Some More escrita por Deby Costa


Capítulo 7
Abismo das diferenças.


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora em postar, me perdoem os erros. Como vcs sabem a história não tem passado por betagem.
Boa leitura.



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Respeito é uma ponte que se constrói sob o abismo das diferenças!

Inês Seibert.

 

 

Desacostumados com o timbre forte de um Alpha, alertas, alguns aldeões olharam para Ino, que acompanhada do grande irmão se dirigia à residência de Hananee e Kiba-kun, mas não havia agressividade alguma na voz da jovem. A Yamanaka só queria agradecer ao garotinho de riso frouxo que colocou um galhinho de glicínias em suas mãos e fugiu.

— Ei, venha aqui seu pestinha!

Divertindo-se com a frustração da sobrinha ao ver-se ignorada de propósito, pois o pequeno pestinha já adentrava numa ciranda com outros pequeninos e mais meia-dúzia de filhotes de ninkens, Santa perguntou:

— Eles são encantadores, não são?

— Sim, são. — A resposta veio sem hesitação.

— Vamos nos sentar um pouco? — Santa convidou ao se aproximar de um banquinho de pedras, já que Ino aparentava estar cansada. O corpo da jovem ainda estava debilitado, o que justificava o apoio da bengala, mas em seu chakra era perceptível a mudança que os ares da montanha vinham fazendo em seu interior.

Após a manhã em que se encontraram pela primeira vez e que Ino descobriu seu parentesco com ele, ocasião em que ela ouviu suas histórias sobre Tayuya e como foram os breves anos que o Alpha viveu ao lado da Beta, Santa-niichan passou a acompanhá-la durante suas caminhadas matinais ou as do final da tarde, como era o caso no momento. Embora percebesse a curiosidade da sobrinha acerca do relacionamento dele com Inoichi, a moça não perguntou mais sobre o assunto, provavelmente por desejar ter aquela conversa sobre o passado com o pai, não com ele.

— Eles são tão… tão…—Ino não conseguia encontrar uma palavra que explicasse como ela via os moradores das montanhas, e Santa sorriu. Naquele instante via na sobrinha, traços da personalidade altiva e imperiosa de Inoichi, mas na mesma proporção, bastante da docilidade de Aimi em seus gestos. Aquela menina era a perfeita junção do casal de Alpha que o destino uniu em mais um dos seus sábios rearranjos.

— Livres? — Pela fisionomia da sobrinha, ele havia acertado.

— É… livres. — Ino coçou a nuca e Santa-niichan solidarizou-se com a jovem. Era triste pensar daquela forma, mas sua sobrinha era uma Yamanaka, liberdade não era uma palavra com a qual o clã onde os dois nasceram estava familiarizado.

— Eles são tão diferentes da gente. — Havia um quê de apreço nas palavras de Ino, mas não somente isso.

A exemplo do que fez consigo no passado, O'caminho havia levado aquela criança longe demais, ou quem sabe fosse justamente o contrário, mas era cedo para Ino compreender aquele paradoxo. Uma coisa era certa, tendo ela iniciado o caminho do autoconhecimento, este não estaria sujeito a intervenções, muito menos retorno. 

— Eu também pensava dessa forma antes de me estabelecer nas montanhas, mas o tempo aqui em cima me  ensinou o quanto nossos clãs têm em comum. — Santa observou as crianças dançando com seus ninkens, antes de explicar os motivos:

— Tanto para os Yamanaka, quanto para os Inuzuka, o divino, a natureza e a família são seus maiores tesouros, o modo como eles veem e lidam com essa tríade é que é diferente.

Quando abraçou a vida de oração e trabalho duro em meio aos anciãos que cuidavam do santuário, Santa aprendeu com os que guardavam e transmitiam a tradição dos ancestrais, que aquela dinâmica: divindade, natureza e família com a qual estava tão acostumado, era mais ampla do que pensava. De maneira oposta aos Yamanaka, que viam aquela importante trindade como um triângulo estático, para os shifters das montanhas aqueles três elementos se harmonizavam num círculo abrangente. 

