Eu vou proteger você! escrita por Kaline Bogard


Capítulo 2
Isso eu amo também


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
A ideia dessa fanfic é trazer o casal com evoluções de 10 em 10 anos.
No primeiro capítulo, eles tem 07 anos. No segundo, 17!
Se tudo der certo... no próximo eles terão 27 ♥

Tem uma outra evolução, mais simbólica, que estou tentando fazer. Acho que ainda não é perceptível, mas espero que seja a partir da próxima oneshot!

Não foi betada!
Boa leitura.



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Era difícil não ostentar um sorrisão quando se sentia tão feliz quanto Kiba naquele instante. Ele estava indo se divertir no Tanabata Matsuri, era seu aniversário, incrivelmente conseguiu economizar algum dinheiro para gastar com guloseimas e jogos. E tinha um namorado. Coisinhas enumeradas em ordem aleatória, não de importância.

Pois se fosse usar uma escala de valor, claro que o item “tinha um namorado” viria antes de tudo o mais. Em negrito e usando letras em caixa alta.

KIBA TINHA UM NAMORADO!

Era uma das diferenças que garantiam a felicidade que sentia. Por dezessete anos (dez sem a companhia da mãe e da irmã, mas em companhia do namorado – que não era namorado até então) Kiba divertiu-se no dia sete de julho com os joguinhos, encheu a barriga com as guloseimas típicas. Comemorou o aniversário do jeito mais tradicional possível. Feliz, sim? Mas nem perto de exibir aquele sorrisão “rasga a cara” igual ao que exibia no presente.

Porque, no presente, ele tinha um namorado.

Um Alpha de mesma idade, um tanto mais alto (por enquanto), de atitudes discretas e observadoras, de personalidade cordata e racional, quase estoica. Mesmo Alpha que andava ao seu lado, com kimono de verão combinando, segurando a sua mão com carinho...

Segurando a sua mão! Rumo ao festival, onde andariam -de mãos dadas- no meio de uma multidão! Só de pensar nisso já dava risinhos suspeitos! Risinhos que dificultaram contar para a mãe e a irmã sobre o pedido de Shino, dito de maneira tão simplória e assertiva pelo fim da manhã...

Ele chegou em casa, todo misterioso (na verdade, coquete demais para o gosto de Tsume) e cheio das meias palavras tentou fazer uma grande revelação. Parte da emoção foi cortada pela ameaça da mãe sobre estar fazendo “tanto cu doce pra contar alguma coisa”.

Enfim, as expressões surpresas das duas mulheres mais importantes de sua vida foram impagáveis. Talvez enxergassem Kiba como um filhotinho ainda, mas o rapaz estava crescendo, se tornando um Ômega irresistível. Claro que chamaria a atenção de outras pessoas! Principalmente de Alphas cheios de hormônios e... se bem que além de Shino, ninguém mais...

— Não. Não! — Kiba agitou a mão livre como se espantasse moscas acima da cabeça — Essa última parte não é importante. Detalhes...

— Tudo bem aí? — Shino soou divertido. Captava uma gama de estonteantes sensações emanando do rapaz que caminhava ao seu lado.

— Tudo bem, namorado — mais risinhos — Estava lembrando da cara da minha mãe quando contei sobre a gente. Foi engraçado.

Shino sentiu uma onda de acalento aquecer seu coração. Kiba já tinha narrado o grande momento da revelação umas duas vezes enquanto seguiam pelo caminho solitário. As famílias Inuzuka e Aburame moravam um tanto afastados do centro da vila, mais confortáveis na proximidade da floresta e no contato com a natureza.

Por essa solitária trilha caminhava o jovem casal, acompanhado de perto por Akamaru. O ninken vinha colado nos passos de seu humaninho, de quem cuidava há dez anos. E a quem seguia fielmente ao Tanabata Matsuri para comemorar. No começo, acomodava-se quentinho dentro do kimono de Kiba. Mas à medida que foi crescendo, isso tornou-se inviável!

O focinho aguçado captava as intenções do rapaz em relação ao seu humano e isso o deixava mal-humorado. Só farejava bons sentimentos, claro. E aromas de cuidado, preocupação, devoção... sentimentos que nutria em si. E, apesar de tal percepção, não conseguia relaxar e baixar a guarda perto do homem que roubaria seu filhote humano. Não conseguia controlar a pitada de ciúmes por ter que dividir Inuzuka Kiba.

Por isso seguia com passos pesados, olhos atentos e pronto para qualquer latido de aviso!

As luzes do festival já eram perceptíveis no céu a algum tempo. O som de vozes também os alcançava, duas indicações de que estavam chegando ao local do festival. Fato que já não trazia desconforto ao jovem Alpha a algum tempo. Talvez apenas no primeiro e no segundo ano em que foi comemorar, ficou nervoso. Não estava acostumado a multidões, som alto, tantas cores... E apenas a presença de um Ômega teve o poder de aplacar seus anseios. O Shino pequenino nunca acreditaria no poder daquela mão quentinha envolvendo a sua desde então, com firmeza e decisão.

