História Akatsuki No Yona: Álcool e Revelações escrita por Fanfictionwriter


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem!



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Era uma bela noite, com o luar brilhando sobre o céu. A brisa fria do início da noite era compensado pela fogueira grande no centro do vilarejo, cujas labaredas pareciam dançar e estalar alegremente. Apesar de muito simples, a população local tinha o coração ardente de felicidade, finalmente estavam se erguendo após as investidas maldosas do império Kai em seu território, e tudo isso graças aos seus novos ajudantes.

Mais um dia de trabalho árduo no grupo faminto e feliz! Finalmente podiam se sentar um pouco e relaxar, mas, obviamente, os rapazes preferiram continuar os esforços para transformar o lugar em que estavam. Eram incansáveis. Era reconfortante ver como o ambiente se transformava a cada dia que passavam naquele pobre vilarejo da tribo do fogo. Quando chegaram a forme era devastadora, assim como a falta de recursos da população. Em pouco tempo conseguiram construir moradias um pouco melhores para o povo, assim como compartilhar o conhecimento que tinham sobre medicina e culinária! Várias pessoas foram melhorando aos poucos com os cuidados que recebiam, aprendendo também a produzir medicamentos para venda, o que aumentou a renda local. Aquele estranho grupo marcava onde passava por, mesmo com tão poucos recursos, mudar a vida das pessoas que o encontravam.

Hak, JaeHa e Kija decidiram usar a força física que restava no dia para terminar de mover algumas toras de madeira para longe do acampamento, afim de tratarem elas para serem usadas como estrutura para casa depois. ShinHa e Zeno seguiram no cuidado com os doentes, administrando algumas novas medicações inventadas pelo jovem Yun. Apesar da constante insistência do povo para que parassem um pouco e se juntassem a eles num jantar alegre, em celebração pelas mudanças visíveis em seu povo, os rapazes não cederam ao descanso. Yona e Yun estavam empolgados em trabalhar com os amigos, mas foram impedidos de última hora.

 Hak: Acho seriamente que vocês deveriam ficar aqui e confraternizarem com o pessoal.

 Kija: É verdade! Vocês se esforçaram demais e precisam descansar para não adoecerem! - alertou os pequenos verdadeiramente preocupado, mas isso não impediu de ver dois rostinhos irritados em resposta.

— Yona: Vocês também se esforçaram o dia inteiro! Queremos ajudar também. - aquele olhar determinado na face pequena e delicada da menina era de tirar do sério qualquer um. Sabiam da teimosia de sua mestra e, de certa forma, a admiravam ainda mais por isso. Queriam muito tê-la ao seu lado o tempo todo, mas com uma pequena inspeção com o olhar já encontravam diversos arranhões e calos nas mãos dela, assim como era visível as olheiras sob os olhos ametistas e as roupas imundas e surradas por não ter tempo sequer para se banhar. Kija e Hak suspiraram derrotados por ela, mas JaeHa permanecia determinado.

— JaeHa: Yona querida, nós sabemos! Vocês são fundamentais aqui. Mas estão exaustos… Um trapo na verdade – finalizou com um olhar de cima a baixo, de forma brincalhona e sarcástica para enfatizar o estado de ambos.

— Yona: Está tão ruim assim? - perguntou consciente da própria situação, mas logo balançou a cabeça, afastando esses pensamentos e focando no que realmente queria – Não importa! Todos estamos sujos, vamos trabalhar juntos mais um pouco! - falou enquanto se direcionava para fora da barraca em que estavam se preparando para sair, parando apenas quando percebeu a proximidade do amigo loiro sorridente.

— Zeno: Se-nho-ri-ta~! - Disse alegremente enquanto pulava na frente de sua amada mestra – Zeno promete cuidar bem de toooodo mundo aqui. Pode descansar um pouco. Amanhã será um novo dia e precisaremos de vocês bem. - Apesar de contrariada, era praticamente impossível negar algo para o seu raio de sol, ainda mais olhando tão de perto para aqueles olhos cristalinos. Suspirou frustrada, assim como Yun, e aceitou a derrota.

