Orgulho e Preconceito - Perdida no século XVIII escrita por Aline Lupin


Capítulo 7
Capítulo 7




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Encontrar uma roupa apropriada para um jantar parecia ser algo muito importante no século XVIII. Pelo menos, um costume inglês, que Lizzy comprovou, conforme Georgiana a ajudava a se preparar, com uma criada auxiliando. O vestido escolhido era em tom turquesa, valorizando os cabelos castanhos e pele clara de Lizzy. Infelizmente, ela teve que se render ao uso de vários tecidos e ao famoso espartilho. O vestido tinha o decote arredondado e as mangas curtas. E ela usava um xale em tom prateado por cima dos ombros. Georgiana fizera questão de que Lizzy usasse uma de suas joias. Um colar de pérolas e brincos combinando.

Ao se olhar no espelho, ela não se sentia ela mesma. Na verdade, poderia ver claramente que havia se tornado uma dama dos séculos passados, ainda mais com o penteado elegante que usava, deixando apenas dois fios de cabelos soltos na parte da frente e o restante do cabelo preso em forquilhas, em um coque elegante. Georgiana, tão animada como estava com Lizzy, passou um pouco de maquiagem no rosto dela, a deixando com aspecto adorável.

A jovem Georgiana não estava tão atrás em beleza. Na verdade, ela era muito bonita e elegante. E aquela noite estava trajando um vestido em tom verde água, com um decote reto e mangas bufantes. Sua cintura era bem marcada devido ao espartilho. E por ser alta, ela parecia ter mais de vinte anos. Contudo, quando Lizzy perguntou a idade dela, ela respondeu:

— Fiz dezessete anos no começo do ano.

Lizzy quase não acreditou, pois quando ela tinha a idade da jovem, nunca pensaria em casamento ou teria qualquer pensamento responsável. Apenas aproveitava sua juventude e se preparava para entrar em uma universidade. Mas, Georgiana estava se preparando para um possível casamento. E ela mesma dizia isso com confiança.

— Não acredita ser muito jovem, senhorita Georgiana? - Lizzy perguntou, enquanto colocava um par de luvas em tom perolado, com tecido de cetim.

Georgiana baixou o frasco de perfume que segurava sobre a penteadeira e franziu o cenho.

— Jovem para o que, senhorita? - ela perguntou.

— Para se casar. A senhorita disse que estava pronta para isso, há alguns segundos atrás - Lizzy respondeu.

— Na verdade, esse é o momento certo. Já tenho idade para me casar - Georgiana esclareceu, sem parecer incomodada. E sentou-se ao lado de Lizzy na cama de dossel.

As duas estavam no quarto da irmã de Darcy. E a criada já havia se retirado.

— Georgiana. Posso chama-la assim, se me permite? - Lizzy perguntou, olhando para o rosto delicado da jovem.

Ela assentiu.

— Se eu puder chama-la de Elizabeth.

— Lizzy, Georgiana. Eu prefiro apenas esse nome - Georgiana assentiu - Enfim, acredito que essa seja a mentalidade da época. Se casar cedo, gerar herdeiros para seu marido, mas, Georgiana, você tem toda uma vida pela frente. Tenho certeza de que seu irmão não a obrigaria a se casar tão cedo.

Georgiana assentiu levemente com a cabeça. Mas, tinha uma expressão culpada, de repente.

— Meu irmão é paciente. Ele me permitiu debutar esse ano, apenas confiando que eu fosse fazer tudo corretamente dessa vez. E devo cumprir meu dever, me casando com um homem de linhagem nobre, se possível. Ou alguém rico como meu irmão.

— Você deve fazer o certo dessa vez? - Lizzy perguntou confusa.

Georgiana corou e baixou os olhos para as mãos entrelaçadas em seu colo.

— Eu cometi um erro grave, senhorita. Quando tinha quinze anos eu dei um mau passo. Meu irmão precisou abafar todos os boatos e salvou minha reputação. E é por isso mesmo que agora que tenho idade para ir a bailes, irei me casar bem e não gerar mais vergonha a ele.

