Louca Inspiração escrita por Mililika, Bia Kenway


Capítulo 4
Cheio de segundas intenções




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Josh estava esperando Efrem na frente do cinema. Ele estava adiantado no horário porque havia feito compras com Brian mais cedo. Os dois passaram todo o início da tarde andando de loja em loja depois de almoçarem juntos. Josh escutou muitas vezes o nome "Dawson" vindo da boca de Brian, mas não implicou muito porque o ruivo obviamente estava um pouquinho triste por o loiro ter saído em turnê.

Pelo que Brian contara, as coisas ficaram um pouquinho tensas depois da noite da festa entre o ruivo e o cantor, no dia seguinte eles falaram pouco e Dawson não inventou nenhuma saída inesperada. Na manhã seguinte, o loiro ajeitou as malas, despediu-se do ruivinho com um
beijo na bochecha e saiu em turnê com a banda. O primeiro show seria no domingo, em Quebec.

Apesar de conhecer Dawson há um bom tempo, Joshua não sabia muito bem o que se passava pela mente daquela criatura. No entanto, mandou uma mensagem para ele falando para que "se comportasse na turnê" caso realmente sentisse algo a mais por Brian. E por se comportar, Josh nem se referia a ele ficar com outras pessoas, já que ele e Brian sequer estavam namorando nem nada assim, mas que se mantivesse afastado das drogas. Era principalmente nas turnês que o loiro e os outros membros da banda acabavam fazendo uso de substâncias.

Josh havia se afastado da banda por conta disso. Já usara algumas vezes antes, por influência dos "amigos" quando mais novo. Mas depois, nunca mais. E nem pretendia. Ele queria ter um futuro no lugar, com corpo e mente sãos.

Efrem estava nervoso. Ao seu lado, andando tranquilamente, estava Niko. Um pouco mais afastados dos dois estavam quatro seguranças que faziam a escolta deles.

— Você com essa cara me deixa mais nervoso ainda... – O mais velho comentou.

— Que cara?

— De quem vai aprontar.

Niko girou os olhos.

— Eu só estou indo conhecer o seu namorado... Assim como você fez questão de conhecer o meu.

— Ele não é meu namorado... Ainda. Não fiz o pedido oficial. E espero que você não o assuste.

— Bem que você merecia que eu o assustasse, mas eu não vou fazer isso com o pobre do rapaz. – Niko abanou a mão. – Além disso, eu vou levar os seguranças comigo pra ficar andando pelo shopping enquanto vocês se agarram no escurinho do cinema. Você não poderia ter irmão melhor do que eu.

— Você não vê a hora de se livrar de mim. – Efrem resmungou.

Niko nem se dignou a responder porque a verdade era que ele estava sim louco para que o irmão mais velho arrumasse um canto para ele e o deixasse namorar Conrad em paz.

— Lá está ele. – O príncipe mais velho indicou para o rapaz de cabelos azulados.

Sorrindo, Niko se aproximou.

— Olá! – Cumprimentou em um tom educado. – Sou o Niko. Não sei se você se lembra de mim.

— Oi! Lembro sim! Vagamente, mas lembro. – Sorriu e cumprimentou o rapaz, apesar de não entender muito bem por que ele estava li. – Efrem viiiiive falando de você. – Rolou os olhos de maneira divertida.

— Sério? – Niko riu por causa das bochechas coradas do irmão mais velho. – Ele não fica uma graça todo tímido?

— Nikolay! – Efrem ficou ainda mais vermelho e arrancou mais risadas do mais novo.

— Ele fala muito sobre você também. – Niko disse simpático. – Eu ia esperar uma oportunidade melhor para nos “conhecermos” de novo ao invés de ser num shopping barulhento, mas ou eu inventava de vir junto e levar os guarda-costas comigo para “bater perna” enquanto vocês estão no cinema ou então vocês teriam que assistir o filme com a “plateia” observando cada movimento de vocês e namorar com plateia não é legal... – Lançou um olhar irritado para o irmão mais velho que se fez de desentendido.

— Vou comprar pipoca. – Efrem disse e se afastou antes que um dos dois pudesse se manifestar.

— Você consegue distraí-lo por um final de semana inteiro? – Niko perguntou esperançoso. 

Josh tossiu com a sugestão, mas frente ao olhar esperançoso do loiro, ele não conseguiu negar. Não que quisesse negar, mas depois de trabalhar todas as noites daquela semana e levantar cedo todos os dias para as aulas na faculdade, Josh estava se sentindo um caco e tinha planos de dormir todo o final de semana depois do cinema, ou algo perto disso.

— Posso tentar. – Coçou os cabelos azuis meio sem jeito. – Eu tentei convencê-lo a parar de ser “empata foda” para você e o Conrad, mas seu irmão é teimoso e super-protetor demais. Eu não sei se você tem sorte ou azar por isso, acho que um pouco dos dois.

Niko sorriu enquanto olhava para Efrem que parecia todo em dúvida para decidir qual o melhor combo para comprar.

— Estou acostumado. Ele sempre foi o mais cuidadoso comigo. Claro que irrita um pouco às vezes ser tratado como cristal, mas é a forma que ele tem para mostrar que se preocupa e que ama... Não se assuste quando ele bancar o super-protetor com você também. E eu estou feliz porque fazia muito tempo que eu não via o Efrem sorrindo tão espontaneamente. Obrigado por isso.

Josh corou e mordiscou o piercing, olhando de esguelha para Efrem também.

— Acho que eu vou gostar dele super-protetor. Nunca tive ninguém que se preocupasse muito comigo. – Sorriu sem jeito. Josh antes morava com uma tia solteirona, irmã de sua mãe. A mãe era uma artista bipolar meio doidinha e ausente, então Josh a via apenas eventualmente. Já o pai, ele encontrava esporadicamente, já que ele havia formado outra família. A tia nunca demonstrou-lhe muito carinho, pegou-o para criar apenas porque a irmã, que por sinal ela odiava, não tinha a mínima condição de cuidar de uma criança. Ela não era ruim, mas não era uma mãe.

Niko percebeu que havia uma história ali, mas não iria bancar o intrometido. Pelo menos não tão cedo. Havia prometido para Efrem que se comportaria.

— Eu comprei o pacote grande de pipoca e de refrigerante aí ganhei uma barra de chocolate de brinde. – Efrem disse todo contente ao se aproximar dos dois outra vez.

— Você deveria ter comprado uma pipoca só para o Josh porque essa aí você come em dois segundos... – Niko provocou.

— Estou mais controlado com comida – Efrem se defendeu.

— Tá. Me engana que eu gosto. Se você não tomar cuidado vai engordar aí o Josh não vai te querer todo pançudo! O Conrad se cuida pra manter o corpo bem gostoso pra mim...

— Eu não quero saber do corpo do Conrad! – Efrem disse com as orelhas vermelhas.

Niko gargalhou.

— Bem, foi um prazer, Josh. Vou andar por aí e levar os seguranças comigo. Conversamos com calma outro dia. Bom filme! – Balançou a mão em um “tchau” e se afastou dos dois.

— Esse peste... – Efrem resmungou. – Não ligue pra ele.

Josh deu uma risadinha discreta.

— Eu gostei dele. – Deu de ombros e pegou o refrigerante e o chocolate para ajudar Efrem. Uma das coisas mais tristes da vida: derrubar a pipoca antes de entrar no cinema. – Já comprei os ingressos, então já podemos entrar! Adoro ver os trailers. 

Efrem acompanhou Josh e, quando os dois estavam nos seus lugares, o príncipe segurou a mão do rapaz de cabelos azuis e sorriu.

— Senti saudade. – Murmurou num tom tímido. Não sabia se Josh iria gostar daquela demonstração de afeto em público.

— Eu também. – Josh descansou a cabeça no braço do loiro. Ele era maior, então era ótimo para esse tipo de coisa. Entrelaçou seus dedos e, com a mão livre, pegou um pouco de pipoca. – Niko pediu para eu te distrair por todo o final de semana. – Riu baixinho. – Então... Você quer ir lá para casa depois do cinema?

Efrem havia colocado um pouco de pipoca na boca e acabou se engasgando.

— O final de semana inteiro? Ele não tem juízo mesmo... – Falou depois de tomar um gole do refrigerante. – Eu adoraria ir pra sua casa e passar algumas horas lá. Claro que eu adoraria ficar o final de semana todo, mas tenho que resolver algumas coisas e acho que você tem que descansar e estudar também.

— Não me importo de você dormir lá hoje. – Josh falou como quem não quer nada. Convidar para dormir era quase sinônimo para “sexo”, mas não que essa fosse exatamente a intenção do mais novo. Se rolasse, ele iria gostar, mas senão, tudo bem também, apenas a companhia do loiro seria ótima. E isso daria ao menos uma noite de “folga” para Niko e Conrad. Ele tinha de ajudar o cunhado, certo?

“Céus, ele nem me pediu em namoro e estou pensando no Niko como cunhado” Josh riu internamente. 

— Eu... – O príncipe ficou um pouco incerto de como responder. Ele não sabia se conseguiria se controlar caso fosse para a casa de Josh, mas não queria perder essa oportunidade também. – Tá. Eu durmo. – Disse por fim. – Podemos pedir uma pizza.

— Você já pensando no que comer de noite! – Josh riu se divertindo. – Você era uma criança gordinha? – Perguntou com um ar divertido.

— O que eu posso fazer se comer é a oitava maravilha do mundo? –  Efrem perguntou em um tom divertido. – E eu era gordinho sim. Tem fotos minhas de quando era pirralho na Internet. Podemos ver depois. – Efrem pegou mais um punhado de pipoca. – Sempre fui guloso. Na adolescência comecei a me exercitar mais e hoje não tenho muita facilidade pra engordar.

— Programação para hoje: cinema, depois pizza lá em casa enquanto vemos suas fotos de gordinho quando criança. – Josh falou num tom de brincadeira. Ele se virou mais de lado na poltrona e passou a mão pelo abdome definido do loiro. – Gosto do seu corpo... Geralmente não gostava de caras muito fortes, mas fica bem em você, não é desproporcional nem nada disso.

Efrem engasgou de novo com a pipoca.

— Niko disse para eu aproveitar o escurinho e te agarrar muito. Estou considerando a ideia de fazer isso com as luzes acessas... – Falou com a voz rouca.

Josh escondeu o rosto no braço do loiro para rir. Depois se esticou e deu um beijo na bochecha dele.

— Nossa sorte é que tem pouca gente no cinema. – Murmurou e mordiscou a orelha do maior, enquanto sua mão descia para acariciar a coxa dele.

O príncipe estava louco para ver até onde a mão de Josh iria, mas as luzes se apagaram parcialmente e os trailers começaram atraindo a atenção do rapaz de cabelos azuis.

— Nem lembro quando foi a última vez que eu assisti um filme no cinema. – Efrem comentou. 

— Eu adoro cinema, venho com frequência. – Josh pegou um punhado de pipoca e colocou na boca quando o primeiro trailer começou. – Sou meio cinéfilo.
— Não é muito fácil pra sair em Altai... Aqui é um pouco mais tranquilo, mas ainda temos os seguranças e os paparazzi. Por sorte ultimamente os tabloides andam nos deixando em paz. Aquele ator famoso... Jessie? Acho que é esse o nome dele. Enfim, ele vai lançar um filme novo e estão todos correndo atrás dele agora e nos deram uma folga. – Efrem segurou a mão de Josh e começou a acariciá-lo.

