Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 37
CAPÍTULO 2.0: Nova Paris, Versão 2.0


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo Gatinhos e Joaninhas!

Desejamos tudo de bom pra vocês!

Aqui mais um capitulo pra vocês aproveitarem!



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 Ninguém sabia ao certo o que havia acontecido, mas Howk Moth havia vencido. 

Dos Miraculous ele havia se apossado e o desejo havia realizado. 
Seu desejo era destruir aquele mundo e criar um outro. Distinto. Onde almas gêmeas nunca de separassem. 
Suas palavras foram exatamente essas e assim foi feito. 
O Novo Mundo que foi criado havia sido modificado. 
Os Miraculous foram destruídos, como se nunca houvessem existido. 
Os Kwamis se perderam para nunca mais serem vistos por mentes impuras e gananciosas.
Assim, almas gêmeas nasciam interligadas por uma nítida característica. Na maioria das vezes uma marca de nascença. 
Já, em alguns casos, era difícil de definir. Algumas surgiam quando almas destinadas se encontravam.
Neste novo mundo criado por um louco, as coisas eram um tanto diferentes. Adrien Agreste nunca havia perdido a sua mãe. Sua família continuava intacta, sem nenhuma falha. 
Pelo contrário, ele havia até ganhado um irmão. 
Mas, mesmo assim, existia um certo vazio em seu coração. Ele não sabia definir o que era, mas sentia falta de algo que não tinha forma e nem cor. 
Era como se lhe faltasse um pedaço.
Era como provar um doce e, mesmo lembrando que havia gostado muito dele, esquecesse do seu gosto e não conseguisse definir o porquê dele ser bom. 
Era assim que Adrien se sentia, como se houvesse tido o gostinho de algo muito bom, mas houvesse esquecido exatamente do quê. 
Algo não estava certo, algo o deixava inquieto.
Ele não conseguia mais se concentrar nas aulas que Nathalie ministrava, e as reclamações também começavam a vir de seus demais tutores.
... Até que seus pais foram avisados e o caos realmente começou. 
Gabriel acreditava que o problema estava em Adrien e em sua possível “preguiça” para os estudos.
Já Emilie acreditava que o problema estava nos professores e no fato de que seu filho - já um adolescente – estava recluso demais para um jovem da idade dele. 
Depois de muitos questionamentos, discordâncias e concordâncias foram acertadas que Adrien iria para uma escola interna.
Adrien piscou ao ouvir a notícia. 
Como assim, escola? 
Ele acreditava que seus pais nunca o deixariam pôr os pés para fora de casa antes dos seus trinta anos e, é claro, sem uma frota de seguranças. 
Mas pelo visto as coisas haviam mudado. 
... Ou não, já que Gabriel estava tentando fechar um contrato com a indústria têxtil da empresária Tomoe Tsurugi. E a filha dela, Kagami, estudava justamente na mesma escola que seus pais queriam matricula-lo.
Era muito óbvio para ser uma coincidência atoa, mas Adrien ainda continuava alheio a este fato e preso em sua ingenuidade. 
Mas a vida de Adrien era assim mesmo – aliás, todos os "bem-nascidos" tinham que aprender a andar nos trilhos da alta sociedade, e com ele não seria diferente. 
Resignado com o seu destino, Adrien deixou os pais e a secretaria discutirem os últimos arranjos de sua matrícula e subiu as escadas até o seu quarto. 
Se jogando na cama, o jovem percebeu que alguém havia aberto a janela, fazendo com que um cheiro estranho de queijo emanasse pelo ar. Era como se tivessem jogado uma peça inteira de Camembert pela janela. Mas não havia nada de anormal no quarto, nem mesmo um pedaço de queijo perdido. 
De onde vinha esse cheiro então? 
Isso era algo que Adrien não conseguia entender. Num minuto o quarto estava com o seu cheiro característico, limpo e aromático. No outro estava cheirando à meias velhas. 
Um pensamento indistinto passou pela mente de Adrien, mas ele não conseguiu capta-lo antes que sumisse. 
Ele só tinha a impressão de já ter tido algum bichinho de estimação que possuía este mesmo cheiro, mas não se lembrava exatamente de quando e o que havia acontecido ao animal.
Mais um questionamento a se fazer. Mais uma coisa em sua vida que parecia ter sido arrancada a força de suas memórias. 
Adrien se perguntava se por um acaso estava doente. Essa falta de memória – essa sensação de vazio – não devia ser normal. 
Talvez o seu pai tivesse razão e o problema fosse ele mesmo, devia ser por isso que ele estava indo tão mal nos estudos, afinal. 

��

Mari:
Despertei gritando.
Minha mente estava confusa.
Havia sonhado novamente. Mas não era um sonho comum, era justamente aquele sonho. 
E estava cada vez mais frequente. 
Me perguntava constantemente o porquê de aquilo estar ocorrendo. 
No começo, eles não passavam de flashbacks confusos, que passavam numa profusão de imagens indistintas. 
Mas aí as coisas foram clareando. 
Porém, ninguém tinha rosto e nem voz. Parecia um filme preto e branco com fantasmas contracenando. 
E um desses fantasmas era justamente eu.
E, ainda para completar, as únicas coisas distinguíveis em seus rostos eram, hora um traço da boca ou a cor dos olhos.
Parecia tudo tão real e ao mesmo tempo tão irreal. 
Tão assombroso.
Tão assustador. 
Macabro!
Me perguntava se seria uma premonição? 
Eu sabia que alguns sonhos poderiam ter significados, mas duvidava muito que este sonho possuísse algum. 
Deveria ser apenas um fruto maligno de minha imaginação. 
Já havia sonhado tanto, que me lembrava de tudo em riqueza de detalhes.
Havia um garoto sem rosto segurando um guarda-chuva preto. 
Já havia visto em algum lugar que os guarda-chuva simbolizam o amor. 
Dividir um guarda-chuva era como escrever o seu nome e o do seu crush em um coração. 
E isso fazia mais sentido ainda quando o garoto estendia o guarda-chuva em minha direção, me protegendo da tempestade.
Ele olhava no fundo dos meus olhos. 
Seu rosto era nebuloso. A única coisa visível em sua face eram seus olhos verdes de íris fendidas, iguais as de um gato.
Ele parecia um demônio e, ao mesmo tempo, um anjo.
Era algo estranho. 
Assustador. 
E perfeito!
Suspirando eu olhei através da escotilha, acima da minha cama. A chuva caia, batendo lentamente no vidro. De repete um clarão iluminou o quarto semiescuro e eu vi os mesmos olhos verdes me olhando pela escotilha. 
Meu coração acelerou e o ar me faltou. 
Temi que o demônio dos meus sonhos tivesse vindo me pegar.
Mas, num piscar de olhos, ele não estava mais lá, havia sumido junto com o clarão.
Aterrorizada, joguei as cobertas por cima da cabeça, criando um casulo de proteção contra os males a minha volta.
Aquilo definitivamente estava ficando estranho demais.


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