Touches You escrita por lamericana


Capítulo 24
Capítulo 23




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Hogwarts, 10:30AM, 10/01/2013

— Eu não aguento mais! — Astrid gritou completamente frustrada no hall principal do castelo enquanto ia praticamente correndo com o namorado para a aula seguinte — Já é a milésima vez que eu tenho que estudar sobre esses malditos dragões. E não tenho absolutamente nada prático.

Miko olhou para cima como se pedisse aos céus por um pouco mais de paciência com a namorada.

— Asta, você vai ter a parte prática quando você começar o curso do Gringotts.

— Senhor Thompson e senhorita Hoff! — a professora de transfiguração chamou atenção dos dois — Correndo?

— Desculpa, professora. Estamos mega atrasados pra aula de feitiços com professor Flitwick. Prometo que fico mais tempo na primeira aula prática da senhora mais tarde pra compensar. — Astrid deu um sorriso conciliatório — Mas eu realmente tenho que ir!

O casal voltou a correr até a sala de aula. Assim que chegaram, sentaram na cadeira após receber os vários olhares queimando nas costas. Ao longo da aula, Astrid tentava anotar cada vírgula que o professor falava.

— Srta. Hoff, poderia ficar um instante, por favor? — pediu o professor ao final da aula

— Claro. Miko, vai na frente. Passa na sala de McGonagall e fala pra ela que eu to ainda aqui, mas que vou pra aula.

O menino concordou e saiu da sala.

— Soube que a senhorita já recebeu um treinamento inicial com Constanze Wertherberg para ser caça recompensas, estou certo?

— Sim senhor. Mas, bem, minha avó usou o treinamento alemão, que é um pouco diferente do daqui.

— Isso já era mais do que esperado. Pois bem. Conversei com alguns professores que estão acompanhando seu progresso e eles comentaram que, realmente, a senhorita está precisando começar a parte prática o mais cedo possível.

— Sério?! Isso seria ótimo!

— Mas primeiro eu preciso ter uma conversa séria com você, seus pais e com professor Dumbledore.

— Nesse quesito seria um pouco complicado. — Astrid olhou em volta para conferir se não tinha colegas por perto antes de voltar a falar — Minha mãe é Muggle, apesar de acreditar ser uma Squibb. Além do que, ela tá na Alemanha com o resto da minha família. Mas acho que meu pai não teria problemas em vir.

— Nesse caso, acho que seria indicado que a sra. Wertherberg viesse no lugar da sua mãe.

— Tá certo. Falo com eles?

— Não tem necessidade disso. Eles vão receber uma coruja. Acredito que a sua próxima aula seja com professora McGonagall, estou certo?

— É sim.

Londres, 03:45PM, 12/01/2013

— Sarah, eu tenho que ir. Tenho a reunião com o diretor da escola da Astrid. — Klaus tentou se despedir

— Você e sua mãe? Os dois vão ter que falar com o homem? O que sobre a Astrid você tá escondendo de mim, Klaus?

— Nada. E é sobre o futuro profissional da Astrid que Dumbledore quer falar. Não é como se a minha mãe também não fosse responsável. Principalmente depois de ter treinado Asta aí em Munique.

— Ah, tá. Então me ligue quando terminar. Quero saber o que ficar decidido. Saudades.

— Também to com saudades. Mais tarde eu ligo contando o que aconteceu na reunião.

Klaus saiu de casa se preparando mentalmente para o que poderia aparecer na reunião. Imaginava o que poderia ser. Astrid sempre deu mais trabalho na escola por querer antecipar conteúdos, quase como se quisesse dar passos maiores que as pernas, sempre querendo aprender assuntos muito avançados para sua idade.

— Mas, papai, eu quero aprender a ler logo! — a menina com os enormes olhos cinzentos insistia — Juro que não conto pra ninguém que sei ler.

— Asta, não posso fazer isso com você. E a sua irmã? Como eu faço?

— Ensina pra Les também, ué. Não tem problema nenhum nisso.

— Astrid, suas aulas começam semana que vem. Lá você vai aprender a ler junto com as outras crianças.

— Mas eu já quero saber ler, papai. Quero poder ler as historinhas que você e a mamãe leem pra mim antes de dormir.

