Uma Professora Encantadora - CIP escrita por Casais ImPossíveis


Capítulo 1
Capítulo Único - Uma Professora Encantadora


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores...
Não costumo fazer notas no Projeto CIP, mas nessa fic é usado um termo que nunca é explicado nela pq a personagem fingiu que sabia o que queria dizer, então não tem como perguntar e é na visão dela. Ele também não é relevante pra história, mas imagino que vão ficar curiosos, então tem a explicação nas notas finais.
Enfim, boa leitura...



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Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Na verdade, todos tem sido desde que essa loirinha linda e perfeita passou a ser minha namorada.

MINHA NAMORADA.

Ah, quem diria no começo da nossa história que acabaríamos aqui agarradinhas assim, vendo um filme nessa tarde linda de sábado?

O que? Como nossa história começou?

É mesmo. Que falta de educação eu simplesmente começar a nossa história pelo meio. Desculpa, vou voltar um pouco para que todos possam entender.

Tudo começou no meu segundo ano no McKinley quando eu ainda estava tentando me destacar de alguma forma, como qualquer adolescente. Minha vantagem, modéstia à parte, era ter um talento excepcional pra canto, então o melhor jeito de conquistar um espaço na escola era, logicamente, pegar o papel principal nos musicais.

Eu até me saí muito bem na minha apresentação de teste e tal, mas o Senhor Schuester (professor responsável pelas peças e pelo clube do coral) tinha algumas preocupações e, lembro como se fosse hoje, me chamou para um canto e me disse...

Flashback ON

— Sinto muito, Senhorita Berry. Sua voz é realmente excepcional, mas... Musicais são mais do que o canto em si. Não posso de dar o papel.

— O que? Porque não? — senti meu mundo caindo nessa hora, se eu não tivesse sucesso no teatro não teria em nada e meu colegial seria um completo desastre. — Foi a atuação?

— Não, não! Sua atuação também é impecável. — Senhor Schuester respondeu com um sorriso gentil. — O problema é a sua dança.

— A dança? — perguntei em choque. — Com todo respeito, Senhor Schue, eu acho que está enganado. Eu faço aulas desde os quatro anos e tenho certeza de que não errei um passo.

— Não disse que você dança mal, disse que sua dança é um problema. — cada palavra que saia da boca dele me deixava mais confusa. — Como posso explicar? A sua dança é... Crua.

— Crua? — repeti com uma sobrancelha erguida.

— Sim. Uma cena de dança precisa passar uma energia que você não passa, mesmo que a coreografia esteja certinha. — explicou pacientemente. — Consegue me entender?

Na verdade não entendi, mas confirmei com a cabeça na maior cara de pau e disse. — Eu posso melhorar, Senhor Schue. Só precisa me dizer o que quer que eu faça e eu faço.

— Olha... Pra ser sincero, as outras meninas não brilharam como você em questão de canto e atuação, então acho que você é quem tem mais probabilidade de segurar a barra de ser uma protagonista. — Senhor Schuester confessou, entortando a boca de leve. — Vou te dar mais uma chance. Você conhece a A.D.O.R.A.?

— Que tipo de dançarina de Lima nunca ouviu falar da A.D.O.R.A.? — ele se referia a uma academia de dança muito conceituada na cidade, uma das melhores. — Amo estudar onde estudo, mas admito que com tudo que eu já soube da A.D.O.R.A., eu ficaria muito feliz de poder fazer pelo menos uma aula lá.

— Acontece que uma professora de lá já foi minha aluna. Se você estiver disposta, posso conseguir algumas aulas pra você. Em... Horários muito estranhos e específicos. — disse com um sorriso meio incerto, como se eu pudesse negar.

Se eu estiver disposta? Senhor Schue, isso vai ser uma honra. — respondi empolgada, mas logo em seguida me toquei de uma coisa. — Mas... A peça já é pro fim do semestre. Como vou ter tempo de treinar nessas aulas antes de fazer outro teste?

— Exatamente. Estou apostando minhas fichas em você e confiando que a Brittany vai trazer pra fora a dançarina que existe dentro de você. — ele aumentou o sorriso e estendeu a mão. — Bem-vinda ao musical. O papel é seu.

Um gritinho super escandaloso acabou escapando da minha boca e antes que eu tivesse tempo de me controlar acabei pulando no pescoço do Sr. Schuester em um abraço totalmente inapropriado, mas que apenas o fez rir enquanto tentava se equilibrar para não cairmos.

