[...] Com a Winry...

—Ei Ed, AL, acho que a Yasmin está escondendo algumas coisas de vocês...

—Como assim Winry? -Eu escuto o Al falar no andar de baixo enquanto eu estava no quarto onde Winry trabalha.

(Eu imaginei que uma hora ou outra eles iam ser informados das cicatrizes e das feridas que estão no meu corpo... Eu tenho que parar de me preocupar em deixar os outros preocupados comigo...)

Penso enquanto levanto da escada que eu estava sentada, e decido parar de ouvir aquela conversa, pois eu imaginava que um dos dois iam subir correndo para conferir os meus machucados...

—Eu não entendo... Por quê eles se preocupam comigo?...

Sussurro enquanto penso nas coisas que aconteceram em Liore e a caminho desse lugar

—O Ed não se incomodou comigo dormindo no colo dele... Será que eu fico feliz ou triste por causa disso? Nunca se sabe... Eles viram a minha mentira..., mas por que eles simplesmente decidiram cuidar de mim dessa forma? Ok isso não faz sentido na minha cabeça de forma alguma.

Penso me olhando no espelho do quarto que a Winry havia me guiado quando subimos.

(Acho que os meus ferimentos não estão tão graves... Eles não vão precisar se preocupar)

Penso enquanto vejo a Winry e os meninos entrando no quarto.

—Ora, ora, ora, Yasmin!!! Nós já sabíamos dos machucados do braço, mas... POR QUE QUE VOCÊ NÃO CONTOU SOBRE OS MACHUCADOS SUA PIRRALHA!!! -Ed grita com raiva olhando fixamente pros meus olhos no reflexo do espelho.

Ao invés de reclamar dos gritos, ou responder o loiro com palavras, eu simplesmente decido olhar para o canto, não olhei para baixo como era o normal de se fazer naquele momento, depois da promessa que fiz de nunca se rebaixar a ninguém com a briga do meu pai... Eu tento o meu máximo pra não fazer isso novamente.

Eu olho para a parede, pro meu reflexo, e logo após me viro pro Ed sem olhar diretamente pra ele, não gosto de saber que estou errada.

—Desculpa... -Falo demonstrando arrependimento querendo ou não.

Ed ficou quieto, não falou absolutamente nada depois disso, mas logo após começou a sorrir se gabando.

—Precisa que eu seja sua babá pequena? kkkk

Falou o menor chegando perto de mim e colocando sua mão em minha cabeça, fazendo cafuné enquanto bagunça meu cabelo, o que me fez ficar um pouco vermelha por causa da proximidade do rosto dele com o meu.

—Saiba que pode confiar em mim e no meu irmão quando quiser entendeu? -Ele fala tirando a mão de minha cabeça.

—Vovó!!! Preciso da ajuda da senhora com os ferimentos da Yasmin!!! -Winry fala chamando a pequena senhora que antes tinha achado que eu era namorada do Ed.

Logo após a mulher chamada Pinako chegar e perguntar o que aconteceu, Winry e os meninos explicam a ela sobre a situação, e ela pede para eu tirar as faixas que eu tinha enrolado nos meus ferimentos para ver a situação deles, e ver o que podia fazer.

Enquanto isso Ed se voluntaria para ajudar a vovó a cuidar de meus ferimentos, e Winry desmontava meu Automail, e pegava as peças dele para cuidar em outra sala.

—Yasmin, os ferimentos parecem muito profundos, como você se machucou? -Falou a velha senhora de cabelos brancos observando meus ferimentos, enquanto eu notava a cara do Ed um pouco rosada, provavelmente por estar me vendo de top e saia deixando o meu corpo um pouco mais a mostra.

—Eu não sei, eu abri os meus olhos e estava em um lugar escuro onde um cara tinha feito esses ferimentos em mim.

—Oh...Compreendo, Al pegue a caixa de primeiros socorros lá na sala pra mim!!!