— Para os Inuzuka, a fé transcende o rito, a natureza é uma bondosa irmã que lhes concede o necessário para a sobrevivência, e a Família não é reduzida apenas a laços sanguíneos.

A jovem ficou em silêncio, degustando a informação que Santa lhe passava.

— O segredo para os Inuzuka serem desse jeito está no relacionamento deles com seus marus. Ao longo dos séculos, os Inuzuka ensinaram aos cães selvagens o significado da liberdade e em troca, seus parceiros caninos lhes mostraram a verdadeira essência de lealdade e fidelidade.  O elo ancestral entre os Inuzuka e os ninkens, era tão profundo que nem a morte era capaz de desfazê-lo.

 A relação entre humanos e ninkens que se iniciou a partir de uma dívida de sangue e mantinha-se em pé de igualdade desde tempos remotos, sempre encantou Santa-niichan.

— Vamos. — Santa estendeu o braço para que Ino se erguesse do banco. Devagar e de braços dados, os dois Alphas retornaram à caminhada.

Um pensamento chegou à mente de Santa, quando começou a andar, na verdade, uma lembrança, que o deixou saudoso. O grande irmão recordou de seu amigo, Kuromaru, o ninken de Tsume-san.

Quando ocorria de um tutor partir antes do seu ninken, como aconteceu com a Inuzuka, muitas vezes o maru se isolava nas montanhas para esperar pela hora da própria morte, mas existiam aqueles que abriam mão desse isolamento para assistir e cuidar dos familiares de seu companheiro humano, como Kuromaru fez, ao cuidar de Hana e Kiba até o dia em que ele partiu para reencontrar com Tsume nos domínios de Inu–sama...

De repente uma leve pressão em seu braço o fez interromper o saudosismo pelo qual estava se enveredando. Ao olhar para Ino, viu que a garota tinha a atenção voltada para alguém à frente deles. Ele vinha caminhando tão imerso na conversa e em seus devaneios, que não notou já estar diante da residência da médica de bichinhos, como as crianças da aldeia chamavam Hananee.

— Boa tarde, Hana! — O Alpha cumprimentou e foi atingido por uma leve onda de ciúme, que o fez ficar feliz, pois indicava que as coisas entre as duas moças estavam mais próximas a se ajeitar.

Santa amava a ex-estudante de veterinária como se fosse uma filha. Ele jamais iria julgá-la por ter aquele tipo de sentimento. Hana tinha pressa e o Alpha conhecia bem aquele sentimento. Apesar de estarem sob o mesmo teto há meses, Ino e a Inuzuka mal haviam conversado desde que sua sobrinha acordou.

— Aqui está sua menina, sã e Salva! — O homem implicou e notou a vermelhidão tingir a face de Hana instantaneamente. Santa se virou para a sobrinha e retirou o braço dela do seu, deixando em seguida um beijo casto na testa da garota antes de entregá-la sob os cuidados de Hana, que já havia se colocado ao lado deles. — Deixemos nosso bate-papo para outra oportunidade.

— Boa tarde, niichan e obrigada por trazê-la. — Hana agradeceu e em seguida segurou o braço de Ino do mesmo modo que ele fazia antes.

— Foi um prazer. — O Alpha não mentiu. Nos últimos dias, cada minuto gasto com a sobrinha era uma dádiva que ele agradecia a Inu–sama. — Até amanhã! — Santa deu adeus para a moça e acenou para os trigêmeos Haimaru que as aguardavam na varanda da casa.

— Até amanhã! — Hana respondeu antes de lhe dar as costas, levando Ino consigo.

Enquanto as mulheres seguiam de braços dados para o interior da cabana, Santa–niichan refletia sobre o que via. À sua frente não havia dois clãs diferentes, ou duas famílias distintas, tampouco planície e montanha. Diante dele havia apenas duas shifters que tinham o direito à felicidade e em seu coração ele desejava somente que mais pessoas pensassem assim

—Que os deuses lhes concedam mais tempo juntas. — Ele pediu ao ver a porta se fechar atrás das duas.

