Soft Color escrita por Shogo


Capítulo 1
Out Of Exile


Notas iniciais do capítulo

Eu não consegui achar a categoria de Toku aqui e tals. E, também, eu escrevi umas coisas meio leve e ate implícitas. DITO ISSO deixarei como +16 para evitar futuros aborrecimentos

Enjoy~



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“O destino deixou a desejar dessa vez
O seu sorriso desaparece no verão
Coloque a sua mão junto a minha
Eu vou embora quando quiser”

Feeling This – Blink 182

O começo da noite foi muito tranqüilo. A cidade estava calma, e o céu muito estrelado, poucas nuvens. Saruhara estava em uma mesa no canto bem concentrado. Haruka estava servindo um jovem casal que acabara de chega. O lugar estava consideravelmente com vários clientes. Kijino estava em outra mesa com um colega do trabalho. Tudo estava realmente normal e tranqüilo. Até mesmo Kaito aparecera algumas vezes para olhar o movimento do lugar. Fez uma entrada silenciosa e pontual, trocou poucas palavras e depois saiu. E fez isso várias vezes, e cada vez de forma mais misteriosa.  Algum tempo depois Momoi chegou ao Donbura Café, bem arrumado, um pouco sério mas, de certa forma, estava sorridente.

— Ohhh Momoi! – Haruka se aproximou bem admirada- Você está incrível hoje.

— Mas eu sempre sou incrível. O que quer dizer com isso? – E ele deu uma sobrancelhada meio intimidadora para Haruka.

— Não foi o que eu quis dizer! Ora, é que parece que você vai para algum lugar. – Kijino se aproximou.

— Sim, sim! Você ta bonitão hein Momoi. Algum motivo em especial?

— De fato eles tem razão. – comentou Saruhara enquanto se aproximava- Algum compromisso importante hoje?

— Sim. Eu tenho um encontro com alguém, parece promissor.- Momoi cruzara os braços- Estou animado.

— Você o quê?! – eles três gritaram ao mesmo tempo e nisso Inuzuka chegou.

— Pessoal? Tá tudo bem? – Inuzuka sentiu que acabara de cair de paraquedas em uma zona de guerra.

— O Momoi tem um encontro! – Exclamou Haruka- E ainda não sabemos quem é a pessoa.

— Estávamos perto de descobrir. – disse Saruhara- Vamos, nos revele a identidade dela!

— É ele na verdade e é o Sonoi.

Por um momento todos ficaram quase que em choque. Ficavam só fazendo movimentos com as mãos, tentando falar, mas nenhum som saindo de suas bocas. Ate que minutos depois desse gelo e do momento de impacto, eles voltaram a falar.

— Mas porquê ele, Momoi? – Kijino estava muito perplexo- Eu não imaginava que vocês fossem amigos ou algo do tipo.

— Ele não é uma má pessoa, temos uma conexão. – respondeu Momoi no tom mais sincero que já falara- Temos nossas diferenças é claro. Mas, apesar disso, eu não sei explicar bem. Estou curioso para esse encontro.

— De fato, de fato. Eu também estou muito curioso, farei um haiku para esse momento!

— O encontro é agora à noite? – indagou Haruka – Eu estou totalmente sem palavras.

— Tenha calma. Não vai ser uma luta e, caso algo dê errado, eu sei quem chamar. – e colocou a mão no ombro de Haruka.- Mas eu não creio que nada de ruim vá me acontecer hoje a noite.

— Boa sorte e divirta-se, Momoi Taro. – Kaito apareceu no balcão do Café e ainda acenou com a cabeça para a surpresa de todos ali.

— Obrigado! Bom, está na hora de ir. Até! – Kaito sumiu assim que ele falou isso e os demais ficaram sem reação, e em seguida se reuniram para debater sobre o que acabara de ocorrer após Momoi ter ido embora.

— Só pode ser mentira, certo pessoal? – Haruka ainda estava processando aqueles últimos minutos.

— Eu também pensei nisso. – completou Saruhara- Mas, viram ele? Saiu vivo daqui!

— Mas logo com o Sonoi? Ai tem, ai tem! – bufou Kijino cruzando os braços- E o que faremos agora?

— Esperar apenas. Então galera, vamos comer algo? – Inazuka colocou um ponto final na conversa e todos foram tentar se distrair mais.

Depois de caminhar um por alguns breves minutos até o centro da cidade, Momoi encontrou Sonoi sentado em um banco numa pracinha. E lá estava ele vestido do jeito de sempre. Sonoi parecia estar admirado com as coisas ao seu redor, mesmo já estando na terra há um tempo considerável, ainda se surpreendia com as coisas da vida humana diariamente.

— Boa noite! Te fiz esperar muito? – e Momoi foi sentando ao lado dele- Parei no Donbura Café para trocar uma palavrinha com algumas pessoas.

