After Six escrita por isabella_maries


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores. Tudo bem?

Apesar de muitos obstáculos, trouxe a vocês a segunda e última parte de After Six

Fiquei muito feliz com o retorno que recebi de vocês -
seja aqui ou no Twitter - e por terem compartilhado comigo a experiência e expectativas de vocês para essa última parte.

Peço desculpas por qualquer erro, mas devido a alguns imprevistos acabei fazendo revisões ligeiras .

Enfim, espero que goste e boa leitura ❤️



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Afinal, de quantas maneiras um coração pode ser destroçado e ainda continuar batendo?

— Lua Nova, Capítulo 22 “Voo”, pág. 432

 

—Deixa eu ver se entendi, você bancou o cupido daqueles dois ali? - questionou Ruby enquanto estávamos escoradas no balcão, vendo Jonathan e Ambrey aos beijos no lado de fora da cafeteria que estava vazia por estar próximo do horário de fechamento. Para felicidade de todos, senhor Wilson tinha saído mais cedo e só voltava no dia seguinte. Assenti.

—Eles tinham ficado numa festa que rolou na faculdade, e depois se encontraram no campus, só o que Jonathan tem tamanho tem de falta de coragem, então quando descobriu que trabalhava com ela, pediu o favor de pegar o número dela do qual cobrei depois. -  contei, vendo ambos se despedirem aos sorrisos e beijos.

—Você sabe que se continuar indo do jeito que está, vai ser chamada para ser madrinha não é? - brincou, fazendo-me uma careta.

—E eu com certeza  irei dispensar o convite.  - murmurei, a fazendo rir.  Ambrey entrou completamente sorridente e coroada, enquanto Jonathan deu um breve aceno na minha direção do qual devolvi antes dele partir. Os minutos que faltavam para fechar a cafeteria foram divididos entre a arrumação e pequenas conversas que deixaram de existir quando todas entraram no vestiário para se trocar e, enfim, bater o ponto para ir embora. Empurrei a porta sendo recebida pelo frio e pega de surpresa vendo Edward parado na calçada com uma penca de roupas que possuíam flocos de neve. Seus olhos dourados brilhantes e intensos fizeram meu coração disparar enquanto retribuía o sorriso que ele me dava.

— Hey Edward. - o cumprimentei, seus olhos pareceram brilhar ainda mais.  - O que faz por aqui?

—Hey Bella. - me cumprimentou e logo emendou:- Alice me mandou comprar algumas coisas de que precisava aqui por perto. E como vi que estava perto da hora de fechar, vim saber se você gostaria que eu a acompanhasse até o ponto de ônibus ou aceitaria uma carona. 

Meu sorriso cresceu ao pensar na possibilidade de Alice ter orquestrado o plano. Na verdade, parte dele.

—Se não quiser…

— Eu aceito a carona, Edward. - o interrompi, vendo seus ombros relaxarem e o sorriso crescer em seus lábios.

—Tchau Bella, bom descanso e até segunda. - a voz de Ruby soou alta, me desnorteado e para logo vê-la um pouco longe e sorridente o suficiente para saber que no dia em questão ela iria me encher de perguntas.

— Pra você também, e até. - respondi, e olhei para Edward que me encarava divertido.- Vamos?

—Vamos. - concordou. Assim que fiquei ao seu lado, murmurou:-  Sabe que vai ter que enfrentar um interrogatório na segunda, não é?

—Infelizmente sei, obrigada pelo desprezar de me  lembrar disso. - resmunguei, o fazendo rir. - O que me faz torcer para que a cafeteria esteja tão cheia que não consiga nem respirar.

—Devo alertá-la que não vai adiantar. - comentou despreocupado, se inclinando na minha direção. O encarei curiosa. - Ela estava pensando em encurralá-la no banheiro se fosse preciso.

—Ai meu deus, estou fodida. - reclamei, o fazendo rir novamente e eu, olhá-lo incrédula. - Hey, isso não tem nada de engraçado.