Santa suspirou ao olhar para o horizonte, visto que nuvens escuras se formavam na área da cachoeira da morte. Aquele nem sempre era um bom presságio. Por fim, o homem seguiu seu caminho de volta para o santuário por conseguinte para suas orações.

 

******

 

Ino ficou paralisada ao ser atingida por tamanha ternura. O beijo casto que o tio deu em sua testa, a promessa de conversarem em outra ocasião, seu até breve. Tudo foi ignorado por sua mente, que naquele instante só conseguia se concentrar em Hana. Era como se todas as preocupações, pressões e tormentos que a Alpha traziam consigo até aquele instante não fizessem mais nenhum sentido na presença dela.

— Você está bem? — Hana perguntou assim que elas chegaram a engawa.— Como você passou o dia?

— E-eu... — Ino gaguejou.

Hana não esperou respostas, passando a lhe apalpar. Saudades, preocupação, carinho e tantos outros sentimentos se desprendiam da Beta e chegavam até Ino em simultâneo que a Alpha se viu desconcertada. — Eu estou bem.

Hana ficou sem graça.

— Sei que é chato ficar sozinha em casa, porém mesmo caminhando devagar, você não deve andar tantos quilômetros como tem feito desde o início da semana. — A Beta chamou sua atenção antes de abrir a porta de casa e lhe dar passagem.

Tão logo elas chegaram ao genkan, a Beta se abaixou e colocou um par de surippas à sua frente. Hana teve o cuidado de retirar a bengala de sua mão e colocá-la no cabideiro de parede, em seguida ela pegou o galho de glicínias e pôs as flores no piso mais alto da sala. Embora estranho todo aquele ritual era familiar e Ino se sentia confortável com ele, como se aquela sequência de gestos e atitudes da outra para consigo fizesse parte de uma rotina já vivida por ambas, sendo que aquela era a primeira vez que a Beta se comportava daquela forma.

— Você deve estar faminta? — A Inuzuka pegou as flores e seguiu para a sala.

— Hã?

— Você não comeu nada após o almoço, deve estar com fome. — Desta vez a Beta afirmou.

Os trigêmeos passaram por Ino e se acomodaram em cantos específicos da sala. Finalmente a jovem saiu da inércia e seguiu no encalço da outra.

Hana havia se ajoelhado diante do kotatsu e posto as flores sobre o móvel. A jovem mexia numa bandeja de vidro onde estava disposta uma torta de morango. Sobre a mesa baixa também estavam organizados alguns talheres e pratinhos de sobremesa, além de copos e uma jarra com suco de frutas.

— Não muita. — Ino se sentou e quando a frase deixou seus lábios, sua barriga roncou, deixando-a sem graça. — Desculpa! — Ino pediu e a Beta sorriu discreta para não constrangê-la.

— Não sei se você gosta de torta de moran... — Hana começou, mas a loira a interrompeu de modo brusco.

— Eu adoro! — A Yamanaka disse alto demais e ao se dar conta da gafe, imediatamente mordeu o lábio inferior e fez uma careta engraçada. — Desculpa. — Diante do seu segundo pedido de desculpa em tão pouco tempo, a Inuzuka não conseguiu mais segurar o riso e o gostoso som das suas risadas paralisou Ino por alguns segundos.

Hana sempre agia tão séria na sua presença...

Ao se dar conta disso, a Alpha percebeu que aquela era a primeira vez que via a outra sorrir daquele jeito e diante da descoberta, Ino sorriu também. Enquanto os risos delas se misturavam e tomavam o interior da sala, a sensação de Dejá–vù se instalava com força em seu peito.