— Jessie Griffiths! Eu adoro ele. Vi todos os filmes. Ele é considerado por tudo quanto é revista como o ator mais sexy da atualidade. Vou vir ver o novo filme dele no cinema com certeza. É um filme de piratas, menos fantasioso que Piratas do Caribe. E mais sangrento e baseado em histórias reais. Parece demais. – Josh disse empolgado.  

Efrem sorriu com a empolgação de Josh.

— Nós vamos assistir juntos. Quem sabe eu não consigo dois ingressos pra pré estreia e aí você pode conseguir uma foto com o Jessie? 

— Seria demais! – Josh assentiu e depois voltou a abraçar o braço do maior. – E é melhor eu calar a boca antes que as poucas pessoas no cinema reclamem. Eu tenho a péssima mania de ficar comentando as cenas do filme enquanto assisto, mas tentarei me controlar. 

— Os incomodados que mudem de lugar, ora. – Efrem falou enquanto apoiava a bochecha no topo da cabeça de Josh.

Eles assistiram ao filme conversando ocasionalmente sobre algumas cenas. Efrem ria com alguns dos comentários de Josh e, como ele não era exatamente muito discreto ao rir, ganharam alguns “psiuuuu!” durante a sessão, mas o príncipe nem se incomodou.

Quando o filme terminou, eles deixaram o cinema de mãos dadas comentando animadamente sobre o filme e foi assim durante todo o caminho até a casa de Josh.

— Agora pizza e fotos constrangedoras de quando eu era criança! – Efrem brincou enquanto Josh abria a porta do apartamento. – Bem, mas com certeza o Georgiy tem mais fotos constrangedoras na Internet do que eu. Ele é o irmão que os tabloides mais amam. Até foto do bumbum dele tem pela Internet.

— Acho que não quero ver as fotos do bumbum do seu irmão não. – Josh falou rindo alto. Ele fechou a porta e depois arrastou Efrem até o sofá. Atirou-se no colo dele e pegou o celular. – Vou ligar para minha pizzaria favorita. Não é tão cara e é muito boa e como demora uns cinquenta minutos pra pizza chegar já dá pra chamar agora. Que sabores você quer?

— Hum... – Efrem sentiu o corpo reagir de imediato ao ter Josh sobre ele. Sem pensar muito, pegou o celular das mãos do rapaz e o desligou antes que ele pudesse completar a ligação e mordiscou a orelha dele. – Acho que mudei de ideia sobre a pizza e as fotos... Agora eu quero beijar o seu corpo inteiro. – Sussurrou enquanto deslizava as mãos entre as pernas do menor.

Josh foi pego de surpresa e mordeu o lábio abafando um gemido ao sentir os toques do loiro. 

— E-Espera. – Pediu e afastou o rosto dele de seu pescoço, rindo corado. – Depois de você beijar meu corpo inteiro, aposto que vai estar com fome, então vou pedir a pizza primeiro. – Falou e pegou o celular de volta. Fez o pedido aos risos porque Efrem ficava beijando o seu pescoço e fazia cócegas. 

Pediu calabresa, quatro queijos, frango com catupiry, e uma pizza “brotinho” de chocolate branco com abacaxi. Eram seus sabores favoritos. Nem tinha como perguntar quais Efrem queria, já que havia o risco de o loiro interromper a ligação de novo.

Quando terminou, aí sim jogou o celular no sofá e virou-se no colo de Efrem de novo, abraçando o pescoço dele. 

— Para quem estava tão recatado na primeira noite, hoje você está bem saidinho. – O garoto falou escondendo o rosto no pescoço dele enquanto o abraçava, sentindo o cheiro do perfume do loiro. Ele era todo cheiroso e Josh gostava disso.

— Ainda estou colocando em prática as dicas dos seus amigos... Eles disseram que você gosta de caras com carinhosos com pegada. – Efrem respondeu enquanto seu braço rodeava a cintura de Josh com uma força moderada. – Eles disseram também... – Fez uma pausa para se lembrar das palavras exatas. – “Durante o sexo pegue ele no colo e faça sexo em pé. Ele adora”. Mas se você preferir eu volto para o modo recatado com as mãos longe.

Josh gargalhou da fala dos amigos. Aqueles desgraçados! Depois afundou as mãos nos cabelos loiros de Efrem, aproximando seu rosto do dele.

— Claro que não quero que volte pro jeito recatado. Aliás, acho que mesmo se eu pedisse você não iria resistir... – Sussurrou e fechou os olhos, deixando seus lábios tocarem os do príncipe, enquanto acariciava os cabelos sedosos dele. – Você está planejando fazer sexo em pé comigo? – Murmurou rente à boa dele.

Efrem gemeu e seu pênis pulsou dolorosamente.

— Tem alguém aqui que ou é muito convencido ou confia muito no seu poder de sedução. – O príncipe provocou enquanto erguia a blusa de Josh e começou a dedilhar o abdômen do menor. Suas bocas continuavam próximas, mas sem se tocar como se estivessem disputando para ver quem cederia primeiro. – Eu gostaria de ser carinhoso na primeira vez, mas eu te quero tanto que vou te prensar na parede mais próxima e te fazer gemer meu nome até que você não tenha mais forças...

Josh sentiu o coração disparar com aquilo. Tudo estava contribuindo para que ele estivesse excitado, duro e ofegante.

— Olha como você está falando e me diz se não está já totalmente seduzido? – Josh brincou com a voz baixa, e se ajeitou no colo do loiro, deixando então suas ereções pressionadas uma contra a outra. – Eu quero ver esse seu lado safado falar mais alto... – Sussurrou e deixou os lábios deslizarem pelo contorno do maxilar do maior, seu quadril se movendo contra o corpo dele. 

Efrem até tentou manter a cabeça fria e pensar com clareza, mas foi impossível. Não dava pra pensar com Josh movendo seu corpo contra o seu daquela forma. Com um gemido rouco, o príncipe agarrou Josh e inverteu as posições prendendo Josh abaixo de si e antes que o rapaz de cabelos azuis pudesse dizer qualquer coisa, o beijou, sua língua enroscando-se na dele, sugando, provando... Ousado, quente. Um beijo que Efrem nunca havia dado em ninguém antes. Um beijo que deixava bem claro a profundidade de seus sentimentos por aquele rapaz e a intensidade era tanta que até o príncipe se assustou com o que estava sentido.

Enquanto o beijava, as mãos de Efrem começaram a trabalhar para livrá-lo das roupas.

— Você vai ficar me achando um perseguidor ou alguma coisa do tipo se disser que fantasio com isso desde o dia em que nos conhecemos na boate? – Efrem murmurou um pouco receoso quando seus lábios se desencontraram.

Josh soltou uma risadinha trêmula. Seu corpo estava em polvorosa e ele só conseguia pensar no quanto queria sentir mais do corpo e mãos do loiro.

— Não. Acho que fico até... Lisonjeado? Por ter tido todo esse efeito em você. – Murmurou e se esfregou nele quando voltaram a se beijar, seus corpos quentes, sentindo un aos outros. Em dado momento conseguiu fazê-lo sentar e de novo e escorregou para o chão, ajoelhando-se entre as pernas do loiro. Não deu a ele muito tempo para pensar. Abaixou um pouco as calças dele e revelou o falo ereto do loiro, o qual sem hesitação começou a chupar após admirá-lo por alguns segundos.

Da boca de Efrem só saiam gemidos e palavras desconexas. Ele afundou a mão nos cabelos macios de Josh e começou a mover o quadril na boca do rapaz.

— Desse jeito você vai me fazer passar vergonha e gozar antes mesmo de começarmos... – Conseguiu murmurar com um pouco de dificuldade.

Josh só parou quando Efrem parecia realmente prestes a gozar. Ele se levantou e subiu na mesinha do centro da sala. E começou a despir lentamente as próprias roupas, mantendo o olhar em Efrem. Parou apenas quando estava só de cuecas. Sorriu de canto, apesar das bochechas vermelhas.

— Sua vez. – Falou.

Efrem estava de boca aberta com o “show” que havia acabado de receber. Ele passou a língua pelos lábios para umedecê-los e levantou. Sob o olhar atento de Josh, e também deslizando os olhos pelo corpo desnudo do rapaz, começou a tirar a blusa. A jogou do outro lado da sala. Ao contrário de Josh, ficou completamente nu e ao ficar assim foi para cima dele, fazendo com que o rapaz pulasse para o seu colo e, tal como prometeu, o prensou contra a parede mais próxima enquanto sua boca exigia um novo beijo. As pernas de Josh estavam enroladas em volta da cintura do príncipe e Efrem começou a tocá-lo por cima da cueca sem interromper o beijo.

— Eu te quero, Josh... – Murmurou ofegante enquanto deslizava os dedos para dentro da cueca do menor e um dos seus dedos “brincou” com a entrada. – Posso continuar?

Josh soltou uma risadinha envergonhada e entrecortada.

— Eu fiz strip-tease pra você, e você me pergunta se pode continuar? – Perguntou implicante, ofegando de leve.

Efrem não se fez de rogado com a “permissão”. Josh acabou na mesinha de novo, de quatro, enquanto o loiro o preparava. O de cabelos azuis pensou que Efrem realmente deveria ter fantasiado muito, já que ele não hesitou nem um pouquinho em começar prepará-lo com a língua, momento ou outro colocando um dedo dentro.

Josh ficou inicialmente em pouco envergonhado com a posição, mas quando as carícias começaram ele não conseguiu mais se importar. Rebolou contra a língua ou dedos do loiro, tentando se segurar naquela mesa pequena da melhor maneira que conseguia. E quando já estava quase gozando, Efrem o virou de frente para ele e o pegou no colo de novo. Dessa vez, acabou prensado contra a geladeira.

— E-Efrem... – Gemeu e se agarrou forte a ele ao senti-lo penetrando-o devagar.

Efrem não tinha certeza se a preparação havia sido suficiente para que Josh não sentisse dor, então se controlou para penetrá-lo o mais lentamente possível. Ou pelo menos tentou. Quando ele começou a ser apertado por aquele interior quente e gostoso, o restante de lucidez que ainda tinha foi para o espaço e o príncipe acabou mandando a cautela para o espaço e logo estava completamente dentro.

— Josh... – Murmurou o nome dele enquanto começava se mover o segurando em seus braços com força. O rosto de Josh estava vermelho, os lábios inchados, o cabelo grudava na testa. Era a visão mais linda que Efrem já havia visto na vida. – Goza pra mim...

— Me faz gozar... Entra bem fundo em mim. - Josh gemeu no ouvido dele, e Efrem continuou se movendo, cada vez mais intenso. O mais novo murmurava algumas palavras safadas na orelha do loiro vez ou outra, alternadas com gemidos ou suspiros. Ele sentia a pressão da geladeira fria nas costas, e do corpo quente e rígido do loiro; o contraste o deixava zonzo junto com os espasmos de prazer que dificultavam sua respiração. 

Efrem os manteve naquela posição até que Josh melasse com sêmen seus abdomens, gemendo alto. O loiro pareceu maravilhado ao ver o de cabelos azuis chegando lá, e então permitiu-se o prazer do orgasmo também. Cansado e com a respiração difícil, Efrem os levou de volta para o sofá, e eles acabaram abraços e nus ali.

