Ele caminhava pelo Santuário naquela noite. Andava sem um destino pela mata próxima. Foi quando seus olhos azuis o miravam...

Seus cabelos loiros reluziam ao brilho da lua. Sua pele clara, ficava mais linda aos seus olhos. O loiro estava sentado em posição de Lótus. Meditando.

O azulado parou de caminhar e ficou encarando o outro, sem ocultar o cosmo. Asmita logo sentiu a presença poderosa daquela pessoa. Parou sua meditação e se colocou de pé, "encarando" o intruso.

— O que veio fazer aqui, Defteros?

— Apenas estava caminhando. Não vi onde estava vindo de fato.

— Aproxime-se!

— Sempre arrogante, não acha? - Mesmo dizendo isso, o geminiano dava passos na direção de Asmita.

— Você acha? - Deixou um sorriso cínico em seus lábios. 

— Eu não acho. Tenho certeza! - Sua voz saia abafada devido a máscara de madeira e partes de ferro.

— Pois eu não acho! É apenas meu jeito. - Sorriu. - Se não estava me seguindo, porque veio nessa direção?

— Não sei. Apenas vim. - Deferos mirava os olhos sempre cerrados do virginiano.  - Porque você não abre os olhos para mim?

— Talvez...por causa da minha cegueira? - Virgem sorriu e se aproximou mais do outro homem, tocando a face coberta pela máscara. - E você? Porque nunca tira essa máscara na minha frente?

— Talvez porque eu seja o segundo e preciso me ocultar? - Respondeu com outra pergunta.

— Idiota! - Ainda sorrindo. - Eu vou tirar. Posso?

— Pode! - Então ele sentiu os dedos finos do loiro tateando até encontrar o fecho daquela máscara. Ao se ver livre daquele objeto, sentiu o vento fresco da noite. - Agora quero que abra seus olhos.

— Sabe que eu não enxergo nada.

— Não tem problema! Eu serei seus olhos. - Dessa vez, foi a vez de Defteros sorrir.

— Ok. Mas já aviso que a cor é feia. - Abriu um sorriso de deboche. Algo que combinava com ele.

Asmita ergueu a face como se encarasse o homem de pele morena e foi abrindo lentamente as pálpebras, revelando a real cor que eles tinham. Eram de um violeta claro devido ao seu problema nos olhos. Algo que a lua da lua, se confundiam com um azul bem claro. Gêmeos tocou a face do mais novo delicadamente sem parar de apreciar a beleza existente neles.

— Eles são lindos! São tão lindos que me dá vontade de guardá-los em baú. 

— Ao invés de guardá-los num baú, porque uma vez na vida... você não me dê uma chance à noite? Me dê uma chance à noite... me dê um momento, algum tipo misterioso...

— Feche os olhos, Asmita.. - Ele dizia sussurrando observando o loirinho indiano escondendo novamente, seus belos olhos. Gêmeos fez uma leve pressão abaixo do lábio inferior, o fazendo entreabri-los.

Os lábios morenos encontraram-se com os lábios finos de Asmita, iniciando um beijo desajeitado por parte de ambos. As línguas se enroscavam afoitas e Virgem sentia as presas afiadas do Cavaleiro Dourado de Gêmeos, mas elas nunca machucavam o virginiano.

O que antes era iluminado pela a luz da lua, agora havia um breu. Algo de mistério no ar...

Ao final do ósculo, um barulho sutil foi ouvido pelos dois. Um sorriso se formou naqueles lábios finos. Asmita voltou a abrir os olhos "encarando" o outro na frente. Tocou o rosto moreno livre daquela máscara que ocultava a beleza máscula de Defteros.

— I-isso foi..

— Shhh! Não diga nada Asmita. Apenas fique comigo essa e todas as noites que vierem.

— Vai me dar uma chance à noite?

— Uma não! Todas as chances que quiser.

— Defteros..

— Eu te amo. - Não deixou que ele respondesse. Sabia qual era a resposta!

O geminiano o tomou nos braços mais uma vez e o deitou no chão forrado de belas flores. O beijou mais uma vez, sem medo de cometer algum erro. Naquela noite, se amaram tendo como testemunha, a lua que timidamente voltava a iluminar os corpos desnudos do casal naquela chance à noite que sempre quiseram...

Fim.