— Porque todas as vezes que estou com você…

A ideia era perguntar o porquê de sempre ser dominada por uma sensação de já visto, todas às vezes que elas estavam juntas, mas quando percebeu Ino já estendia a mão e tirava uma mecha de cabelo de Hana que encobria seu olho e a colocava atrás da orelha da Inuzuka. Ousada, a Yamanaka acariciou a marca vermelha na bochecha da Beta, e ao sentir a maciez da sua pele, teve vontade de ir mais além, contudo a sensação de estar sendo observada por uma aura selvagem a fez recuar de súbito.

— Otouto! — Hana exclamou, fazendo-a olhar para o genkan. No local, acompanhado de Akamaru, Kiba as encarava intrigado.

Passado o choque de ambas, Ino deu um longo suspiro, pois sentiu a tensão que surgia no chakra de sua anfitriã, algo perfeitamente justificável naquela situação. Kiba ainda fugia todas as manhãs ao sentir sua presença e a evitava até nos horários das refeições. Há duas noites ela sentiu o chakra do Ômega quando ele foi assaltar o armário da cozinha após ela ter ido dormir, sendo assim, o melhor que poderia fazer pelos moradores da casa era deixá-los sozinhos. O adolescente também devia estar faminto, visto que durante toda aquela semana andava atarefado com as festividades que em breve ocorreria no clã.

Ino preparou-se para deixar a sala, mas Kiba a surpreendeu ao perguntar ao se dirigir a irmã:

— Isso é torta de morangos? — Pé ante pé, o adolescente se aproximou do kotatsu, sentando ao lado da mais velha. Akamaru, seguindo o exemplo dos outros ninkens, entrou na sala e deitou-se num cantinho.

Hana inicialmente arregalou os olhos, mas em seguida relaxou.

— Com cobertura de chocolate do jeitinho que você gosta. — Ela completou antes de partir um pedaço do doce e colocá-lo num pratinho para servir o irmão.

O garoto pegou uma colher e atolou na torta, depois pôs na boca e gemeu exagerado após provar o primeiro pedaço do bolo.

— Otouto, como devagar ou acabará engasgando. — A Beta disse ao que o garoto colocou outra colherada do doce na boca. Hana pegou um pedaço do bolo para si, passando a comê-lo devagar.

Hipnotizada ante a interação natural dos dois irmãos e a alegria que emanava deles, Ino recordou do tio. Realmente os Inuzuka eram encantadores, em especial aqueles dois.

— O que foi? — Kiba finalmente olhou para ela.

— Você não vai comer? — Mal-humorado, o adolescente apontou a colher para o prato que estava diante dela.

— E-eu… eu…— Ino demorou a processar que o garoto falava consigo.

— Depois não reclama quando eu terminar a minha e partir para a segunda rodada, não deixando nada para você. — Afrontoso, o garoto ameaçou.

— Kiba… — O tom de Hana era bravio, mas a felicidade fluía através do seu chakra.

Acostumada a não tolerar desaforos de ninguém, Ino soltou a língua.

— Garotinho, acha mesmo que irei deixar algo para você? — A loira entrou no clima e pegou o ergueu o pratinho do kotatsu. A estudante atolou uma colher no seu pedaço de torta e encheu a boca. — Faminta como estou, esse pedacinho será só o começo. — Ino falou cuspindo o bolo para tudo quanto era lado.

— Garotinho?! — Indignado, Kiba encheu a boca outra vez, mas seus olhos marejaram no processo.

Hana e Ino se entreolharam e começaram a rir. O Ômega fez o mesmo após engolir o pedaço de torta com a ajuda do suco. Não demorou para que as gargalhadas do trio chamassem a atenção dos vizinhos mais próximos, que percebiam algo mágico nascendo no interior da cabana de madeira onde viviam os dois filhos da saudosa Inuzuka Tsume. Uma alegria tão contagiante que confortava seus corações. Vibrações semelhantes às que eles sentiam quando a matriarca daquela família estava viva. 

Contagiados pelo novo sentimento nascente naquele lar, em meio às suas lidas diárias, os aldeões também começaram a sorrir.

