— Taxi! Eu gritei diante do prédio e corri na direção do veículo que parou a alguns metros de mim entrando no mesmo de forma apressada – Black Corporation! Falei antes mesmo do motorista perguntar qual era o meu destino, olhei para o meu celular, eu só tinha sete minutos.

— Eu imaginei – disse o velho gentil dando partida no carro – Hoje já dei muitas viagens para lá e suponho que está atrasada.

Olhei para o senhor e ele sorriu pelo espelho retrovisor do carro – Será que o senhor consegue chegar em uns dez minutos?

O senhor sorriu – Posso tentar em quinze.

— Perfeito – Respondi abrindo a bolsa e pegando um espelho, meu estado era caótico, eu só havia tomado banho, escovado os dentes e pego a primeira roupa da mala, escovei os cabelos e passei uma base junto com um batom, eu tinha consciência que as garotas selecionadas estariam como boutiques ambulantes bem-vestidas, maquiadas e perfumadas, mas honestamente eu não fazia a menor ideia de porque está participando daquilo.

Meu corpo sacolejou para frente e em seguida foi jogado de volta ao lugar e a voz do motorista me tirou de meus pensamentos - Chegamos senhorita – disse o senhor após frear o carro bruscamente.

Abri a bolsa tirando o valor acima do que ele havia solicitado e entreguei a ele -Obrigada – Falei saindo do carro e passei pela entrada do luxuoso prédio dando passos largos sendo abordada por um dos seguranças ao chegar ao belíssimo hall cheio de executivos bem-vestidos.

— Bom dia, posso ajudá-la? O segurança perguntou educadamente.

— Bom dia , vim para a seleção de assistentes – Respondi.

— Há, claro – Ele murmurou – Poderia me passar sua identificação.

Concordei com a cabeça e abri a bolsa retirando meu documento, o homem olhou e em seguida me entregou um crachá de visitante – Pegue o elevador central, décimo andar sala da presidência.

Eu assenti colocando o crachá e corri antes que o elevador se fechasse.

Eu estava nervosa, aquela seria minha primeira entrevista de emprego oficial como uma economista recém-formada, não fazia a menor ideia do que me aguardava, pensei em desistir a cada pausa do elevador recebendo e entregando pessoas, mas eu já estava ali seria ridículo desistir.

A luz do número dez acendeu e eu saí do elevador caminhando por um largo corredor chegando a recepção da sala do presidente, haviam duas secretárias com uniforme da empresa entregando senhas as candidatas, me aproximei da mesa delas e elas sorriram cordialmente – Como se chama? Uma delas perguntou.

 - Renesmee Cullen! Respondi.

Ela olhou na sua ficha em silêncio – Encontrei – Disse ela me entregando a minha senha – Trouxe seu currículo?

— Sim, obrigada! Agradeci e caminhei até uma das poltronas me sentando ao lado de duas moças loiras.

— Oi – a garota de cabelo loiro falou sorrindo- Ele já iniciou as entrevistas – disse ela respirando profundamente.

— As três primeiras candidatas saíram muito chateadas – a outra garota de cabelo preto falou com uma expressão de medo.

Trocamos algumas palavras enquanto observávamos o entrar e sair de moças, no sofá a frente havia uma mulher que aparentava ter um pouco mais de idade que as demais, estava vestida de forma muito elegante e era muito bonita – O que acha dela? A garota loira perguntou.

— Ela é formada em Oxford , não sei o que faz aqui.

Olhei para as duas em silêncio, a mulher a frente me encarou e em seguida sorriu em um tom de deboche e se levantou ao ouvir a secretária chamá-la – Samanta Miller.

A garota fez uma careta quando Samanta deu as costas e eu não contive meu riso.

— Salamandra – Disse a morena.

Rimos juntas, mas nos silenciamos quando uma das secretárias olhou para nós.

Por alguns minutos me mantive imóvel, sentia que meu coração estava prestes a saltar pela minha boca e minha respiração começava a fica ofegante, Samanta havia demorado um tempo a mais que as candidatas anteriores o que criou uma tensão de todas as candidatas e quando finalmente a porta da presidência se abriu ela saiu com um sorriso largo, ela olhou para as duas secretárias e entregou a senha a uma delas – Até mais colegas de trabalho – Falou em um tom animado e caminhou na direção do corredor.

Houve novamente burburinhos.

— O senhor Black avisa pessoalmente quando uma candidata é escolhida – Disse a secretária, olhei para o seu crachá e ela se chamava Lana Hanks, ouvimos um bip e Lana apertou um dos botões após ouvir a voz masculina olhou em nossa direção.

