Touches You escrita por lamericana


Capítulo 22
Capítulo 21




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Londres, 05:30PM, 30/06/2012

Leslie tinha ficado muito feliz em, depois de quase um ano esperando, poder acompanhar a irmã num dos jogos fora de casa do Bayern. Desde que Astrid tinha feito o acordo com a avó, as duas jovens tinham sido levadas a quase todos os jogos do time. E, pela primeira vez, desde que começaram a realmente acompanhar os jogos, o Bayern jogava em Londres.

Astrid aproveitou o fato de que o Bayern estaria jogando em Londres para convencer a avó paterna e os pais a liberarem o seu retorno definitivo ao país. Por razões de segurança, precisou mudar um pouco a aparência, deixando o cabelo crescer e recebendo, através de poções e feitiços, sardas que nunca teve.

Astrid olhou ao redor e percebeu que a euforia no estádio parecia um pouco estranha para só uma comemoração de gol. Ela acabou vendo Lucius ali por perto, e ele não parecia estar ali para assistir o jogo.

— Leslie, vamos. Essa gritaria toda não é só comemoração pelo gol. — Astrid comentou com a irmã

— Hã? Astrid, o jogo tá ficando bom agora.

— Então a gente tem que trocar de lugar.

— O que está acontecendo?

— Não tenho muito tempo pra explicar. Mas lembra da história da espada de Dâmocles?

— Dâmocles... Dâmocles...? Se for o da mitologia grega, eu lembro.

— Pronto, é esse mesmo. A nossa família inteira está com uma espada dessas em cima da cabeça. O fio que segura a espada tá a ponto de se partir em cima das nossas cabeças. Mais especificamente a minha e a sua nesse instante. Tem um garoto ali que vai ficar muito feliz em cortar esse fio. Temos que sair do campo de alcance dele o mais rápido possível.

Astrid olhou em volta pra conferir a localização de Lucius e viu que ele estava olhando em direção a ela.

— Leslie, banheiro feminino, agora. — Astrid ordenou

— Não.

— Vamos agora, porra. Ou você quer morrer nesse caralho?

Leslie ficou tão espantada com a reação grosseira da irmã que decidiu obedecer. Enquanto corriam para o banheiro, Astrid tentou resumir e repassar da forma mais clara que podia tudo o que se passava no mundo bruxo para a irmã. Na entrada do túnel que dava acesso aos banheiros, Astrid parou.

— Vem, Astrid. Ou você vai morrer. — Leslie pediu

— Vá na frente. Consigo atrasar Lucius por um tempo.

Leslie foi em direção ao banheiro do estádio, obedecendo as ordens da irmã, apesar de estar relutante.

— Ei, Lucius! — Astrid chamou — Tava me procurando? Poxa, pensava que a recepção ia ser um pouquinho melhor, sabe? Antigos colegas de escola e tudo mais. Saiba que eu adoraria uma cerveja. Nem precisa ser uma alemã.

— Deixe de ser palhaça, garota. — Lucius retorquiu raivoso

— Primeiro. Abaixe essa varinha. — a jovem apontou um dedo pro garoto a sua frente — Estamos cercados por milhares de Muggles. Por mais que seu mestre seja poderoso, não acredito que ele vá te tirar de Azkaban porque você fez a idiotice de praticar magia na frente de Muggles. Segundo. Cadê seus bons modos? Vai atacar uma mulher desarmada?

— Duvido que você esteja desarmada.

— Pode me revistar. Completamente desarmada. — Astrid levantou os braços e os manteve para o alto — Me tira uma dúvida. Qual foi a oferta que seu mestre fez? Um bom cargo no Ministério com um salário gordo? Uma quantidade absurda de dinheiro que te deixaria rico pelo resto da sua vida?

— Não precisou de tanto. Só a possibilidade de me livrar de gente como você, que é a escória da sociedade bruxa, tá de bom tamanho.

— Mas até onde eu sei, sou sangue-puro como você. Meu pai também é. E a minha mãe é uma Squibb, então, tecnicamente, você não pode me classificar como mestiça nem como nascida Muggle.

— Bem que me disseram que você era uma bela de uma mentirosa.

— Ah, vamos lá, Lucius. Porque eu contaria uma mentira dessas pra você se é você quem está armado? Você é mais inteligente que isso.

Lucius colocou a varinha na nuca de Astrid.