No caminho para a estação onde poderia pegar a chave do portal para Hogwarts, encontrou sua mãe, que lhe deu um sorriso caloroso.

— A pequenininha sempre dando trabalho. — a senhora comentou

— Seria interessante se ela não desse tanto. Mas acho que dessa vez é algum problema bom. Ela tá estressada por causa das aulas, mas tudo o que aparece nas cartas são coisas boas.

— A Asta sabe se cuidar, Klaus. Você sabe disso.

— Saber, eu sei, mas ela é minha filha, né? Eu não consigo não ficar preocupado.

Os dois chegaram até uma parte praticamente deserta da estação de metrô. Rapidamente encontraram o objeto que seria usado como chave do portal e ficaram o observando por entre as mãos até a hora combinada. Mãe e filho sentiram o habitual puxão pelo umbigo e logo estavam na frente do castelo.

O par seguiu andando pelos corredores até a sala do diretor, que esperava na porta.

— Senhor Hoff, senhora Wertherberg. — Dumbledore cumprimentou

— Professor. — os dois cumprimentaram com um aceno

— A senhorita Hoff já está na sala, assim como professor Flitwick, que é diretor da casa dela.

Os três entraram na sala. Astrid, como num milagre, não saiu correndo em direção à família. Se levantou de forma aparentemente calma e educada e abraçou o pai e a avó quando estavam perto o suficiente. Klaus notou pelo abraço que deu na filha que ela estava nervosa. Apertou a sua mão como uma tentativa silenciosa de dizer que estava tudo sob controle e que nada daria errado.

O diretor da escola indicou as cadeiras vazias a sua frente para que pudessem iniciar a reunião.

— Como foi informado aos senhores, a srta. Hoff se mostrou mais do que capaz de atender ao treinamento preparatório exigido pelo Gringotts para se tornar caça-recompensas no mundo bruxo. Ela foi capaz de absorver conteúdos exigidos pelo Ministério inglês que precisaram ser complementados à educação alemã que começou a receber e os conteúdos-padrão para esse ano letivo. O professor Flitwick — ao ouvir seu nome, o pequeno homem acenou — veio conversar comigo após ouvir alguns colegas e chegamos à conclusão de que Astrid já está apta a completar também a parte alemã do treinamento e receber uma parte prática.

— Mas, obviamente, isso só seria realizado com o consentimento dos senhores, já que essa parte é um pouco mais perigosa. — completou Flitwick

— O que você acha, pai? — Astrid perguntou incerta — Não sei se vale a pena, ou se eu vou acabar dando um passo maior do que as minhas pernas.

— Astrid, a escolha é sua e somente sua. Eu realmente acho que seria uma boa você completar o treinamento alemão, já que você começou e não terminou. E você teria mais oportunidades quando saísse daqui.

— Klaus... Não seja tão ridículo, por favor. — tanto Astrid quanto Klaus olharam em choque para Constanze — Sabine. Faça. O perigo de você fazer não é tão grande.

— Então tá. Eu faço a parte prática e o restante do treinamento alemão que falta. — a menina decidiu — Vai ser bom, né?

— Agora vamos para o próximo problema. Quem vai assumir o ensino dela, já que não podemos desfalcar o quadro de professores no horário regular.

— Não seja por isso — interrompeu Constanze — Eu posso ensinar a minha neta.

— Oma... Não. A senhora ainda tem as coisas do Opa em Munique pra resolver. Não posso fazer isso com a senhora.

— Astrid Sabine Hoff, essa parte não é para uma adolescente ficar se metendo. Fique na sua.

— E quem vai resolver os problemas do Opa e da loja? Onkel Leon, que tem uma criança recém-nascida pra cuidar? A mamãe?

— Anton Hoff tem como se virar, Sabine. Então fique na sua.

— Oma, Opa tá preso em cima de uma cama. Como ele vai administrar uma bendita de uma loja no estado que ele está? Isso sem contar em como ele vai cuidar dele mesmo.

— Ich weiß, was ich tue, meine Tochter. Ob es Ihr Großvater sein oder nicht zu kümmern Shop zu nehmen, zu lösen ich es selbst. — Constanze bateu o pé (Tradução: Eu sei o que eu estou fazendo, minha filha. Se vai ser seu avô ou não a cuidar da loja, eu que me resolvo.)