—Sim vovó!!! -Falou Al saindo do lugar atrás da caixa de primeiros socorros, enquanto Winry voltava para pegar algumas coisas que faltaram.

—Winry, as costas dela estão feridas?

—Não vovó!!! -Falou Winry saindo novamente.

—Yasmin preciso que você se deite por favor.

Pinako pede enquanto eu apenas me deito sobre a cama do cômodo.

—Acho que isso não é necessário... -Falo receosa.

Odeio ter que preocupar os outros, isso é estressante.

—Para de ser idiota, deixe-nos cuidar dos seus machucados. -Ed fala estressado enquanto entregava alguns produtos para a senhora.

—Não se preocupe querida, irei cuidar bem de você

A senhora chamada Pinako parecia calma, como se ela soubesse muito bem lidar com a situação, isso me deu confiança para confiar na velha.

—Está bem...

[...]

Depois de uns 22 minutos cuidando de meus ferimentos, Winry e Ed voltam para o quarto que eu estava deitada, enquanto a senhora terminava de cuidar dos meus machucados.

—Yasmin, aqui está seu Automail!!!, só um aviso... A parte de conectar os nervos é a parte mais dolorosa...

—Não tem problema, apenas me dê um pano pra servir como mordaça, e algo pra eu descontar a dor.

—Aqui, segure a minha mão. -Ed fala oferecendo sua mão mecânica, para que sirva como apoio.

—Valeu...

Aceito o apoio do Ed, segurando firmemente sua mão já me preparando para a dor.

—Ok, preparada? -Winry dizia se preparando para puxar a alavanca e conectar os nervos ao Automail.

—Pronta!!! -Falei colocando a mordaça.

—1, 2, 3, AGORA!!! -Winry e a vovó puxam as alavancas do Automail, ligando os nervos do corpo de Yasmin.

—Hmm!!! -grito de dor enquanto aperto o máximo que eu posso da mão mecânica de Ed, na qual visivelmente percebe que estou sofrendo bastante com aquilo.

Lagrimas escorrem de meu rosto, mas isso não me fez esquecer de que aquela era a menor dor que eu iria sentir nessa aventura que irá acontecer na minha vida.

—Pronto Yasmin, descanse mais um pouco, isso foi muito doloroso pra você... Ed cuide dela aí enquanto vou ver se não faltou nada no Automail!!! -Fala Winry saindo do cômodo e fechando a porta do quarto.

—Eae garota, planeja fazer o quê depois de sair daqui? Irá voltar pro quartel general? -Ed senta na cama se aproximando um pouco mais.

—Eu fugi do quartel, acho que não posso voltar mais pra lá, irei ir pro Sul de Dublit fazer algumas tarefas, e encontrar uma pessoa, não preciso explicar mais nad-

—Não seja teimosa!!! Fale logo formiguinha!!!

Falou Ed um pouco impaciente olhando pra garota.

—1°Você não é meu responsável, não preciso te dar justificativa nenhuma pra onde eu vou... E 2° você pode até ser mais velho que eu... -Levanto e me aproximo do mesmo enquanto continuo a falar. -Mas continua menor que eu entendeu?

Falo enquanto encurto a distância entre nós dois intimidando o menor que logo o faz ficar avermelhado.

—E-ei, não inventa ga-garota -Fala virando o rosto pro outro lado, disfarçando o fato de estar corado. -Quem você pensa que é?

Ele aperta minhas bochechas com a mão trazendo meu rosto para perto.

O garoto se aproxima de mim, mas acaba se aproximando demais, me fazendo cair pra trás enquanto puxo o mesmo, que fica por cima de mim.

Aquela situação era boa e vergonhosa ao mesmo tempo, nós dois estávamos bem avermelhados, e ofegantes, estávamos paralisados e não sabíamos como agir.

—D-d-desculp- Nós dois íamos pedir desculpas um para o outro ao mesmo tempo, porém antes que pensássemos em fazer isso escutamos alguém abrir a porta.