A princípio, por amizade.  E então, conforme a sementinha plantada dez anos atrás crescia, algo nascia entre ambos. Sem contornos definidos, além dos bons sentimentos. Mesmo quando discordavam de algo, brigavam e se afastavam, eram desacertos positivos, que os fazia amadurecer ao compreender o ponto de vista alheio. Até Kiba, teimoso e marrento por natureza, sabia seus momentos de recuar, repensar e aprender. Preferia desistir de ter razão, se isso lhe custasse a mão em que seus dedos tão amavelmente segurava.

Aburame Shino era um dos poucos que conseguia fazer Inuzuka Kiba se retratar e voltar atrás a fim de encerrar conflitos por livre e espontânea vontade. Porque Kiba era capaz de ler aspectos em seu grande amigo, que outras pessoas pareciam incapazes de notar. Fossem pequenas alterações na expressão facial usualmente indiferente, fossem minucias na postura corporal... de alguma forma Kiba conseguia dizer como Shino se sentia. Além, claro, do vínculo.

Nenhum dos dois saberia dizer quando a ligação entre Alpha e Ômega se formou. Talvez na tenra infância, junto com aquela sementinha que foi plantada quando um Kiba de sete aninhos estendeu sua mão para um igualmente jovem Shino, prometendo com toda audácia da idade protegê-lo. Mas isso não fazia a menor diferença: saber quando tudo começou. O vínculo estava ali, real e inegável.

Kiba tinha muitos defeitos. Embora ninguém pudesse taxá-lo de burro. Cometia muitos erros por ser impulsivo, empolgado e inconsequente. Nunca por falta de inteligência. Ele notou muito cedo que não tinha vínculos assim com Naruto, com Shikamaru ou Ino; três Alphas com os quais nutria amizade. Só Shino era diferente. Porque Shino era (ou viria a ser)...

— Meu namorado! — terminou a linha de pensamentos exclamando em voz alta. Só então se deu conta de que tinham parado de andar ao alcançar as primeiras barraquinhas do festival.

Naquele ponto, a música, as vozes, as luzes e o cheiro de comida eram mais do que promessas sinalizando o final do caminho.

— Você está distraído hoje — Shino provocou um pouquinho. Sabia que faria o Ômega corar, com o vermelhinho mais claro que as marcas do clã subindo pela face trigueira até colorir a pontinha das orelhas. Kiba era muito emocionado, apenas reagia a altura da mudança no relacionamento entre ambos.

— Impressão sua — o rapaz descartou o comentário com um gesto descontraído — Está tudo bem aí? — indagou apertando de leve os dedos que sua outra mão segurava. A pergunta não era vã, conhecia o desconforto que o Alpha sentia em lugares lotados e barulhentos.

— Está sim — Shino ergueu o braço e levou a mão de Kiba para ofertar um beijo carinhoso. Aquele toque era o farol que precisava, desde a primeira vez servindo como a luz que o acalmava. Se os sons eram altos demais, se havia muita gente, se os cheiros se confundiam... então Shino focava no calor de Kiba, no som de sua voz, no aroma confortante de morangos e tudo ficava bem. Seus kikaichuu se acalmavam, o coração apaziguava.

Kiba era paz. Transbordante de vida, de energia, de voracidade. O jovem que segurava o mundo com os braços, sem querer soltar nada nem ninguém. Mal humorado, arrogante, agressivo, rude e conhecedor de um vasto dicionário de palavrões. Dono de um coração imenso, de uma bondade pura e altruísta; algo que remetia ao mais verdadeiro do contrato com ninken, refletido no clã Inuzuka.

Paz para Shino.

Mas nem sempre. Kiba, na vida de Shino, era sinônimo de... planos desfeitos! E estabelecia-se ali um recorde: dois planos elaborados com esmero e cuidado foram por água abaixo no mesmo dia. Pois ao se perceber envolvido por uma presença Ômega sedutora e um cheirinho cativante de morangos, Shino se rendeu. Soltou a mão de Kiba apenas para aprisionar-lhe as duas faces com cuidado, segundos antes de inclinar-se e oferecer o primeiro e mais emblemático beijo do casal. O primeiro reconhecimento mais íntimo, intenso em correspondência, carregado de significados.

A reação de Kiba provou que ele desejava a carícia tanto quanto Shino, as mãos amparando-se na nuca de fios negros, as pontinhas das garras brincando com a pele sensível e causando arrepios, enquanto o beijo fazia algo parecido com... borboletas na barriga?! Que piegas!

— Uau! — Kiba exclamou sem folego, corado e impactado.

— Uau — Shino repetiu, puxando-o de encontro ao peito, para que se abrigasse em seus braços contra o próprio coração que batia disparado.

Sinônimo de planos desfeitos! Shino planejou pedir o namoro quando chegassem ao Matsuri, e o pedido ocorreu logo após fazerem a feira! Então planejou que o primeiro beijo viesse durante os fogos-de-artificio. E ali permaneciam eles, no limiar das barraquinhas, atraindo olhares de um ou outro curioso.

E estava tudo bem. Pois essas inesperadas reviravoltas, Shino amava também!


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Notas finais do capítulo

Gostou?!! Até a próxima ♥



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