— Foi incrível! – Josh confessou suspirando e acariciando o rosto do mais velho. Sorriu e o abraçou, escondendo o rosto no pescoço dele. – Assim fica difícil não gostar mais e mais de você, com você se esforçando para fazer tudo do jeito que eu gosto. – Falou num tom de brincadeira, mas falava sério. Efrem estava se esforçando para dar certo, e isso fazia com que Josh também quisesse que desse certo. – Eu estou em desvantagem, não tem amigos seus aqui em Toronto pra me contar as coisas que você gosta. 

— Ah... Esse seria o Georgiy... Mas é melhor mesmo que você não converse com ele. – Efrem disse após uma risada imaginando o que o irmão mais novo poderia contar para Josh. Depois respirou profundamente algumas vezes para recuperar o fôlego. – Foi intenso. Nem nas minhas melhores fantasias imaginei que poderia ser assim. Eu fantasiei um bocado... – Admitiu todo sem graça.

— Seria meio estranho ligar para ele e pedir dicas. – Josh riu da ideia. – Acho que vou ter que descobrir aos pouquinhos as coisas que você gosta... – Fez carinho no peito dele. – E ainda bem que a realidade superou suas fantasias. Imagina que chato você ter fantasiado todo esse tempo e na hora H não achar lá grandes coisas? – Riu escondendo o rosto onde antes fazia carinho.

— Bem, você já está fazendo algo que eu adoro. Ficar juntinho assim, conversando, trocando carinho.. – Efrem falou. – E eu também adoro como você parece esquecer por completo que eu sou um príncipe. Outra coisa que eu gosto é de fazer bem devagar... Com bastante preliminares. Mas podemos fazer isso depois da pizza. – Brincou. 

— Viu como eu estava certo em pedir a pizza? Aposto que você está morrendo de fome. – Josh falou continuando a fazer carinho no loiro, enquanto recebia também nas costas. – Também gosto de ficar assim juntinho. – Murmurou e deu um beijinho nele. – Eu sou meio ansioso, mas devagar também parece bom. 

— Isso é outra coisa que eu gosto em você: está me alimentando e me deixando mais forte! – Efrem riu e o abraçou com força. – Acho que eu tenho que te prender do meu lado antes que alguém tente te roubar de mim. – Falou num tom meio de brincadeira, mas lá no fundo fazendo um pedido bem sério de namoro.

Josh riu mas depois captou o que o loiro queria dizer. Ele levantou a cabeça e o encarou hesitante.

— Você ‘tá me pedindo em namoro? – Perguntou em dúvida.

Efrem corou e ficou todo sem graça.

— É muito cedo pra isso? Se for eu vou entender. Mas é que eu quero ficar só com você. – Falou todo atrapalhado.

Josh estava vermelho, mas ao ver Efrem todo sem graça o achou tão fofinho que não resistiu e sorriu. 

— Eu nunca estive em um relacionamento sério antes... – Admitiu. – A ideia me deixa um pouco nervoso... Mas eu também não quero que ninguém roube você de mim. – O abraçou escondendo o rosto. – Você é tão bom de abraçar...

— Vamos descobrir juntos como ter um relacionamento sério. – Efrem disse com um sorriso radiante. – Desde que eu te vi eu quis te abraçar assim e te proteger. Agora eu posso.

Efrem ainda continuar falando, mas seu estômago roncou alto estragando o momento.

— Certo. Isso foi péssimo. – Ele gargalhou. – Mas acho que devemos nos vestir ou do contrário o entregador nos pegará como viemos ao mundo e aí acho que meu bumbum corre o sério risco de ir parar na rede mundial de computadores também... Até imagino o Georgiy vindo de Altai só pra tirar onda com a minha cara por causa disso.

Josh estava rindo junto quando pegou a calça de Efrem e a atirou na cara dele. Os dois vestiram o resto das roupas e Josh preparou um suco para os dois. 

— Então, namorado, quais os seus planos daqui para frente? – Perguntou ligando a TV e entregando o suco para ele. Riu de leve quando Efrem o puxou de volta para o colo dele. 

— Um dia de cada vez, namorado. Hoje só quero curtir esses momentos com você e quem sabe conseguir mais uma casquinha. – Efrem ondulou as sobrancelhas num tom sugestivo. – E ganhar algumas bebidas criadas por você.

Josh rolou os olhos enquanto sorria de leve. A pizza chegou e eles comeram tudo, lambendo os beiços. Depois, as preliminares lentas prometidas por Efrem começaram...

XxxX

Niko estava sentado no chão diante da mesinha de centro da sala rodeado de papeis, livros e com o notebook ligado à sua frente. O príncipe estava concentrado e demorou um pouco para perceber que Efrem havia entrado com aquele sorriso bobo que sempre o acompanhava quando ele voltava de algum encontro com Josh.

— E não é que ele passou a noite e quase o dia seguinte todo fora... Homem apaixonado. Essa cara de “eu fiz muito sexo e gostei” não me engana! – O loirinho riu enquanto procurava por um documento em meio ao amontoado de papéis largados no chão.

— Isso são documentos da embaixada? – Efrem perguntou num tom de repreensão, ignorando a provocação do irmão mais novo.

— São. – Niko falou indiferente.

— Você não deveria largar coisas importantes assim pelo chão!

— Não vou perder nada. – O mais novo, só pra irritar Efrem, pegou o copo de suco que estava ao lado do computador e bebeu de forma despreocupada. Se ele deixasse cair, seria um Deus nos acuda.

— Você é uma peste mesmo. Não sei como o Conrad ainda não te deportou de volta para Altai. – Efrem comentou. – Espera... Você está fazendo trabalho da embaixada ou da universidade? – Perguntou confuso ao ver que também havia projetos espalhados pelo chão, bem como livros de arquitetura.

— As duas coisas. Deixei acumular trabalho da universidade e esses documentos da embaixada tem que ser analisados e assinados com urgência.

— Eu não sei se você é hiperativo ou só doido mesmo. – Efrem girou os olhos antes de se largar no sofá.

Mas ele dizia isso apenas para tirar o irmãozinho do sério, já que tanto ele quanto Georgiy e Alek estavam acostumados a ver Niko fazendo mil e uma coisas de uma vez e dando conta de todas. Desde pequeno o príncipe mais novo era assim. Ele nunca conseguia se concentrar em apenas uma atividade.

— Não posso fazer nada se vocês são lentos e só conseguem fazer uma coisa de cada vez. – Niko retrucou e Efrem desistiu de tentar provocar o loirinho porque era Niko quem sempre ficava com a última palavra.

Efrem suspirou e Niko deu uma risadinha.

— O que foi? – O mais velho perguntou confuso.

— Você aí todo aos suspiros apaixonados. Foi conquistado mesmo, né, mano?

— Ele é diferente de todas as pessoas com quem já me relacionei. Adoro a forma como ele parece esquecer completamente que sou um príncipe. É bom ser tratado como uma pessoa normal pra variar. – Efrem admitiu.

— Entendo a sensação. – Niko sorriu. – Mesmo depois que o Conrad soube que eu sou um príncipe não passou a me tratar diferente. Esse era o meu maior medo.

— Estou pensando em me mudar definitivamente para Toronto.

— Quê? – Niko largou os papéis de lado e virou para encarar o irmão.

— Você implorou para que não o levássemos de volta para Altai para ficar com o Conrad e agora não vai me apoiar para que eu fique com o Josh? – Efrem perguntou um pouco magoado. – Está louco para se ver livre de mim, não é?

— Não começa com drama, Efrem. – Niko disse após um suspiro.  Levantou e sentou ao lado do irmão no sofá. – Eu só fiquei pensando o que você vai dizer para os nossos pais como desculpa para ficar morando aqui definitivamente. Cuidar de mim não vai colar para sempre.

— Não é uma desculpa!

— É claro que é! Eu não sou nenhuma criança! E estou praticamente casado já. O Conrad cuida de mim.

— Não. Ele bulina você. – O irmão ciumento murmurou e ganhou um “Hupft!” exasperado de Niko como resposta. – Eu vou dizer a verdade, ora. Que eu não quero voltar e que vou morar aqui.

— Ok. Digamos que os nossos pais aceitem de boa já que o Alek e o Georgiy continuarão em Altai e você pode ajudar por aqui com as questões da embaixada... Mas, o que você está pensando em fazer no dia-a-dia? Você nunca foi de ficar parado muito tempo e temos períodos bem tranquilos na embaixada pra você ficar trabalhando só com isso e convenhamos que é um trabalho bem chato aí vai ficar entediado e me deixar doido no processo.

— Eu estou pensando em abrir um café. – Efrem contou. – Josh tem me ensinado a fazer bebidas. Drinks, cafés, capuccinos... Descobri um lado criativo que eu não sabia ter.

— Sério? É uma ideia interessante.

— Estou pensando em um lugar que funcione como café de dia e pub à noite. Ainda estou amadurecendo a ideia... Preciso fazer uma pesquisa de mercado, mas uma coisa que eu já decidi é que vou convidar o Josh para trabalhar comigo.

— É claro que vai! – Niko riu e encostou a cabeça no ombro do irmão. – Nunca pensei que tanta coisa pudesse acontecer com o meu “capricho”, como os nossos pais definiram, em vir passar uma temporada no Canadá. Não esperava conhecer o Conrad e muito menos que você conhecesse o Josh... Estou feliz por você e vou te apoiar independentemente do que você decidir. E o Josh realmente parece um cara legal. Gostei dele.

— Obrigado, Nikolay. – Efrem murmurou enquanto passava o braço em volta do ombro do mais novo e o puxou para um abraço.

— Estamos conversados então você pode ir procurar um apartamento só pra você e deixar de ser encosto na casa dos outros.

Efrem bufou e soltou um “uma vez pentelho, sempre pentelho!”.

Conrad havia saído para fazer algumas compras rápidas e quando retornou se deparou com aquela bagunça.

— Nikolay! – Chamou exasperado. – Não posso te deixar trinta minutos sozinho nesse apartamento.

Niko nem se abalou com o tom do namorado. Cheio de energia e com um sorriso enorme, o loirinho pulou nos braços de Conrad.

— Tenho uma notícia! – Exclamou todo feliz. – O Efrem vai se mudar! – Ele sabia que a novidade faria Conrad esquecer a bagunça.

— Sério?! – Conrad olhou esperançoso para Efrem e largou as compras em cima do balcão com Niko ainda pendurado em seu pescoço. Ele não aguentava mais aquele encosto. – Vai morar com o Joshua? 

— Não. É muito cedo pra isso... Eu recém o pedi em namoro. – Efrem resmungou.

— Você não me contou isso! – Niko exclamou surpreso.

— Me distrai com essa zorra que você fez. – O mais velho justificou. – E vocês não precisam parecer tão felizes por se livrarem de mim.

— Você já começou a procurar algum apartamento? – Niko ignorou os resmungos do irmão.

— Estou querendo algo perto do lugar onde estou pensando em abrir o pub. E agora eu vou dormir um pouco porque estou acabado. – Falou e fugiu da sala antes que Niko fizesse qualquer piada sobre o seu cansaço.

— Eu mal acredito que ele realmente vai procurar um lugar pra morar! Será que o Davi vai querer o quarto dele de volta? – Niko perguntou com um ar de dúvida. Depois que Efrem chegou e se instalou no apartamento de Conrad, Davi havia ido morar com Phil.

