Lembranças de Você escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 18
Encontros




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― Tudo bom? O que você está fazendo por aqui? ― respondi cordialmente.

― Passei para falar com o papai e... ― Apontou para mim. ― Nossa, sério, não acredito que seja você mesmo. ― Ele balançou a cabeça. ― E, ainda por cima, minha cunhada.

 

― Pois pode acreditar. ― Sorri. ― Aliás, não te vi no nosso casamento.

 

― Bem... ― senti uma certa dúvida em seu tom de voz. ― Eu precisava resolver umas coisas e não consegui voltar a tempo.

 

― Ah, certo, espero que tenha solucionado. ― Ajeitei a minha bolsa no ombro. ― Está na minha hora agora, mas apareça lá em casa um dia desses ― mencionei por educação, para encerrar o assunto.

Nós nos despedimos e eu caminhei para a entrada do prédio. Meu assistente deveria estar à minha procura já.

 

― Oi, Márcia, alguma novidade na minha ausência? ― Cumprimentei a minha secretária.

 

― Mais ou menos, o senhor Leonardo anda cheio de tarefa, às vezes acho que ele não irá realizá-las. ― A mulher suspirou.

 

― Agora que retornei, vocês ficarão menos sobrecarregados. Eu garanto.

O meu estagiário não possuía mais do que dezoito anos, um garoto ainda, em sua entrevista inicial ele me surpreendeu muito. Apesar de ter começado a faculdade de administração há pouco tempo, o Léo demonstrava muita dedicação e vontade de trabalhar. Ele me confessou que por não ser privilegiado, sempre necessitava se adiantar nos estudos e por isso estava atrás de um estágio já na segunda fase do curso.

 

― Ainda bem que a senhora chegou ― o rapaz pronunciou ao me ver, seus cabelos castanhos estavam muito bem arrumados.

 

― O que houve, Léo? ― perguntei enquanto ele pegava algumas pastas.

 

― Precisamos da sua assinatura em vários documentos importantes que temos que enviar para alguns órgãos. ― O rapaz esparramou as pastas em cima da minha mesa. ― E aquela pilha ali é para ler. ― Ele apontou para o canto.

Eu arregalei os olhos com o tamanho do amontoado de papel.

 

― Possíveis clientes que o senhor Carlisle pediu para analisar ― o Léo explicou calmamente, pois meu semblante com certeza era de apavorada.

 

― Ok... ― declarei sem saber por onde começar, talvez por algo mais simples. ― E as anotações das reuniões?

 

― Aqui. ― Ele me entregou um bloco de notas.

 

― Ótimo. ― Ao me sentar na cadeira, olhei para a folha consultando algumas informações e disse para o rapaz trazer os documentos para eu assinar.

Um pouco depois das seis da tarde, finalizei as tarefas com o meu assistente e resolvi passar na sala do Edward.

 

― Achei que você já estivesse em casa ― meu marido respondeu após beijar meus lábios.

 

― Muito trabalho acumulado, tanto é que levarei alguns documentos para terminar as leituras. ― Mostrei as pastas que eu segurava.

 

― Me dá só mais cinco minutos e podemos ir. ― Ele me observou.

 

― Esqueceu que eu vou jantar com as meninas?

 

― Ah, é mesmo. ― O Ed bateu de leve na sua testa. ― Muito serviço por aqui também. ― Ele suspirou. Então, reparei no caos que sua mesa se encontrava.

 

― Realmente, por acaso você enfrentou um furacão? ― disse divertida.

 

― Quase isso, estou fazendo umas pesquisas. ― Eu enruguei a testa com as suas palavras e antes dele concluir o seu pensamento, coçou a nuca. ― Quero que a empresa seja mais moderna, sustentável e inclusiva.

 

― Uau! Que ideia maravilhosa, adorei. Poderíamos implantar alguns programas para os estagiários também, o seu pai já ficou sabendo disso? ― Questionei entusiasmada.