Ele tentou se recompor, mas o sorriso divertido se mantinha em seus lábios.

—Perdoe-me, eu sei. Mas os pensamentos da sua amiga me lembraram muito os de Jéssica. Desesperada ao extremo por uma fofoca. - se justificou, desbloqueando a memória de uma situação específica, do qual ele estava se referindo.  O que me fez sorrir e depois rir ao lembrar que curso ela tinha ingressado. 

—Tão ao extremo que a impulsionou a cursar jornalismo na universidade de Washington. -  comentei risonha, mas logo fiquei séria:-  Mas você não comentou para onde estamos indo.

—Oh sim, perdão. Estamos indo para o meu carro, que está estacionado na outra rua.  - respondeu, e me olhou preocupado. - Algum problema para você? Se não posso trazê-lo aqui.

Edward sendo Edward. Sorri.

—Não, para mim está ótimo irmos andando. - assegurei, e a tranquilidade habitou em seu olhar. Mordi os lábios vendo estabelecimentos decorados com coisas de Natal, e lembrei do que havia dito mais cedo. - Você disse que Alice o mandou comprar algumas coisas, o que foi dessa vez?

—Enfeites e mais enfeites de Natal. Além disso, Carlisle veio questionar se eu já tinha retirado a edição especial de um livro que estranhamente eu reservei. - comentou sagaz. Senti as minhas bochechas queimarem, e por um momento fiquei aliviada por ver o Volvo estacionado a alguns passos.

— Bom, pelo garantiu alguma distração antes que Alice o enlouqueça com os preparativos. - murmurei tentando fingir naturalidade, algo que falhei miseravelmente. Edward sorria para mim como se tivesse me pegado no pulo.

 Ele abriu a porta do Volvo do qual entrei agradecendo,porém, assim que fechou a porta e olhei para o banco de trás vi milhares de sacolas, inclusive uma da Barnes and Nobles.  Com as bochechas quentes de vergonha, encarei o vidro ouvindo ele entrar e ligar o carro, fazendo uma música instrumental e harmoniosa soasse. O olhei e recebi um sorriso torto em resposta.  Sim, ele sabia.

Fomos todo o caminho numa se áurea  confortável, ao ponto de olharmos cantarolando as músicas conhecidas, nos fazendo sorrir antes de desviar os olhos. O nervosismo inexplicável crescia em mim todas as vezes que isso acontecia, deixando-me inquieta ao ponto de morder os lábios e torcer os dedos em reação.

—Bella. - Mesmo baixa e cuidadosa, a voz de Edward me fez sobressaltar. Seus olhos me encararam preocupados. - Está tudo bem?

Dei um meio sorriso.

— Está, é só cansaço. - menti, notando que já estávamos perto do meu apartamento. -Obrigada pela carona, Edward. Boa noite.

Tirei o cinto e saí com rapidez do carro, sentindo meu coração bater forte contra o meu peito. 

—Bella, espere. - chamou, fazendo-me virar e ver que ele estava com a sacola da livraria nas mãos. - Sei que não gosta de presente, mas o Natal está chegando então…

Peguei a sacola que ele me estendia, sem saber como reagir. Sorri sem graça.

—Obrigada Edward. - murmurei, mas lembrei do que ele disse antes de entrarmos no carro. - Mas esse livro não é seu?

Ele sorriu torto.

—Ele nunca foi meu. - confidenciou, deixando explícito que sabia o que tinha feito para conseguir seu número. Ele beijou a minha testa, olhando-me tão intensamente que deixou as minhas pernas bambas. - Feliz Natal, Bella.

Soltei em uma lufada o ar que prendia, sentindo meu coração bater e meus pensamentos em completa desordem, e tudo pareceu piorar ao ver a edição de luxo do O Morro dos Ventos Uivantes dentro da sacola.

—Edward. - chamei, o fazendo parar de andar e me olhar.  Com o máximo de rapidez que pude, andei em sua direção até seus braços me seguraram me impedindo de cair e deixando nossos rostos tão próximos ao ponto de sentir seu hálito frio sob a minha face. 