— Na verdade eu não esperei tanto. Eu não percebi o tempo passar rápido ou devagar, estou apenas observando as coisas. A terra é um mundo interessante.

— De fato é. Perfeita e bela de um trilhão de jeitos diferentes.

— Tem razão, tem razão. – e ele sorriu para Momoi que sorriu de volta mexendo a cabeça um pouco- Bom, para onde iremos? O que as pessoas normalmente fazem em um encontro?

— De tudo um pouco eu diria. Eu também não fui em muitos encontros, você vai aprender muito hoje.

— Ohhh – e mais uma vez eles sorriram um pro outro- Vamos lá!

— Iremos primeiro tomar sorvete. – Momoi levantou e fez uma pose cruzando os braços- VAMOS!

— Parece interessante, Don Momotaro. VAMOS!

Pouco depois eles já estavam numa sorveteria e Sonoi ficou maravilhado com a quantidade absurda de sabores. Foi uma festa. Provaram quase tudo, competiram pra ver quem tinha o sorvete com mais bolas, ambos compartilharam aquela dor chatissima ao consumir muita coisa gelada rápido, e ainda riram um da cara do outro e jogara sorvete na cara do outro também. Depois foram andar pelo shopping. Andaram por algumas lojas de roupas, sapatos, óculos. Sonoi relutou no começo, mas aceitou mudar a sua casual roupa azul brilhoso muito fashion – ou brega para alguns- para provar e combinar roupas com Momoi Taro. À medida que iam provando e trocando as vestimentas e demais acessórios, muitas fotos eram tiradas, e compartilhadas. Nem parece que tem dias que eles dois querem lutar até a morte, ou que já foram pro outro lado e voltaram.

— Essas roupas lhe caíram bem. E não pergunte se eu to mentindo, você já sabe a resposta!

— Estou mesmo? É bem diferente do meu usual. – Sonoi estava vestido de um jeito meio bad boy. Calça jeans, um All Star, jaqueta de couro e uma camisa branca de alguma banda de punk rock não muito conhecida. – Me lembra alguém que eu já vi pela cidade.

— Eu acredito. E eu sei que estou muito bem também. – Momoi estava usando uma calça um pouco mais folgada, tênis, uma camisa e um moletom por cima. Tudo com as cores vermelho, preto, e cinza combinando. – Nada mal eu diria.

— Está realmente incrível. Don Momotaro, o que faremos a seguir? Até agora tudo tem estado maravilhoso, estou curioso com o que ainda podemos fazer hoje.

— Quer ir ao cinema? Se formos logo, pegaremos a próxima sessão.

— Ouvi falar em cinema. Ainda não tive a oportunidade, Sononi e Sonoza querem apenas sair para comer ou ficar apenas de olho no mundo dos humanos.

— Me permita lhe mostrar. Vamos!

— Vamos Don Momotaro!

— Aliás, Sonoi – E Momoi foi se aproximando um pouco do rosto de Sonoi e o encarou profundamente. – Não precisa me chamar de Don Momotaro todo o tempo, me chame apenas de Momotaro, ou só Taro.

— Tá certo... Momotaro. – e Sonoi corou um pouco sem perceber.

— Ok, vamos!

“Por favor, não me olhe com esses olhos
Por favor, não insinue que você é capaz de mentir
Eu tenho pavor da ideia do nosso primeiro beijo
Um alvo que eu provavelmente vou errar”

First Date – Blink 182

 

As próximas duas horas e meia foram divertidas. Sonoi maravilhado por finalmente ver um filme pela primeira vez. Ele fez perguntas pontuais e Momoi respondendo sempre com uma sinceridade afiadíssima. Por muito pouco eles não foram expulsos da sessão em que estavam por começarem a falarem demais e demais. Era divertido apesar de tudo, estavam felizes. Quando o filme terminou eles procuraram algum lugar pra comer. Depois de andar um pouco foram para uma pizzaria. E ai Sonoi ficou mais uma vez maravilhado quando descobriu a pizza. Morder uma fatia e ver o queijo derretido esticado era algo que ele achou fascinante demais.  Eles ainda pararam pra comer mais coisas e ate tirar mais fotos, o dia estava sendo bem produtivo. E eles voltaram para a mesma praça onde haviam se encontrado mais cedo. Quase ninguém por lá, apenas eles dois. Até sentaram no mesmo banco.

— Don, digo, Momotaro!Estou maravilhado com o que eu vi hoje, me faz querer passar mais tempo aqui.

— É tudo muito bom por aqui. Ainda tem mais coisas que eu quero te mostrar. – e ele sorria. Um sorriso bastante sincero para Sonoi- Já está ficando tarde, teremos que deixar algumas coisas para outro dia.