 Yona: Okay… Vamos ficar por aqui. - respondeu cabisbaixa.

 Yun: Ainda acho que poderíamos ir com todo mundo… - cruzou os braços emburrado e murmurou.

— Yona: Pelo menos podemos aproveitar um pouco e conhecer melhor o povo da vila! Parece que estão preparando um banquete com o melhor que tem. - procurou animar o amigo, que parecia pior que ela.

— Hak: E podia aproveitar pra tomar um banho… - implicou com a moça, recebendo dela um cascudo e rindo em troca.

Saíram então rumo aos seus afazeres, enquanto os dois mais novos decidiram realmente se banharem… De fato a situação não estava das melhores. Após conversarem com a anciã da vila, souberam de um bom riacho para se banhar e logo se dirigiram para lá. Geralmente algum dos seus amigos ficava de vigia enquanto se limpava, então teve a ideia de revezar essa tarefa com Yun. Ela foi a primeira a entrar na água gelada, tendo que fazer isso bem devagar, senão sentia que seus membros fossem congelar. Com um longo suspiro mergulhou a cabeça e, ao levantar, recebeu o vento gelado na pele fria, fazendo-a se arrepiar. Apesar de um pouco desconfortável, era delicioso sentir a natureza assim, ainda mais para alguém que havia crescido tomando banhos diários com água aquecida e perfumada. Riu sozinha com a memória e, após admirar a bela paisagem sob a luz do luar, apressou-se em se limpar, afinal de contas Yun estava esperando. Quando terminou de se vestir trocou de posto com o rapaz, que tinha o rosto levemente corado pelo constrangimento de saber que há pouco ela se banhara tão próximo dele. Enquanto esperava pode aproveitar a sensação da pele macia e perfumada, assim como os cabelos limpos. Quando conversaram com a anciã, receberam kimonos limpos e novos para usarem, e como era bom usar uma roupa cheirando bem.

O grupo que seguiu para trabalhar com as madeiras sentia o suor secando pelo frio, o esforço diário era enorme, mas estarem na companhia um do outro, como irmãos, era tudo o que precisavam. Kija sempre esbanjava força com seu braço dragão, competindo com os outros dois para ver quem carregava mais troncos sem se cansar e, obviamente, ganhando.

— JaeHa: Acho que Yona ficou um pouco chateada com a gente… - disse melancólico.

— Hak: Não se preocupe tanto! Ela é teimosa, mas sabe que precisa descansar.

— JaeHa: Yun também parecia irritado hahaha – riu com a lembrança das bochechas estufadas do menor.

— Hak: É verdade! Espero que se divirtam um pouco… Aqueles dois se esforçam demais.

Já os dois que permaneceram com os doentes não conversaram muito, já que o dragão azul era caladão por si só, mas os olhares que trocavam entre si eram suficientes para compreenderem um ao outro, trabalhando como uma bela dupla.

— Zeno: Zeno está te sentindo tenso! - falou preocupado com o irmão.

— ShinHa: Estou… Preocupado.

— Zeno: Com a senhorita e o menino? - recebeu um aceno positivo em resposta e deu-lhe um sorriso – Eles são mais fortes do que parecem, vão ficar bem!

