O Lado B de Sharpay Evans - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - Zona de Perigo - Banheiro Feminino




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Gabriella estava em um canto da festa com um bom livro em mãos. Nem queria estar lá, mas a galera do time insistiu para Troy ir e ele a convenceu a acompanhá-lo, porém ele ficou ao redor da mesa de pebolim junto aos Wild Cats enquanto ela preferiu ficar ali, os dois trocando olhares e jogando beijinhos vez ou outra.

E no começo da noite seu livro e seu namorado foram as únicas coisas que chamaram sua atenção. Até que em algum momento toda a festa parou, a música ainda soava alta, porém todas as vozes se calaram e os olhares se voltaram para a porta.

Sharpay Evans estava entrando no recinto com todo brilho, charme e poder que exalava naturalmente. Usava uma saia rosa choque, uma blusa rosa clara e um casaquinho leve quase do mesmo tom da blusa, sapatos pretos de salto médio e uma bolsa que combinava com eles.

Gabriella não gostava do jeitinho antipático daquela garota, mas tinha que admitir que ela era incrivelmente linda ao ponto de fazer seu coração acelerar de leve. Achava isso estranho no começo porque não sentia isso com mais ninguém, porém com o tempo foi se acostumando e não se abalava mais, só não podia impedir seus olhos de querer procurá-la vez ou outra quando sabia que estavam no mesmo recinto.

E assim foi durante uma hora e meia de festa. Gabriella dividia o tempo entre ler, mandar beijinhos para o namorado e vasculhar por onde seu olhar alcançava em busca de Sharpay Evans.

Depois passou de um passatempo e virou uma séria preocupação porque a loira estava bebendo sem parar desde que chegou e já começava a perder o equilíbrio e até a capacidade de falar qualquer coisa coerente. E a parte ainda mais alarmante disso era que muitos garotos também a estavam observando e ao notar o quanto ela já estava alterada foram se aproximando para testar o quanto podiam tocá-la sem que ela tivesse forças para impedir.

Ao contrária de todos os outros ao redor que pareciam nem ligar Gabriella não aguentou ficar parada ali vendo aquela cena nojenta acontecer bem diante de seus olhos, então guardou o livro na bolsa, pegou um copo limpo em uma mesa e foi até Sharpay.

Empurrou os garotos escrotos com toda sua força e uma cara de poucos amigos que deu mais certo do que esperava e os espantou, então puxou a patricinha loira pelo braço em direção as escadas, imaginando que provavelmente tinha um banheiro no segundo andar da casa.

Assim que achou o banheiro empurrou Sharpay para dentro e fez com que ela sentasse na tampa da privada fechada, então encheu o copo com agua da torneira e obrigou-a a beber mesmo que muito a contragosto, depois se afastou e sentou na beira da banheira esperando até que ela começasse a melhorar.

— Ei. Porgue vozêagui comigo? — Sharpey perguntou com a voz muito grogue, mas já muito mais entendível do que estava lá embaixo. — Vozê não gosta ji mim. E eu não gosto ­ji vozê nada nada nada.

— Não mesmo, mas você tá muito louca e eu não sou uma babaca. Você é babaca. — Gabriella respondeu com um sorrisinho de canto, não falaria esse tipo de coisa normalmente, mas podia ali já que a outra garota não se lembraria de nada.

— Eu zou. Mas não zou bem aqui. — ela apontou para o peito direito com a mão inquieta e balançando a cabeça em sinal de “não”.

Gabriella riu e disse. — Se você está tentando falar do coração, fica do outro lado. Pelo menos em quem tem coração de carne, os de gelo eu não sei como funcionam.

— Tá bom, então eu não zou babaca aqui. — dessa vez apontou para o lado certo e em seguida se calou, dançando ainda sentada a música que soava muito abafada e baixa ali dentro, voltando a falar só depois de alguns minutos. — Ei. Quer zaber ji quem mais eu não gosto?

Não que a morena fosse tão aberta assim a fofocas, mas por algum motivo a pergunta feita por sua inimiga bêbada fez sua mente ferver de curiosidade, então murmurou.

— Quem?

Sharpay fez um sinal muito exagerado de “vem aqui” fazendo Gabriella rir antes de sair da beira da banheira para se aproximar, ao que a loira fez mais um sinal exagerado para chegar mais perto como se quisesse dizer em seu ouvido, então se abaixou para ficar com o ouvido bem próximo da boca dela.

— Troooooooy Boltooooooon.

— O que? — Gabriella perguntou surpresa.

— Eu não gosto do Trooooy Boltoooon. — Sharpay repetiu bem mais alto e soltou uma gargalhada tão gostosa que parecia tirar um peso dos ombros ao revelar aquela informação. — Nem um pouquinho.

— Como não gosta? — questionou erguendo uma sobrancelha. — Você vive correndo atrás dele. E olha que não é segredo pra ninguém que ele tem namorada.

— Exatamente. Vozê já viu uzotro meninos? Tão zempre correndo atrás ji mim, o Troy é o único do meu nível zoci... Zoci... Social que não me quer. — explicou com um sorriso como se fosse um plano muito esperto. — Zi eu fazer parecer que eu guero ele, eu não prizizo ficar com ninguém. Ele é tonto, eu nunca ia guerer ficar com ele.

— Não chama ele de tonto. — Gabriella defendeu o namorado e só então percebeu o que de fato a loira havia dito. — Mas... Espera aí, você não quer ficar com ninguém?

Guerer eu quero, que eu não pozo. — respondeu suspirando e fazendo um bico muito fofo logo em seguida.

— Por quê? — perguntou franzindo as sobrancelhas.

Sharpay riu alto, gargalhou com gosto. — Por guê? Vozê é tão bobinha, Gabriella. Eu não pozo porque quem eu guero pegar não gosta ji mim e eu também não gosto dela. E também ela tem um namorado tooooontoooooooo.

Gabriella arregalou os olhos, estava tão em choque que sua voz sumiu na garganta por alguns segundos e quando finalmente saiu foi em gaguejos.

— Vo-você... Você disse e-ela?

Sharpay riu de novo murmurando “tão bobinha” e então puxou a nuca de sua inimiga e a beijou com muita vontade e ainda com gosto de cerveja e vodca com suco de abacaxi. A mente de Gabriella estava completamente travada e em choque, mas sua boca retribuía tão desejosa que foi mais uma coisa para deixá-la confusa àquela noite.

O beijo durou tempo o bastante para tocar uma música inteira, nenhuma das duas quis se afastar até precisar mesmo respirar.

E então as duas voltaram para a realidade rápido demais. Na verdade Sharpay caiu com tanta força na realidade que a embriaguez até passou um pouco. Um silêncio mórbido pareceu tomar conta do banheiro mesmo que a música ainda soasse abafada vindo do andar de baixo.

Depois de um ou mil segundos ela finalmente disse. — Se contar pra alguém eu faço um inferno na sua vida. Isso nunca aconteceu.

E sem esperar resposta, saiu dali às pressas e desceu a escada correndo, olhou bem a volta em busca de seu irmão e o puxou pelo braço assim que o encontrou, só queria sair daquela festa o mais rápido possível e ele era o motorista da noite.

Enquanto isso Gabriella ficou no banheiro entorpecia demais pelo que havia acontecido para conseguir reagir. Levou um bom tempo até despertar outra vez, lavar o rosto e finalmente sair do banheiro.

Era a sua vez de ficar bêbada.


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