Ficando nas pontas dos pés, e num genuíno impulso, eu o beijei. Seus dedos apertaram a minha cintura e as minhas costas ao mesmo tempo em que eu segurava seu casaco com força até os nós dos meus dedos doerem.

Seus lábios se moviam com a mesma avidez que os meus, sem nenhum pudor, sem nenhum cuidado, somente saudades e desejo. Afastei-me dele quando a falta de ar se tornou presente, mas sequer me afastei um milímetro do seu corpo, nem mesmo quando um arrepio tomou o meu quando encostou a sua testa na minha. Encarei seus olhos e senti as suas mãos me apertarem levemente contra o seu corpo. Sorri.

—Você quer subir? - perguntei num sussurro. Ele sorriu.

—Quero.

Com as nossas mãos entrelaçadas e sorrindo cúmplices, subimos as escadas da maneira mais silenciosa que pudemos até chegar no meu apartamento do qual ele olhou tudo com curiosidade e admiração.  Num breve aviso, o deixei na sala olhando para os títulos dos livros da estante e coloquei uma roupa mais confortável tentando me convencer de que aquilo não era um sonho.

—Achou algum título interessante? - questionei a ele, sentando-me no balcão com um pedaço de lasanha esquentada e um copo de leite. Edward balançou a cabeça negativamente.

—Pelo o que pude ver, grande a maioria dos seus livros se voltaram para educação desde a infantil a adulta. - comentou sentando-se do meu lado, ele deu uma olhada para o meu prato e me olhou sorrindo. - Você gosta de dar aula?

—Sinceramente? - revidei a pergunta, o fazendo rir pelo o meu tom. - Dizer que não gosto seria eufemismo, tem lá suas particularidades e seus momentos de glórias, quando aqueles adolescentes não estão me deixando louca.

—Muito indisciplinados? - indagou num tom cauteloso, mas ainda sim divertido. Assenti de boca cheia.

—Não se fazem mais adolescentes fofoqueiros com Jéssica Stanley ou meio bobões com Mike Newton. - pontuei, arrancando dele uma gargalhada. Pelas próximas duas horas, Edward me fez contar todas as peripécias que tinha presenciado e ficado sabendo que os alunos do Castle High School haviam aprontado. O que rendeu uma boa gargalhada a nós dois sentados meio abraçados,meio deitados no sofá, enquanto uma música tocava ao fundo entre idas e vindas de conversas.

Edward estava leve de uma maneira que nunca havia visto, o que me fez ser pega admirando essa leveza evidente em seus ombros e em seus olhos. Ele sorriu, e eu, sorri de volta. Percebendo que compartilhava da mesma leveza, ao ponto de sequer reclamar quando ele me puxou para dançar Ain’t No Mountain High Enough quando começou a tocar.  O que na verdade me fez rir ao nos ver dançando desajeitados e de meias.

Entre viradas e distâncias, a proximidade. A música acabou para então uma mais calma soar. Com os nossos corpos próximos, quase colados um ao outro, nós nos movíamos de maneira lenta sem desviar os nossos olhos, em silêncio absoluto. 

— Você fica esta noite? - sussurrei.

— Fico sempre que desejar, meu amor. 

***

O sol estava nascendo quando Edward colocou as malas no carro. De Cleveland até Gifford State Forest, perto de Columbus, eram 4 horas de viagem, mas por termos saído mais cedo devido à neve, chegamos antes do meio-dia na casa dos Cullens.  Que assim como era a casa de Forks, era bem escondida por entre as árvores, longe da civilização e com paredes de vidros deixando tudo ainda mais encantador.

Apesar de toda neve, o sol tomava conta do céu límpido deixando toda paisagem ainda mais linda e os Cullens ainda mais brilhantes.

