Better man escrita por Trice


Capítulo 1
Push my love away like it was some kind of loaded


Notas iniciais do capítulo

Oie, tudo bem?

Essa é a minha segunda vez participando do Fevereiro Drastoria e estou muito feliz por misturar um pouco deles com a minha nova paixão musical do momento, que é o álbum Red da Taylor Swift. Espero que vocês gostem do sofrimento!

Até as notas finais ♥



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Ela está melhor sozinha”. 

Por mais que ninguém me diga abertamente, eu sei quais são as palavras sussurradas. “Ela está melhor sozinha” chegam aos meus ouvidos. Eu sei. É uma verdade, não do tipo esperançosa e reconfortante e, sim, uma afiada e dolorosa. Melhor estar só do que amando com desespero um homem que não soube o que teve quando o teve. Um homem que pode mudar de ideia a qualquer hora. 

O grande problema é que permaneço só e ainda amando você. Com direito a toda aquela angústia dilacerante que apenas um coração despedaçado é capaz de provocar.  

Fugir foi a coisa mais corajosa que fiz, mas serviu de algo? Adiantou? A distância que impus. O tempo que escorregou entre nós. Nada disso sustentou a parede de tijolos frágeis e ineficazes que pensei ter erguido. Sabe, é um erro fatal subestimar o amor. Eu deveria ter me protegido melhor antes de deixar você se aproximar. Você era problema, e eu achava que possuía as respostas. Em minha defesa, você sempre foi fascinante. Um mistério que eu queria desvendar. Tão quebrado. Perdido de um jeito que me atraía a agarrar a sua mão e tentar mostrar um caminho em que o mundo não seria apenas sufocante pelos erros que cometemos e não conseguimos recuperar. 

E eu lhe mostrei um caminho, não? Um caminho que você, desesperado em sentir algo diferente do passado asfixiante, aprendeu sem demora. Chegou rápido demais no meu coração, fincando raízes que se tornaram profundas e persistentes a ponto de perdurarem mesmo com o nosso fim.  

Observando o meu reflexo no espelho, iluminada pela luz parca e mortiça do abajur, eu ainda consigo ver o dano permanente que você fez em mim. Parece que foi ontem que as suas mãos impiedosas estiveram pelo meu corpo, queimando todo pedaço de pele que tocava, e que a sua boca provocadora passava pelo meu pescoço, pressionando bem em cima da minha veia em que o sangue corria abrasando, dizendo coisas que eu não deveria estar lembrando às quatro da manhã no meu quarto, penosamente sozinha. 

Eu só queria poder esquecer o quanto era mágico. E, de segundo em segundo, eu recolho os pedaços de nós que se quebraram quando eu disse o que precisava dizer naquela sexta-feira chuvosa, em que os seus olhos cinzentos, de mil oceanos, encararam os meus e, se eu me desse mais tempo para pensar, cederia. Porque eu sei que ninguém mais irá me fazer queimar como você… Nem me machucar como você. 

Eu gostaria que não fosse quatro da manhã, parada em frente ao espelho, tentando me convencer, dizendo para a minha imagem cansada de todas aquelas emoções, que vivem em uma batalha eterna dentro de mim: Você sabe que tinha que fazer isso. É, eu sei. Como sei que estou melhor sozinha. Eu sei, mas não é isso que sinto nos meus ossos; aparentemente o meu coração e o meu cérebro detestam um ao outro. Tudo o que sinto é a sua falta desmesurada, tudo o que quero é que você possa ser um homem melhor. 

Eu esperei o máximo que era possível aguentar, até se tornar insuportável. Esperei você dizer o que éramos. Você nunca disse; nunca teve a bravura para isso. Então, encaro os meus olhos azuis, pálidos na parca luz do quarto, e preciso me lembrar que foi você quem afastou o meu amor como se fosse uma arma carregada. Pronta para apertar o gatilho, atingi-lo no peito e matar. Foi surpreendente quando eu corri, não foi? Você não esperava que eu fosse fugir. Afinal, você quem estava sempre fugindo, eu sempre insistindo. 

Eu me agarro ao meu orgulho porque é tudo que me restou. Eu te dei tudo que havia de melhor em mim, mas você não pode dizer o mesmo, não é? Desisto de procurar por você. É a amargura da saudade, tão cruel quanto se pode ser às quatro da manhã de uma noite gelada. Você me disse que não me merecia. A sua reputação nunca esteve pior; eu não poderia me importar menos. Disse que não havia nada de bom em você para mim e, na época, eu não acreditei nas suas palavras duras jogadas em mim, mas talvez você tenha razão – ou é o que me digo, em uma repetição infinita, para tentar me convencer. 

Eu estou melhor sozinha, repito. Não soa verdadeiro. Parece falso e teatral como os risos que tenho forçado por aí. 

Coloco a mão no rosto, escondendo-o, enquanto suspiro vagarosamente. Sei porque tivemos que dizer adeus, como conheço a palma da minha mão. Eu não vou viver pela metade, você parece convencido que não merece ser inteiro. Mas… sinto a sua falta e só queria que você fosse um homem melhor. Se você fosse um homem melhor, talvez ainda estivéssemos juntos. Se você fosse um homem melhor, eu não estaria às quatro horas da manhã revirando todas as suas lembranças em mim. Se você fosse um homem melhor, você poderia ser inteiro, curado, cicatrizado. Se você fosse um homem melhor, eu me pergunto o que poderíamos ter nos tornado. 

Não pedi por grandes gestos, você só precisava de coragem para ser um homem melhor. Coragem para dizer o que sentia. Ironicamente, você não conseguia dizer que éramos amor, e eu fui obrigada a conseguir dizer adeus. 

 


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Notas finais do capítulo

Acho que, provavelmente, essa é a menor fanfic que já escrevi hahah foi curta, mas cheia de sofrimento pós adeus, né?

Ah, e a Foster vai postar Delicate, que é a versão do Draco daqui, hoje mesmo!

Obrigada por terem lido e pelos comentários, até a próxima ♥



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