 

― Ainda não, primeiro tenho que estudar como faremos para colocar essas ideias em prática e só depois apresento para ele.

 

― Aposto que seu pai irá gostar também. ― Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço e me despedi dele ao encostar nossos lábios.

 

***

 

  ― Um brinde a Bella, pelo seu aniversário. ― Alice levantou a sua bebida. ― Atrasado, mas o que vale é a intenção.

A Rose e eu seguimos seu gesto, como foi impossível comemorar com elas no dia, resolvemos nos reunir hoje para comemorar.

 

― Rosalie, pede mais uma rodada para nós duas enquanto eu vou ao banheiro ― minha prima falou assim que ingerimos o líquido, elas uma cerveja e eu um suco.

 

― Cadê o garçom? ― a loira comentou com a voz arrastada ao se virar. ― Traz dois shots ― ela gritou para o rapaz.

 

― Tem certeza que vai misturar isso? ― Rosalie respondeu que sim ao acenar com a cabeça, mas seu braço escorregou da mesa.

 

― Opa ― ela riu e então seus olhos azuis focaram na tela de um celular em sua frente.

 

― Acho melhor cancelar as bebidas.

 

― Xiu! ― A Rose tampou a minha boca. ― Olha o que a Alice esqueceu aqui ― Ela balançou o celular desbloqueado. ― Vou mandar uma mensagem ― cochichou.

 

― O quê? ― Não havia entendido direito, pois suas palavras saíram, outra vez, arrastadas e em um tom baixo.

 

― Uma mensagem. ― A loira digitou com certa dificuldade.

 

― Não, sua doida! Passa o telefone para cá. ― Tentei pegar de suas mãos o aparelho.

 

― Enviei! ― Ela sorriu vitoriosa e eu levei as mãos no rosto.

 

― Pra quem você enviou, Rosalie?

 

― Pro Jasper, Alice me agradece depois. ― A loira devolveu o celular na mesa e eu agarrei desesperada o telefone.

Tarde demais! O rapaz acabava de responder à mensagem.

 

― Alice vai te matar! ― Segurei uma risada. ― E, desde quando ela possui o número dele?

 

― No seu casamento, eles trocaram os contatos.

 

― E não chegaram a sair juntos? ― Rosalie negou com a cabeça.

 

― Mas agora terão um encontro ― ela mencionou com as sobrancelhas arqueadas e em seguida riu lembrando da sua mensagem, provavelmente.

 

― Forçado né, não quero nem ver quando ela souber. ― Deixei uma risada escapar. ― Sua maluca, você passou o endereço dela e ele respondeu todo animado que está a caminho.

 

― Claro! E, falei onde ficava a chave reserva também.

 

― Como que não vi isso? Agora tá explicado porque ele usou aquele emoji de uma piscadinha. ― Levei uma mão na testa. ― Rosalie, precisamos avisar ele para não ir, e se o porteiro achar esquisito o rapaz entrando no apartamento dela?

 

― Pediu as bebidas? ― Minha prima apareceu do nada e eu quase caí da cadeira assustada.

 

― Sim! ― a loira mencionou alegre e na mesma hora o garçom trouxe os shots.

A Rose pegou os dois, bebendo um de uma vez só e o outro entregou para a Lice.

 

― Você necessita mais do que eu ― ela pronunciou após a minha prima enrugar a testa.

 

― Por favor, pode encerrar a conta para nós? ― Comuniquei para o rapaz enquanto ele se retirava com os copos.

 

― Ah, por quê? Está cedo ― Alice protestou.

 

― Porque temos que resolver uma situação na sua casa e é melhor beber isso aí. ― Apontei para o shot, antes que a loira tomasse de suas mãos para ingerir o líquido.

 

― Na minha casa? ― ela perguntou confusa ao mesmo tempo que virava o copo.

 
Afirmei com um aceno e me levantei da cadeira, sendo acompanhada pela Rose que por sorte não se estabacou no chão, pois tropeçou no próprio pé.

 

― A Lice não vai beber mais? E o encontro dela?