 Como adivinhava, Alice faltou pouco para me sufocar num abraço apertado, assim como Esme. Porém, Edward interveio antes que ficasse roxa. Algo que teve que fazer novamente quando Emmett me abraçou e rodopiou para o desagrado visível de Rosalie,mas ao contrário de anos atrás, ela fora mais amistosa ao me cumprimentar.

Carlisle olhou para mim divertido enquanto o cumprimentava, e apesar de nada dizer, naquele instante eu sabia que o título do livro havia denunciado quem estava por trás da ligação. Fazendo-me perceber um detalhe que Jonathan não sabia: Edward não se esqueceria  do número de telefone, mesmo que fosse provisório.

 As minhas  pequenas  malas foram levadas para dentro, e eu,  fui levada para quase todos os cantos por Alice e Esme, algo que vampiro ruivo reclamou que estava sendo monopolizada por elas, que sequer ligaram para o que ele dizia.

Jasper, até então quieto desde a minha chegada, veio me pedir desculpas pelo o que tinha acontecido no meu aniversário, algo que fiz deixar claro nas minhas palavras e nas minhas emoções que ele não tinha culpa, ninguém tinha. O que fez o vampiro relaxar e sorrir, e por um momento notei que apesar do presente simples na minha mala, já tinha concedido a Jasper um presente muito maior: paz

Algo que tampouco nenhum dos Cullens tiveram quando Alice colocou todos para decorar a mansão enquanto alguns discos de Edward e Carlisle tocavam na vitrola.  

E ali, parada, vendo Emmett com tiara de rena na cabeça ajudando Alice com festim, Rosalie conversando com Esme enquanto montavam a árvore e Carlisle conversava com Jasper e Edward desenrolando os pisca-piscas enormes, senti-me pertencer.  Pertencer não somente aquela cena, aquele momento, aquele mundo, mas àquela família que de alguma forma se tornou a minha desde do dia do jogo de beisebol e se firmou sendo minha após a terrível caçada de James.  

Edward olhou para mim e sorri antes de desviar estendendo a Rosalie a caixa cheia de enfeites, e ir me dirigir a porta colocar uma guirlanda na porta frente - mesmo que somente nós fossemos ver. 

Alice sendo Alice, pensei ao fechar a porta, mas antes de seguir para outra sala me vi parada, presa naquele instante, naquele sentimento que tomava meu corpo e a minha alma.

Os sons das risadas soavam a casa ao mesmo tempo em que uma música agradável tocava enchendo os cômodos, concedendo uma sensação de conforto familiar que só eles tinham e do qual senti tanta falta. 

—Hey. - Edward me chamou, fazendo-me desviar da sala e olhá-lo prendendo a vontade de suspirar,  algo que fazia toda vez que o via. 

—Alice te mandou para conseguir me persuadir a passar o ano novo aqui, além de largar o meu emprego na cafeteria para ser a Barbie dela até terminar a universidade?  - supus, ele riu andando na minha direção.

—Sim e não. Mas ela está sabendo nesse momento, que não irei fazer nenhum dos dois. -comentou e cochichou:- Fora que ela está bem entretida quase usando o Emmett de escada.

Aquilo me fez rir ao lembrar que ela já estava o fazendo quando saí da ante sala, que assim como a sala principal, estava sendo decorada com árvore e meias.

—Coitado do Emmett. - murmurei, e o olhei curiosa. - Mas, não é isso que veio falar.

—Está certa, não foi. - confirmou, e me olhou sério. -Está tudo bem, Bella?

—Está. É que… estar aqui com eles, com você, parece surreal demais.  Como se eu estivesse em um sonho bom e fosse acordar a qualquer momento. - contei e coloquei a minha mão sobre a sua. - E encarar a dura realidade que vivo, e que você nunca voltou ou…

—Que irei lhe deixar novamente. - completou num tom angustiado. - O que preciso fazer para acreditar que não irei deixá-la nunca mais?

Fique, somente fique. - sussurrei entrelaçando nossos dedos. - E por hora , beije-me até me deixar sem ar, até acreditar que isso é real.

Ele deu um meio sorriso.

