Touches You escrita por lamericana


Capítulo 7
Capítulo 6




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Hogwarts, 08:30 AM, 02/09/2010

Astrid estava completamente perdida. Acordou tarde e não conhecia nada de Hogwarts. Tentou ver se alguém que tinha saído de sala por algum motivo podia ajudá-la. Não teve sucesso até que chegou perto da entrada principal e viu um menino franzino que deveria ser do segundo ou terceiro ano.

— Ei, garoto. Você pode me dizer onde é a aula do professor Slughorn? É que eu me perdi. — Astrid perguntou

O menino analisou Astrid de cima a baixo. Depois de alguns segundos começou a explicar como se fazia pra chegar na sala de aula.

— Muito obrigada, guri. — Astrid voltou a correr, seguindo as instruções do menino.

Em pouco tempo já estava na sala do mestre de poções, mas já estava completamente sem fôlego. Bateu na porta e entrou.

— Desculpa pelo atraso, professor. Me perdi pela escola. — Astrid se desculpou.

— Seu nome é... ? — o professor perguntou

— Astrid Hoff.

— Pegue uma cadeira e sente. A aula não começou de verdade. — o professor falou com um sorriso — No fim da aula, alguém poderia ajudar a senhorita Hoff a localizar as aulas na escola? Senhor MacReady, talvez?

Astrid foi pro lugar vago ao lado de Miko, ainda sem fôlego.

— Senhor, acho melhor o senhor Thompson fazer isso — falou Damon

— Então, senhor Thompson, ajude a sua colega, sim?

O professor voltou à explicação geral sobre o conteúdo que seria ensinado durante o ano. Astrid tentou copiar tudo que era dito pelo professor e, se pudesse, copiaria mais assunto ainda. Quando o sinal tocou, Astrid colocou suas coisas dentro da mochila e saiu junto de Miko.

— Você realmente quis dizer o que você disse lá no trem? — Miko perguntou

— Qual das coisas que eu disse no trem?

— A piadinha com o meu irmão. Sobre ele ser seu cunhado.

— A não ser que você tenha me beijado no trem pra depois me jogar fora, sim, eu realmente disse aquilo pra valer. Eu estava sob o efeito do Veritaserum, não lembra? Eu não conseguiria mentir nem se eu quisesse. E eu não minto pra pessoas que me parecem confiáveis.

Miko segurou e apertou a mão dela.

— Então vou fazer oficial. Quer namorar comigo, Astrid?

— Você ainda pergunta, coió? Preciso me entupir de Veritaserum de novo pra você acreditar em mim?

— Vou entender isso como um sim. Agora temos que ir pra aula.

Os dois ficaram assistindo as aulas juntos e em todas, Astrid copiava todo o assunto e logo depois tentava decorar o caminho de uma sala pra outra. No caminho do salão principal, os dois foram conversando.

— Como você conseguiu decorar o caminho pra todas essas salas? Eu estou ficando completamente louca com tantas escadas e caminhos e eu não consigo decorar nada. — Astrid reclamou

— Calma.

Miko a abraçou, sem saber que James estava passando por perto.

— Já tá agarrando a novata, menino do deserto? — James brincou

— Acontece. — Miko brincou — Astrid, esse é o James. James, Astrid.

— Oi, Astrid. — James estendeu a mão e Astrid retribuiu o gesto.

— Oi, James. — Astrid falou com sotaque alemão (NA: no caso, sairia alguma coisa como “Iames”, já que, no alemão, o j tem som de i)

— Por favor, me diga que você é alemã ou então eu vou considerar você uma completa lunática por errar o meu nome.

— Eu sou alemã. De Munique.

— Então fala alguma coisa legal aí.

— Etwas Schönes gibt.

— O que ela disse? — James perguntou pra Miko

— Nem olhe pra mim. Não falo alemão. — Miko respondeu

— Eu disse exatamente o que você me pediu pra falar. Eu disse “alguma coisa legal aí”. — Astrid falou

Os três entraram no salão pro almoço. Astrid foi pra mesa e Miko puxou James prum canto.

— James, preciso de um favor. — Miko falou

— O que é? — James perguntou

— Você tem um mapa sobrando? É que a Astrid tá tendo problemas em encontrar as salas e nem sempre eu vou poder ajudar.

— Olha aqui — James apontou pros próprios olhos — Você ficou louco por essa garota, não foi?

— Tá tão óbvio assim?

— Quer a resposta certa ou a boazinha?

— Entendi. Eu to ficando ridículo.

— Não, não. Quem fica ridículo é o Padfoot pela Marlene. Digamos que você fica legalzinho. Te entrego um mapa na hora do jantar, mas só porque é uma causa nobre.