— Pra dentro. Nem tente gracinhas. — ele ameaçou

Astrid foi andando, seguindo o caminho que Lucius mandou. Quando chegaram num lugar com janelas, Astrid fingiu tropeçar.

— Levante.

— Eu não consigo. Acho que torci meu tornozelo.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Deve ser porque o tornozelo é meu, sabe? — a voz dela saiu mais irônica que o normal — Vai chamar ajuda ou vai ficar aí olhando feito um idiota?

— Como posso garantir que você não vai fugir?

— Me poupe dessa sua idiotice crônica. Eu não tenho como fugir se eu não tenho sequer como ficar de pé nem de aparatar. Até porque você provavelmente seria avisado se eu aparatasse.

Lucius se afastou pra buscar reforços e Astrid assumiu a forma de melro. Ela seguiu em direção ao banheiro feminino e, assim que chegou, voltou à forma humana.

— Leslie. — ela chamou numa voz na altura de um sussurro

— To aqui. — Leslie respondeu, saindo do reservado.

— Lucius foi atrás de reforços. Eu tenho como tirar a gente daqui. Mas vou precisar que você me siga sem falar o meu nome em momento nenhum. Estamos entendidas? — Leslie concordou com a cabeça — Eu vou estar na forma de um melro preto.

— Melro preto. Beleza. Vai que eu te sigo.

Astrid voltou à forma de melro e foi guiando o caminho pra irmã. No portão, as meninas encontraram quem menos esperariam encontrar na frente de um estádio de futebol. Astrid voltou à forma humana com uma expressão de confusão no rosto.

— Miko? — ela perguntou ao garoto que saía do táxi.

— Biene? — ele arregalou os olhos

Quando recebeu a confirmação, saiu correndo e a abraçou apertado, levantando um pouco a garota.

— Preciso de ajuda. É meio que muito urgente. — Astrid pediu — Você já dispensou o táxi?

— Não, ainda não. Porquê?

— Não tenho tempo pra explicar. Entra de volta no carro. Leslie, entra. — Astrid se jogou pra dentro do carro junto com os outros dois — Pro SoHo, pelo amor de Merlin.

O taxista deu partida e as duas irmãs esperaram recuperar o fôlego que perderam por causa da fuga.

— Lucius. Ele tava lá dentro. Por pouco conseguimos fugir. — Astrid resumiu

— Vocês fugiram de Lucius?

— Digamos que inteligência não é o grande forte dele. Fingi ter torcido o tornozelo e ele foi buscar reforços. Garanto que, pela cena que ele quase fez, o mestre dele me quer viva.

— Estou agradecido por isso. — Miko passou o braço por cima dos ombros da menina — Posso fazer uma pergunta?

— Pode fazer duas. A primeira você já fez.

— Porque você deixou o cabelo crescer? Quase não te reconheci com ele grande. Nem com essas sardas.

— Cabelo curto dá trabalho, principalmente daquele jeito. Com toda essa história acontecendo, achei melhor deixar crescer.

— E o que vocês tão fazendo aqui na Inglaterra quando vocês tinham praticamente se mudado em definitivo pra Alemanha?

— Digamos que me senti mal com o fato de ter uma quase guerra acontecendo por aqui com meu pai em perigo que decidi desobedecer algumas ordens.

— Bem a sua cara. Mas e você, Les? Sua irmã é uma mente criminosa, mas você não.

— Eu vim pela comida. — Leslie respondeu com um sorriso brincalhão.

— Eu avisei pra ela largar essa alma de criança obesa, mas ela me ouve? É claro que não. Ouvir o que a anã chucrute tem a dizer, ninguém quer. — Astrid brincou

— Vocês duas estão brincando com a minha cara, só pode. Falando sério, Leslie, eu entendo Astrid querer descumprir regras, mas você? Não me parece ser muito seu estilo.

— Eu vim pra garantir pra família que ficou na Alemanha que ela não morreria no processo de vinda e readaptação. E também porque eu sentia falta de toda essa coisa de conversar com o teu irmão e pesquisar nos livros da Asta as coisas que vocês fazem.

— Então foi você que tirou todos os meus livros do lugar? — Astrid questionou um pouco raivosa.

— Onkel Leon é que não seria. Com a crise de abstinência de carinho feminino da Claire que ele andou tendo, nem se ele quisesse. E Oma Hoff pedia pra que eu arrumasse o seu quarto, então...

— Merda. Tem como o senhor ir pro Trafalgar Square? — Astrid pediu — Esqueci que tenho que pegar uma coisa pro meu pai por lá.