—Com prazer. - e me beijou numa intensidade que fez o meu corpo ferver e puxar seus cabelos enquanto seus lábios devoram os meus. Afastei-me dele ofegante para no segundo seguinte beijá-lo novamente, sendo retribuída com o mesmo fervor e desejo.

— Acho que deveríamos ter colocado um visco ali. - a voz de Alice soou alta e divertida. Nós nos afastamos olhando para ela que estava com Jasper ao seu lado segurando uma caixa, ambos nos olhavam com diversão.

—Ou uma cama. -alfinetou Jasper, olhando a mão de Edward na minha cintura por baixo da blusa que no segundo seguinte tirou enquanto ficava ainda mais vermelha pelo comentário.

—Jasper. - murmurou num tom de aviso, fazendo o mesmo sorrir dando de ombros.

—Não está mais aqui quem falou. 

—Viemos avisar que o almoço está pronto. - disse Alice, me fazendo acenar positivamente sentindo as minhas bochechas menos quentes.

—Obrigada por avisar, Alice. Já estou indo. - falei. Ela acenou rapidamente e olhou para Edward para então sair com Jasper em seu encalço. Edward me olhou e apertei a sua mão.

—Vamos para a cozinha.

—Vamos, mas antes, preciso que me responda algo.

O olhei curiosa.

—O que?

— Ainda acha que está sonhando? -questionou com os lábios perto dos meus. O ar fugiu dos meus pulmões e meu coração bateu forte.

—Não mais.

— Edward. - ouvimos Alice o chamar. Ele praguejou.

—Vamos para a cozinha, antes que eu mate um dos meus irmãos. - resmungou, fazendo-me rir enquanto era puxada por ele, com as nossas mãos entrelaçadas. 

 

À noite, completamente pronta graças a Alice, fui recebida por todos na sala de jantar onde apesar de não comeram permaneceram a mesa entre conversas e brincadeiras até finalmente irmos para sala fazer a troca de presente.

Ao lado de Edward, abri todos os presentes que vieram em sacolas decorativas e do qual a de Emmett me fez rir devido ao desenho insano do Pink e Cérebro, mas que deveria alguma piada interna já que Edward o encarava sem um pingo diversão, isso até eu começar a rir.

Tudo seguiu de maneira tranquila, ao dar meia noite todos desejamos feliz natal antes de sermos arrastados por Alice para uma foto com todos. Do qual recebi uma cópia assim que acordei no dia seguinte, junto com uma foto minha e de Edward, um ao lado do outro enquanto eu ria com o presente de toca de raposa de Emmett.

Devido a escala do Senhor Wilson, onde trabalharia sem folgar a semana do ano novo, Edward e eu iríamos pegar caminho para Cleveland depois do almoço. Algo que fez Alice sugerir de novo para que pedisse demissão e virasse oficialmente a sua Barbie, principalmente no ano novo, mas neguei veemente. Ainda mais, porque eu sabia que ao estar ali no dia seguinte, eu seria a sua barbie de qualquer forma.

Mas apesar disso, da minha aversão em ser sua boneca e dos seus pedidos incessantes, eu percebi o quanto sentia falta daquilo. E sem pensar, abracei Alice que devolveu o abraço com força e sussurrou:

—Eu também senti sua falta, Bells. 

***

Edward me levou e me buscou todos os dias na cafeteria durante a semana do ano novo, o que acabou atraindo olhares curiosos e diversas tentativas de interrogatório por parte de Ruby, que aumentaram quando as caronas continuaram no mês seguinte. 

Ela tentou me cercar de inúmeras formas, seja em lugares ou através de assuntos que dariam brechas para perguntar sobre. Mas devido a todas as minhas fugas e mudanças sutis de assunto ela percebeu que não seria assim tão fácil me fazer falar e por fim desistiu.

Mas o seu olhar curioso e analítico ainda estava sobre mim toda vez que o Volvo parava na frente da cafeteria, principalmente quando chegava com as minhas bochechas vermelhas de vergonha.