— Puff, duvido. Davi e Phill são unha e carne desde pequenos, devem estar adorando morar juntos. – Conrad pegou Niko no colo no estilo “princesa” e se sentou com ele no sofá. – Você vai ajeitar essa baderna antes de eu te levar para o quarto, ouviu? – Mandou enquanto distribuía beijos pelo pescoço do loirinho.

— Hum... Eu prefiro comemorar. Posso arrumar a sala depois. – Niko começou a rebolar no colo do namorado. – E com muito barulho pra o Efrem agilizar essa procura pelo apartamento.

— Só depois de arrumar isso aí. – Conrad se levantou e jogou Niko no sofá. Se mimasse demais aquela peste, não teria mais sossego. Se Niko já lhe dava uma canseira do jeito que era... – Eu vou colocar as compras no lugar. – Pegou as sacolas e levou para cozinha. 

Niko ficou indignado, mas engoliu a irritação e pulou do sofá.

— Só por isso eu vou querer em dobro! – Gritou para o namorado enquanto recolhia os papéis.

Conrad quase se encolheu ao escutar aquilo. Aquela seria mais uma semana em que ele acordaria na segunda-feira se sentindo totalmente exaurido...

Mas o que podia fazer? Valia à pena. E muito.

Ele guardou as coisas e começou a preparar um suflê de legumes para os dois. Ou três, mas ele realmente esperava que Efrem não achasse que estava cozinhando aquilo para ele. Conrad estava malhando todos os dias e cuidando a alimentação, tudo para se manter em forma, saudável e sem rugas por mais um bom tempo. Uma colega de trabalho até lhe recomendara alguns lugares para “realizar procedimentos rejuvenescedores”, mas ele ainda não chegara a esse grau de desespero. Quem sabe dali a mais alguns anos...

Não era fácil namorar alguém com quase metade da sua idade.

Quando ele retornou à cozinha, depois de colocar o suflê no forno por quinze minutos, a sala estava milagrosamente arrumada, e Niko parecia um tanto inconformado no sofá, assistindo televisão. O mais velho sorriu ao ver aquele beiço emburrado e foi até lá. 

— Eu realmente espero que o Conrad Jr. nunca pare de funcionar, do contrário, eu levarei uns bons chutes. – Brincou sentando ao lado dele e o envolvendo com os braços. 

— Duvido que ele pare de levantar pra mim. – Niko prontamente subiu no colo do namorado e seu bico deu lugar a um sorriso sapeca. – Mas se não funcionar tudo bem. Eu não estou com você só por causa dele. Eu te amo. Inteirinho. Desse o fio de cabelo branco até o dedão do pé. – Gracejou.

— Engraçadinho. – Conrad murmurou sorrindo e o beijou. Ok, ele definitivamente iria olhar no espelho depois atrás de algum cabelo branco. Niko começou a se engraçar em seu colo de novo, e isso quase fez com que o professor se esquecesse do suflê no forno. Ele estar apertando a bunda do loirinho provavelmente estava contribuindo para toda a empolgação do mais novo, mas isso não vinha ao caso.

Conrad começou a beijá-lo no pescoço e o apertou mais firme ao ouvi-lo soltar um suspiro arrastado. Ele era louco por todos os gemidos e suspiros de Niko e, enquanto conseguisse tirar dele essas reações, estava tudo bem. Tudo estava tão bem entre os dois que o mais velho às vezes tinha medo de que algo surgisse e estragasse tudo. Velhos traumas... Mas era cada dia mais raro e, mesmo se algum dia as coisas desandassem, o importante era aproveitar ao máximo o “agora”. 

— Eu também te amo. Inteirinho. Até mesmo quando é uma peste bagunceira. Ou um completo ninfomaníaco. Na verdade, acho que gosto mais do lado ninfomaníaco. – Brincou beijando-o atrás da orelha e sentindo o mais novo se encolher arrepiado com uma risadinha.

— Eu tive um bom professor. – Niko falou com a voz rouca. Ele o fitou enquanto descia a mão até o centro das próprias pernas, e começou a se tocar. – Nós vamos ficar aqui ou vamos para o quarto? – Perguntou manhoso.

— Nós vamos jantar. – Conrad avisou. – Ou eu vou ao menos. A não ser que você queira ficar aqui no sofá se tocando sozinho. – Sorriu entre maldoso e divertido.

Niko murchou e escorregou para o lado saindo do colo do namorado.

— Você fica me provocando e depois não aguenta! – Resmungou inconformado.

— O que vocês estão assistindo? – Efrem entrou na sala naquele momento e quase os pegou no flagra. – Acabei nem dormindo. Fui pesquisar uns imóveis e encontrei alguns para o pub. Me diz o que você acha, Niko... – Sentou entre os dois com o notebook nas pernas.

Niko olhou para Conrad com uma expressão infeliz no rosto.

Conrad rolou os olhos. Se dependesse de Niko eles transariam no meio da sala com o irmão dele em casa. O loiro se levantou e foi para a cozinha. O suflê estava pronto, então ele apenas esquentou a carne que sobrara do almoço e chamou os dois para jantarem. 

Efrem passou toda a janta mostrando os móveis e falando das ideias que tinha para o pub-café. Depois ele voltou para o quarto e Conrad ajeitou as coisas na cozinha. Encontrou Niko na cama do quarto dos dois, deitado apenas de cuecas. Aquele furacãozinho sempre fazendo de tudo para provocá-lo...

Conrad pegou duas toalhas e indicou o banheiro.

— Banho. – Falou antes de entrar no banheiro esperando que Niko o seguisse. 

Niko mordeu o lábio e sorriu. Entrou no banheiro já sem a cueca e abraçou o namorado, que estava regulando a temperatura da água, por trás.

— Conrad... – Gemeu baixinho. – Você está mais forte? – Perguntou enquanto deslizava as mãos pelo abdômen do namorado.

Conrad não resistiu e sorriu todo contente por o namorado perceber. Ele estava se esforçando para se manter em forma. Niko ainda tinha longos anos para continuar lindo, sexy, com aquele corpinho sensual e perfeito. Já Conrad, se não se cuidasse, seria apenas ladeira abaixo. Ele queria se manter atraente para o loirinho. 

Quando se virou e viu Niko já totalmente nu, acabou rindo.

— Você não perde tempo. – Falou rindo e o pegou no colo, colocando-o sentado no balcão da pia. Apertou as coxas dele e começou a beijá-lo no pescoço. – Tenho que me manter atraente para o rapaz mais bonito e gostoso de Toronto, não tenho? – Perguntou retórico. 

— Eu gosto que você se preocupe em se manter atraente pra mim, mas gosto ainda mais que com isso, com os exercícios e com a alimentação saudável, você está cuidando não só da aparência, mas também da sua saúde. Você ainda vai ficar ao meu lado muitos e muitos anos, estamos entendidos? – Niko falou enquanto passava os braços em volta dos ombros de Conrad e o abraçava. – E claro que eu não perco tempo. Nós transamos há... – Consultou o relógio de pulso de Conrad que estava sobre a bancada da pia. – Quase vinte horas. É uma eternidade!

— Hunf, eu disse, ninfomaníaco. – Conrad rolou os olhos, suprimindo o riso, e então o levou para o boxe. Os dois tomaram banho em meio aos beijos e toques ousados (obviamente a maioria de Niko) e, depois de uns vinte minutos, estavam deitados na cama.

Conrad foi devagar nas preliminares, não importava quantas vezes Niko reclamasse e implorasse. Depois, de ladinho, abraçando-o pela cintura e o beijando no pescoço, o penetrou, fazendo amor com ele numa intensidade crescente. As posições trocaram variadas vezes. Niko adorava cavalgá-lo e isso era ótimo, Conrad o achava terrivelmente erótico daquela forma e também assim ele gastava mais de toda aquela energia absurda acumulada dentro dele. O loirinho só se satisfez depois do terceiro orgasmo. Conrad teve dois e foi mais do que o suficiente para ele. Com o passar do tempo, o príncipe já não gozava tão rápido e tinha mais controle do que antes; com isso Conrad acabava mais cansado do que no início. Mas o sexo também parecia melhor a cada dia. 

— Satisfeito pelas próximas vinte horas? – Perguntou após apagar a luz e abraçá-lo por trás na cama, já com os olhos pesados.

— Hum... Por umas oito horas, talvez. – Niko disse com ar de riso, mas estava exausto também e, agarradinho ao namorado, não demorou a adormecer.

XxxX

Brian estava tentando se concentrar no filme que havia escolhido para assistir. Mas ele não conseguia parar de pensar em Dawson. O que o cantor estaria fazendo? Era bem tarde... Talvez o show estivesse terminando ou talvez já tivesse terminado e ele estivesse com os amigos comemorando mais um sucesso, mais uma casa cheia com fãs que cantaram todas as músicas e vibraram com a apresentação.

O ruivinho suspirou e apertou a almofada em seus braços. Desde que o cantor havia saído em turnê, ele estava com dificuldades em escrever. Aquele maldito bloqueio... Era por causa da saudade que sentia?

Desistiu de assistir o filme e desligou a televisão. Estava arrumando a cama para deitar quando o celular começou a tocar.

— Alô? – Atendeu com um pouco de medo. O número estava como “confidencial” e ligações naquele horário geralmente eram noticias ruins.

De de- E aí, ruivinho? Sentindo minha falta? – Dawson perguntou do outro lado da linha, seu tom arrogante mas de brincadeira.

— Dawson! – Brian exclamou com um sorriso. – É lógico que não estou sentindo a sua falta! – Rebateu no mesmo tom que o dele só para irritá-lo, mas logo em seguida riu. – E a turnê? – Perguntou. – Eu fui encontrar com o Josh e ele me ajudou nas compras. Agora tenho roupas mais decentes no guarda-roupa. – Já foi logo emendando e contando a novidade.

— Hm, se as calças forem bem apertadas eu aprovo. – O loiro falo malicioso, e quase pôde imaginar o autor corando. – Na verdade te liguei porque estou com vontade de cheirar. Estão dando uma festa lá dentro... O show foi ótimo hoje e aqueles merdas não conseguem deixar as drogas de fora. Há algumas fãs lá dentro fazendo o mesmo, a maioria já está sem metade das roupas. Eu realmente espero que nenhuma delas seja menor de idade com identidades falsas... – Suspirou. – Preciso que você me distraia até essa vontade passar. Conte-me coisas sexys sobre você. - Lá estava o ar malicioso de novo.

Brian apertou o celular com força contra a orelha e sentou na cama.

— Eu fico feliz que você tenha me ligado e esteja resistindo a não usar essas coisas. – Murmurou emocionado. – Eu estou sentado na minha cama. Queria que você estivesse aqui, dormindo comigo e me abraçando... – Falou sem pensar no que dizia. Só queria que Dawson continuasse falando com ele e realmente ficasse longe de qualquer tentação. 

— É? – Dawson perguntou abrindo um sorriso começando a ficar realmente interessado naquela conversa. – E o que eu estaria fazendo com você além de abraçar?

— Beijando a minha nuca. – Brian disse com dificuldade já que havia ficado difícil de respirar ao imaginar a cena. – Sussurrando na minha orelha que gosta de ficar me segurando assim.

O sorriso de Dawson alargou ainda mais por Brian ter continuado.

— E a minha mão, onde está? – Sussurrou no celular como se o fizesse contra a orelha do ruivo.

Brian acabou gemendo baixinho pelo tom de voz do cantor. A voz de Dawson o seduzia.

