Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 20
Capítulo 18: Soterrados No Amor




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Glaciator:

Desde a sessão de fotos na cabine e o cinema , Luka se pegou prestando mais atenção nos movimentos de Alix.
Ele se impressiona em como ficou tão fácil conseguir ler seus sentimentos e principalmente a forma como cada ação que ela fazia deixava você saber exatamente como ela estava se sentindo naquele momento.
Ele se pegou a observando, o modo como ela levantava a sobrancelha em modo de pergunta silenciosa, como seu nariz pequeno se enrugava ou se alargava quando ela estava irritada, suas sobrancelhas arqueadas para baixo acentuadamente e seus olhos se estreitavam quando ela estava com muita raiva, ou o dedo mindinho de sua mão esquerda que batia contra algo quando ela estava entediada, esses eram pequenos gestos adoráveis, e sua risada então era contagiante, cheia de vida como agora.
Mas o que raios ele estava pensando? Porque isto agora? - seus pensamentos são interrompidos quando ela olha para ele com um olhar inquisidor que ele acha fofo.
— Você está bem? - ele ruboriza e desvia o olhar.
— Sim, tudo bem.
— Certo ... E o que vamos fazer a respeito então?
Provavelmente a sua cara de interrogação denunciou que não ouviu nada do que ela disse e ao invés de ficar brava ela começou a rir:
—Onde está sua mente guitarrista?
Quando ele não respondeu e ficou ainda mais vermelho se é que isso era possível ela disse bufando:
— Ok...ok...deixa para lá... Não precisa me dizer... Eu estava falando sobre o que vamos fazer sobre o casal Adrinette? Acha que os outdoors podem ter algum efeito sobre eles?
— Sim...gostei da ideia e posso ver isso com meu pai e a revista também!
— Certo então. Vou indo! - ela lhe dá um beijo na bochecha :
— Nos falamos mais tarde?
—Ok. Ahn sim...te vejo mais tarde Ruby-Rose...– ele disse e a observou sair do quarto com uma sensação estranha.


Mari
O dia havia começado estranho.
André estava novamente distribuindo sorvetes. O único problema é que, agora ele era um akuma, e estava tentando literalmente nos soterrar no amor eterno e gelado que ele achava que eu e Cat Noir sentíamos um pelo outro.
O sorveteiro parecia não perceber que o Sorvete do Amor estava prestes a derreter graças a minha fúria.
Os outdoors não ajudavam em nada, só me davam mais raiva. Sem aguentar mais as declarações do Gatinho, num impulso de pura ira eu o arremessei numa lata de lixo e resolvi eu mesma o problema com o akumatizado.
Lancei o meu Talismã e neutralizei o vilão e fui me resolver com um certo gato vira-lata galanteador de quinta.
Ok, ok. Eu sabia que Cat Noir não tinha culpa de ser mortalmente apaixonado pelo meu alter-ego, a Ladybug.
Era o que diziam, afinal, os opostos se atraem.
Mas a Ladybug também era a Marinette, e o meu eu verdadeiro não era obrigado a ouvir o Gatinho miando a minha volta o tempo todo enquanto eu tentava acabar com a raça dos vilões.
Era para lá de cansativo e desnecessário.
Se eu fui dura com ele? Sim, com certeza, mas foi necessário.
E ele irá sobreviver a um coração partido, eu vivo com meu em frangalhos há muito tempo e nunca fui akumatizada, não é mesmo?
Era o que eu esperava!

“Seria tão louco se eu fosse / O dono do seu coração só por um dia / Se tivéssemos esse prazer, eu finalmente te beijaria / O que aconteceria? / Você poderia ver entre mim e ele, quem ganharia?” (Pareja Del Año – Sebastián Yatra e Myke Towers).

Adrien:
Tão chocado quanto Ladybug, eu abri a revista.
Neste momento eu entendi o porquê o André foi akumatizado ... Mentira, eu não entendi foi é nada.
Pelo que ele dizia, ele foi akumatizado porque os sorvetes diziam que eu e My Lady nos amávamos e deveríamos ficar juntos (coisa que eu apoiava totalmente. Meu focinho ficaria gigante se dissesse o contrário).
Mas a parte que não entendi é como o André pôde ser akumatizado porque queria eu e My Lady juntos. Tipo?
Isso vai acontecer um dia, certo?
Bem é o que eu espero!
Mas eu realmente acho que as pessoas de Paris precisam começar a fazer terapia. E bem rápido viu.
Eu inclusive, pois aqui estou eu irritando mais ainda uma Bugboo possessa.
Mas não tenho culpa por tentar vender o meu peixe, tenho?
O único problema é que ela não quis saber, apenas jogou o meu peixe na lixeira, junto com o gatinho aqui.
Mas acho que isso tudo foi necessário, agora eu a entendo melhor.
Isto a irrita e muito.
Eu a deixo farta, exausta.
Eu deveria ajuda-la, devíamos ser um time.
Mas a única coisa que faço é atrapalha-la com minhas cantadas quando estamos lutando contra algum akuma.
Ela tem razão em ficar com raiva, eu sou apenas um fardo para ela.
Eu com minhas cantadas.
Eu com minhas declarações de amor.
Eu com a minha insistência ridícula.
Mas, não sei se consigo desistir deste amor.
Parar de sentir o que eu sinto por ela é quase impossível.
Eu vivo na esperança de que chegue a minha vez, que eu possa beija-la e ama-la como nenhum outro. Faze-la desistir deste outro garoto e me escolher.
Seria tão louco se isso acontecesse?
Eu só queria que fossemos o casal do ano, só isso My... Marinette?
O que ela está fazendo aqui?
Ela mora na rua da praça, seu idiota. Meu subconsciente – que tem a voz do Plagg me lembra.

