Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 10
Capítulo 10




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Quando Bruce e Selina chegaram ao orfanato, ele encarou o lugar por alguns minutos. Era como se sua mente estivesse tentando refazer o lugar, reconstruir algo que aquele lugar já tinha sido um dia. Independente da perda que ele teve no passado, talvez fosse melhor que aquele velho lugar se tornasse algo bom para crianças que precisavam.

Selina, ao seu lado, observou sua expressão, noturna, pensativa, ela sabia que a mente dele devia estar cheia de lembranças. Segurou a mão dele com firmeza, reforçando sua presença ali. Fariam isso juntos, como uma verdadeira dupla, em genuína parceria.

—Você consegue - ela encorajou.

—E você também - ele ainda se lembrava das inseguranças dela.

Tendo um acordo silencioso feito entre si, eles decidiram encarar o desafio da noite. O salão já estava cheio, gente rica e bem arrumada, como a mente de Selina tinha resumido. Olharam para o casal Wayne e logo o burburinho entre os grupos de conversa surgiu, certamente questionando quem era aquela moça com o cobiçado e recluso bilionário, que pelo jeito, não era mais tão recluso assim.

—O que é que eu faço agora? - ela perguntou ao marido, um tanto incomodada.

—Nada, realmente - ele deu de ombros - a vantagem de ser uma celebridade local é que as pessoas vêm até nós e não nós até elas.

—E se alguém realmente vir até nós? - ela levantou a situação.

—Eu consigo manter uma conversa curta, e se eu precisar te apresentar, eu faço isso, sem problemas - Bruce tentou tranquilizá-la, mas sem muito sucesso.

—Tudo bem, vamos logo com isso - ela suspirou fundo, o acompanhando até o lugar reservado para eles.

Depois de um tempo, apenas o diretor do orfanato veio cumprimentá-los, de forma acolhedora e mais legítima.

—Obrigado por vir, Sr. Wayne, e por tudo que fez por nós, quero te agradecer pessoalmente, de antemão, em nome das crianças - disse o homem, apertando a mão de Bruce.

—Não se preocupe, é bom poder fazer algo útil e com propósito - Bruce respondeu quietamente, tentando ser natural na resposta.

—Fique à vontade, você e sua convidada - o diretor olhou de relance para Selina, o que acabou causando um sorrisinho involuntário da parte dela. Bruce a olhou de relance, percebendo sua reação. Acabou admitindo que era o momento perfeito e até mais tranquilo de fazer algo necessário.

—Deixe-me apresentar minha esposa, a sra. Selina Wayne - disse Bruce.

—Como vai? - ela respondeu de forma simpática.

—Ah ... senhora, sra. Wayne, é um prazer conhecê-la - remendou o diretor, um tanto surpreso, parecia ser o único em Gotham que ainda não sabia que Bruce era casado agora - como disse, fique à vontade.

—Eu vou, obrigada - ela agradeceu.

O diretor se afastou, deixando o casal a sós.

—Eu assustei o pobre do homem - Selina comentou com certo humor, arrancando um pequeno sorriso do marido.

—Não foi isso que aconteceu - ele explicou - as pessoas estão assustadas por eu ter uma esposa, era algo completamente inusitado até então.

—É, de repente você sai com uma esposa do seu lado, entendo o espanto - ela ponderou - não era o efeito que queria causar, mas entendo de onde vem, mas pra falar a verdade, as coisas estão indo melhor que o esperado até agora.

—Fico feliz por você estar se sentindo melhor - ele fez questão de dizer, o que a fez se sentir melhor ainda.

Realmente estava tudo bem até Selina fazer uma careta e sentir uma leve falta de ar, repentina, mas rápida.

—O que foi? - seu marido estava de prontidão para auxiliá-la fosse no que for.

—Nada, não se preocupe - ela assegurou - é só o bebê se mexendo.

—O bebê se mexendo? - ele repetiu, incrédulo, sem saber muito o que fazer ou como reagir.

—Ela é uma criatura viva, ela vai se mexer, Bru - ela acabou rindo - sei que é a primeira vez que estou grávida, mas acho que é algo normal de se acontecer.

—Será que eu... não sei, sentir? - ele pediu, sem entender direito porque queria isso, mas sabia que queria, que de alguma forma o gesto de sua filha o estava deixando contente.

—É claro que sim - Selina deixou, pensando que a resposta era óbvia, mas se lembrou de um detalhe - só tome cuidado pra que ninguém perceba, sabe, lembra que eu não queria especulações sobre a gravidez?

—Claro - ele ficou bem sério, de um jeito completamente compromissado a não incomodá-la e fazer o que ela estava pedindo.

Bruce então sentiu Helena se mexer, sentindo algo esquentar em seu peito de repente, junto com todas as outras emoções que já estava sentindo até então. Era um misto de orgulho e empolgação, como se, mesmo com toda dor e sofrimento, violência e corrupção, valessem a pena, pela vida de alguém que merecia viver uma vida melhor. Helena, Selina, os órfãos pelos quais eles estavam ali naquele lugar. Ter a prova viva na palma de sua mão que sua filha estava viva, se tornou um motivador 

—Nós gostaríamos de ouvir nosso principal benfeitor Bruce Wayne, para falar um pouco sobre o grande projeto que estamos realizando aqui - todos os presentes ouviram o anúncio, e ao ver que estava sendo chamado, estremeceu um pouco, respirou fundo olhando para Selina.

—Você consegue, não se preocupa - ela sussurrou e beijou seu rosto ternamente.

—Obrigado - ele devolveu rapidamente, indo tomar seu posto

Enquanto caminhava, tentou se lembrar da maneira como a armadura o fazia se sentir mais confiante no momento que a colocava. Talvez caminhar como o Batman fosse uma péssima ideia, já que ele não queria ser associado ao vigilante. Era um ponto de equilíbrio delicado que ele teria que encontrar entre um e o outro. Procurou manter a cabeça erguida então e uma expressão séria involuntária. Estava realmente nervoso com sua presente situação. Respirou fundo mais uma vez antes de agradecer ao apresentador pela oportunidade de falar.

—Desejo uma boa noite a todos - ele disse se dirigindo à plateia, mas tentando não se fixar em ninguém, isso só o deixaria mais nervoso ainda, encontrou Selina ali e resolveu que, dada as circunstâncias, era mais confortável e seguro olhar para a esposa até que terminasse seu discurso - o que estamos fazendo aqui e o que pretendemos fazer, como num conjunto de forças sob um mesmo objetivo, é criar uma oportunidade para que as crianças que realmente necessitam tenham a chance de ter uma boa infância, crescem e se desenvolverem da melhor maneira que puderem, e é por isso que vamos acompanhar de perto todo o financiamento investido aqui, para que esses recursos cheguem para as crianças, é por causa delas que estamos fazendo isso, e não pretendemos e não vamos abandoná-las. Obrigado por essa chance de falar e obrigado por sua presença e apoio.

Bruce terminou o discurso e voltou para o seu lugar o mais depressa que pôde, tentando não parecer que estava correndo feito um doido. Quando finalmente se sentou ao lado da esposa, ainda ouvia palmas para seu discurso. Não esperava ter ido tão bem assim, mas o pequeno feito o deixou contente. Tinha cumprido sua missão da noite, mesmo sendo Bruce Wayne.

 


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