— Calma, Berry. — disse colocando as mãos na minha cintura para me afastar com toda a educação do mundo. — Eu ainda não coloquei a ficha com os nomes dos escolhidos para cada papel, então se puder tente ser discreta quando sair.

— Não se preocupe com isso, Senhor Schue. Afinal, minha atuação é impecável, lembra? — brinquei, usando a palavra que ele mesmo tinha dito mais cedo.

Ele riu de novo, dessa vez acompanhado por mim, então trocamos um sorriso cúmplice e eu saí do auditório me esforçando muito para disfarçar a animação ao passar pelos alunos que estavam do lado de fora.

Assim que cheguei em casa fiquei com o nome de Brittany martelando na minha cabeça, tentando imaginar como ela era e que tipo de coisa ia me ensinar. Mal sabia eu que essa mulher viraria meu mundo de cabeça pra baixo e roubaria meu coração mais rápido do que eu poderia imaginar ser possível.

Toda essa ansiedade para conhecer minha nova professora acabou fazendo com que eu dormisse pouco, mas ao mesmo tempo muito bem porque estava animada.

As aulas do dia seguinte foram bem chatinhas e arrastadas até que recebi um bilhete do Senhor Schuester no meio uma delas dizendo o horário da minha primeira aula com a tal Brittany e era mesmo uma hora estranha, pois seria imediatamente após o fim do último tempo. Eu teria mesmo que ter disposição para dançar logo depois de tantas horas de aula, mas como queria esse papel mais do que tudo, eu fui.

Quando cheguei ao auditório os dois estavam conversando até que o Sr. Schuester me viu e se interrompeu para me cumprimentar, então a Brittany se virou para me ver também e pela primeira vez aquele sorriso me acertou como um soco que me deixou até desorientada.

Eu tinha imaginado uma mulher lá pelos trinta e poucos anos, mas ela não parecia passar dos vinte e dois. Era alta, esbelta e tinha olhos azuis com um brilho de tirar o fôlego, se não fosse o ar gentil que aquele sorriso lindo passava ela seria intimidadora de tão bonita.

— Oi. Você deve ser a Rachel Berry. — ela disse, me deixando ainda mais fora do eixo com sua voz na angelical, e estendeu a mão. — Meu nome é Brittany. Brittany Pierce.

Demorou alguns segundos pra que eu saísse do torpor e conseguisse fazer meu cérebro funcionar o bastante pra pegar a mão dela antes que aquilo acabasse ficando constrangedor.

— P-prazer em conhecer. Não imaginei que você fosse tão nova.

— Eu disse que ela é minha ex aluna. Quantos anos acha que eu tenho, Senhorita Berry? — o Senhor Schuester perguntou com um sobrancelha erguida, levemente indignado.

Brittany riu e respondeu antes que eu tivesse tempo. — Não encana com isso, Senhor Schue. O senhor está ótimo.

— Obrigado, Brittany. — ele sorriu encabulado. — Você já se formou, pode cortar esse “senhor” e me chamar de Will.

— Will seria estranho, o Sen... Você era meu professor. Que tal William? Seria um meio termo. — argumentou ela com uma voz tão linda e doce que eu não diria que a Brittany “fala”, ela entoa.

— William então. Eu só tinha vindo apresentar as duas, mas pelo visto teriam se virado bem sem mim. — o Senhor Schue brincou nos fazendo rir. — Agora preciso ir. Brittany, foi ótimo ver você. Berry, te vejo nos ensaios.

Só minha nova professora se despediu porque, sinceramente, eu estava muito ocupada observando-a (cof cof babando por ela cof).

Assim que ele saiu, ela se virou para mim e disse. — Então... Nós já podemos começar, Senhorita Berry?

Ouvir meu nome na voz dela, mesmo que de um jeito tão formal, me fez ter que segurar um suspiro antes de dizer. — Sim, podemos.

— Vou te passar uma coreografia pra trabalharmos nas nossas aulas, mas antes eu quero ver do que você é capaz e o que precisamos fazer pra extrair a dançarina que existe em você. — ela falava um pouco mais séria e menos doce quando assumia o modo professora e ainda assim parecia encantadora pra mim. — Me mostre algo. Dance algo confortável, uma coisa com a qual já esteja familiarizada.

Nesse primeiro dia eu estava tão hipnotizada pela figura dela que tudo que ela me pedia ou perguntava, eu demorava um pouco a mais que uma pessoa normal pra fazer ou responder, então, mesmo sem jamais ter tido coragem de perguntar isso a Britt, tenho quase certeza que a primeira impressão que passei foi a de ser muito lerda (ao contrário do resto do mundo, cujo a primeira impressão é que eu sou acelerada até demais).