Os dois se separaram e foram cada um pra mesa da sua casa. Miko, Astrid e Emmeline ficaram conversando animadamente durante o almoço, até Damon aparecer e chamar Miko.

— Cara, muito obrigado pela oportunidade. — Damon falou

— Que oportunidade?

— A de me tornar Prefect. Se não fosse você desistindo e falando com Flitwick, eu nunca teria o cargo.

— Não foi nada.

— Mas porque você desistiu?

— Motivos...

— A gente se vê por aí?

— Pode ser.

Quando Miko voltou pra mesa, Astrid estava com uma carta na mão e um olhar distante.

— O que tem na carta? — ele perguntou pra Emmeline

— Não sei. — a garota respondeu

— Muss i' denn, muss i' denn zum Städtele hinaus — Astrid começou a cantarolar baixinho.

— Astrid. Alô, planeta Terra chamando. — Miko chamou, balançando a mão na frente da namorada.

— Desculpa. É uma carta do meu pai, com a letra de uma musiquinha que ele cantava quando me levava pra passear quando eu era pequena. Eu simplesmente não consegui olhar a letra e não cantarolar um pedacinho.

— Qual o nome da música?

— Muss i' denn zum Städtele hinaus. Mas meu pai me ensinou a versão de Elvis, que tem uma boa parte em inglês. É bonitinha. Fala sobre um cara que é apaixonado por uma moça, só que ele tem medo que ela quebre o coração dele. Ele acaba tendo que sair da cidade e meio que se declara pra ela antes de sair e pede pra que ela o trate bem.

— Esse é o tipo de música que as criancinhas alemãs ouvem?

— Bem, as alemãs ouvem a versão original, que o cara passa praticamente a música inteira perguntando pra namorada se é pra ir embora ou não. Miko, que horas?

— Quase duas horas.

— Droga. Tenho que ir pra aula extra de Flitwick. Te vejo mais tarde, Emmeline. Miko, me acompanha?

— Claro.

Os dois alunos vão em direção à sala de Flitwick, quando o avistam no caminho.

— Senhorita Hoff, vejo que já está fazendo amigos. — Flitwick falou e Astrid assentiu — Senhor Thompson é boa companhia.

O comentário fez Miko corar.

— Astrid, tá entregue. Boa aula. — Miko falou — Professor. — ele fez uma mesura e saiu.

Astrid acompanhou o professor até uma sala vazia. Antes da menina sentar, o professor começou a falar.

— Não precisa sentar. Vai ser melhor se a senhorita ficar em pé.

Astrid obedeceu o professor. Colocou a mochila num canto e empunhou a varinha.

— Hum, professor? Nas férias Michael me ensinou algumas coisas, mas não me ensinou nenhum feitiço por causa da lei. — Astrid falou hesitante

— Bom saber que você já tem uma base. E só reforça a importância da aula de hoje. Vou começar com feitiços de defesa.

O professor foi passando as instruções para a menina e ela conseguia evoluir rapidamente e facilmente repetia os comandos dados pelo professor. Perto do fim da aula, o professor deu uma pausa.

— Nunca vi alguém pegar o conteúdo tão rápido. — o professor comentou arfando.

— Então acho que estou na casa certa.

— Sem dúvida. Rowena Ravenclaw ficaria orgulhosa se soubesse que alguém como você entrou na casa dela.

Astrid sentou no chão, ao lado do professor e começou a encarar o teto. Apenas 48 horas antes estava na casa do pai, ansiando pra ir pra Hogwarts. Agora já sentia uma pontinha de saudades.

— A senhorita está bem? — o professor perguntou

— Estou bem. Podemos começar quando o senhor quiser, professor.

O professor se levantou e a menina também. Retomaram a aula de onde pararam e prosseguiram até o fim da tarde. Astrid voltou se arrastando pro dormitório. Estava cansada, mas contente por ter conseguido aprender boa parte dos feitiços de defesa do primeiro ano. Assim que entrou no dormitório, encontrou Miko e Emmeline estudando num canto. Se arrastou até eles.

— Será que todas as minhas aulas extras vão ser tão cansativas como a de hoje? — Astrid perguntou

— Foi tão ruim assim? — Miko perguntou

— Não, não. Foi até bom, mas eu estou morta. Mas se for pra ser assim, vou acabar sem tempo pra fazer as minhas tarefas normais.

— A gente pode te ajudar. E, nos dias que não der, os professores vão entender que não é preguiça sua. — Emmeline falou

— Muito obrigada. — Astrid falou enquanto desabava numa das poltronas. — Consegui decorar quase todos os feitiços de defesa que Flitwick passou. Eu pensava que ia ser mais difícil e com mais teoria.

