—Mais é claro que sim!!! Nós podemos marcar uma audiência quando você quiser!!!

(Ah... Ele realmente tem um plano pra tudo!!!)

[...]

Estávamos prestes a ir para essa audiência que o Ed fez questão de marcar, para irmos visitar pessoalmente o Pai Cornelo.

Porém antes de continuarmos o caminho o Ed decidiu parar e vir na minha direção.

—Ei formiguinha!!!, vem pra cá rapidinho -O Ed fala chamando a minha atenção, então decidi segui-lo. -Olha... Eu vou ser bem honesto com você, eu prefiro que você não nos siga para ver o Pai Cornelo...-O Ed fala com receio.

—E por que? Eu tenho 14 anos Ed... Eu consigo me virar sozinha!!! Não sou mais uma crian-

—Eu sei!!! Mais como decidimos trazer você pra cá... Vamos ser os responsáveis se você se machucar...

—Mais Ed!!!

—Essa pode ser a única vez que você vai seguir o meu concelho se você quiser..., mas por favor, quero que você não vá.

—... -Fiquei surpresa com o que ele disse, mas, uma vez na minha vida, decidi que não seria ruim seguir o conselho dele. E SERIA A PRIMEIRA E ÚNICA VEZ QUE VOU OBEDECER A ESSE ANÃO REBAIXADO. -Tá bom, vou dar uma volta pela cidade pra ver se acho algo interessante. Tente não se meter em problemas pirralho!!!

Falei indo ao caminho contrário deles enquanto acenava para o Ed.

—Me encontre daqui ah umas 2 horas no escritório do velho do Cornelo!!! -O Ed me disse enquanto nos separávamos.

—Está bem!!!

(Vamos ver o que essa cidade tem de bom pra mim!!!)

[...]

Eu estava andando ah um bom tempo pela cidade, ela era pequena, mas aconchegante, não consegui reparar muito nela quando chegamos.

Decidi parar para observar a paisagem da cidade, e percebo alguém me observando de algum dos dois becos que me rodeavam.

(Era o que me faltava... Deve ser algum dos ajudantes do Cornelo...)

Penso enquanto ficava em alerta, olhando em minha volta sem baixar a guarda.

(A rua tinha que ficar vazia agora né, essas coisas só acontecem comigo...)

Penso enquanto via uma sombra ao meu lado, virei, e acertei um deles na barriga, que estava com um pano em sua mão.

(Ele tentou me desmaiar com Clorofórmio??)

Penso enquanto me afasto do culpado.

—Você é um merdinha desgraçado!!! -Falo o atacando enquanto ele tentava desviar.

—Você é uma pecadora e deve ser punida por seus pecados!!!

Falou o mesmo enquanto eu sentia uma pancada em meu pescoço por trás de mim.

—Mais o que...

A última coisa que vi antes de apagar foi outro deles saindo de trás de mim.

[...]

(O que aconteceu?... Onde eu estou?...)

Começo a olhar ao redor, eu estava em uma sala não muito escura, eu estava com as minhas mãos e pescoço algemadas, dava pra ver o meu sobretudo roxo junto de meu boné no canto da sala.

(Aí que dor do cacete!!!)

Penso ao ver a maioria da minha pele com cortes e hematomas, minha boca estava com um pano, e a única parte do meu corpo que não estava algemada ou amarrada era dá cintura pra baixo.

(Como que eu fui parar aqui? Ou melhor... Como eu vou sair daqui?)

Penso ao ver um dos seguidores do padre vindo em minha direção com uma bandeja.

—Vê se come isso garota!!! Vai ficar aí presa até seus amigos virem te salvar.

(Tive uma ideia!!!)

Ele chegava perto para deixar a comida no chão ao meu lado, e nisso acertei a cabeça dele com um chute, fazendo ele desmaiar ao bater a cabeça no chão em sua queda.

Ele havia caído no chão ao meu lado e com as minhas pernas consegui pegar as chaves e joga-las para cima em direção as minhas mãos.

(Finalmente!!! Respeitem a gênia aqui hehehe)

Estourei as algemas da mão do meu Automail, e o usei para soltar minha outra mão com a chave.

(Meu corpo dói, tenho um pressentimento ruim, algo me diz que é melhor eu não mostrar esses machucados pros meninos...Se não eles vão acabar se preocupando comigo ao invés de se preocuparem em cumprir o objetivo deles)

Consegui soltar os meus braços e tirar o pano de minha boca, faltava apenas a corrente em meu pescoço, mas eu estava muito machucada e sem força que decidi sentar um pouco no chão e respirar.

—Meu corpo doí... Doí muito!!! -Falei sem forças e sem esperança de que isso melhoraria logo.

Soltei a corrente do meu pescoço com a chave, coloquei o boné em meu rosto, e com alguns pedaços de tecido cobri os machucados do meu tronco e braços.

—Isso vai segurar o sangramento até eu chegar em um lugar seguro, mas vou evitar de fazer esforço, se não isso vai jorrar um sangue, e um problema enorme...

Então coloquei meu sobretudo novamente e decidi ir me encontrar com o Ed, já que era o único lugar que eu podia ir por enquanto.

[...] Na sala do Cornelo

Eu estava lá, uns 10 minutos mais cedo, sentada na mesa da sala do Cornelo que por sorte, a sala estava vazia.

—Aí!!! Eu estou toda ferrada...

Falei reclamando de dor enquanto eu me ajeitava na mesa.

—Por que você estaria toda ferrada?

Falou o Ed basicamente surgindo do meu lado, pois eu não havia escutado ele entrar pela porta.

—Ah!!! Que susto Ed... -Falei colocando a mão em meu peito sentindo os meus batimentos depois do susto.

—Desculpa kkk não queria te assustar -Ele falou sentando na mesa também. -Mas... Você está machucada?

—Não!!! Claro que não!!!

(Meu deus eu não vou saber mentir!!!se ele tocar no meu braço eu vou reclamar de dor)

—Certeza que está bem? -Perguntou o menor novamente apenas para ter certeza.

Ele ia se aproximar para tocar em meu ombro, porém, me afastei antes que o encostasse.

—Mas é claro que estou bem!!!, agora temos apenas que esperar o Cornelo entrar, não é?

—É sim, mas... Você não parece estar bem... Você...

Escutamos alguém abrir a porta antes que o menor continuasse sua frase.