Um Reino de Monstros Vol. 2 escrita por Caliel Alves


Capítulo 5
Capítulo 1: A caixa misteriosa - Parte 4




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40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47... direita...

Saragat, durante todo o percurso contabilizara há distância percorrida e as mudanças de direção. Com a boca amordaçada pela goma, ele não poderia conjurar magias divinas, e com os olhos vendados, a sua direção era incerta, mas ainda assim podia contar com a memória.

Rosicler e Tell tentaram reagir contra a prisão, isso só piorou a situação do grupo. Em fila única, o trio seguia às escuras, os braços foram colocados para trás e as mãos foram unidas por grossas algemas de aço temperado.

— Pra onde acha que estão nos levando, Rosicler?

— Não sei, Tell, parece que estamos andando em círculos.

— Silêncio!

Letícia que conduzia a fila gritou com os dois. O garoto estava apreensivo, Index sumira e o livro também. O mago-espadachim garantia que a criatura de pele cabalística estava com ele esse tempo todo. Desconfianças cruzaram a sua cabeça como um raio.

Quando a marcha parou repentinamente, Rosicler colidiu com a guia da marcha, a general-brigadeiro. O Lisliboux, por sua vez, chocou-se com a garota. Saragat atingiu o mago-espadachim e o efeito dominó continuou com os que vinham atrás dele. A alquimista virou-se furiosa e arrancou a venda da retardatária com brusquidão.

— Não sabe olhar por onde anda, não?

— Unfh! Você que me vendou, sua estúpida.

— Sua desaforada.

As duas passaram a se encarar, se fosse possível matar com um olhar, as duas estariam tesas no chão. Os homens que assistiam a cena fizeram um silêncio constrangedor.

— Vamos, entre logo aí!

— Aínnnn, sua grossa.

Rosicler foi lançada na cela pela militar, ela rodopiou pelo catre e foi se bater na parede. O conjurador e o garoto também foram jogados dentro da cela. Sendo trancada por um dos guardas da prisão. A alquimista apontou um dedo acusador para o Lisliboux, e disse:

— Espere só até eu voltar.

O mago-espadachim engoliu em seco com um glup. Saragat gemeu um “m-umu”. Rosicler deu língua num gesto bastante cínico. A general-brigadeiro virou as costas, e os seus subordinados a seguiram corredor afora.

— E agora, o que faremos, Rosicler? Index fugiu com o Monstronomicom. Saragat não pode nos tirar daqui, e eu nunca estive preso numa...

— Se vira, moleque! Euzinha aqui tô dando uma de gás e vazando.

— Não, Rosicler. Você não pode fazer isso...

— Já fiz, otário.

O garoto ficou chocado com as maneiras e o jeito de falar de Rosicler. Embora ela e o conjurador discutissem muito durante a viagem, ela nunca havia lhe destratado. Tell, agora se sentia enganado. Tentou desvencilhar os seus braços das algemas, mas os seus pulsos ficaram doloridos. Ele rangeu os dentes e a encarou furioso.

— Como você pôde nos enganar? Confiamos em você... Você pegou o livro?

Ela encolheu os ombros e fez uma cara de desconfiada enquanto executava um movimento contorcionista. Girando os braços abaixo das pernas, e os fazendo voltar à frente do seu corpo.

— Eu? Eu não meu bem, não sei aonde teu livro se enfiou.

Ela retirou uma penca de chaves prateadas do bolso e abriu as suas algemas. Entretanto, ela não libertou os outros, o companheiro soltou uma lágrima. Rosicler, antes de sair, se virou para ele.

— Desculpe, garoto. Estou aqui à negócios...

A garota saiu e fez questão de trancar a cela novamente, mas fez tudo isso sem olhar para os companheiros. O mascarado sentou-se no chão dobrando os joelhos. O mago-espadachim passou a esbravejar e a chutar as grades da cela. Depois, com as lágrimas se tornando uma torrente, ele caiu no chão e encostou seu rosto nas grades.

Snif-snif... Está tudo dando errado, snif, tudo... Snif-snif ... Desculpa vovô.


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