— Uma está apertando uma das minhas coxas enquanto a outra deslizando pelo meu abdômen me deixando todo arrepiado... – Sussurrou enquanto deitava de lado na cama. Estava excitado.

— E o que você vai fazer quando a minha mão estiver te tocando? – Perguntou fechando os olhos e imaginando. – Quando eu sussurrar que quero você?

— Eu vou responder que te quero também e começar a te tocar também enquanto ofereço meus lábios para um beijo.

— Onde você está me tocando? – Dawson quis saber. Seu pênis estava duro e ele estava se segurando para não começar a se masturbar.

— Eu... – Brian abriu os olhos (que ele nem percebeu que havia fechado) e se deu conta do que estavam fazendo. – Nós estamos mesmo falando esse tipo de coisa no telefone? – Perguntou depois de uma risada nervosa.

Dawson suspirou por Brian ter “acordado” para o que estavam fazendo.

— Bem, é uma ótima maneira de me distrair. – Disse nada preocupado. – Eu estava gostando de te imaginar me tocando e gemendo. Meu próximo passo seria começar a te chupar. 

— Dawson! – Brian exclamou corado, mas acabou rindo logo em seguida. – O Josh me passou a agenda de trabalhos dele. Disse que eu devo ir em cada um dos pubs onde ele vai estar trabalhando pra “não ficar trancado em casa o tempo inteiro pensando no Dawson”. Palavras dele. Acho que eu vou apesar de que sair sem você não tem a mesma graça.

— Você faz bem em sair. Quando eu voltar, será você que me levará para conhecer lugares diferentes. – Brincou sorrindo. – Vou desligar. Mas prometo não usar nada. Vou ir para o hotel e tentar dormir. Cuide-se, ruivinho. – Falou antes de desligar.

Brian conseguiu murmurar um “até logo” e jogou o celular em cima da mesa de cabeceira e ficou deitado de lado. Ainda estava excitado.

“Onde você está me tocando?”, a voz rouca de Dawson ecoou na sua mente.

O ruivinho fechou os olhos imaginando que suas mãos estavam deslizando pelas costas largas de Dawson. Suas bocas estavam unidas em um beijo, mas não demorava muito para que o cantor, afoitamente, interrompesse o beijo e começasse a distribuir lambidas e chupões pelo seu corpo.

— Dawson... – Brian murmurou apertando os olhos com força enquanto uma das mãos envolvia o próprio pênis.

Ele continuou imaginando, se tocando e gemendo o nome do cantor. Naquele ritmo não demorou para que gozasse.

Quando percebeu o que havia feito, Brian apertou os lábios e sentiu o rosto arder ainda mais. Depois de se limpar, o ruivinho se enfiou embaixo das cobertas e tentou dormir, mas todo o seu sono pareceu ir para o espaço e ele perdeu completamente a noção do tempo enquanto pensava em Dawson.

Os dias passaram e se transformaram em semanas. Nos horários mais loucos, Dawson ligava para ele e os dois tinham conversas breves ou demoradas pelo celular. O loiro se comportou e não tentou mais nada malicioso. Ok, apenas as famosas tiradas maliciosas, pois isso era inerente de sua personalidade. Algumas vezes, o loiro ligava para se impedir de cheirar, em outras apenas porque “deu na telha”, segundo ele. A maior parte do que conversavam eram banalidades – como estava indo a turnê, alguma história engraçada que houvesse acontecido, o que Brian vinha fazendo, se estava conseguindo escrever...

O ruivinho aceitou os convites de Joshua e vinha saindo bem mais, logo tinha algumas histórias sobre suas noites e descobertas para contar para o loiro. Isso vinha ajudando-o a manter a inspiração dentro do apartamento, e não lá na China ou Marrocos. 

Então as semanas viraram meses, e as ligações foram se tornando um pouco mais escassas, ainda que Dawson mantivesse contato aqui e ali, e às vezes mandasse alguma mensagem aleatória, como “Estou com uma vontade danada de comer cachorro-quente, será a primeira coisa que vamos fazer quando eu voltar”. Nessa altura, a relação entre os dois parecia mais a de dois bons amigos do que qualquer outra coisa. Tanto era assim que Dawson já nem se lembrava do ciúme que sentira de Brian com Kieran, e Brian, mais livre, leve e solto em comparação à primeira vez em que saíra com o cantor, voltou a acreditar que nada aconteceria entre eles além daquilo, até havia ficado com outros caras nas noites nos pubs ou boates, e achava que com Dawson havia sido apenas “uma paixonite passageira, coisa de virgem”. 

Foi com essa ideia que, seis meses mais tarde, os dois se reencontraram. Aproveitando que era início de verão e os meses mais frios haviam passado, o local do encontro foi no Canada’s Sugar Beach, onde, segundo Dawson, eles poderiam comer um cachorro-quente seguido de um sorvete bem generoso.

O loiro usava óculos escuros e estava com os cabelos cortados, sem tantos anéis nos dedos, quando Brian o viu no píer. 

— Dawson! – Brian sorriu ao vê-lo e andou rápido até ele encurtando a distância entre os dois. – Você está diferente – O autor observou. Ele também estava diferente. Os cabelos estavam um pouco mais curtos e agora ele usava roupas novas e não tão surradas como as que costumava sair antes de ter Josh como seu “consultor” de visual.

Dawson sorriu também ao vê-lo e o abraçou ao alcançá-lo.

— Senti a sua falta, ruivinho. – Falou e bagunçou os cabelos dele. – Você também está diferente. Joshua realmente te ajudou com as roupas.

Brian sorriu e eles começaram a andar.

— É divertido ir fazer compras com ele. E ele sempre tem histórias bem loucas pra me contar e eu acabo aproveitando algumas coisas no seriado. Aliás, eu deixei pra te contar isso pessoalmente... O seriado foi renovado! Vamos para mais uma temporada! E o Devon vai fazer a participação especial em alguns episódios! – Exclamou eufórico.

— Isso é ótimo! – Dawson o abraçou e girou com ele nos braços, fazendo o ruivo rir. Ele riu também antes de largá-lo. - Eu continuei assistindo os episódios... A série ganhou um novo charme. Está bem mais interessante. 

— Graças a você que me incentivou a tomar as rédeas da minha vida. – Brian tocou de leve o braço de Dawson e sorriu outra vez, mas dessa vez mais tímido. – Criei coragem e bati o pé quando tentaram mudar o que eu havia escrito. Todos ficaram surpresos e eu disse que assumia o risco pelo que estava escrevendo. Acho que os chefes gostaram da minha atitude e resolveram pagar pra ver. Isso merece uma comemoração, não acha?

— Com certeza. – O loiro sorriu brando. – O que tem em mente?

— Eu conheci vários lugares enquanto você esteve fora, mas estava querendo fazer algo diferente. Não estava muito a fim de ir pra um pub beber. – Brian ponderou um pouco. – Você consegue pensar em algo? Algo excitante e diferente? – Brincou.

Dawson coçou atrás da cabeça. Ele tinha suas dúvidas, mas chegara a cogitar levar Brian naquele lugar antes. Ao menos antes de ver o quanto ele era tímido e inexperiente. Porém agora, o ruivinho tinha ficado e transado com outros caras, não era mais assim tão tímido e estava mais cabeça aberta. Então, não custava sugerir.

— Bem... – O loiro começou dizendo, ainda um pouco incerto. – Eu faço parte de uma espécie de “grupo secreto”. – Ele começou a explicar. – É um grupo formado por uma mulher que adora sexo e prega sobre a liberdade sexual e todas essas coisas com as quais eu concordo. Ela criou um grupo que se encontra com certa frequência, pessoas novas surgem, antigas saem, voltam, ou não. – Olhou para o ruivo para poder ver a reação dele. Brian o olhava com curiosidade. – Nesses “encontros” vários integrantes se reúnem para... transar. Em duplas, trios, o que cada um escolher e desejar, basta encontrar alguém igualmente disposto para realizar sua fantasia. – Contou. – Haverá um encontro essa noite e eu foi convidado. Membros mais antigos tem permissão para levar alguém novo. Mas, se você não quiser, podemos pensar em outra coisa. 

— Duplas e trios? – Brian estava um pouco corado e mexeu os pés nervosamente. Por um momento ele quase se arrependeu de ter perguntado se Dawson tinha alguma sugestão, mas logo afastou o pensamento da mente. Ele pensava que havia esquecido o cantor, que havia deixado de lado aquela paixonite, mas foi só vê-lo para tudo aquilo começar a lhe apertar o peito outra e ele precisava superar aquilo se não quisesse estragar a amizade deles, então ver Dawson indo se divertir com outras pessoas certamente iria ajudar e, quem sabe, talvez ele conhecesse alguém legal também? – Nós podemos ir. Se eu não quiser fazer nada, vão respeitar, não vão?

— É claro. – Dawson rolou os olhos. – Não esperava que fosse concordar... Vou ligar para Margareth para falar que te levarei hoje. Ela adora ruivos, então aposto que gostará de você. – Riu. – Mas agora... Eu só consigo pensar naquele cachorro-quente!

— Se fosse há 6 meses eu não iria, mas hoje eu penso diferente. Estou disposto a conhecer coisas novas. – Brian admitiu. – Só que... Transar com uma mulher não faz parte do pacote de coisas novas, então sua amiga vai ter que se contentar só em olhar para o ruivinho aqui. Eu as adoro, mas o rapaz aqui só fica animado com outros caras. – Estirou a língua para o mais velho de uma forma sapeca. 

— Ela não adora as pessoas apenas sexualmente, seu anão pervertido. – Dawson brincou passando o braço pelo pescoço do ruivo e fingindo enforcá-lo por um momento. – Ela gosta de pessoas bonitas, principalmente ruivos. Mas um magricela que nem você não daria conta da Maggie. 

O coração de Brian primeiro acelerou pela força como estavam praticamente grudados um no outro e depois despencou pela forma carinhosa com que Dawson falou da tal Maggie.

— Você já deu conta dela? – Tentou não parecer enciumado ao perguntar. Por tudo que era mais sagrado! Foi apenas uma paixonite! Só isso. Não fique com ciúmes! Como vai ser se ele resolver ir dormir com outra pessoa e te deixar de lado na festa? Era o que a mente confusa de Brian pensava.

Dawson hesitou em falar. Mas por que estava hesitando? 

— Já. – Admitiu por fim, soltando o ruivo. – Mas isso não vem ao caso agora. Já tive relações com muita gente do grupo, obviamente. Ali! – Apontou. – A banquinha de cachorro-quente. Dizem que é um dos melhores de Toronto.

Brian assentiu e eles foram até a barraquinha. Enquanto estavam na fila para comprar os cachorros-quentes acabaram mudando de assunto. Dawson falou sobre os shows e Brian sobre suas peripécias pelos pubs. O ruivinho contou que havia conhecido algumas pessoas, nenhuma delas o deixou verdadeiramente balançado, mas que acabou fazendo alguns amigos.

— Conheci o namorado do Josh também. – Brian contou antes de dar uma mordida no seu cachorro-quente e gemeu baixinho ao sentir gosto. – Isso é realmente muito bom. Vou querer outro. – Disse enquanto lambia os dedos. – Enfim, o namorado do Josh é um príncipe. Acredita? Eu quase caí pra trás quando o Josh me apresentou. – Acrescentou e deu uma risada ao lembrar da cena.