— Desse jeito é melhor você descer e pegar um trem. — o taxista sugeriu

— Por favor, senhor. É importante. Garanto que eu tenho dinheiro, tenho como pagar. Qualquer coisa, pode me entregar pra Scotland Yard.

— É mais fácil te entregar pra Gestapo. — o taxista murmurou

— Gestapo, Gestapo. SS ist bedrohlich.

— SS é mais ameaçadora. — Leslie traduziu antes de começar a rir.

Miko começou a rir, acompanhando a ex-cunhada.

— SS? O que é isso, garota? Você inventa cada coisa. — Miko falou em meio ao riso.

— Polícia nazista. — Astrid respondeu, séria — História moderna. Obrigada por lembrar.

— Não acredito que senti falta até dessas suas grosserias.

— Chegamos. £50. — anunciou o taxista

Astrid tirou um bolo de dinheiro do bolso e colocou setenta libras na mão do taxista.

— Nem precisou chamar a SS, a Gestapo nem a Scotland Yard. Pode ficar com o troco. Ah, se um cara com o cabelo praticamente prateado, meio comprido perguntar por mim, o senhor não faz a menor ideia de onde eu estou, certo?

— Você tá fugindo de alguém?

— Digamos que esse garoto de quem eu to falando não é do tipo de companhia que alguém quer ter sem a Gestapo e a SS do lado.

O trio saiu do carro e começou a se infiltrar no meio da multidão de turistas que esperavam pela troca da guarda. Miko puxou Astrid pela mão.

— Senti a sua falta. De verdade. — ele disse

— Também senti a sua falta, menino do deserto.

— Sei que não é a hora certa pra te pedir isso, mas você volta pra mim?

— Nem sei o que te dizer, Miko.

— Não precisa dizer.

Ele abraçou ela pela cintura e deu um beijo que logo foi correspondido. Os dois se afastaram ofegantes.

— Desculpa. Eu não devia ter feito isso. — Miko se desculpou

— Não precisa pedir desculpas.

— Tenho. Pelo menos pelo mal entendido de Durmstrang. Eu não devia ter contado pra ninguém, nem pro meu irmão.

— Eu já te falei que isso é besteira e que percebi que eu superreagi.

— Tudo certo entre a gente, então?

— Por mim, tudo.

— Melhor a gente ir atrás da sua irmã.

— Não vai ser muito difícil.

Miko olhou pra namorada com uma sobrancelha arqueada.

— Ligação emocional de gêmeos. Vai me dizer que nunca teve isso com Max?

— Nunca.

— Mentira. Nem que seja por um instante. Sem querer adivinhou que ele tava em encrenca ou alguma coisa do tipo?

— Só se você considerar perceber que ele não queria dividir mais o quarto comigo.

Astrid revirou os olhos e começou a procurar em volta pela irmã. Quando não conseguiu nenhum resultado, decidiu ligar.

— Vamos lá, criatura. Oma Hoff lhe deu essa porcaria de telefone por poucos motivos e um deles foi atender ligações. — Astrid murmurava enquanto esperava a irmã atender o telefone — Amém, garota. Onde você tá? Eu me enganchei no meio da multidão com Miko.

— To aqui. Te encontro onde o taxista nos deixou, pode ser? — Leslie ofereceu

— Beleza. Agora?

— Tá certo.

— Leslie quer nos encontrar onde o taxista nos deixou.

O casal foi em direção ao ponto de encontro e ficaram esperando Leslie. Ficaram esperando por um tempo e, quando Leslie chegou, Astrid baixou um pouco os olhos.

— Não. Isso não tá acontecendo. — Leslie falou num misto de espanto, alegria e surpresa — Vocês voltaram. — a frase saiu como uma pergunta.

— Digamos que a sua irmã e eu nos entendemos. — Miko disse — Mas depende dela a gente voltar ou não.

Leslie deu um abraço apertado na irmã.

— Eu sabia, pirralha! — ela praticamente berrou

— Tá, tá. Percebi que você gostou, mas tá bom de me soltar, né? To sufocando. — Astrid pediu. Assim que a irmã a soltou, comentou: — E pare de me chamar de pirralha. A pirralha aqui é você, mesmo sendo mais alta. Nasci primeiro.

— Nunca vai deixar de clamar o direito de primogênita, né?

— Jamais.

— Ei, aquela não é a Claire? — Leslie perguntou

Claire andava com certa dificuldade graças ao avançado estágio de gravidez.