Já limpinhos e cheirosos, se juntaram ao pequeno grupo de pessoas que moravam naquele simples lugar. Era um momento tão belo que gostariam de pôr em um pote e guardar para sempre. Quando chegaram no vilarejo encontraram dor e sofrimento no olhar delas, mas agora podiam ouvir as gargalhadas e as conversas alegres, assim como a música de um belo instrumento de corda ao fundo. Estavam festejando mais um dia de vida, de forma pura e simples. A comida não era sofisticada, na realidade era o ensopado com os poucos legumes que conseguiram colher na nova horta que fizeram; com a carne de alguns pássaros pegos por Yona, mas era deliciosa! Riram muito ouvindo as histórias que contavam, divertindo-se até acabar a comida. Preocuparam-se com os colegas que provavelmente estariam famintos, mas relaxaram ao saber que alguns moradores haviam levado marmitas para eles. O que não esperavam era receberem de presente uma garrafa de sakê feita por eles mesmos. Não podiam recusar uma oferta tão bonita, então decidiram tomar um gole em agradecimento. Sabiam que se seus companheiros estivessem por perto, provavelmente diriam algo como “Não têm idade para beber ainda!” ou “Deixem isso para os mais experientes”. E usariam essas desculpar para tomar o líquido inteiro sem dividir! Após uma troca de olhares longa, decidiram aprontar um pouco enquanto estavam sozinhos. Yun e Yona se viam como irmãos, era impressionante como se entendiam tão bem. Ousaram então aceitar a taça emprestada para provar o líquido proibido e já no primeiro gole se arrependeram amargamente!

—Yun: Aaaaaarg que coisa ruim! - reclamou enquanto tossia pelo álcool queimando na garganta.

— Yona: Uuuuuuh nem me fale ahahahahaha – e acabaram rindo juntos da estranha aventura que estavam experimentando.

Em poucas horas o pessoal já havia se recolhido para dormir, pois conforme a noite se aprofundava o frio crescia. Cansados do serviço exaustivo, os rapazes decidiram voltar para a tenda em que estavam instalados, encontrando Zeno e ShinHa no caminho.

— Kija: Irmãos! Voltamos na mesma hora!

— Hak: Como foi o turno de vocês?

— Zeno: Tudo tranquilo! Parece que as pessoas estão se recuperando aos poucos com o tratamento do menino Yun.

Continuaram seu caminho até perceberem um barulho estranho saindo da barraca. Se assustaram num primeiro momento, mas logo perceberam que se tratava de gargalhadas e relaxaram. Hak foi o primeiro a puxar o tecido de “porta” do ambiente, deparando-se com uma cena um tanto inesperada: Yun estava sentado no futon com as duas mãos sobre o estômago, contendo-se de tanto rir, enquanto Yona rolava ao seu lado, também fora de controle das próprias risadas. Quando perceberam a presença dos colegas extremamente surpresos e curiosos, Yona abriu os olhos, ainda deitada de barriga para cima, com a cabeça pra baixo enquanto olhava diretamente para eles e, mesmo tentando conter as gargalhadas, não conseguia, virando-se novamente.

— Hak: O que diabos?!… - perguntou espantado.

 JaeHa: Acho que sei o que foi… - disse sorrindo enquanto levantava uma garrafa de sakê vazia, mostrando ao grupo.

— Zeno: Senhoritaaaa, conte pro Zeno o que há de tão divertido! - Perguntou se aproximando da ruiva que agora conseguia controlar novamente a respiração, mesmo que com dificuldade.

— Yona: Pessoaaaaaaal, vocês voltaraaaaaam! Okaeriii~ - disse manhosa, agora sentada ao lado do menino que mal conseguia respirar direito ainda, enquanto levantava os braços alegremente. Como estava se mexendo sem parar, sua roupa saiu um pouco do lugar, mostrando uma das pernas e um pouco do decote. O rosto rosado, o sorriso frouxo e o cabelo bagunçado não ajudavam a acalmar a mente dos rapazes que agora tentavam engolir em seco o desejo por ela. Como esperado, Hak foi o primeiro a ir em direção a ela e a cobrir com seu kimono, na intenção tanto de protegê-la, quanto de afastar aquela tentadora imagem de sua mente.

— JaeHa: Hahahaha vocês parecem estar se divertindo de verdade. - Falou também se aproximando da moça, que acenou em confirmação enquanto sorria.

— Yun: Vocês demoraram taaaaaanto que tinhamos que fazer algo sozinhos. - disse se apoiando no ombro da amiga, que concordou com uma expressão séria, tirando uma gargalhada de todos os companheiros.