— Príncipe? – Dawson perguntou e Brian lhe explicou. – Ah, se é de um país que ninguém conhece não tem graça. – Deu de ombros com uma risada.  — Ah, mas eu fiquei com um pouquinho de inveja... Parece história de filme e o Efrem é todo gentil. – Brian murmurou enquanto encarava o chão. – Sou um péssimo amigo por ficar invejando o Josh. – Falou culpado. – Mas eu queria que alguém olhasse pra mim como o Efrem olha para o Josh.

Dawson ficou sem ter o que dizer com aquilo, então não disse nada. Emendou outro assunto qualquer e saiu daquele terreno “perigoso”. Ele preferia as coisas fáceis. Como tomar sorvete depois do cachorro-quente. Isso, claro, depois de repetir a dose. 

Os dois caminharam pela praia com as barrigas estourando, e se deitaram na areia embaixo de um guarda-sol. Abusado como sempre, Dawson usou a perna de Brian de travesseiro.

— Quero cafuné. – Ele pediu segurando a mão do ruivo e a levando para seus cabelos. – Cortei os cabelos porque queria parecer uma pessoa mais “séria”. E porque nesse calor cabelo grande é um inferno. 

O coração de Brian estava acelerado de novo, mas ele fingiu que estava tudo bem e não aquele rebuliço dentro dele e começou a passar a mão pelos cabelos do cantor.

— Eu gosto do seu cabelo cumprido... Mas ficou bem curto também. – O autor comentou. – E por que você queria parecer mais sério? Gosto do seu espírito livre que não se importa com a opinião dos outros. Não mude isso.

Dawson sorriu de olhos fechados, mas depois suspirou.

— Eu briguei com Travis e Lance. Desde a morte do Samuel... As coisas vinham instáveis. E meu espírito livre fez com que eu saísse da banda depois do último show. – Confessou. Aquilo lhe doía, mas havia mil coisas erradas naquilo tudo. Nem sempre uma banda consegue durar para sempre, era o que ele pensava. 

— O quê? – Brian parou de fazer o carinho e o olhou em choque. – Mas... Acabar assim? Vocês estavam há tantos anos juntos! O que você vai fazer agora? Carreira solo?

— Não sei, não estou pensando nisso por enquanto. – O loiro disse parecendo tranquilo. Realmente, não queria estragar a tarde com aquilo. – Outra hora conto melhor o que aconteceu, agora, quero apenas aproveitar o seu cafuné.

Brian voltou a passar a mão pelos cabelos dele e ficou pensativo por alguns minutos.

— Não te imagino fazendo outra coisa que não seja estar em um palco cantando. – Falou. – Eu vou te apoiar independentemente do que você decida fazer.

O ruivinho olhava para Dawson que mantinha os olhos fechados. Ele queria tanto beijá-lo! Bastava se inclinar um pouquinho e seus lábios se encontrariam, mas o autor tinha medo do que aquele beijo poderia desencadear. Não queria que a relação deles ficasse estranha como ficou nas vésperas da turnê. Dawson já havia deixado bem claro o seu posicionamento sobre relacionamentos: sexo e liberdade sexual. Nada de amarras nem exclusividade, que era exatamente o que Brian procurava.

— Também não consigo me imaginar fazendo outra coisa... Mas vou ver aonde a maré vai me levar. - Disse com o característico ar despreocupado. É claro que ele ficava triste com o rompimento com a banda, mas, se fosse sincero, desde a morte de Samuel as coisas já não eram mais as mesmas e, por mais que o loiro mantivesse-se o espírito livre e o ar de despreocupação, ele não queria continuar naquele estilo de vida que ele e os outros levavam antes: desregrados, viciados, inconsequentes... Porque, da maneira mais dura, eles precisaram lidar com as consequências. E não fora nada bonito, agradável ou feliz, pelo contrário.
— Talvez carreira solo seja uma boa idéia... - Murmurou ainda de olhos fechados, um ar sonolento. 

Brian ficou fazendo carinho até Dawson começar a cochilar.

— Você é um folgado mesmo. Dormir desse jeito. – O autor murmurou inclinando o rosto e ficando bem próximo ao dele, ao ponto de sentir a respiração do cantor roçando em sua pele.

— Eu sei que sou lindo, mas a sua respiração faz cócegas. – Dawson sorriu convencido ainda de olhos fechados, e riu ao sentir o ruivinho de afastar sobressaltado. Espiou por um dos olhos e o viu corado. - Você continua fofinho. – Ergueu um dos braços e apertou uma das bochechas de Brian.  

— Não tem graça! – Brian resmungou irritado enquanto cruzava os braços sobre o peito. Ele não queria que Dawson o achasse fofinho! – Que horas é a festa? Estou curioso! – Tentou mudar de assunto.

Dawson riu por mais algum tempo antes de responder.

— Lá pelas sete da noite a gente vai. Está ansioso, é? – Perguntou não deixando escapar uma oportunidade de ser malicioso. Algumas manias não mudavam por nada.

— Não pelos motivos que você está imaginando. – Brian deu um peteleco na testa do cantor. – Recebi mais liberdade para a próxima temporada do seriado. O protagonista vai passar por uma fase de bloqueio criativo semelhante a minha e quem sabe eu não o mande para uma festa como essa? Quero chocar as pessoas. Acho que devo conseguir com isso. – O ruivinho deu um sorriso animado e sapeca. – Se eu for demitido pela ousadia a culpa vai ser sua que me deu a ideia. – Brincou.

Dawson não pareceu preocupado.

— Pode me usar de bode expiatório. Adoro fazer parte de uma boa polêmica. – Sorriu divertido. – Alguma notícia do Leonard e do namorado dele? 

— Eles me mandaram um postal do Brasil... Disseram que estão pensando em voltar e passar um tempo na cidade. O Thomas disse que o Leonard está com muita saudade do irmão. – Brian respondeu. – Deve ser legal viajar pelo mundo como eles estão fazendo, mas uma hora deve bater saudades de casa.

— Sim... Nas turnês, mesmo que elas só tenham sido aqui pelo Canadá e Estados Unidos, já bate saudades de casa quando estão chegando ao fim. – Dawson admitiu. – Mas dessa vez, você foi a principal razão da minha saudades. – Sorriu galante.

Por um segundo Brian pensou que seu coração fosse parar, mas logo em seguida ele começou a bater que nem louco enquanto ele sentia que suas orelhas estavam ficando quentes de tão vermelhas.

— Você e suas brincadeiras. – Disse após um risinho nervoso. Ele continuava sem saber quando podia levar o que Dawson dizia a sério ou não.

Dawson apenas manteve o sorriso, que pareceu se tornar enigmático. Não disse nada. Não havia mentido, mas também não queria seguir numa conversa que poderia “estragar o momento agradável”. 

— E aquela ideia de seriado com vampiros? Foi a primeira ideia que você teve ao começar a conviver comigo. – Lembrou-o.

A partir daí, os dois começaram a discutir um novo seriado com o tema. Brian falava de maneira empolgada e o loiro dava opiniões e sugestões. Perderam a noção do tempo com aquilo, e quando deram por si o sol já estava se pondo.

— Eu te pego na sua casa pelas sete então. – Dawson falou quando se despediam. 

Brian concordou e foi para casa. Tomou um banho demorado enquanto repassava a tarde em sua mente. Ele ainda estava incerto se era uma boa ideia ir naquela festa, mas não daria para trás. Se as coisas fossem “demais” para ele, diria isso a Dawson e voltaria para casa.

Quando ficou pronto, achou melhor ir esperar Dawson na entrada do prédio e torceu o nariz quando ele chegou com o “monstro de duas rodas”.

— E eu com a vã esperança que você fosse vir de carro. – Reclamou enquanto aceitava o capacete que o cantor estendia.

— Carro é para os fracos. Acho que já falei isso. – Riu-se o loiro e lá foram eles. 

Não demorou muito para chegarem. A reunião daquela vez aconteceria numa cobertura em um dos prédios próximos do lago de Toronto. Dawson notou como o ruivinho parecia um tanto nervoso enquanto subiam os vários andares por elevador.

— Ainda podemos voltar, se quiser. – Disse, não querendo que ele se sentisse obrigado por ter tido antes que o faria.

— Está tudo bem. Estou mais curioso do que nervoso. – Brian garantiu. – Eu não sou mais o Brian inocente que você conheceu. Depois da briga com os meus avôs, eu libertei uma parte de mim que nem eu conhecia.

— E por falar nisso... Você e seus avós fizeram as pazes? - Dawson  perguntou.

— Tentei conversar com eles mais algumas vezes, mas eles não quiseram me ouvir. – Brian encolheu os ombros. – No momento não estamos nos falando. – Disse de uma forma evasiva e sem querer alongar muito o assunto. Por mais que não se desse bem com os avôs, doía a forma como eles estavam o tratando. Eles eram sua família e ainda que tentasse se convencer que não precisava do apoio deles, lá no fundo Brian queria que eles estivessem ao seu lado.

Dawson notou que Brian, com aquele tom de quem não se importa, estava apenas tentando parecer forte. Não que ele não fosse forte. Ele era. Mas não precisava ser tanto.

O loiro o puxou para perto em um meio abraço e acariciou seus cabelos.

— São eles que saem perdendo. - Disse olhando para frente. - Só não pense que está sozinho nessa.

Brian acabou afundando o rosto no peito de Dawson enquanto apertava a camisa dele com força. Mais um pouco e acabaria chorando. Aquele assunto era mais doloroso do que ele pensava. E o conforto de Dawson era tão bom, o calor dos braços dele... Brian queria ter a sorte de participar do grupo que Dawson estaria naquela festa. Mesmo que tivesse uma terceira pessoa envolvida, ele ficaria feliz se pudesse beijá-lo e abraçá-lo.

— Obrigado. – Murmurou enquanto se afastava um pouco para fitá-lo. – Estou feliz que sua turnê terminou e que você está de volta. Mesmo tendo o Josh e outros amigos, eu me senti sozinho.

Dawson fez um carinho rápido no rosto do ruivo, olhando-o de uma forma preocupada, mas que tentava passar confiança ao mais novo.

— Não vou sair em turnê por um bom tempo,  então você terá que me aturar muito ainda. - O loiro disse sorrindo.

Brian não teve tempo de falar nada já que o elevador chegou ao seu destino e logo as vozes e a música do lugar os envolveram. Eles entraram e vários olhares se voltaram para os dois. O apartamento da cobertura era amplo, chique, e havia algumas camas e ambientes protegidos apenas por cortinas brancas, para aqueles que gostavam de coisas mais públicas.

— Ah, e se a Maggie te parecer meio doida, releve. - Dawson comentou.

— Eu ouvi isso, loiro.

— Maggie. - Dawson se virou para a mulher. Era morena e com muitas curvas, fugia do esteriótipo da mulher magra feito modelo. Ela tinha carne e mesmo assim era linda e exuberante. - Sempre linda. - O loiro a fez girar ao redor de si mesma.

— Sempre galante. E esse deve ser o Brian. - Ela se aproximou e sorriu para o ruivinho. - Prazer, Brian,  sou Margareth.  Sinta-se à vontade em minha casa. E se alguém tentar qualquer coisa que não seja do seu agrado me avise, não tolero nada que não seja absolutamente consentido aqui dentro. - Ela o abraçou apertado como se fossem velhos amigos.

Brian ficou sem jeito ao ser abraçado daquele jeito e acabou dando um sorriso sem graça quando Maggie se afastou.