— Ok, ok. Wenn diese ganze Situation kam, scheiße, ich will nicht, dies auf mich fallen. — Astrid concordou a contragosto (Tradução: Ok, ok. Se essa situação toda der em merda, não quero que isso venha cair pra cima de mim.)

Os mais velhos acertaram os detalhes para a permanência de Constanze no castelo, mesmo depois dos protestos de Astrid.

Quando a família saiu da sala, Klaus segurou a filha pelo ombro.

— Astrid, o que foi aquilo lá dentro? Isso não é o seu comportamento normal.

— Pai, desculpa, tá? É que tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E eu também não acho justo com os outros alunos que eu esteja tendo aula avançada com a minha própria avó enquanto todo mundo tem aula normal com os professores. Além do mais, Opa precisa dela lá em Munique. Porque eu sei que nem a mamãe nem a Les vão fazer alguma coisa por ele. E, infelizmente, muito menos Onkel Leon.

— Sabine, se você acha que tá estressada com o que está acontecendo, é só falar. A gente pode diminuir o ritmo das coisas, arranja um jeito, mas não dá pra você sair sendo grosseira com todo mundo por causa disso, tá certo?

— Pode deixar. Mas agora Oma vai ficar de olho em mim, então...

— Tente não dar trabalho pra sua avó. Você sabe como ela é.

— Pai, por favor, né? Eu sei lidar com a velha Constanze. Agora acho que o senhor deveria ir pra casa, porque dona Sarah deve estar completamente doida atrás de notícias.

— A sua mãe eu vejo todo final de semana. Você, nem sempre. Pode ir começando a falar.

— Como qualquer pessoa de 18 anos ainda na escola, minha vida se resume basicamente às aulas, pai. Não tenho muito o que contar. A não ser que você queira ouvir sobre como os bruxos aborígenes da Tasmânia se protegem contra os forasteiros não anunciados.

Klaus riu.

— Prefiro não saber. Não está dentro dos meus planos ir pra Tasmânia. Fora isso, como andam as coisas por aqui? Além do seu estresse, claro.

— Vão bem. Semana que vem tenho que entregar o formulário do Gringotts pra poder fazer o curso. To assistindo aula, fazendo muito trabalho, vendo os jogos de Quidditch quando tenho tempo... Tá meio parada, pra falar a verdade. Queria que os finais de semana em Hogsmeade fossem um pouquinho mais longos pra que eu pudesse fazer alguma coisa.

— Você não apronta há anos, filha. Desde que eu me separei da sua mãe, você não fez nada grandioso nesse sentido.

— Isso é o que você acha. Pergunte a dona Sarah. Vamos a uma listinha rápida e resumida: briguei feio com a Ashley, fazendo ela ir pra enfermaria, taquei fogo na peruca de uma das freiras enquanto ela estava usando, mas não me pegaram por essa...

— E como não?

— Era no infernato e eu sem querer usei magia. Também teve a vez que eu invadi a sala dos professores pra pegar a chave da sala. Mas fui pega lindamente pelo professor de história.

A dupla viu alguns integrantes do time de Quidditch da Gryffindor passar correndo segurando as vassouras. James e Sirius acenaram para Astrid.

— Quem são? — Klaus perguntou

— O de óculos e cabelo despenteado é James Potter, e o outro, de cabelo meio cacheado é o Sirius Black. Eles jogam Quidditch pela Gryffindor. James é o apanhador e Sirius o batedor.

— E você não saiu correndo pra ver o treino por que?

— Porque você está aqui e eu não sou da casa deles. Sou da Ravenclaw, lembra? Além do que, eu não curto muito ficar sozinha naquelas arquibancadas. São altas demais.

— Ei, menina chucrute. — Remus chamou

— E esse é Remus, me chamando pelo apelido mais carinhoso que encontraram pra mim. Oi, Remus. Esse é meu pai, Klaus.

— Oi, senhor Hoff. — Remus cumprimentou — Astrid, fiquei sabendo que vai ter uma espécie de festa em Hogsmeade e parece que vai ser meio à moda trouxa.