— Hak: Princesa… Já disse que não deveria beber assim. - A repreendeu.

— Yona: Haaaak, porque você é sempre tãããão assim?

— Hak: Como assim? - perguntou confuso, enquanto sentava-se ao lado dela.

— Yona: Aaassim… - fez cara de brava, enquanto apertava os braços cruzados, tentando ser ameaçadora – Hime-san, não faça isso! Hime-san, não pode beber isso! Hime-san, não pode ir com a gente! - Enquanto o imitava com a língua dura pelo álcool, deixou o moreno vermelho pela cena adorável. Ela estava encantadora e engraçada… Era tão bom vê-la assim, leve, de vez em quando, que decidiu relevar os comentários relacionados a sua pessoa.

— Hak: Okay, okay, mas agora vamos, precisa dormir! - disse levantando-se, com a mão estirada para ela.

 Yona: Hmmmm – murmurou reclamona – Não! - negou, fazendo uma veia saltar na testa dele.

— JaeHa: Podem nos contar o que era tão engraçado para vocês estarem sem fôlego até agora?

Yona: Eu pedi Yun em casamento! - respondeu simples e graciosa, deixando todos de olhos arregalados.

Hak/Kija/JaeHa/Zeno: Queeeeeeeeeeeeee?

— Yun: Hahahahahaha é verdade! Estavamos decidindo tudo sobre nosso casamento! - disse abraçando-a apertado, deixando os outros um pouco enciumados.

 JaeHa: Yona querida, se importa de explicar um pouco melhor essa história? - pediu ainda se recuperando do choque.

— Yona: Estava tentando convencer Yun a se casar comigo! Mas ele não queriiiia… - respondeu com careta triste.

— JaeHa: Não queria? - perguntou ainda confuso.

— Yun: Não ia dar certo! Hahahaha

Yona: Yuuuuuun, casa comigo Yuuuun! - repetiu o pedido, caindo na gargalhada com o menino e tirando um riso dos outros companheiros também.

— ShinHa: Vocês… São noivos?

— Yona: Yun não aceitou ainda meu pedido!

— JaeHa: Yona querida, não me diga… Está apaixonada por Yun?

 Yona: Nããããão. - Balançou a cabeça em negativa.

— Kija: Então porque quer se casar com ele se não o ama assim? - perguntou, levando tudo muito a sério.

— Yona: Porque ele seria uma excelente esposa. - respondeu no mesmo tom sério, pondo todos na gargalhada!

— Hak: Não sabia que tinha esses gostos princesa…

— Yona: Não seja malvado Hak! É o melhor para nós dois. - disse ainda fingindo seriedade.

— Yun: Ela quer me convencer que eu seria uma ótima esposa e ela um excelente marido hahahahaha!

— Yona: Mas é verdadeeee! Você cozinha, passa, lava, faz tudo o que precisamos! - ajeitou-se e levantou os braços na intenção de mostrar os bíceps, infelizmente inexistentes pela magreza da menina – E eu serei o maridão que protege o lar! - engrossou a voz, brincalhona, pondo o amigo bêbado em crise de riso.

 Kija: Você tem certeza que está bem princesa? Seu rosto está quase da cor do seu cabelo! - disse realmente preocupado, mas teve seus medos roubados pelo toque suave da mão gelada e macia dela sobre sua bochecha, tornando-se incapaz de pensar em qualquer outra coisa que não fosse seu desejo ardente por sua mestra.

Yona: Uau… - falou séria, hipnotizada, enquanto segurava o rosto corado do rapaz – Você é lindo… - Fez-se um silêncio mortal por alguns segundos, até ser interrompido pela risada da garota – Hahahaha Não fique tão sério!

— Kija: Pri-pri-princesa… N-não sou digno d-dos s-seus elogios! - Disse tentando se recompor e retomar o controle de seu coração, que parecia querer sair pela boca, mas só conseguiu respirar novamente quando a garota soltou seu rosto, pelo chamado de seu irmão JaeHa.