— Obrigado por me receber. – O ruivo disse num tom simpático, mas um pouco acanhado. – Não sei se o Dawson disse, mas eu sou escritor. Quero me inspirar na sua festa para uma cena, se não for incômodo, claro.

— Oh, sim, ele me contou. E me faça um favor quando for escrever a cena... - Maggie o puxou para perto com um ar conspiratório. – Não poupe nenhum detalhe sórdido. - Deu uma piscadela cúmplice. - Divertam-se, rapazes! - Ela mandou beijinhos para os dois e se afastou.
Dawson apenas revirou os olhos.

— Ela é bonita e simpática. - Brian a observou se aproximar de um outro grupo e começar a conversar de forma animada. - Então... Conhece alguém?

— Algumas. Como não venho com frequência e muita gente nova aparece aqui e ali... – Dawson deu de ombros, retirando o casaco. – Vou pegar algo para beber. Quer também? 

— Quero. - Brian tirou o casaco também enquanto olhava ao redor. As pessoas estavam apenas conversando. Ainda. - Vou dar uma olhada na vista da varanda. - O ruivinho indicou onde estaria.

Dawson foi buscar dois copos de bebida, mas no caminho acabou abordado por uma mulher e um rapaz com quem havia se relacionado antes no grupo. Acabou perdendo a noção do tempo, mas ao se dar conta que deixara Brian na varanda, viu-o lá fora conversando já com alguém. Ele parecia à vontade e o homem, que se Dawson bem se lembrava se chamava Daniel, já oferecera ao ruivinho uma bebida. 

— Então, é sua primeira vez aqui? – Daniel perguntava para Brian após ele aceitar a bebida que oferecera. – Algum desejo em particular que tenha vontade de realizar?

Brian sorriu e olhou de esgueira para Dawson e depois de novo para Daniel. Ele era um homem que certamente chamava a atenção, mas Brian só conseguia pensar em Dawson.

— É minha primeira vez aqui sim. – Brian respondeu. – E você é uma espécie de “fada madrinha” que vai realizar os meus desejos? – Brincou antes de tomar um gole do seu drink.

Daniel riu do comentário e abriu os braços como se se oferecesse.

— Basta pedir. Farei o meu melhor. – Disse num tom cúmplice e se apoiou de costas no parapeito da sacada, cruzando os braços e dando um gole na bebida. – Alguma coisa que queira mas nunca tenha tido coragem de tentar?

O ruivinho mordeu o lábio inferior e olhou de novo para Dawson. O que custava dizer o que queria?

— Bem... Na verdade, eu tenho uma quedinha pelo Dawson. Vim nessa festa pensando que talvez tivesse a sorte de ganhar um beijo pelo menos. Mas ele já parece ter encontrado companheiros. – Murmurou enquanto apertava o copo entre as mãos. 

Ouvir aquilo não desanimou Daniel nem um pouquinho. Pelo contrário, ele olhou para Dawson com certa animação. 

— Então vamos conseguir uma dose de Dawson para você! – Ele falou abrindo um sorriso de tubarão.

Dawson nem sabia quanto tempo ficou conversando, mas como bebeu sem comer nada, já se sentia mais “cabeça leve”. Bem longe de bêbado, pois era necessário muito álcool para lhe tirar do controle, mas a sensação inicial de descontração já estava lá. Várias pessoas já pareciam mais íntimas e próximas, ele não havia ainda se aproximado dessa forma de ninguém. Aliás... Onde estava Brian?

Teria ele ido para um quarto com o tal Daniel? 

Era nisso que Dawson pensava enquanto caminhava por um corredor, atrás do banheiro para limpar a camisa. Sem querer um dos convidados derrubara bebida em sua roupa. 

E foi aí que ele se deparou com Daniel.

— Olá, Dawson. – O rapaz falou e o empurrou contra a parede, prensando-o contra ela. Daniel era forte e da mesma altura, e parecia bem ciente do que queria.

— Olá, Daniel. – Respondeu sem muita emoção. Então Brian não estava com Daniel?

— Estava aqui pensando como numa tive uma chance com você. – O rapaz comentou de maneira sugestiva. – Eu estava pensando se você não gostaria de entrar naquele quarto comigo.

— Uau, não sabia que era tão direto. – O loiro riu achando a abordagem até meio engraçada.

— Às vezes sim, às vezes não. Na verdade, tem uma surpresinha para você naquele quarto. Hoje, tive certa vontade de experimentar a três. – Ele comentou com um ar de assobio e se afastou, abrindo a porta do quarto. – Interessado?

Dawson franziu a testa. Bem, ele era curioso, então se aproximou para dar uma olhada. Seu coração acelerou ao ver Brian ali dentro. O ruivo parecia sem jeito e também um pouco surpreso ao vê-lo. Daniel fechou a porta sem nem mesmo que Dawson percebesse e foi até Brian, abraçando-o por trás e começando a beijá-lo no pescoço.

— Eu não sei você, mas eu tenho certa queda por ruivos. – Daniel confessou e suas mãos começaram a tocar o corpo de Brian. 

Brian estremeceu ao sentir os lábios de Daniel em sua pele. Não era exatamente o que queria, mas se fosse para ter Dawson pelo menos um pouquinho ele aceitaria.

Gemeu quando sentiu as mãos de Daniel deslizando pelo seu corpo e suas pálpebras tremularam, quase se fechando e se entregando às carícias que recebia.

— Dawson... - Brian gemeu baixinho.

Dawson olhou aquilo fixamente. Havia um turbilhão dentro dele, totalmente contraditório. Ele havia se convencido durante a turnê que aquilo que sentira na festa em que Brian e Kieran transaram não significara nada de mais. E todas as ligações entre ele e Dawson... O loiro sentia que precisava daquela amizade. Ela o mantinha são, no lugar, apesar de que acabara cometendo alguns erros naquele período, apesar de tudo. 

Por outro, seu corpo estava queimando ao ver Brian reagindo às carícias e murmurando... seu nome. O loiro se aproximou a passos lentos, acabando com as distância entre os dois sem desviar o olhar dos olhos do ruivo. Quando o alcançou, segurou o rosto dele com uma mão, fazendo um carinho primeiro e sentindo Brian se inclinar contra ele.

Depois se aproximou um pouco mais e pôde sentir a respiração quente do ruivo em seu rosto antes de cobrir a boca avermelhada de Brian. Seu corpo se colou ao dele e o beijo aprofundou. Dawson o segurou firme e o beijou com toda uma fome que nem ele sabia que estava acumulada dentro dele. 

Brian deu um gemido abafado e agarrou a blusa de Dawson com força. Por um segundo pensou que suas pernas fossem ceder, mas ele estava sendo amparado por Dawson que o segurava pela cintura e Daniel estava atrás dele deslizando as mãos pelas suas costas. Se não fosse pelas mãos de Daniel o acariciando, Brian nem lembraria que ele estava no quarto.

A língua de Dawson dançava dentro da sua boca, exigindo, sugando, tirando de Brian tudo o que queria e o ruivinho não estava se negando a dar. Aquele beijo era muito mais do que Brian havia fantasiado e agora ele tinha certeza de que não se contentaria apenas com amizade, apenas com abraços e com apenas um beijo. Ele estava sendo ganancioso e queria mais. Precisava de mais.

Passou os braços em volta do pescoço de Dawson e inclinou o corpo para frente para que ele sentisse o quanto estava excitado.

Dawson interrompeu o beijo, o que pareceu causar uma grande insatisfação no ruivo. O loiro mesmo assim se afastou, mas apenas para tirar Daniel de cima de Brian. Sem cerimônia, arrastou o rapaz até a porta, abriu-a e o empurrou para fora. Não queria mais ninguém tocando no ruivinho que não ele.

— Não estou a fim de um ménage. – Avisou e fechou a porta na cara dele. Depois se virou para Brian novamente. – Isso foi um plano para me seduzir? – Perguntou voltando a se aproximar. Brian ficou vermelho e abriu a boca para responder alguma coisa, mas Dawson o enlaçou pela cintura antes. – Porque funcionou. – Disse antes de segurá-lo pela nuca e voltar a beijá-lo.

Ele queria tanto aquela boca, e realmente não deixou Brian respirar direito. Queria-o ofegante, vermelho, sem forças contra seu corpo. Os dois caminharam pelo quarto até que Dawson pegasse Brian no colo e o colocasse sentado numa penteadeira e se encaixasse entre as pernas dele.

— Isso é para uma cena? – Perguntou contra a boca dele, enquanto abria a braguilha da calça do ruivo seguido do zíper.

Brian levou a mão à boca e mordeu o dorso para se impedir de gemer alto demais e falhou miseravelmente.

— Definitivamente não é pra uma cena. - Murmurou quando conseguiu se recompor um pouco. - Eu tentei, Dawson, juro que tentei... Mas não consigo parar de desejar você. Pensei que havia passado, só que aí foi só eu te ver pra esses sentimentos voltarem ainda mais fortes. - O olhou detidamente e roçou os lábios de leve nos dele. - Eu te quero e vim nessa festa pensando em me intrometer no seu grupo e ganhar pelo menos um beijo. - Confessou.

Dawson sentiu o corpo queimar ao ouvir o ruivo falando que o desejava. Um sorriso se espalhou em seus lábios e ele continuou os beijos no pescoço de Brian, sentindo-o se arrepiar e ouvindo-o gemer.

— Então você estava cheio de segundas intenções, huh? – Perguntou malicioso, com uma mão infiltrada sob a camiseta do ruivo, segurando-o pelas costas, e outra começando a tocá-lo sobre a cueca. – E agora? Você quer mais do que um beijo? – Sussurrou no ouvido dele.

O ruivo arqueou o corpo e seus olhos quase se fecharam, mas Brian conseguiu mantê-los abertos. Queria ver Dawson e se certificar de que não estava sonhando.

Deslizou as mãos pelas costas do cantor e arfou quando a mão de Dawson se infiltrou para dentro da sua cueca.

— Por favor, Dawson. - Choramingou querendo que o cantor avançasse ainda mais nas carícias. - Não vou conseguir me contentar só com um beijo. Preciso de você. - Sussurrou desesperado com medo que o cantor não quisesse ir até o final.

Dawson soltou uma risada nasalada que gerou um arrepio no pescoço do ruivo.

— Quem te ensinou a ser tão sexy? – Perguntou e, com um movimento rápido, voltou a pegá-lo no colo. Dessa vez, levou-o para a cama. – Você não tem que implorar. Eu também quero isso há muito tempo, Brian... – Sussurrou deitando-se sobre o mais novo. – Vamos continuar aquilo que começamos pelo celular, ok? – Disse sorrindo de lado e voltou a beijá-lo. 

Uma de suas mãos começou a percorrer lentamente o corpo do ruivo, mas ambas trabalhavam em livrá-lo das roupas dele e de suas próprias. 

— Eu fiquei de olho na sua bunda desde a festa da editora em que nos conhecemos. – Murmurou em um tom safado e divertido enquanto descia os beijos pelo pescoço e peito do ruivo.

— Eu... Lembro. - Brian disse com dificuldade. Estava quente e sem ar. Aquilo estava mesmo acontecendo? Ainda era difícil de acreditar. - Pensei que estava só brincando comigo.