— Parece que o senhor Black está fazendo sorteio de nomes – Disse ela sorrindo – Senhorita Cullen, é sua vez.

Perdi o ar.

— Senhorita Cullen? A Secretaria repetiu meu nome.

— Oi, desculpa! Falei me levantando encostando a pasta em meu peito e caminhei lentamente até porta, todos os olhares se voltaram para mim fazendo com quem eu me sentisse no corredor da morte.

Abri a porta e entrei na sala, o homem estava sentado de costas para mesa, dei alguns passos e respirei profundamente tentando me recompor – Bom dia! Falei de forma segura.

A cadeira girou e finalmente eu pude ver o rosto por trás da temida porta, ele tinha um copo na mão destra com certeza era algo alcoólico pela cor do líquido, os olhos dele fixaram-se nos meus e ele ficou em silêncio, eu o encarei por alguns segundos mais o nervosismo voltou a me dominar- Senhor Black! Insisti.

E ele finalmente falou.

— Por favor – a voz dele saiu um pouco rouca e ele deixou o copo na sua mesa pegando uma folha de papel igual a das secretárias - Sente-se senhorita Cullen.

Eu assenti e me sentei na cadeira a frente da mesa dela, ele pegou o copo e tomou o restante da bebida de uma só vez, o observei em silêncio, confesso que estava decepcionada, eu esperava um velho barrigudo e com barba e havia encontrado um homem jovem e que era muito bonito, agora compreendia a euforia das mulheres.

— Economia – Ele falou interrompendo meus pensamentos, só então percebi que ele novamente olhava para mim – O que uma moça que entende de números pode fazer como minha assistente?

O olhei ainda em silêncio, eu não havia pensado na possibilidade de ele fazer essa pergunta, engoli minha própria saliva tentando controlar a ansiedade – Eu – gaguejei- O senhor está bem?

Que diabos eu estava fazendo?

— Por favor responda a minha pergunta – Ele insistiu.

Eu sorri, mas era um sorriso idiota, era um riso de nervosa – Para ser honesta Senhor Black eu acredito que nada.

Ele me lançou um olhar de incompreensão e franziu o cenho, eu estava ferrada, seria escorraçada por um milionário na minha primeira entrevista.

— Como assim nada?

— Eu não acho que para ser seu enfeite e carregar sua agenda seja necessário um curso superior.

Baixei a cabeça, droga, droga Renesmee, por que você sempre fala besteira quando fica nervosa? Olhei para Jacob Black e ele não parecia bravo, o que não significava que ele não estava bravo pois eu não o conhecia – Olha desculpa eu... Falei tentando amenizar o que eu havia dito.

Ele não falou nada, pegou um papel e assinou, seus olhos se direcionaram para mim novamente enquanto ele me entregava a folha – Leve aos Recursos humanos, a espero amanhã as sete horas.

Peguei a folha da mão dele e olhei para ela, era uma carta de admissão – Oi? Eu murmurei incrédula – Eu fui contratada?

— Sim – Ele repondeu.

O ar pareceu falta como antes de entrar na sala, tentei controlar o tremor em minha mão enquanto segurava o papel, sem palavras eu me levantei de forma rápida tropeçando em meus próprios pés, meu corpo tombou para frente e antes que eu caísse a mão dele segurou meu braço.

 - Cuidado.

— Desculpa eu – sussurrei totalmente envergonhada.

— Você se machucou?

Olhei para ele surpresa, ele estava sendo gentil, será que eu estava na empresa certa ou tinha me enganado de sala – Estou bem obrigada – respondi olhando para a mão dele que continuava em meu braço, Jacob Black folgou a mão e eu caminhei apressada até a porta saindo da presidência.

As duas secretárias olharam o papel em minhas mãos e trocaram olhares - Eu preciso ir aos recursos humanos- Falei em um tom baixo de voz.

O som do ramal da presidência novamente tocou e a outra secretária atendeu, após dizer sim me olhou com uma expressão de surpresa – Infelizmente a vaga foi preenchida, a minha colega irá acompanhá-las até o hall, entreguem suas senhas.

— Como?

— Que absurdo.

—Ele a escolheu?

— Vem comigo – Disse Lana me puxando pelo braço em meio os burburinhos das demais moças me levando até o elevador – Bem vinda a Black Corpotarion – Disse ela apertando o número 14 do elevador.

Por mais difícil que fosse de acreditar no que havia acontecido eu estava me sentindo feliz, dei um tímido sorriso ao olhar para a carta de admissão, eu havia conseguido sozinha sem a interferência do meu pai.

Eu era a nova assistente de Jacob Black, ele havia me escolhido.