— JaeHa: Yona-chan, desse jeito vai matar o dragão branco do coração! - aproximou-se mais dela, vendo o quão receptiva ela estava. Sentiu o olhar repreensivo de Hak sobre seus ombros, mas decidiu provocá-lo com isso. Sentou-se sobre uma perna, deixando a outra flexionada, apoiando um dos braços sobre o joelho levantado. Usou o outro braço para abraçá-la, tocando seu ombro com a mão, aproximando seus corpos. O que ele não esperava era que ela virasse diretamente a cabeça em direção a sua e sustentasse o olhar de encontro ao seu. Esse pirata já esteve com várias mulheres em sua vida, mas nunca com uma que amasse, ao menos não até agora. Olhá-la de perto o fez perceber o roxo ametista brilhar de encontro ao seu, sentiu seu coração parar por um instante, mas engoliu em seco. ‘Como ela consegue me provocar tanto com tão pouco? Esse sangue dragão..’

— Yona: Buuu não fique com ciúmes JaeHa! Você também é lindo! - Disse de forma ingenua e inocente, mas quase matou o seu dragão verde do coração, que teve que se afastar rápido para não deixar transparecer seus sentimentos.

 Zeno: E o Zeno senhorita? O Zeno também é lindo? - perguntou brincalhão.

 Yona: Haaaaaai! Todos são liiindos~. Mas Zeno é o meu raio de sol! - disse abraçando-o, o que o pegou de surpresa e o fez corar.

— Zeno: A senhorita também é linda… - retribuiu o abraço e sorriu docemente, refletindo sobre o quanto essas palavras eram verdadeiras.

— Yona: Você acha? - perguntou mexendo no cabelo – Nunca me achei bonita por causa desse cabelo… - fez beiço, realmente pensativa sobre isso, o que pegou todos de surpresa, com exceção de Hak, que riu ao perceber quanto tempo havia se passado desde que ouvira a menina reclamar do cabelo a última vez.

— Kija: S-seu cabelo é… é a coisa mais linda do mundo! - disse tentando desesperadamente tirar esses pensamentos da cabeça dela.

 Yona: As meninas no palácio sempre se gabavam de seus cabelos escuros e lisos… Os meus são suuuuuuper chamativos e rebeldes! - finalizou soprando uma mecha rebelde que estava a frente de sua boca, enfatizando o que queria dizer. ShinHa então sentou-se ao seu lado e retirou a máscara e a manta branca que lhe tampavam, chamando a atenção de todos. Pegou a mão da moça e levou aos seus próprios cabelos, que tinham a cor azul vibrante. Queria mostrar para ela que tudo bem ser diferente. Ela então o afagou, sentindo a maciez sob seus dedos. - É tão macio… Obrigada ShinHa! - disse com um sorriso arrebatador, deixando-o tímido, mas não se afastou do toque suave de sua mestra.

 Hak: Hime-san, acho mesmo que deveria ir dormir agora. - disse sério, preocupado com o que mais ela poderia aprontar nesse estado. Parecia a estar convencendo, mas foi interrompido por Yun.

— Yun: Nããão! Ela finalmente ia me contar sobre o seu primeiro amor! - Hak gelou.

— Kija: Primeiro amor?

JaeHa: Hmmm interessante! - todos, inclusive ShinHa se aproximaram para ouvir a história. Hak foi o único que permaneceu imóvel, tenso.

— Yona: Vocês querem mesmo ouvir?

JaeHa: Claro!

Zeno: Como não gostaríamos de ouvir as aventuras amorosas de nossa majestade? - disse com olhos brilhantes, de fato muito mais interessado do que “deveria”.

— Yona: Okaaay. Eu conto. - Estava já deitada no futon, cercada pelos rapazes sentados, com exceção de Yun, que também deitara. Sua voz e trejeitos estavam influenciados pelo álcool, o que a impedia de refletir sobre o que quer que fosse.

 Yun: Como ele era?