— Mein Gott. É sim! — Astrid confirmou — Claire! Claire! — as meninas saíram correndo.

— Tudo bom, meninas? — Claire perguntou gentilmente

— Tudo bom. E você? — Leslie perguntou

— Vou bem, na medida do possível. O Leon tá tentando me ajudar à distância no que pode, mas não é a mesma coisa.

— Já decidiu o nome? — Astrid perguntou

— Anke. Quero que o tio de vocês esteja aqui no parto.

— Acho que ele vem. Onkel Leon não iria faltar uma coisa importante dessas.

— Desculpa, não me apresentei. — Claire se dirigiu a Miko, oferecendo a mão — Claire McDermott, namorada do tio das meninas.

— Michael Thompson, amigo da Astrid. — Miko aceitou o aperto de mão — Pode me chamar de Miko.

— Tava indo pra casa. Querem vir comigo? Tomar um chá, talvez? — Claire ofereceu

— Vamos, Biene? — Leslie perguntou

— Vai você. Tenho que resolver uns problemas pro papai. Mas muito obrigada pela oferta.

— Te vejo mais tarde na casa de Oma Henderson?

— Eu vou te pegar. É que a gente vai passar a semana na casa de uns amigos do papai. Claire, qualquer coisa, pode me ligar que eu repasso o recado pra Onkel Leon ou o que for preciso.

— Tá certo. Até mais, Biene. Miko, foi um prazer te conhecer. — Claire respondeu

— O prazer foi meu. — Miko disse enquanto fazia uma leve mesura.

Astrid e Miko se afastaram das moças e foram para uma rua menos movimentada por ali por perto.

— Eu não poderia aparatar lá num lugar tão explícito e cheio de Muggles. — Astrid falou — Nem no estádio. Então, preciso que você venha comigo.

— E você quer que eu vá com você por...

— A lista é grande, mas os principais motivos são porque você é o meu quase namorado e eu vou precisar de alguém pra me acompanhar.

— Sorte a sua que eu estou livre hoje à tarde. Qual o destino?

— Hogsmeade. Se me permite. — a menina segurou de forma um pouco possessiva o braço do amigo antes de aparatarem.

Quando o cenário mudou, Astrid ficou claramente verde.

— Nunca vou me acostumar com isso. — Astrid falou antes de se apoiar no muro e vomitar. — É, foi um bom almoço, quando tava quietinho no meu estômago.

— Astrid, isso não tem graça. Evite ficar fazendo essas coisas.

— Qual seria a sua sugestão de meio pra vir pra Hogsmeade? Um dos tapetes que você tem pela casa?

— Tá, ganhou um ponto. — o garoto revirou os olhos — Mas evite ficar aparatando por aí.

— Como se eu já não fizesse assim. Mas prometo que vou evitar fazer muita estripulia. Precisamos falar com Rosmerta. Ela tem uma coisa pra entregar pro meu pai.

— Que tipo de coisa?

— Uma espécie de Sneakoscope. Parece que é mais apurado e mais disfarçado ou disfarçável, não tenho certeza. — Astrid fez uma careta — Nunca gostei desses negócios. Fazem barulho demais.

O casal foi andando em direção ao bar. De vez em quando recebiam olhares curiosos de algumas das poucas pessoas que circulavam na vila àquela hora. No Three Broomsticks, foram recebidos por um barman sujo e sem um dente da frente.

— O que o jovem casal vai querer? — ele perguntou

— Eu vou querer uma cerveja amanteigada. E você? — Astrid falou

— Vou querer uma também. — Miko respondeu — Só que a minha eu quero com gengibre, por favor.

O barman voltou para dentro do bar buscar os pedidos. Não muito tempo depois, Madame Rosmerta apareceu para falar com os jovens.

— Sabine, porque não me disse que viria acompanhada? — a dona do bar ralhou

— Eu não sabia que iria vir com ele. Mas como andam as coisas?

— Vão indo. Queria que estivessem melhores, mas acredito e espero que vão mudar em não muito tempo.

— Também espero. Sobre a encomenda do meu pai, a gente pega na hora da saída?

— É melhor. E mande minhas lembranças para Klaus e Sarah. Faz tempo que eu não vejo nenhum dos dois, principalmente a sua mãe.

— Mando sim. E muito obrigada.

Com a saída de Rosmerta da mesa dos jovens, o barman colocou os copos com a bebida pedida e voltou a se afastar.