 

******

 

Inoichi não era o protagonista daquela história e naquele instante tinha certeza que ninguém gostaria de saber sobre sua vida, menos ainda sobre os erros que ele cometeu outrora, mas seus pecados não lhe deixavam seguir adiante e afetavam a vida da pessoa a quem mais ele amava no mundo. Se fechasse os olhos, o atual patriarca dos Yamanaka ainda seria capaz de retornar ao dia em que viu seu irmão pela última vez. A imagem de Santa parado diante do hospital onde a mãe deles faleceu, era nítida.

As vestes do irmão eram simples e as presas vermelhas que ele havia adotado após passar um tempo nas cordilheiras, estavam desenhadas em seu rosto. O filho mais velho de Yamanaka Tane havia retornado a Konoha após anos e implorava a autorização do pai para ver a genitora pela última vez, mas, rancoroso, o líder do clã não permitiu. Na ocasião, magoado e prestes a assumir responsabilidades para as quais não havia sido preparado, Inoichi, agindo feito um tolo, sequer cogitou interceder em favor do irmão mais velho, então apenas se omitiu. Em sua mente egoísta e imatura, o outro merecia tamanho desprezo, afinal, havia virado as costas para todos, inclusive para ele, e não somente uma, mas duas vezes.

O tempo passou e hoje Inoichi conhecia algo que sua sábia mãe antes de morrer, revelou existir. A sacralidade arraigada na paternidade. Ser pai, mais do que ser o líder de um clã, o fez ver o passado com outros olhos, como a mulher que o gerou no ventre e lhe preparou para as dores do mundo disse que lhe aconteceria no futuro...

— Ei, cabeção! — Kakashi gritou, fazendo-o interromper bruscamente o estado de introspecção no qual estava mergulhado. Pelo visto, não havia sido a primeira vez que o Alpha lhe chamava. — Desculpa atrapalhar o momento transcendental que tu tá tendo com você mesmo aí atrás, mas…—O Hatake pausou a frase, para lutar ferozmente contra o manche do monomotor durante o escoamento de ar que passava desordenado e impetuoso pelas asas do avião. Era óbvia sua dificuldade em controlar a aeronave.

— Se não deres um jeito nesses dois Alphas, em especial no grandão dos insetos... — Kakashi inclinou a cabeça em direção a Shino que aparentava estar fora de si e impossibilitado de conter seus insetos. Sob a pele do Aburame, alguns kikaichus, pressentindo o perigo sobrenatural rondando o avião e seu hospedeiro, preparavam-se para atacar o Yokai que estava à espreita. — Mesmo que Inu-sama nos dê um desconto por invadir sua montanha sem permissão, vamos para saco por intermédio dos amiguinhos desse cara.

Kakashi resumiu a atual conjuntura, mas, letárgico, Inoichi demorou a compreender onde o militar queria chegar.

— Caralho! Anda logo. Apague esse moleque, seu desgraçado! — Tomado pelo desespero, Kakashi berrou, fazendo o Yamanaka olhar para a escuridão que sem piedade se preparava para engolir o monomotor.

Finalmente, o Alpha esboçou reação e passou a mover as mãos numa rapidez impressionante, concentrando nelas uma quantidade absurda para apagar Shino, porém já era tarde.

 

******

 

Ino não cabia em si de tanta felicidade. O dia anterior terminou tão bem que enquanto ela caminhava pelas ruazinhas da aldeia ao lado do Haimaru mais velho, a jovem ainda tinha a sensação de estar nas nuvens. O curioso era que sua mente não estava tão longe como costumava estar nos últimos dias, quando a faculdade, as pressões dos anciãos quanto a seu futuro e o medo de não estar à altura dos sonhos que seus pais sonhavam para ela, eram suas prioridades. Pela primeira vez desde o seu despertar, não sentia vontade de retornar a sua vida de antes. A Alpha não queria estar em outro lugar, só desejava estar ali…

— O que foi? — Ino perguntou para o ninken que havia parado e se colocado em estado de alerta no meio da rua. Enquanto o animal olhava para frente em total concentração, um calafrio fez a Alpha levar a mão no peito. De repente a Yamanaka sentiu-se bombardeada por uma gama de sentimentos conflitantes e levou alguns segundos para ela ser capaz de controlar a respiração, mas assim que conseguiu um nome deixou seus lábios.