— Yona: Hmmm como posso dizer… - levantou os olhos tentando recordar bem – ele era… Liiiindo. De verdade… - sorriu com a lembrança, virando-se para o pequeno amigo novamente – Ele tinha cabelos dourados como os de Zeno, eu sempre amei vê-los ao sol…

— Yun: E quando começou a gostar dele?

— Yona: Aaah será que teve mesmo um início? Hahaha Acho que sempre o amei! - A sinceridade dela fez os dragões prenderem a respiração, mas nada comparado a tensão que vinha do moreno. - Sempre o conheci, éramos amigos de infância. Ele tinha o sorriso mais doce do muuuundo todo Yun! Independente do que acontecesse, ele sempre tinha uma palavra de conforto. Era risonho e gentil… Muito gentil.

— Yun: E você chegou a se declarar para ele?

 Yona: Uhum! No meu aniversário! Ele sempre era um pouco distante de mim, sabe? Mas naquele dia foi diferente! Ele me deu um presente muuuuito especial… E durante a noite nós tivemos um encontro secreto… - sussurrou as últimas palavras, enquanto ria baixo.

— Yun: Um encontro secreto? Que romântico!

— Yona: Sim! Né? Fomos no quarto dele a noite… Era difícil ter um momento a sós no palácio! Eu me declarei pra ele… Céus! Ainda sinto meu estômago revirando de tão nervosa que eu estava! - disse ponto as mãos sobre o estômago.

— Yun: Waaaaah! Continua, continua!

— Yona: Hahaha! Calma!

— Yun: Não imaginava que fosse se encontrar com um homem no quarto dele de noite! - disse provocando-a.

— Yona: Yuuun, deixe de ser maldoso! - disse fingindo estar brava, tirando risos dele – Eu tinha certeza que seria rejeitada. Digo… Ele nunca demonstrou de fato gostar de mim como mulher, eu sempre fui tipo uma irmãzinha pra ele, mas mesmo assim sentia que precisava me declarar. Ao fazer 16 anos, uma princesa torna-se “pronta para casamento” e eu não queria ter ninguém no mundo que não fosse ele como esposo!

— Yun: Ainda existem casamentos arranjados na realeza?

— Yona: Ha! E quantos… Eu queria tentar, mesmo que só houvesse um pouco de esperança… Ah Yun, Eu queria viver e morrer por aquele homem. - Seu tom deixou de ser brincalhão e se tornou nostálgico – Sonhava em viver para ele. Queria tê-lo ao meu lado todos os dias e compartilhar a vida com ele. Me dedicaria ao máximo para ser a melhor esposa e faria dele o rei desse país. E… Se os deuses abençoassem… teria vários pequeninos com os traços do meu amado. - O clima passou a tornar-se pesado.

— Yun: Mas o que aconteceu? Ele te rejeitou?

 Yona: Não. - isso chamou a atenção de Hak, que aproximou-se extremamente perturbado pela confissão da moça. Nunca haviam conversado sobre aquele dia em questão, sempre pensara que SooWon a rejeitara. - Ele ficou surpreso por um momento, mas logo me deu um daqueles sorrisos calorosos e disse que me amava da mesma forma! - finalizou sorridente com a lembrança – pensei que nunca fosse me sentir tão feliz em toda a vida quanto naquele momento! - riu alegremente, o que deixou Yun ainda mais curioso.

— Yun: E ai?!

— Yona: Ai que… Ele me beijou, disse que me amava de todo o coração. Ajoelhou e me pediu em casamento no mesmo momento! Céus, meu coração ia explodir!

— Yun: VOCÊ FOI NOIVA? - os pulsos de Hak estavam fechados e no seu rosto era visível uma confusão tremenda, assim como um ódio incontrolável. Mas ele era incapaz de se mover. Pela embriagues a moça não notou o estado do rapaz, mas os demais colegas não deixaram essa tensão passar despercebida, ficando também alertas.