Lizzy não queria ser precipitada em seu julgamento sobre o que aconteceu com Georgiana, por isso perguntou a ela o que houve há dois anos.

— Se me permite saber, é claro – ela acrescentou.

Georgiana comprimiu os lábios de forma tensa.

— Prefiro não tocar no assunto, por favor – ela disse, com a voz entrecortada.

Foi então que Lizzy notou que a jovem tinha os olhos rasos. Algo ruim aconteceu com ela e Lizzy poderia apostar que George Wickham estava envolvido naquele escândalo. Contudo, ela resolveu se calar, afinal, acabara de conhecer Georgiana.

— Bom, vamos esquecer isso – Lizzy disse, quando percebeu que o clima estava desmoronando – Não se deve lembrar-se do passado. Somente em casos de exame da consciência. Mas, hoje, a senhorita vai se divertir em um jantar. E também, não queremos borrar sua maquiagem, não é mesmo?

Georgiana lhe ofereceu um sorriso fraco e assentiu com a cabeça.

Logo em seguida, se ouviu uma batida na porta.

— Entre – Georgiana convidou.

A porta se abriu e Darcy estava na soleira.

— Eu gostaria de saber se as senhoritas já estão prontas e...- Ele parou de falar, assim que olhou para as duas mais atentamente. Seu olhar se fixou em Lizzy e ele apertou os lábios e os punhos ao lado dos quadris.

— Estamos prontas, irmão – Georgiana tomou a palavra – Já vamos descer para o jantar.

Darcy ainda olhava para Lizzy, o que a deixou desconfortável. Ela estava tão mal vestida? Seu olhar parecia julgador e ela não gostou nada do seu exame minucioso.

— Irmão? – Georgiana chamou – Você está bem?

Ele piscou e desviou o olhar, voltando sua atenção a Georgiana.

— Sim, estou...eu as esperarei na sala de jantar – ele se afastou da soleira da porta, de costas e depois se virou, saindo do campo de visão delas.

Lizzy não compreendera aquela cena, mas Georgiana sim. E seu sorriso era enorme.

— Vamos, Lizzy – ela se levantou da cama e estendeu a mão para Lizzy, que aceitou, se levantando em seguida – Temos um jantar para comparecer. E com certeza, a senhorita está uma visão impressionante.

Lizzy deixou escapar uma risadinha.

— Eu não estou não mesmo – ela disse, enquanto saia do quarto, acompanhada de Georgiana e seguia pelo corredor atapetado – Eu nunca vou me acostumar com vestidos e espartilhos.

— Como não? Deve fazer anos que os usa – Georgiana perguntou, confusa e desceu as escadas.

— Ah...é...modo de falar – Lizzy respondeu, rapidamente – Afinal, espartilhos são tão desconfortáveis.

Ela desceu as escadas, pensando que deveria controlar a própria língua e não dizer mais nada que denunciasse sua própria época. Ninguém ali compreenderia que ela não pertencia ao século XVIII.

— Então, era por isso que não estava usando o espartilho hoje à tarde? – perguntou Georgiana.

Lizzy ficou vermelha de vergonha. Era tão perceptível assim? Mas, foi poupada de responder, pois chegaram à sala de jantar. À mesa estavam o senhor Bingley, a senhorita Bingley, o senhor Hurst, a senhora Hurst e o senhor Darcy. Assim que Darcy viu as duas entrarem, ele se levantou, parecendo um pouco atônito. E não desviava seu olhar de Lizzy, que começou a ficar irritada. Qual era o problema dele?

— Senhorita Elizabeth – o senhor Bingley se levantou e sorriu para ela de forma gentil, fazendo uma reverência – É um prazer revê-la de novo. Já deve conhecer minhas duas irmãs. A senhorita Caroline Bingley e a senhora Hurst – ele indicou as duas irmãs.

— Sim, as conheci essa mesma tarde – Lizzy respondeu, fazendo uma reverência – É um prazer revê-las de novo.

As duas damas sorriram de forma estranha, a qual Lizzy sabia muito bem que devia ser pelo fato de estar sob o mesmo teto de o senhor Darcy. Mas, Lizzy pouco se importava com a opinião alheia. Em breve, ela estaria fora daquele lugar, quando colocasse as mãos no celular. Só precisava encontrar Alexander.