— Kiba…

O instinto protetor inerente a sua casta a impulsionou a dar um passo à frente na tentativa de correr, conquanto para a Alpha fosse impossível devido seu estado, mas ao perceber sua dificuldade, o ninken de um modo ridículo passou a cabeça por entre suas pernas, colocando-a sobre suas costas e correndo na sequência. Não demorou para que a shifter e o cão estivessem diante da cabana do curandeiro.

Sem nenhuma cerimônia, Ino passou pelos outros dois Haimaru que estavam do lado de fora da cabana e invadiu o lugar tão logo foi colocada no chão. A Alpha ignorou os rituais no genkan ao avistar Hana diante de uma maca e tentando conter um agitado Kiba. Akamaru, Akita e Inuzuka Kazuo também estavam no espaço e os dois últimos seguravam o Ômega por suas pernas e braços.

— Hana… —Ino chamou e quando a Inuzuka lhe dirigiu o olhar, os olhos da Beta estavam marejados.

— Eu preciso aplicar a medicação nele. — Era visível que a Beta não conseguia conter o garoto.

Mesmo não usando sua habilidade sensorial há muito tempo, Ino sabia que poderia acalmar o garoto, pois era uma Alpha, mas precisava da autorização de Hana.

— Deixe-me acalmá-lo. — Ino pediu e bastou uma troca de olhares para a Inuzuka se afastar da maca.

Ao concentrar-se na manipulação do próprio chakra, Ino foi atingida por uma microfonia absurda que a fez tapar os ouvidos. Tudo e todos pararam ao redor dela. A sua frente, a Alpha só via água, pedras e destroços de um monomotor, porém ela não viu apenas isso. A Yamanaka também viu seu...

— Pai?— A jovem franziu o cenho ao se deparar com a figura imponente do patriarca.

Mestre em técnicas avançadas, um hábil telepata e ninja sensor, Inoichi usou um poderoso genjutsu de comunicação à distância para se comunicar com ela e mostrar o avião em que ele estava e onde o mesmo havia caído, contudo, o Alpha não estava sozinho.

— Shino?— Os joelhos de Ino vacilaram, quando a moça notou que Inoichi segurava o Aburame nos braços.

— Filha, não posso explicar nada agora. Se seu amigo não receber assistência com urgência, poderá morrer.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, sempre fico insegura após postar. rsrsrsrsr
Para quem chegou até aqui e que também está acompanhando minha fanfic, Retratos da família Inuzuka Aburame, deve ter percebido algumas semelhanças entre os dois últimos capítulos de Some More e os capítulos 3 (Divida de sangue) e 9 (Pacto espiritual) de Retratos. Tenho que dizer para vocês que essas coincidências são propositais.
Minhas fanfics, Some More e Retratos da família Inuzuka Aburame tem certa ligação com uma terceira história na qual venho trabalhando há dois anos e que começarei a postar quando ela estiver toda digitada e editada (para que vocês não tenham que esperar muito pelas postagens). Essa trama se chamará, Criança Nobre. É uma ShinoKiba / InoHana (ABO) que se passará no período feudal e que contará a história de como surgiram os clãs Yamanaka, Inuzuka e Aburame. (na minha visão).
Sou suspeita, mas estou adorando escrever essa história. Assim que terminar Retratos e Some More, me dedicarei exclusivamente a trazer Criança Nobre a vida. (Tomara que vcs não estejam saturados desses shippes até lá, rsrs)
Beijos e obrigada pela paciência que todos vocês têm comigo. Até.
PS: Não sei se vcs perceberam que Some More têm elementos de várias crenças ao longo dos capítulos (curiosidade nada com nada aqui, rsrsrs), mas hoje coloquei um pouco de catolicismo na forma como os Inuzuka veem a trindade deles: família, natureza e divindade…






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