Ele parou de falar quando Dawson começou a mordiscar os seus mamilos. Seu pênis pulsou e Brian gemeu alto enquanto tentava encontrar algo para se agarrar. Eles mal haviam feito nada e ele já estava prestes a gozar e antes que isso acabasse acontecendo ele deu um jeito de empurrar Dawson e sentou nos quadris dele.

Respirando com dificuldade, Brian deu um sorriso.

— Eu também quero te tocar. - Falou enquanto deslizava as mãos pelo peitoral do cantor.

— À vontade. – Dawson sorriu e cruzou seus braços atrás da cabeça. 

Ele observou Brian tocando-o, e sua ereção pulsava entre as nádegas do mais novo. Mas ele estava aproveitando aquilo e admirando a forma como Brian fazia aquilo... Como se ele fosse especial. O loiro nunca sentiu algo assim, e seu coração começou a bater mais rápido também. Antes que aquilo se tornasse forte demais, ele segurou os pulsos do ruivo e se sentou, aproximando novamente seus rostos. A respiração de ambos encontrava-se pesada e rasa. 

— Como você...? – Ele queria perguntar como Brian estava fazendo aquilo com ele, mas se calou antes. Nem ele entendia o que exatamente era o “aquilo”. – Isso... Brian, isso não é apenas uma brincadeira para mim. – Acabou confessando, de uma maneira mais séria do que podia se lembrar. 

O coração de Brian falhou uma batida antes de começar a bater que nem um louco dentro do peito. A expressão séria de Dawson mexeu com ele de uma forma que o ruivinho não sabia explicar. Havia algo de diferente nos olhos de Dawson e Brian não conseguia identificar o que era.

— Para mim também... Eu nunca senti isso antes... - Murmurou e achou melhor ocupar seus lábios antes que acabasse falando demais, metesse os pés pelas mãos e estragasse tudo. Ele tinha que lembrar da "filosofia" de vida de Dawson. Na liberdade sexual e tudo mais. Aquilo que estava acontecendo era apenas sexo para ele apesar de para Brian ser muito mais e ele só queria aproveitar o momento sem se preocupar com o amanhã.

Então, antes que falasse bobagem, empurrou o loiro na cama, afastou a cueca de Dawson e, meio sem jeito, colocou o falo do cantor na boca.

Dawson suprimiu o gemido e se apoiou nos antebraços para observar o ruivo. Ele parecia ter pouca experiência. Ótimo, Dawson nem queria lembrar ou pensar nos outros caras que ele já teve naquele momento. Esticando um dos braços, o cantor acariciou o rosto do ruivo enquanto ele se concentrava em lhe dar prazer. O loiro apreciou o momento até sentir que estava perto, então mudou as posições.

Pegou lubrificante e usou para começar a penetrar Brian com os dedos enquanto retribuía o prazer que ele lhe dera com a boca.

— Eu quero te matar de prazer hoje. – Sorriu de lado e lambeu a ponta do pênis do ruivo de maneira meio “brincalhona”, mas seu dedos afundaram mais dentro do autor, pressionando seu ponto mais sensível.

Brian se contorceu na cama e sentiu que estava totalmente sem ar. Ele tentou inspirar fundo e não conseguiu.

— Dawson... - Sussurrou o nome do cantor enquanto apertava os fios loiros que conseguiu segurar.

Os dedos de Dawson estavam o deixando zonzo. Brian imaginava o que iria acontecer quando ele substituísse os dedos.

— Eu não vou aguentar muito. - Brian avisou.

— Tudo bem. – Dawson falou. – Você não precisa aguentar. 

— Mas eu quero gozar com você dentro. - Brian murmurou todo tímido o que era uma contradição tendo em vista a situação em que estavam e o que ele já havia feito naquele quarto.

Dawson parou e voltou a cobrir o corpo de Brian com o seu. Ele sorriu e fez um carinho nos cabelos do ruivo, afastando uma mexa dos olhos dele.

— Isso foi sexy e fofo ao mesmo tempo. – Falou e passou um braço por baixo de uma das coxas de Brian, empurrando-a contra o peito dele. – Impossível negar. – Murmurou aproximando seus lábios.

Lentamente, ele se encaixou e começou a penetrá-lo. Não queria causar dor alguma no ruivo. Queria que ele sentisse apenas prazer.

— Vamos gozar juntos. – Falou num tom rouco e baixo, olhando dentro dos olhos azuis do escritor.

Brian se sentiu hipnotizado pelo olhar de Dawson e não quebrou o contato visual enquanto Dawson o penetrava. Apertou os lábios no começo, mas aos poucos tudo o que queria era que Dawson começasse a se mover.

— Forte, Dawson. - Brian pediu com a voz rouca, os olhos ainda fixos nos dele.

A partir daí foi uma loucura. Dawson faria qualquer coisa que Brian pedisse, então ele fez forte, fundo, rápido, às vezes devagar, e então rápido de novo. Os dois rolaram na cama, e Dawson apertou cada parte do corpo do ruivo que conseguiu alcançar. As coxas eram firmes e quase não tinham pelos, a cintura era fina e as costas magras. Quando rolaram de novo e Brian ficou por cima, o loiro subiu as mãos daquelas coxas durinhas até as costas de Brian. Subiu e desceu, apertando e sentindo as curvas do corpo do ruivo. 

— Eu quero ver você indo em busca do seu próprio prazer, ruivinho. Me usando... Subindo e descendo... Quero ver você se perder enquanto eu te observo e te sinto. – Dawson falou, movendo o quadril para cima para fazer Brian senti-lo bem fundo. – Se mexe, vai…

Brian pensou que ia desfalecer bem ali mesmo. Aquele tom sexy e rouco de Dawson aliado aos movimentos que ele fazia o teriam arrepiado inteiro se ele já não estivesse todo arrepiado. Lentamente o ruivinho começou a se mover sobre o corpo de Dawson e a cada movimento que fazia um gemido ou o nome do cantor escapava dos seus lábios.

Enquanto o cavalgava, Brian começou a deslizar as mãos pelo próprio corpo descendo pelos mamilos, pelo peito até chegar ao seu pênis. Começou a se masturbar no ritmo das estocadas e os gemidos se tornaram ainda mais altos. Se não fosse pela música alta na sala todos certamente os escutariam.

Naquele ritmo Brian alcançou o ápice. Ele jogou a cabeça para trás, arqueando o corpo inteiro, e se derramou entre os dois.

Dawson também se permitiu o orgasmo assim que percebeu que Brian começava a contrair o corpo, apertando ainda mais seu pênis de maneira estonteante. Antes que o ruivo desfalecesse, Dawson o abraçou e inverteu as posições. Ele segurou os pulsos de Brian e os prendeu acima da cabeça dele, contra o travesseiro.

— Você foi incrível. Quem diria que aquele ruivinho tímido seria tão sexy e fogoso? – Perguntou dando beijos lentos no pescoço dele. 

Respirando com dificuldade, Brian demorou um pouco para conseguir sorrir e colocar a mão na nuca de Dawson onde começou a fazer um carinho.

— Eu não sei o que deu em mim. – Falou. Seu coração continuava acelerado, seu corpo estava com uma película de suor, mas não importava porque estava tão gostoso ficar deitado ali sentindo o corpo de Dawson junto ao seu. – E definitivamente você conseguiu me matar de prazer. – Brincou. 

— Bom saber. – Dawson sorriu ao olhá-lo. As sensações em seu corpo eram tão diferentes que ele não conseguia explicar. A vontade de abraçar o ruivo e ficar ninando-o pelo resto  da noite, aproveitando a moleza pós-orgasmo... Ele nunca teve essa vontade com mais ninguém. – Isso que dizer que com os outros você não se soltou assim?

— Ah... Não. – Brian disse sem graça. Ele se aninhou mais junto ao corpo de Dawson e fechou os olhos enquanto encostava a cabeça no peito dele. – Fui bem passivo com eles, na verdade. Você fez com que eu sentisse sexy. O que é engraçado porque você sempre disse que eu sou fofinho, mas a forma como você me olhou hoje foi diferente e eu gostei.

Dawson riu e roubou um beijo rápido nos lábios do ruivo.

— Ser fofo não te impede de ser sexy. É uma mistura perigosa pra falar a verdade. – Falou fazendo carinho nas costas dele. – Eu gosto de todos os lados novos que descubro de você. 

Brian olhou para Dawson e começou a passar os dedos pelo rosto do cantor lentamente, pela testa, pelos olhos, pelos lábios... Ele queria que aquele momento não terminasse nunca. Tentou negar, mas estava apaixonado. Em algum momento o que tanto tentou impedir havia acontecido.

— Dawson, eu... – Começou a dizer, mas desistiu. Não podia dizer isso a ele. Dawson sairia correndo. Um “quase virgem” se declarando para ele depois do sexo o assustaria. Por isso abafou o que estava sentindo e amanhã pensaria no que iria fazer. – Se eu morri de prazer isso faz de mim um zumbi ou fantasma? – Perguntou num tom de brincadeira.

Dawson sorriu e se aproximou para outro beijo.

— Eu não sei. Mas se é assim, acho que não vou mais ter tanto medo de criaturas mal-assombradas. – Brincou de volta e continuou beijando-o.

Não demorou um minuto e ambos estavam excitados de novo. Depois conectados de novo. Depois perdidos um no outro de novo. Dessa vez, o sexo foi menos “afobado” e mais lento, os dois se tocavam e se beijavam tentando conhecer cada reação um do outro. Cada suspiro, cada gemido, cada arrepio e cada ato que poderia levar o outro à beira do abismo. 

Somente quando gozaram juntos novamente, é que o sono os pegou. Dawson apagou a luz e disse que Maggie não se importava. Brian não demorou nada para pegar no sono, mas o loiro de repente sentiu a insônia pegá-lo de jeito.

Ele sentia o ruivo em seus braços, mas seus pensamentos estavam longe. Ele tentava entender o que estava sentindo, e quanto mais tentava entender, mais apavorado ficava. Se olhasse para trás, desde o início, com Brian, não fora convencional. Quando Brian o ligou a primeira vez, Dawson decidiu ajudá-lo com a ideia de levá-lo para cama e foi até o apartamento dele.

Mas a partir do momento em que entrou naquele apartamento, tudo tomou um rumo estranho. A vontade de ajudá-lo, de tirá-lo daquela passividade, de mostrar-lhe coisas diferentes, de fazer coisas bobas com ele, como ver um filme de terror. A vontade de protegê-lo, até de si mesmo...  O ciúmes quando o vira realmente com outro. As noites em que dormiu, durante a turnê, pensando nele. As ligações que o ajudavam a colocar a cabeça no lugar. O medo de perdê-lo, perder sua amizade... Nada daquilo lhe era “convencional”. Nada daquilo fora planejado. Simplesmente... Saíra do controle. Mas tão natural ao mesmo tempo. Tinha sentido?

Dawson se levantou no meio da noite, a mente a mil. Ele olhou para Brian dormindo e sentiu-se suar gelado. Ele estava... Estava... Apaixonado. Apaixonado pelo ruivo. A realização o atingiu em cheio e o assustou como nada antes. Suas mãos tremiam. Como isso acontecera? Primeiro era para ser apenas sexo, depois, era para ser apenas amizade, certo? Em que momento passara a sentir tudo aquilo?

Dawson não era homem para isso. Ele não sabia amar alguém dessa forma. 

Apavorado, ele vestiu as roupas rapidamente e deixou o quarto.


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Notas finais do capítulo

Não faz isso não, Dawson!
Se gostou, comente! Próximo já é o último :3



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