O senhor Hurst também se levantou, fazendo uma leve reverencia para ela e Georgiana. As duas fizeram o mesmo movimento e foram para seus lugares. O senhor Darcy parecia tentar contornar a mesa para puxar a cadeira de Lizzy, mas o senhor Bingley tomou a dianteira e ela sentou-se ao lado dele. Darcy parecia confuso e olhou para o amigo longamente. Bingley não parecia ter percebido e apenas tinha olhos para Lizzy. Contudo, ela havia percebido a tensão que se dissipou no ambiente. E logo notou que Caroline Bingley a fitava com um olhar atento, do outro lado da mesma. Lizzy desejou não estar naquele jantar. Todos pareciam tensos demais e incomodados com sua presença.

Logo o jantar foi servido, mas Lizzy não estava com fome. Pode perceber pelo canto de olho que Caroline e Darcy conversavam, do outro lado da mesa.  Na verdade, Caroline era quem tomava a palavra e Darcy respondia de forma monossilábica. Mas, ela parecia ter assunto para os dois e não parecia esmorecer diante da frieza dele. Pobre Caroline, pensou Lizzy, rindo por dentro. Darcy parecia ter dificuldade de se expressar, mas ele poderia ser um pouco mais gentil com suas visitas. Contudo, isso não era problema dela. Não iria se importar com as habilidades sociais de Darcy.

— Me diga, senhorita, ira no baile dos Harris? – Bingley perguntou, ao lado dela.

— Eu...é... – Ela não sabia o que responder, pois nem ao menos fora convidada.

— A senhorita Elizabeth ira sim – Georgiana respondeu por ela, sentada ao lado de Lizzy – Nós iremos, não é, Darcy? – ela olhou para seu irmão, que assentiu levemente.

— Mas, eu não poderia – Lizzy disse, olhando para Georgiana significativamente.

— Por favor, deve ir, senhorita Elizabeth. Seria um grande prazer vê-la no baile – Bingley disse em tom entusiasmado – E irei pedir uma dança sua.

— Ora, pare que tanta insistência, Charles? – Darcy perguntou, olhando para o amigo – A dama disse que não sabe se irá ao baile.

Lizzy olhou para Darcy confusa. Ele parecia sério, como se não estivesse gostando de alguma coisa.

— Eu não acredito estar sendo insistente – Bingley disse, sem esmorecer, mas seu tom já não era tão confiante quanto antes – Eu apenas estou expressando meu desejo em ver uma dama tão agradável quanto à senhorita Elizabeth.

— Assim como expressou efusivamente sua preferência pela senhorita Jane Bennet, não é mesmo, irmão? – Caroline tomou a palavra e seu tom era sarcástico.

— Eu...- Bingley esmoreceu, sem ter uma réplica quanto ao que a irmã alegou, de forma irônica.

Lizzy sentiu-se mal por ele. Como Caroline e Darcy poderiam ser tão grosseiros?

— Eu ficaria honrada em aceitar uma dança, senhor Bingley – ela veio em sua defesa. E isso o fez sorrir. Caroline a fitava por cima do copo de vinho, com escarnio – E irei ao baile dos Harris sim.

— Isso seria esplendido – Bingley disse, parecendo animado novamente – A senhorita ira conhecer uma família muito bem quista na sociedade. O irmão do senhor Harris é um conde. O conde de Derby.

— Ah, sim? Então, é uma família próxima a nobreza – Lizzy disse.

— Sim, é próxima. E eles dão os melhores bailes em Londres. E ser convidado para uma festa oferecida pela família Harris é uma honra – Caroline respondeu pelo irmão, deixando a taça de vinho na mesa.

— Realmente, uma grande honra – o senhor Hurst tomou a palavra – Eu já cacei com o conde Derby, em sua propriedade, em Derbyshire. Sua propriedade é impressionante.