Apesar de beijos roubados, caronas onde conversamos sobre coisas do dia a dia, das nossas famílias e da faculdade, Edward e eu nós não estávamos juntos.  Embora soubesse que parecia por estarmos um ao lado do outro boa parte do dia - salvo em alguns momentos - , e isso me fez perceber que apesar da convivência quase que diária, ainda havia uma estreita barreira entre nós. Fina, mas estava lá em diversos momentos, trazendo-nos um misto de estranheza de vez em quando. Mas que havia permanecido por alguns dias após contar que tinha me relacionado com outros caras depois da minha chegada em Cleveland.

  O que me fez sentir um pouco culpada por ter lhe contado qual o grau que uma dessas relações havia chegado, quando o mesmo perguntou. Mas acabei percebendo por fim, que eu não tinha feito nada de errado. Pelo contrário, eu só estava tentando seguir com a minha vida da maneira que podia, e que pude. 

Edward - apesar de ter notado seus olhos angustiados antes da indiferença -, continuou com a rotina de me levar para faculdade e para cafeteria questionando sobre coisas que pareciam bobas para mim, mas sabia que não era para ele. E eu fazia mesmo, o enchendo de perguntas.

Aos poucos a estranheza foi passando, as coisas ficaram mais leves e os beijos mais sedentos, que se tornaram ainda mais intensos na primeira noite que Edward realmente ficou por toda a noite  - como era de costume em Forks -, sem ir embora antes de eu dormir e estar na minha casa assim que acordava.

Em fevereiro, no dia dos namorados,  Edward me concedeu não apenas uma noite maravilhosa num parque de diversão que estava pela cidade, mas também flores e uma caixa de chocolates em forma de coração. E do qual devorei ouvindo ele contar que Alice queria encher a minha casa de balões, algo que ela previu que iria odiar e desistiu segundos depois. Mas que Jasper aderiu a ideia, fazendo que a mesma surtasse com a surpresa. 

Edward e eu rimos, nos beijamos e quando fomos nos tocamos da realidade, eu estava prestes a ficar semi nua sentada no seu colo, no sofá. Mas, apesar do seu olhar afetado e cheio de luxúria, ele me tirou do seu colo, mas não sem antes deixar um chupão no meu pescoço. 

              Algo que tentei esconder durante o dia inteiro, mas só obtive sucesso na faculdade e na escola, que devido ao clima quente fora de comum em Cleveland, o ar condicionado estava ligado no talo  e consegui esconder com o meu suéter e meus cabelos soltos.

      Porém, na cafeteria era outra história e por isso estava tentando escondê-la com maquiagem quando Ruby entrou no vestiário.  Com a sua ajuda e gelo, a marca diminuiu e fui justa respondendo todas as perguntas sem hesitação sobre o que estava acontecendo desde o Natal.

Omitindo, é claro, a parte que Edward quase morava no meu apartamento por estar todos os dias ali, e por isso havia suas camisas, calças e casacos no meu closet.  Ou seus livros em minha escrivaninha, ou até mesmo a chave do Volvo ao lado da moto que devido às caronas estava escondida na pequena garagem do prédio, mas que sabia que Edward dava uma voltas de vez em quando com a desculpa que era para evitar um possível problema no motor. Mas sequer me importava e fingia acreditar que era por isso mesmo.

Ruby ficou em silêncio enquanto relatava sobre o Natal e o ano novo, onde tinha visto novamente sua família em um momento de tranquilidade da cafeteria.

—Você realmente o ama, não é? - declarou, encostada no balcão. Sorri.

—Muito. - mais do que consigo explicar, completei mentalmente. Ela sorriu de volta.

—É nítido isso. Você parece brilhar ao falar dele, e parece esquecer do mundo toda vez que o vê chegando. - comentou, e sua revelação me pegou de baixa guarda. - Assim como é nítido, o amor e adoração que ele tem por você, como se você fosse…

— Luz. - completei, seu sorriso cresceu.