 Yona: Sim! Ele pediu para mantermos segredo, já que meu pai era contra nosso relacionamento. Eu concordei… A verdade é que eu estava tão… tão, tão, tão feliz que não era capaz de suportar aquele sentimento dentro de mim. Já era tarde e eu tinha voltado pro meu quarto, mas não conseguia dormir de jeito nenhum!

— Yun: Eu imagino!

 Yona: Então decidi contar ao meu paizinho! Ele sempre foi um homem bondoso e acreditava no amor verdadeiro! Com certeza nos apoiaria. Lembro de sair correndo pelo corredor de pijama mesmo e entrar gritando de alegria no seu quarto, até que… - nesse momento ela sentiu a garganta secar com a memória, sua boca abria para continuar a história, mas as palavras não saíam. Sua expressão mudou de brincalhona para melancólica e sofrida. Era como se ela estivesse revivendo aquele momento, não mais conversando com seus amigos. Ninguém ousava interromper a moça. - Até que… Eu o vi lá. Ele estava tirando a espada de dentro do meu pai, que caiu morto nos meus braços… - quando perceberam que se tratava de SooWon, foram incapazes de mover um músculo, incrédulos. - Ele o assassinou. - sentia as lágrimas escorrerem pelo rosto, mas mantinha a expressão melancólica, presa no passado. - Eu pedi por socorro, mas ele tampou minha boca. Estava confusa. Disse que eu não deveria estar ali, que deveria estar dormindo… Ai no dia seguinte ele viria ao meu quarto e me confortaria. Nos casaríamos logo e ele cuidaria de mim. Disse que eu arruinei tudo… Mas eu só conseguia me concentrar no gosto do sangue do meu pai que ele tinha na mão que cobria minha boca. Suas mãos eram tão gentis… Como? - Tampo a boca e escondeu o rosto entre os joelhos, chorando intensamente, sentindo o abraço de Zeno ao seu redor. - Céus… Como eu pude ser tão estúpida?

— Yun: Não foi sua culpa! - Zeno então se afastou, dando a ela espaço para terminar a história.

— Yona: Como não? Eu o queria mais que tudo… Ele tentou me violentar naquela noite. Disse que qualquer um que se casasse comigo colocaria o trono dele em perigo… - apertou a roupa contra seu próprio corpo. - Ele rasgou minha roupa e me empurrou contra o chão, ao lado do corpo do meu paizinho… - entre os gemidos de dor e choro, continuava a contar – Nunca vi olhos tão frios… Ele não era o SooWon que eu conhecia, que eu amava… Eu congelei quando o senti me tocando e, por um breve momento, desejei de todo o coração morrer. Graças aos céus ele não conseguiu me violentar, o corpo dele não respondia… Mas, irado, resolveu que a outra forma de resolver isso era me matando. Lembro de um momento em que consegui correr, alguém havia entrado no quarto, depois disso… Só me lembro… De estar no chão, na chuva, com ele apontando uma espada contra mim. Se não fosse pelo Hak… - olhou-o, tomando consciência da sua presença ali – Eu teria sido violentada e morta pelas mãos dele, sujas com o sangue do meu pai, na mesma noite do meu noivado. - caiu num choro profundo, nunca havia de fato refletido sobre o que havia acontecido. Hak permanecia estático, a não ser pelas lágrimas quentes que se arrastavam pela sua face. Seus dragões também eram incapazes de conter o ódio ardente e a tristeza pela sua amada mestre. JaeHa então a abraçou no impulso, apertando-a fortemente contra seu corpo enquanto ela se derretia em lágrimas. Quanto tempo ficaram assim? Não puderam contar, apenas se confortarem um no outro. Após retomar o fôlego, já meio sonolenta, segurou a mão de Yun e disse antes de cair no sono: Por isso temos que nos casar! Você nunca me faria mal, nem eu a você. E eu não correria o risco de me apaixonar novamente… Sem dúvida, foi a coisa mais perigosa que já fiz.


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Notas finais do capítulo

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