Lizzy não conseguiu acompanhar a conversa. Caroline, o senhor Hurst e o senhor Bingley começaram a tecer elogios sobre aquela família. E logo Lizzy percebeu o quanto cada um era apegado às aparências. E que Hurst era um costumas apostador de corridas de cavalos e cartas. Além de beber muito. Ele estava em sua quinta taça de vinho e o jantar não havia se encerrado. Logo Lizzy se entediou pelo conteúdo da conversa. Ela queria sair da mesa, alegando estar cansada, mas seria falta de educação sair daquela maneira.

O jantar se encerrou depois de um longo tempo, que parecia excruciante para Lizzy, que apenas respondeu de forma monossilábica as perguntas do senhor Bingley e dos outros ocupantes da mesa. E quando perguntaram de onde ela vinha Darcy não a deixou responder. Disse que eles eram conhecidos, devido a sua mãe ter conexões com os Bennet de Yorkshire. É claro que Caroline não acreditou em uma só palavra. Ela olhava admirada para Lizzy e Darcy, como se soubesse que ele estava mentindo. Georgiana apenas confirmou, sem transparecer nada. Essa foi à única vez que Darcy falou a mesa, depois de tanto tempo em silêncio. Depois disso, ele se absteve de tecer qualquer comentário, de qualquer natureza.

Lizzy observou que Darcy era um cavalheiro calado e não era efusivo com Bingley, ou espirituoso com o senhor Hurst. Apenas falava quando necessário. E isso fez Lizzy admira-lo, pois ele não era tolo ou frívolo. Pois, afinal, ela acreditava que se deveria falar, quando se tinha algo importante a dizer ou que não fosse um assunto que pudesse ferir a honra de uma pessoa. E a mesa, as discussões giravam em torno de escândalos da sociedade ou notícias sobre as famílias poderosas da Grã-Bretanha. Algo que Lizzy achava tedioso. Era como se estivesse vivendo o mesmo no seu século, quando suas colegas de trabalho se reuniam para falar mal do chefe ou de fofocas sobre celebridades.

Quando o jantar finalmente se encerrou, Lizzy saiu da mesa, mas não pode ir para seu quarto, infelizmente. Ela estava tão feliz de poder sair de perto de pessoas que não eram agradáveis. Talvez se salvasse Bingley, Georgiana e Darcy. Ela somente queria ficar ao lado do seu cachorro, que deveria estar entediado dentro do quarto. É claro que Lizzy havia cuidado das necessidades dele, como leva-lo para passear na quadra e deu comida para ele, que infelizmente, não era ração, mas comida humana.

Georgiana havia levado Lizzy a uma saleta, acompanhada de Caroline e a senhora Hurst. Aquele momento seria apenas para as damas tomarem xerez. Elas se sentaram em um divã. Havia dois no ambiente. Lizzy, para seu alivio, ficou ao lado de Georgiana em um e a senhora Hurst e Caroline em outro.

— Eu não sabia que a senhorita era conhecida da família Darcy, senhorita Elizabeth – Caroline disse – Não sabia que ele tinha alguma relação com a família Bennet de Yorkshire. Na verdade, eu nem fazia a menor ideia de que essa família pudesse existir. Já ouviu falar, irmã? – ela olhou para a senhora Hurst significativamente.

— Ah, não mesmo. Nunca ouvi falar – ela respondeu – Mas, é um nome comum, não acha? Devem existir várias famílias espalhadas com esse nome.

— É claro – Caroline concordou – E acredito que a senhorita talvez seja prima da família Bennet de Hertfordshire. Ou estou enganada?

Lizzy estava irritada com as insinuações de Caroline. Entrelinhas, ela queria dizer que Lizzy era muito comum para estar se socializando com a família Darcy.

— Como deve saber, eu não tenho nenhum parentesco com a família Bennet deste condado – Lizzy respondeu, controlando a irritação – E se fosse, deveria ter algum problema?

— Ó, é claro que não haveria – Caroline respondeu de forma inocente – De fato, eu acredito ser curioso à senhorita ter alguma relação com os Darcy. Georgiana nunca me falou sobre a senhorita.