— Tudo bem. — murmurei por fim, tirando a mochila do ombro.

Foi fácil pensar em uma música confortável, eu fazia aquela coreografia há anos, saberia até de trás pra frente, então foi a primeira a surgir na minha mente. Mesmo assim me foquei ao máximo, tentei dançar o mais milimetricamente correto possível pra impressionar minha nova professora. Ao fim da música me senti bem satisfeita com o que tinha feito e esperava aprovação da Brittany, mas tudo o que ela fez foi me encarar por um instante e murmurar “hm”.

Simplesmente “hm”. O QUE DIABOS ISSO QUER DIZER?

Claro que foi apenas o que pensei, pra não parecer desesperada eu mantive a postura e perguntei. — Como me saí, professora?

— O Senhor Schue... William. — Brittany se interrompeu com um suspiro, corando de leve e derretendo meu coração outra vez. — Isso é tão estranho. Enfim, ele está certo. Você está bem longe de ser ruim, Senhorita Berry, só é crua como dançarina. Mas não se preocupe, vamos melhorar isso.

“Crua”. De novo esse termo.

Eu quis perguntar o significado, porém já tinha dito ao Senhor Schuester que sabia o que isso queria dizer, então não quis passar de mentirosa e segui dizendo.

— Vou fazer o meu melhor. Não quero decepcionar o Senhor Schue.

E outro “hm”. MALDITO “HM”!

— Começamos a ensaiar amanhã. — por fim ela disse, voltando ao sorriso e ao tom doce de antes.

— E porque não podemos começar agora? — não que eu estivesse animada para dançar exatamente naquele momento, mas a presença da Brittany era tão magnética que eu não queria sair da órbita dela tão cedo.

— Ainda vou criar a sua coreografia. Gosto de trabalhar especialmente com cada turma. Ou cada aluno, dependendo do caso. — ela explicou e se aproximou em passos graciosos, dava pra sentir uma vide de bailarina nela. — Gosto de explorar e amplificar o que cada pessoa tem de melhor. Por isso pedi que mostrasse algo confortável, queria entender o seu estilo de dança.

— Bom, eu sou uma atriz de musicais. — respondi sorrindo e tentando não deixar meu coração disparar enquanto nossa distância diminuía. — Ou ao menos quero ser. Digamos que meu estilo de dança tem que ser versátil.

— Sim, muito bem. — parecia ter uma certa satisfação no olhar dela, o que me deixou orgulhosa do que tinha dito sem nem saber porque. — Isso é verdade, ter versatilidade é ótimo pra qualquer dançarina. Mas, por enquanto, vamos trabalhar em torno da sua zona de conforto.

— Por mim, tudo bem. — concordei. — Obrigada por aceitar me dar aulas.

— O Senhor Schue... O William viu algo em você e eu confiei nele. Mas depois de te ver, eu que fico grata por poder te ajudar a ascender ainda mais. — ouvir isso me desestabilizou demais e, por Deus, eu tinha acabado de conhecer aquela mulher!

— Então fico mais grata ainda. — falei tentando não sorrir demais, porém falhando.

— De nada. Só... Desculpa pelos horários estranhos que vou te chamar pras nossas aulas. — ela entortou de leve a boca e corou um pouco outra vez, muito fofa.

— Não tem problema. — eu não disse só porque ela era incrivelmente linda, mas porque sempre fui muito determinada (embora aquele rosto e corpo fossem incentivos muito bons). — Mas, se não se importa que eu pergunte, porque precisa ser em horários tão específicos?

— Eu sei que o Senhor... William te disse que sou professora na A.D.O.R.A, só não deve ter mencionado que sou professora estagiária. — explicou pacientemente com aquele sorriso doce que me tira do eixo. — Com a faculdade, o trabalho e tudo mais minha rotina acaba sendo um caos total. Eu vou te encaixar onde der, então mantenho o pedido de desculpa.

Sei que naquele momento o sacrifício da Brittany era mais por consideração ao Senhor Schue do que a mim, mas fiquei toda bobinha mesmo assim. — Não peça. Eu que agradeço pelo seu tempo.

— Obrigada por entender. — dessa vez o sorriso dela foi tímido e eu quase enfartei. — Sabe... Eu pensei em tomar um suco depois daqui, então já que terminamos... Você gostaria de me acompanhar?

