mundo. – Ele beijou Remus antes de puxar as cobertas. – Feliz Natal.

— Feliz Natal, Sirius.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal (atrasado) e um ótimo 2023 pra todo mundo!!! o/



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