— Eu não tive a oportunidade, senhorita Caroline – Georgiana disse, de forma calma, parecendo alheia ao modo irônico que Caroline tratava Lizzy – Mas, realmente nossa mãe conheceu a família de Lizzy. E estamos ajudando-a a se inserir na sociedade londrina.

— Ah, é claro. Então, a senhora Elizabeth terá o favor da família Darcy? Como são generosos – a ruiva disse, com um sorriso falso – Meu irmão Charles também é muito generoso. Até mesmo iria se casar com uma Bennet. Mas, eu tive que tirar essa ideia da cabeça dele. Veja bem, essa dama nem o amava, de fato. Mas, seria muita generosidade dele se casar com uma jovem tão pobre.

Lizzy ferveu de raiva. Então, era como ela imaginava que fosse. Caroline Bingley atrapalhou o casamento entre Charles e Jane. Ela sentiu dentro de si a vontade de ajuda-lo. E poderia se aproximar dele, agora que iria ao baile da família Harris.

A conversa se tornou irritante para Lizzy, que alegou estar com dor de cabeça e pediu licença para se retirar. Ela pode respirar mais calmamente, no corredor e seguia para seu quarto, quando encontrou o senhor Darcy, vindo à direção contrária, perto das escadas.

— Senhorita Elizabeth – ele a cumprimentou, fazendo uma reverência.

— Senhor Darcy – ela fez o mesmo, seguindo para as escadas.

— Espere senhorita – ele pediu.

Ela se virou, já no segundo degrau. Esperou que ele falasse algo, mas ele parecia ter perdido as palavras.

— Senhor, queria me dizer algo? – ela incentivou, percebendo que ele parecia hesitante.

— Ah sim. Queria sim. Na verdade, queria lhe dizer que o baile dos Harris será nesse final de semana. Espero que possa comparecer. Mas, se não for de seu agrado, pode ficar em casa.

— Eu gostaria de ir, se não houver problema – Afinal, o interesse dela era conversar com Charles Bingley e ajuda-lo com Jane Bennet. Pois, Caroline fizera uma injustiça ao afasta-los, juntamente com o senhor Darcy. Mas, se ele fosse como o senhor Darcy de Jane Austen, ele não fizera isso na intenção de magoar o amigo.

— Não há problema algum, senhorita – Darcy disse – E permita-me dizer que a senhorita esta encantadora essa noite.

Lizzy piscou algumas vezes atônita pela declaração dele. Ele estaria falando a sério?

— Ah, o senhor é muito gentil – ela disse, corando envergonhada.

— Não sou senhorita. Apenas digo a verdade e nunca elogio por amabilidade exagerada – ele disse sério – Espero que a senhorita tenha gostado do jantar. Parecia tão calada.

— O senhor também estava – ela apontou, com um sorriso.

— De fato, em uma refeição, eu prefiro o silêncio e a contemplação – ele disse, sorrindo para ela, o que tirou o folego de Lizzy – E a senhorita parece ser da mesma opinião. Ou estou enganado?

— Acredito que uma boa conversa a mesa não é um problema – ela disse – Desde que seja um assunto interessante.

— Bom, então o assunto dessa noite não interessou a senhorita – ele observou perspicaz.

— Não posso dizer nada a respeito disso – ela disse, deixando mais um sorriso escapar.

Ele a fitou longamente, como se estivesse tentando desvenda-la e Lizzy prendeu a respiração, segurando-se no corrimão.

— Bom, já está ficando tarde – ela interrompeu o silencio que pairou sobre eles. Ela se sentia estranha ao ter a atenção de Darcy – Eu agradeço muito pelo senhor ter me ajudado e pela sua hospitalidade.

— Não há de que, senhorita. É meu dever ajudar uma dama que necessita de ajuda.

— Não, não é, mas o senhor tem um bom coração – ela o elogiou de forma sincera – Eu vou me retirar por agora. Desejo-lhe uma boa noite.

— Igualmente senhorita.

Ela se virou, subindo as escadas, sentindo as pernas bambas. E parecia que ela ainda sentia o olhar dele em suas costas. Mas, ela não se virou, até chegar ao seu quarto.


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