 

― Que encontro? ― minha prima disse sem entender nada.

 

― No caminho eu conto, agora ajuda essa doida a chegar até o carro e eu irei pagar a conta. ― Alice me obedeceu ao segurar no braço da loira, entreguei a chave para ela e fui até o caixa.

 

2 meses depois 


  Eu mal conseguia acreditar que eu havia completado sete meses de gestação. A ansiedade em conhecer o rostinho do bebê aumentava a cada dia. Seu quarto já estava pronto, escolhi uma decoração de safari, em tons de amarelo, cheio de almofadas e desenhos dos animais, além de conter uma berço branco, uma poltrona ao lado e um pequeno guarda-roupa.

 

― Ai Lice, não acredito que depois de doze horas de plantão você veio me ajudar com as roupinhas.

 

― É o mínimo que posso fazer, comprei mais da metade dessas peças ― minha prima falou ao carregar uma pilha para a mesa de passar.

 

― Quero deixar tudo ajeitado para a chegada desse garotinho. ― Acariciei a barriga.

 

― E vai ficar. ― Alice sorriu me confortando.

Eu tinha lavado elas no dia anterior e agora guardávamos. Enquanto dobrava uma calça minúscula, espiei com o canto dos olhos a minha prima.

 

― Como estão as coisas com a Rose? Já fizeram as pazes? ― Ela acenou de forma negativa para mim. ― Ah... Lice, de um jeito meio torto, a coitada desejava te ajudar.

 

― Ajudar, Bella? Nunca passei tanta vergonha na vida. ― Eu segurei um riso ao recordar dos acontecimentos. ― O homem aparece só de cueca na minha casa, Isabella!

 

― Realmente foi um pouco demais, apesar de que no momento ela não tinha muita capacidade de raciocínio, mas você precisa se permitir viver mais.

 

― Com o Jasper? ― Alice franziu a testa. ― Nós somos muito diferentes. Ele é todo desavergonhado.

 

― Ou com outra pessoa, ou sozinha, a gente só quer que você pare de se cobrar tanto.

 

― Estou tentando.

 

― Ótimo! ― respondi contente. ― Espero que você consiga se libertar disso, prima.

Ela sorriu e voltou a passar o ferro nas roupinhas do bebê, e eu retornei a minha atenção para a minha tarefa. Entretanto, instantes depois lembrei que necessitava fazer uma ligação.

 

― Que horas são? ― perguntei atordoada.

 

― Acho que deve ser mais de seis ― a Lice comentou e me observou curiosa. ― Por quê?

 

― Meu assistente pediu para eu entrar em contato com ele até o final do dia. Esqueci completamente, será que ele ainda está lá?

 


Meus pés se moveram, atravessando a área de serviço e caminhei na direção da sala. Em cima da mesa localizei meu celular, havia algumas ligações perdidas. Droga! Entretanto, meus olhos se atraíram no outro aparelho: no do Edward. Pelo jeito, não fui a única a ficar desmemoriada. E, no mesmo instante, a tela do telefone se acendeu e uma mensagem muito inusitada para o meu gosto apareceu.


"Ed, irei me atrasar para o nosso encontro."

 


Minhas mãos se apertaram em torno do meu celular e senti o sangue ferver no meu rosto. Fechei os olhos, respirando fundo.

 

― O que aconteceu, Bella? ― Escutei a Alice me chamar.

 

― Aconteceu que o Edward tem um encontro com a Tanya. ― Após pensar um pouco, desbloqueei o telefone dele com a sua senha.

 

― O que você vai fazer? ― ela disse com a voz preocupada.

 

― Uma surpresa.

Em seguida, subi as escadas em busca da minha bolsa, minhas mãos tremiam de nervoso. Não é possível que eu me enganei tanto assim, não, não! Ao descer com os olhos marejados me questionei se esse seria o início do fim. 


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Notas finais do capítulo

Eita será que o Ed tá aprontando ou Bella tá criando paranóia na cabeça? E Rosalie? kkk



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