— E-e-eu? — sim, eu gaguejei. E sim, foi clichê e meio patético, mas eu sobrevivi.

— Sim. Por minha conta. — ela sorriu ainda mais, ela queria minha companhia.

— C-c-claro. Eu a-adoraria. — sim, eu gaguejei mais. E sim, foi clichê e meio humilhante. Mas eu ainda sobrevivi.

Juntei minha mochila que estava no chão e acompanhei minha professora encantadora até uma lanchonete não muito longe do McKinley. Lá ela pediu um suco de melancia e eu pedi um de morango, e enquanto esperávamos eu tomei um punhado de coragem e puxei assunto.

Descobri muitas coisas sobre ela como que seu amor pela dança ter começado quando ainda era criança, porém ela só ter conseguido seguir seu verdadeiro sonho e vocação graças ao Senhor Schuester, o que me fez admirá-lo ainda mais.

Mas confesso que minha descoberta favorita foi que a Brittany não era casada ou sequer comprometida (para minha alegria e alívio). Não que eu achasse que tinha alguma chance com ela especificamente naquele momento, mas ainda podia sonhar.

No dia seguinte o horário em que Brittany pode me encontrar foi ainda mais estranho, ainda assim fiquei grata a Deus por não ter sido imediatamente após o final da aula, pois conheci de verdade o modo Professora Pierce e ela era bem carrasca, se eu estivesse só um pouco menos descansada não teria aguentado a primeira aula.

Só que isso não me desanimou, apenas me fez gostar dela por uma perspectiva diferente da que eu já estava gostando.

Era estranho porque parecia que eu estava me apaixonando por duas pessoas ao mesmo tempo, a Brittany que sorria docemente pra mim e falava em um tom gentil e afetuoso quando conversávamos e bebíamos suco juntas, essa me fazia querer beijá-la lentamente e dormir de conchinha algum dia. Mas também tinha a Professora Pierce que... Bem... Digamos que ela me faz sentir coisas que ficam mais evidentes na minha calcinha.

Enfim... Os dias foram passando e virando semanas. Várias aulas e vários “hm” também passaram. Nunca odiei um som tanto quanto odiei o “hm”, mesmo vindo da minha musa.

Mas então chegou aquele dia. O primeiro dia mais feliz da minha vida. Embora tenha começado comigo passando raiva.

Eu já estava na quinta ou sexta repetição da coreografia, mas a Brittany parou a música no meio e deu um suspiro pesado, parecendo desapontada. O que, é claro, me quebrava muito por dentro.

— Senhorita Berry... — ela murmurou, me deixando nervosa com a frieza em sua voz. — Você é uma dançarina muito boa pra ser tão crua. Porque você faz isso?

— Faço o que? — perguntei encolhendo os ombros, me sentindo acuada.

— Porque você tenta tanto, Senhorita Berry? — ela disse em um tom meio triste.

— A-acha que eu deveria desistir? — coloquei a mão sobre o peito enquanto sentia as lágrimas querendo se formar, fiquei magoada.

— O que?! Não, é claro que não! — ela pareceu ofendida por eu tê-la interpretado desse jeito. — Eu só não quero que você tente, quero que dance.

— O que? — franzi as sobrancelhas, totalmente confusa. — Como assim?

— A coreografia tá impecável porque você a conhece de cor, eu aposto que conseguiria fazê-la até de trás pra frente. Mesmo assim sempre parece que você está tentando demais. — ela explicou com um fervor diferente da sua versão carrasca normal, era como se eu a tivesse deixado no auge da impaciência. — É como se você quisesse me impressionar, não dançar. Você tenta fazer tudo beeeem... Perfeitinho.

— Fazer perfeitinho é ruim? — questionei conseguindo ficar ainda mais confusa.

— Sim! Quer dizer, não! O ponto não é esse! — todas essas frases acabaram saindo bem exaltadas, então ela respirou fundo pra poder se acalmar antes de continuar. — Como eu posso te explicar? A dança... Tem que ser como o sangue.

— O... sangue? — repeti sem entender nada daquela conversa.

— Sim. Tem que partir do coração para o resto do corpo, senão só... Não flui. — explicou, recobrando aos poucos a paciência comigo. — A dança não é só técnica, é uma expressão. Ao dançar você não pode apenas se mexer, você tem que sentir. Ou não funciona, não importa o quão certo você faça, continuará errado.

Dava pra sentir o amor e a devoção dela àquela forma de arte em cada palavra, era lindo de ver e ouvir. E foi ali que sumiu qualquer sentimento de magoa, qualquer confusão, de repente só havia espaço dentro de mim pro meu encanto por ela.