— Essa festa seria esse fim de semana?

— Seria. Eu queria a sua ajuda.

— Camiseta e calça jeans acho que resolvem o seu problema. A não ser que você não tenha. Aí você fala com Miko.

— Por falar no Miko, ele disse que quer falar com você.

— Depois eu vou lá. Hm, pai? Vou indo. — a menina abraçou o pai — Se a mamãe perguntar, eu estou bem. Sem maiores problemas.

— Se cuide. — Klaus respondeu — E mande mais cartas.

— Pode deixar.

Remus puxou a amiga pela mão até o campo de Quidditch onde estava sendo feito o treino. Astrid seguiu o menino sem entender direito o que estava acontecendo.

— Remus, eu quero falar com Miko. Ele deve ter ido pra sala comunal.

— Não, ele não está na sala comunal. Digamos que eu estava meio que devendo um favor a ele e ele decidiu cobrar antes da lua cheia.

Os dois subiram as arquibancadas e encontraram Miko segurando uma única flor. Imediatamente, Astrid reconheceu como a Knapweed. Ela lembrava de ter visto seu tio usar a mesma flor na lapela do paletó quando recebeu a dispensa do exército alemão.

— Michael Dawud Thompson! O que você está fazendo com uma Knapweed na mão? Até onde me cabe, você tem namorada. — ela fingiu estar com raiva

Miko estranhou o comentário da namorada.

— Só escolhi essa flor porque me disseram que era a nacional da Alemanha.

— E é. — Astrid riu — E também é usada na lapela dos paletós de homens solteiros.

— Vocês, chucrutes, têm muitas regras. Mas eu só peguei essa flor porque eu não sabia das milhares de regras alemãs em relação a flores. E porque eu queria te fazer um convite.

— Que tipo de convite? Porque não consigo imaginar tantas coisas que envolvam você e Remus.

— Na verdade, envolve sim. — Astrid olhou enviesado pro namorado — Não é nada do que você está pensando, sua mente podre. Acho que Remus já te falou da festa no sábado.

— Falei. Claro que eu falei. — Remus interferiu — Vá direto ao ponto.

— Vem comigo pra festa? Prometo que não vou aprontar.

— Você não precisava disso, você sabe, né? A gente poderia simplesmente estar lá em baixo, sem essa coisa toda de altura envolvendo um pedido de saída. Não é como se você tivesse me pedindo em casamento.

— EI, SANGUE RUIM! — gritou um aluno da Slytherin que ia em direção ao campo — Não tem vergonha de se juntar aos sangue-puros não?

— Teria se o sangue-puro fosse você! — Astrid rebateu — E eu também sou sangue-puro, idiota! Você não tem mais o que fazer além de xeretar o treino adversário não?

O garoto não respondeu nem alterou o caminho.

— Ei, James! Um Slytherin entrando em campo! — Astrid gritou pro amigo, que logo parou o treino

O pequeno grupo que estava nas arquibancadas não conseguia ouvir direito o que acontecia dentro do campo, mas claramente era alguma tensão.

James parecia estar a ponto de estuporar o garoto que tinha entrado no campo para interromper o treino, mas a sua feição mudou para o desespero completo depois de alguma coisa dita pelo Slytherin. O Potter saiu correndo do campo e seus amigos foram atrás.

— James! — Remus chamou atrás do amigo — O que aconteceu?

— Aparentemente, alguém azarou a Lily. — respondeu Sirius

— James Charlus Potter! — Miko gritou — Não tem como alguém ter azarado a Lily.

— E como não? Ela tá sozinha, Miko? — James soou desesperado

— Porque eu tava com ela na biblioteca. E não teve tempo de ninguém encontrar a biblioteca praticamente vazia e atacar ela.

James parou de correr, assim como o resto.

— James! James! — o grupo ouviu os gritos de Lily

Miko fez uma cara de quem dizia “eu falei”.

O casal se abraçou assim que se viu.

— Aconteceu alguma coisa com você? Eu fiquei com tanto medo, Eric disse que você tinha sido atacado... — Lily disparou pra cima de James e o moreno riu

— Lily, calma. Eu to bem.


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