Dessa vez escrita por Sak


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo reescrito e transformado em original!!!



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Mais um dia de aula. 

Jonathan bocejou em sua cadeira completamente entediado com a aula.

Ele sabia que as aulas de revisão eram necessárias, mas não deixavam de ser chatas na visão dele. Ainda teria o Enem dali a algum tempo, sem falar nos outros vestibulares.

O garoto bufou pensando que tudo o que queria naquele momento era ir para casa.

Não via a hora de tudo passar e das férias chegarem. Estaria formado lá.

— Psiu, Jonathan! – Henrique sussurrou na carteira ao lado da dele.

— O quê? – sussurrou de volta. Se a professora os pegasse conversando…

— Tenho que falar um negócio com você.

— Não pode ser depois da aula? – sussurrou meio irritado.

— Mas é pra ser depois da aula!

Jonathan acenou com a cabeça e bufou, aquele garoto era o seu melhor amigo, mas vivia se metendo em encrenca e de quebra o levava junto.

Henrique às vezes fazia jus ao estereótipo ‘loira burra’, mas como ele era um cara estava mais para ‘loiro burro’. Ele conseguia ser bem lerdo às vezes. Os dois eram parecidos em alguns quesitos, ambos tinham uma mãe, um pai, mas Jonathan era o único a ter um irmão mais velho.

Ah seus pais! Viviam o cobrando sobre o seu futuro. Ele gostaria de não ter que pensar no futuro. Eu já iria fazer o Enem, não bastava? Não! Claro que não! Seu pai queria porque queria que ele fosse o filho a herdar o mercadinho, já que o irmão mais velho não quis. E por mais que o garoto defendesse que jamais se deveria cuspir no prato em que comeu, ele sabia que era questão de tempo para o mercadinho falir. As grandes empresas estavam dominando tudo.

Enfim, seu irmão mais velho, Júnior, era quem tinha sido esperto em sair de casa assim que passou em uma faculdade longe de casa, morava em São José dos Campos e fazia Engenharia Aeronáutica no ITA. É claro que seus pais cobravam para que Jonathan ficasse no mesmo nível do irmão. Revirou os olhos só de lembrar. Dona Maria de Fátima e senhor Fernando eram ossos duros de roer.

Seu irmão, Junior, vivia para torrar sua paciência sempre que tinha oportunidade quando estava em casa, mas apesar de ser assim, Jonathan não imaginava um dia em que o irmão o visse e se quer mexesse com ele, aí ele ficaria preocupado, mas pelo menos a ‘praga’, como o chamava carinhosamente, não ficava muito tempo. Ele tinha que estudar muito e só vinha aos finais de semana para a casa dos pais quando dava.

Sua mente voltou para lembranças do passado. Como será que ela estaria?

Quando Jonathan era mais novo tinha dois melhores amigos, um menino, Henrique, e uma menina, Rose. Henrique era e continuava um escandaloso, sempre fazendo as pessoas rirem com seu jeito contagioso, alegre e divertido de viver; já a Rose, com toda a certeza era e sempre seria a menina mais linda que Jonathan já viu, e completamente diferente de todas as outras garotas, Rose mexia com Jonathan de um jeito que era inexplicável.

Henrique a chamava de Rosinha quando eram mais novos, por causa da cor do nome dela e do aroma de rosas que o shampoo que ela usava tinha; já Jonathan a chamava de Flor, porque logo depois que a conheceu ela teve câncer, na época ele não sabia o que era, mas a sua mãe disse que era uma doença que quebrava a pessoa, então por vezes ele tinha medo de tocá-la e ela quebrar, de tão frágil que ela era.

Jonathan morria de ciúmes de Rose, tanto que já chegou a brigar com outros garotos e até com o Henrique dizendo que ela era SUA melhor amiga e não deles, coisa boba de criança. Então, um dia, umas crianças da sua sala ficaram o provocando, dizendo que Rose era a namorada dele e para provar o contrário, ele não se importaria de falar mal dela. Na hora ele não pensou direito, Jonathan estava com raiva porque mais cedo a viu de segredinhos com o Henrique novamente e quando ele perguntou o que era, ela não quis contar, então ele falou mal dela na frente de todos da classe por vingança, mas logo em seguida se arrependeu, mas já era tarde, pois ela o ouviu e saiu chorando, sem antes de dizer:

 

"– Poxa Jonathan! Então é isso o que você pensa de mim?"

 

Ele se arrependeu na hora, nunca iria se perdoar por ter dito aquelas coisas ruins sobre ela, não depois de tudo que ela passou e da promessa que ele havia feito para a mãe sobre não a magoar.