— Uau. Isso foi... Tão profundo.

— Quer saber? — ela perguntou tirando o celular do bolso e colocando uma música pra tocar (hoje sei que era All Of Me), então o deixou no chão e se aproximou estendendo as mãos pra mim. — Vamos testar uma coisa diferente, uma coisa simples. Algo em que você não possa simplesmente ficar tentando me impressionar.

Senti meu coração acelerando... Acelerando? Disparando. Mas tentei me manter calma e me aproximei também, deixando que Brittany guiasse minhas mãos até seus ombros e então colocasse as dela na minha cintura. Continuar respirando normalmente foi desafiador, mas sou determinada.

E então, embaladas pelo piano suave e a voz de John Legend, começamos a nos mover lentamente, apenas balançando nossos corpos quase colados.

— To fazendo certo agora? — perguntei baixo, hipnotizada pelos olhos e intoxicada pela aura dela, mas querendo que aquela sensação nunca acabasse.

Ela riu, um riso doce e ao mesmo tempo debochado que ecoou por todo meu ser.

— Rachel... — ela nunca me chamava pelo nome nas aulas, então essas seis letrinhas me fizeram estremecer. — Para de tentar... Só dança comigo.

Eu me permiti viver aquele momento, não me segurei mais. Me deixei perder de vez no azul daqueles olhos, me embriaguei no cheiro que a pele macia exalava. Sim, eu também sentia a música, mas o que mais senti foi ela...

— Agora sim. — ela sorriu e o mundo pareceu parar pra mim. — No que está pensando?

— Não estou... — murmurei quase sussurrando.

E, provando definitivamente que não estava pensando, deslizei uma mão do ombro pro pescoço dela e puxei delicadamente pra baixo, ainda assim precisando ficar nas pontas dos pés pra unir nossos lábios, um simples toque por segundos eternos.

Foi mágico, delicioso e perfeito.

Até que eu entrei em pânico e me afastei abruptamente com os olhos bem arregalados.

Brittany também me olhou em choque por um momento, mas logo me puxou de volta e atacou minha boca com vontade, agora pedindo passagem com a língua e deixando tudo ainda mais intenso, mágico, delicioso e perfeito.

Flashback off

Nunca vou esquecer a sensação de beijar a Brittany pela primeira vez. Até porque sinto tudo de novo e de novo e de novo sempre que a gente se beija.

Já se passaram dois anos, dois maravilhosos anos, desde então. E ainda é difícil manter meu foco no filme ao invés de pensar no quanto sou sortuda por estar com os braços da mulher mais linda do mundo me rodeando, me mantendo o mais coladinha possível.

E fica mais difícil quando ela simplesmente decide começar a cheirar e distribuir beijos no meu pescoço, me deixando toda arrepiada e entregue. Como tá acontecendo agora mesmo, me fazendo fechar os olhos e suspirar.

— Britt... Nunca vai deixar eu me concentrar, né? — digo com um sorriso bobo.

— Reclamações, Senhorita Berry? — perguntou com um sorrisinho cínico.

— Não, senhora. Nunca. — respondi bem séria, fazendo-a rir.

Ai droga, essa risadinha abafada que sempre me faz arrepiar é golpe baixo.

De novo eu não resisti e virei o rosto, deixando o acesso a minha boca livre pra ela poder beijar. Mais um beijo mágico, delicioso e perfeito. Céus, como eu adoro isso.

Claro, eu sei que daqui alguns minutos (ou talvez segundos, hehe) esse beijo vai acelerar e vamos nos amar por exaustivas e maravilhosas horas, mas... Nesse exato segundo, nesse simples beijo carinhoso, lento e longo eu posso sentir todo o amor que ela tem por mim e tenho certeza que ela também pode sentir o amor que tenho por ela.

E isso com certeza é a melhor coisa do mundo.

O Fim.


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Notas finais do capítulo

Imagine que vc untou uma forma, despejou metade da massa de uma torta, colocou o recheio e cobriu com a outra metade depois salpicou queijo ralado por cima. Tem algo de errado com essa torta?
Não, só está crua. Está tudo certo, o que falta é o calor pra assá-la e deixá-la pronta para consumo.
A Rachel fez todos os passos certos, só faltava a energia, o calor, o fogo. Senão seria como ver um robô dançar sem vida alguma.
Termo explicado, espero que tenha gostado da one-shot.
xoxo
Atenciosamente, ECIP (Leonardo A. Guedes)



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