— Verdade, esqueci desse detalhe. Esqueci das suas obrigações como ser humano, me perdoe Momotaro.

— Não se preocupe! Uma hora teríamos que parar o nosso encontro. Eu me diverti bastante hoje.

— Eu também. A minha rotina é meio limitada as vezes, sabe? Creio que você faça mais coisas.

— Sim, eu tenho um trabalho de entregador, freqüento o Donbura Café e ainda enfrento monstros.

— Eu seria um monstro então?

— Jamais. Você é alguém interessante eu diria.

— Mesmo? – e ambos sorriram um pro outro novamente- Você também, Don Momotaro.

— Eu já falei que não precisa me chamar assim direto.

— Força do hábito, desculpe.

— Não se desculpe. Esse seu jeito é maravilhoso aliás.

— Você acha mesmo? – Sonoi sentiu o coração bater mais rápido por alguns segundos.- Eu digo o mesmo. Aliás, Momotaro...

— O que foi?

— Somos meio que destinados a ser inimigos. Mas, tem momentos, tipo os que compartilhamos hoje que me fazem pensar se é esse mesmo o meu propósito nesse mundo.

— Eu me pergunto o mesmo às vezes. Das outras vezes em que nos encontramos, apenas para bater papo, foram momentos bem legais.

— De fato foram. Don Momotaro... Às vezes eu me sinto estranho nesses momentos.

— O que você sente? – Momoi encarava Sonoi que, quando recebeu o olhar, apenas ficou olhando o próprio colo.

— Eu sei e conheço alguns sentimentos dos seres humanos. Também sinto algumas dessas coisas, acho que quase tudo eu sinto e entendo o que é. Mas, tem momentos, que eu não compreendo e fico me perguntando se é realmente aquele sentimento específico.

— Me diga o que você sente quando está comigo, irei te ajudar a compreender as suas emoções! – e Sonoi voltou a encarar ele e agora ele estava com o rosto meio corado, mais até do que horas antes.

— No começo eu ficava intrigado. E com o passar do tempo, parando pra conversar apenas nós dois, sabe? Tudo começou a mudar. Até unimos forças para resolver um problema em comum e esse dia foi inesquecível pra mim. Eu acho muito interessante que você não pode mentir.

— Confesso que sinto o mesmo que você a respeito dessa rivalidade que temos por natureza. Mas eu te digo que eu quero estar mais vezes com você. Me sinto atraído pela sua pessoa. Eu morreria se mentisse a respeito, ainda mais sobre isso. – e dizendo essas palavras Momoi colocou a mão sobre a mão de Sonoi e ele encarou aqueles olhos azuis como o oceano.

— Don Momotaro... isso é realmente o que chamam de amor?

— O amor é o pior dos monstros. A batalha do amor é algo inconstante e incerto, nem sempre se ganha, nem sempre se perde. Às vezes lutamos sozinhos e temos um desfecho não muito feliz.

— E agora o que faremos? Eu me sinto paralisado com o que estou sentindo agora, Don Momotaro. – e aos poucos foram aproximando os rostos um do outro.

— O movimento a seguir é óbvio quando se tem uma vitória nesse campo.

Quando os lábios deles se encontraram as emoções meio que explodiram. Para Sonoi era como tomar um choque. Era um choque diferente, uma nova sensação, leveza e tranqüilidade e, por um momento, apenas ele e Momoi estavam ali. Momoi se sentiu a mil por hora. Aos poucos foram colocando a mão na cintura, pelo ombro e indo até o pescoço fazendo um carinho leve, mordiscando o lábio um do outro, selinhos rápidos entre os beijos. Com direito ainda a beijos e mordidas no pescoço. Sonoi se sentia como se fosse explodir com essa onda de novas sensações. Arrepios e gemidos, mãos passando aqui e ali. Momoi sentou no colo de Sonoi ficando de frente para ele, colocando uma mão no rosto dele e a outra no ombro.

— Acho que agora eu compreendo melhor as sensações e emoções desse mundo. Muito obrigado, Don Momotaro.

— De nada! Mas não me agradeça ainda! Ainda tenho muito que te mostrar.

— Por favor.

E com isso eles voltaram a se beijar por alguns minutos. Se despediram, e cada um seguiu o caminho de casa. Com a cabeça cheia de pensamentos e novos sonhos.

Toda vez que eu procuro por você, o Sol se põe
E eu não gosto quando isso nunca vai pra frente
Eu deixei outra mensagem, você nunca está por perto
Mas toda vez que eu procuro por você o Sol se põe mais uma vez
O último a sair, por favor, feche a porta

Everytime I Look For You – Blink 182

 

 

CONTINUA… ?


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Notas finais do capítulo

Será que vem uma continuação? VEM AÍ (confia)



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