— Daqui a pouco sai o jantar. Descanse um pouco que quando a gente voltar do jantar, eu te ajudo com a tarefa. — Miko falou

Astrid se acomodou melhor na poltrona e tirou um cochilo. Miko continuou a leitura do livro, mas, vez ou outra, olhava pra ver Astrid. Ele se demorava um pouco mais a cada olhar. Pela primeira vez, Miko sentia que poderia confiar de verdade em alguém que não fosse da sua própria família nem fosse apenas um amigo.

Era, de certa forma, um sentimento novo pra Miko. Nunca teve uma namorada nem alguém que o interessasse de verdade. Sempre era uma menina que ele ficava, mas não se sentia realmente atraído por ela. Mas Astrid mudou tudo aquilo. Ele não queria que Astrid fosse só mais uma. Queria que ela fosse a única e não sofresse nada, mas sabia que ela não era fraca. Ela sofreu com o divórcio dos pais, sentiu a falta do pai, foi excluída de um mundo que ela deveria pertencer... Miko sabia que Astrid era forte, o que o atraia ainda mais.

Quando deu a hora do jantar, Miko acordou Astrid.

— Asta, hora do jantar. — ele falou enquanto acordava ela

Astrid esfregou os olhos, ainda sonolenta e levantou.

— Como você conhece o meu apelido de infância? — ela perguntou com a voz ainda empastada por causa do sono.

— Não sabia que era seu apelido de infância, só te chamei de Asta porque acho bonitinho. — ele falou enquanto botava o braço em volta do ombro dela — Mas se você quiser, eu posso voltar a te chamar de Astrid.

— Não, sem problemas. Pode me chamar de Asta.

Os dois foram caminhando calmamente pro salão principal e se sentaram na mesa da Ravenclaw. Pouco tempo depois, James aparece e joga um pergaminho aparentemente em branco na frente de Miko.

— Façam bom uso desse daí. — James falou dando uma piscadela pra Miko.

— O que é isso? — Astrid perguntou, pegando o pergaminho.

— Um mapa. Provavelmente essa é uma cópia do que os meninos têm. Esse mapa diz onde estão todos os buracos de Hogwarts e onde estão pessoas, fantasmas e Peeves. Pedi um pro James na hora do almoço pra que você não se perca mais.

— Mas o pergaminho está em branco. — Astrid falou revirando o pergaminho.

— Aparentemente. — Miko tirou a varinha das vestes — I solemnly swear that I’m up to no good.

Uma teia de tinta surgiu no pergaminho e foi formando o mapa do castelo.

— Tem certeza que o mapa está em branco? — Miko falou em tom de brincadeira.

— Tá bom, você venceu. Mas você poderia simplesmente me ensinar os caminhos do colégio, não precisava me dar um mapa.

— É que eu preferia te dar o mapa, já que nem sempre eu vou poder estar com você, graças aos OWLs e as tuas aulas extras. E eu realmente fiquei preocupado quando você chegou atrasada na aula de Slughorn. Achei que algum aluno da Slytherin tinha armado alguma emboscada pra você.

— Michael. Vamos lá, voltando pra realidade. Como alguém da Slytherin iria montar uma emboscada pra mim no primeiro horário, se a gente divide a aula com Hufflepuff? E porque fariam isso?

— Eles poderiam ter inveja de você por ter sido dispensada dos OWLs e eles poderiam facilmente ter subornado algum aluno Ravenclaw.

— Sinceramente. Se eles tivessem inveja de mim por ter sido dispensada dos OWLs, eles não fariam uma emboscada no primeiro horário do primeiro dia de aula. Fariam perto das provas, pra que elas sejam adiadas e eles também não tenham que fazer.

Miko olhou pra baixo. A sua namorada tinha razão. Não seria agora que qualquer aluno realizaria um ataque contra ela. Seria mais próximo ao dia dos exames.

— Desculpa. Minha preocupação foi idiota. — ele murmurou, ainda de cabeça baixa.

— Ei — Astrid falou, levantando o rosto dele pelo queixo — é até fofinho da sua parte se preocupar com a minha segurança desse jeito. Mas você precisa lembrar que eu sou boa em brigas Muggles. Tá certo que eu não me daria tão bem contra uma varinha, mas consigo me virar.

— Tem certeza?

— Tenho. E, por favor, estou melhorando em questão de feitiços. Já consigo me defender de algumas coisas. — ela deu um selinho em Miko — Depois das tarefas, o senhor vai me ensinar a usar isso daqui. — Astrid sacudiu o mapa a frente do namorado — Você não tem escapatória.


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