Ainda mais que descobriu que o segredo dela com o Henrique era que ela iria sair do país, saber sobre isso e sem ser por ela acabou com ele, que ficou se culpando ainda mais e foi correndo se desculpar, era o mínimo que ele podia fazer…

 

“Saiu rápido de casa depois de sua mãe dizer que a Flor iria sair do Brasil, subiu correndo os degraus, parando em frente ao portão e tocou a campainha, não demorou muito e o senhor David atendeu, quando o viu, lhe lançou um olhar triste, mas ele não entendia aquela tristeza. Ele subiu as escadas, não demorou muito e depois desceu com Rose atrás dele. Ela disse palavras que o machucaram:

— O que está fazendo aqui Ribeiro?

Porque normalmente ela o chamava pelo primeiro nome e só quando ficava brava é que o chamava pelo sobrenome.

— Por favor! – ele praticamente implorou. – Me deixa explicar!

— Tudo bem, mas só porque o meu pai pediu já que essa vai ser nossa última conversa – ele olhou agradecido ao senhor David, mas ele não estava olhando para o garoto. – Vamos conversar lá fora…

Eles foram até a garagem, que estava cheia de caixas de papelão.

— Por que você disse aquelas coisas sobre mim? – ela perguntou, a voz magoada.

— Porque tinha uns idiotas dizendo que você era minha namorada e eu não queria que você se sentisse mal por ouvir essa mentira já que você não as suporta, então eu falei aquele monte de besteiras, mas não me ocorreu que você ficaria mais triste ainda por me ouvir dizer aquilo, me desculpa Flor.

— Só por isso? – ela o olhou como se soubesse de algo a mais.

— Não vou mentir, fiquei com ciúmes de você – ele confessou.

— De mim? Por quê? – ela perguntou surpresa.

— Porque você ficava de segredinhos com o Henrique e não comigo, agora eu sei o que era... é na verdade. Por que não me contou que ia morar em outro país?

— Porque eu sei que você não entenderia.

— Não entenderia? É claro que eu entenderia! – ele gritou exaltado.

— Não! Você ficaria do jeito que está agora: gritando comigo! – ela também se alterou.

— Tá bom, desculpa eu ter gritado – ele disse já mais calmo vendo que ela tinha razão, logo a abraçou. – Quando você vai?

— Amanhã bem cedo, acho que de madrugada – se aconchegou em seu abraço.

— Mas já? – perguntou angustiado, viu ela assentir, afinal por que tanta pressa? – Você não ia me contar mesmo né? – ele percebeu triste.

— Não depois do que eu ouvi na escola – ela disse meio tristinha.

— Eu já pedi desculpa – ele falou meio frustrado. – Você não precisa ficar me lembrando da minha burrada.

— Você acha que é só pedir desculpas e pronto né? Não é assim que as coisas funcionam. Não é só me pedir desculpas que meu peito vai parar de doer – o empurrou com força.

— E o que você quer que eu faça? Eu já te pedi desculpas, agora você vai viajar e talvez nunca mais a gente vai se ver, isso é o pior castigo que eu posso receber pela minha burrice e – foi cortado.

— Pra mim já chega, você é mais lerdo que o Henrique com a Luana – disse ela se aproximando do garoto. – Eu GOSTO de você, será que você é tão cego a ponto de não perceber?

— Você… O que? – então ela segurou o rosto dele e o beijou, foi um beijo desajeitado por ter sido pego de surpresa, mas ainda assim foi um beijo. Logo ela se afastou dele com as bochechas coradas. – Vá embora – ela pediu.

— O quê? Por quê? – ele estava surpreso.

— Só vai embora, nunca mais voltaremos a nos ver, isso foi só uma despedida, agora vá embora.

— Mas –

—  Anda logo, vá embora! – ele a vi correr para dentro de casa e aquela foi a última vez que eles se falaram.”

 

Quando ela disse que gostava de Jonathan e o beijou, ele ficou sem saber o que dizer ou fazer, e mesmo se soubesse era tarde, ela viajaria mesmo assim e nada mudaria isso.

Agora eram mais de três anos sem vê-la, mas ele tinha esperança de que quando a encontrasse, ele conseguisse reconquistá-la, diria que eu também gostava dela, ou melhor, que a amava, só esperava que não fosse tarde demais quando tornassem a se ver.

Afinal, ficou sabendo que ela estava voltando ao Brasil e ficou muito feliz com a notícia.

Ele podia ter uma segunda chance, isso se fizesse tudo certo.

Prometeu para si mesmo que iria fazer tudo direito...

Dessa vez…

 


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