— Seu sotaque está mais forte. — Miko comentou, tentando puxar assunto

— Depois de passar um ano falando basicamente só alemão, não é de se estranhar. E eu sei que eu to te devendo algumas explicações. — Miko fez uma expressão de estranhamento — Eu não te expliquei exatamente os motivos de ter voltado pra Inglaterra e com a cara toda marcada de sardas.

— Eu achei que era pelo jogo do Bayern e pra pegar essa encomenda do seu pai. Além, óbvio, de toda essa situação da guerra.

— Não é isso, exatamente. É o seguinte. Eu não tava muito afim de voltar pra Munique, pelo menos não depois do blitzkrieg na casa do meu pai. Acho que eu tenho um instinto muito suicida, porque eu queria realmente ficar pra ajudar. Mas meu pai não queria discutir e todo o resto que eu já te contei. Lá em Munique a minha avó me treinou por um ano pra ser uma caça recompensas. Não foi tão ruim, mas não era exatamente o que eu quero da minha vida.

— Continuo achando que você seria uma ótima caça recompensas.

— Enfim. Já tava me destruindo por dentro aos poucos ter que ficar lá fazendo cara de paisagem enquanto eu sei que por aqui tá todo mundo correndo perigo. Então eu me aproveitei do fato de ter o jogo aqui em Londres pra forçar a minha família a aceitar que eu iria ficar. A Leslie tava blefando quando disse que também ficaria. Ela vai voltar pra Munique assim que as férias dela acabarem.

— Uma coisa que você não deixou claro. Você vai voltar pra Hogwarts ou pra Durmstrang esse ano?

— Nenhum dos dois, acho. Porque eu não fiz um sexto ano em lugar nenhum e não tive orientação a partir dos meus OWLs.

— Acho que se a gente falar com Flitwick no começo do ano, ele vai dar a orientação certa pra você. Tanto ele quanto os outros professores, incluindo o diretor da escola inteira, sabem que você consegue absorver mil assuntos de uma vez só. E não acho que seria um problema você ver um sexto e um sétimo ano de uma vez.

Astrid encarou o amigo a sua frente. Ela sabia que ele tinha razão, mas ainda não tinha certeza se aquela decisão de retomar os estudos mágicos formais seria a mais correta.

— O que você acha que eu deveria fazer? — ela perguntou insegura

— Voltar pra Hogwarts. Você não sabe a falta que faz lá. Às vezes parece que os meninos esquecem de aprontar as coisas deles. Além do mais, você iria adorar ver a Lily assistindo um jogo de Quidditch. E eu sinto a sua falta, mesmo que você fique me falando grosserias.

Astrid riu com o comentário.

— Eu não sou grossa sempre.

— Quem foi que me deu um tapão no dia que me conheceu, mesmo? — Miko fez cara de quem estava tentando se lembrar — Acho que foi a Lily... Só que de cabelo preto.

— Tá, desculpa por ter batido em você quando te conheci. Se você quiser, a gente pode começar do zero agora. O que acha?

— Acho que eu deveria começar me apresentando. Oi, moça. Meu nome é Michael Thompson, mas as pessoas me chamam de Miko. — ele falou, estendendo a mão

— Oi, meu nome é Astrid Hoff, mas me chamam de Biene ou Asta. — Astrid entrou na brincadeira

— Então, Astrid, o que te traz a Hogsmeade?

— Eu tenho um amigo, não sei se você conhece ele, mas ele também se chama Michael e ele me convenceu a fazer meu último ano escolar em Hogwarts. Eu queria me situar um pouco antes de começarem as aulas.

— Gostei da ideia desse seu amigo. E, se você quiser, posso te ajudar a conhecer o vilarejo.

— Não seria uma má ideia. — ela respondeu com um sorriso — Mas a sua namorada não vai se importar?

— Na verdade, a minha namorada terminou comigo faz mais de um ano. E eu tava pensando aqui se você não queria me acompanhar como minha namorada. Porque eu gostei de você.

— Então o que está esperando? Guilherme II ressuscitar e vir atrás da gente?

Miko riu, se inclinou sobre a mesa e deu um beijo na garota a sua frente, que retribuiu prontamente. Quando se afastaram, o rosto da menina estava vermelho.

— Bem, por mim, a gente pode ir andando. Tem muita coisa que eu gostaria de te contar enquanto te mostro o vilarejo. — Miko falou

— Só deixa eu pegar essa encomenda e a gente já pode ir.


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