“Posso apenas te amar em meu coração, te amar em minha mente? / Porque é onde nós, como estrelas, nos alinhamos” (Love You In My Mind – Brynn Cartelli).

Mari:
Se tudo acontecesse da maneira como imagino, como o mundo seria bom e colorido.
Eu lhe daria o presente perfeito. Você ficaria feliz.
E perceberia o quanto nós dois combinamos.
E eu enfim conseguiria me declarar.
Nós nos beijaríamos, casaríamos, teríamos um hamster.
Depois viria a Emma, o Louis e logo em seguida o Hugo...
Mas, os sonhos existem apenas na minha mente.
Tanto que na vida real é um milagre que ele saiba o meu nome.
Quando chego perto dele parece que o meu cérebro entra em curto circuito, não consigo formar uma frase coerente sem gaguejar, ou me atrapalhar toda. Por mais que eu queira me declarar, às palavras não saem como eu quero, elas se embaralham, parece sopa de letrinhas.
Porque é tão difícil dizer o que sinto?
Porque é tão difícil conseguir ficar perto de você sem gaguejar?
Ás vezes penso em desistir, mas infelizmente não consigo. Não posso. Cada vez que te olho, tudo se reacende dentro do meu peito mais forte e a única coisa que consigo pensar é em como eu te amo.

“Você jogou meu coração nas chamas / Tirei nossas fotos dos quadros / Eu tento jogá-las fora, mas eu ainda as guardo por precaução” (I Don't Want You Back – AJ Mitchell)

Adrien:
Não estava pronto para o fim.
Achei que teria mais tempo para fazer com que ela se apaixonasse por mim.
Fui ingênuo. Fui bobo. Fui burro.
Eu a amo, mas nem todo o meu amor pode fazer com que ela se apaixone por mim.
Minhas declarações não parecem surtir efeito nela, apenas a enfurecem.
Fecho os olhos logo depois de Cataclismar mais um dos outdoors que se espalham às centenas pela cidade.
Odeio essa foto, pois não consigo lembrar desse beijo que demos logo após a luta com Oblivio.
Ódio, pois não me recordo do gosto de seus lábios, da textura de sua pele.
Do que adianta saber que a beijei, se não consigo ter a memória disto?
Porque será que os bons momentos sempre são levados pelo vento e esquecidos pelo tempo?
O mais lógico não seria apagar somente os momentos ruins e deixar os bons com o que se apegar nos tempos difíceis?
Antes, essa foto me deixava esperançoso e com um comichão nos lábios, onde os lábios dela me tocaram. Me mantinha acordado até tarde, pensando no nosso futuro brilhante e glorioso juntos.
Teríamos filhos.
Teríamos hamsters.
Teríamos.
Passado.
Não presente.
Muito menos futuro.
A única coisa que restou deste amor foi às cinzas que cobrem o chão no lugar onde antes havia nossa foto.
Maldita Alya que a tirou.
Preferia viver sem saber que uma My Lady desmemoriada poderia vir a se apaixonar por esse gato abandonado aqui.
Fico me perguntando se o fato dela ter me beijado é porque ela não se lembrava mais do outro cara e, por isso, nutriu um sentimento por mim.
Uma vez lhe perguntei o que aconteceria se ele não existisse, ela me disse que era difícil pensar num mundo onde ele não existia.
Fiquei um pouco confuso com essa afirmação. Mas percebi que ela tinha razão, até porque eu também não conseguiria pensar num mundo sem ela.
Era uma hipótese inconcebível.
Quando me preparava para destruir mais um dos outdoors, ouvi um chamado.
Me virei e vi Marinette a me chamar.
Era estranho ver ela ali. Era estranho me aproximar dela e ter que fingir que não a conhecia tão bem, que ela não era a minha melhor amiga e fã número um.
Lembro então da sua declaração de amor e sinto receio. Não quero que esse dia acabe como naquele dia, com a akumatização do Sr. Dupain.
Desejo que não seja igual.
Espero realmente que ela precise de ajuda ou algo assim, pois não tenho estômago algum para o amor hoje.


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