—Exatamente. Como vocês fossem uma luz um por um outro, um pote de ouro no fim do arco íris. - explicou e suspirou. - Espero encontrar algum boy que me olhe com esse cara olha para você. - murmurou e me encarou curiosa. - Aliás, onde você o encontrou, não tem outro não?

Neguei, comendo um biscoito escondido para abafar o riso.

—Não, sinto muito. - disse com a mão na boca cheia. Ela soltou um muxoxo, para depois endireitamos ao ver um aglomerado de gente chegar perto da cafeteria que foi logo aberta. Ambrey e Jamilly rapidamente foram atender enquanto Ruby e eu atendemos outros que entraram logo depois.  E fora assim, até que fechamos, onde como todos os outros dias Edward já me esperava do lado de fora encostado no Volvo. 

O que fez Ruby olhar para mim divertida e olhar para Edward quase suspirando, antes de se despedir e ir embora.

—Porque sua amiga, Ruby, estava pensando em pote de arco íris? - perguntou ele assim que entrou no carro. O encarei sem acreditar depois que coloquei o cinto.

— Está de brincadeira que ela estava pensando nisso? 

Ele assentiu, me olhando curioso.

—Sim, ela estava. - ri sem acreditar, aumentando a curiosidade em seus olhos. - Por que?

—Quando chegarmos em casa, te explico melhor.

Ele me olhou curioso.

— Por que não agora?

— Por que estou morrendo de fome, senhor Cullen. - revidei divertida.

—Argumento bem válido, senhorita Swan.

— Eu sei. - concordei, fazendo-o revirar os olhos sorrindo torto. Edward não retomou sobre o que Ruby disse, mas investiu em fazer outras perguntas sobre como tinha havia sido o meu dia, se havia conseguido tirar o maldito chupão do qual fiquei vermelha antes responder descaradamente que tinha, e  que assim como ele fez, ele mesmo poderia tinha tirado. Algo que ele disse que gostaria muito de fazer.

 Resultado:  tomei banho com meu corpo fervendo,  o que me fez pensar em tomar banho bem gelado, mas logo mudei de ideia pensando que poderia ficar gripada.

Edward me recebeu na cozinha com um sorriso grande nos lábios que pareceu aumentar ao me ver vestida com o seu suéter, ao mesmo tempo em que sorri ao vê-lo tão confortável como se estivesse na casa dos Cullens.

—Você está linda. - me elogiou beijando os meus lábios, sentindo cheiro de macarrão do qual só pelo cheiro sabia que fora Esme que o fez. - Mas acredito que esse suéter é meu.

—Não hoje. - murmurei, pegando um prato e uma porção de macacão, que como sempre estava delícia e me vi obrigada a mandar mensagem para Esme, a agradecendo por ter mandado - já que não teria coragem nenhuma de fazer algo - e a elogiando.  Como nos demais dias, sentamos no sofá aproveitando a presença um do outro, para então nos movermos ao som do rádio enquanto nos olhávamos e beijávamos. 

—Agora que já jantou, poderia me contar porque assim que me viu Ruby pensou em pote ouro no arco íris? - questionou curioso, quase ansioso. Sorri, e encostando o meu queixo no seu peito o olhei.

— Ela conseguiu finalmente ter o interrogatório que sempre quis fazer quando foi me ajudar a esconder uma certa marca no meu pescoço. - Edward sorriu torto antes de me olhar, estreitei meus braços envolta do seu pescoço.  - E quando estava comentando sobre você, sobre nós, ela disse que nós nos olhávamos como se fossemos o pote de ouro no final do arco íris um do outro

Ele riu. 

—Apesar da analogia um tanto diferente, admito que concordo com ela.

—Por que? Ambos brilhamos igual a um arco íris, ao mesmo tempo em que somos potes de ouro um do outro?

Seu sorriso aumentou colocando uma das suas mãos na lateral do meu pescoço, beijando o outro lado.

—Algo do tipo. - sussurrou no meu ouvido, deixando-me arrepiada.

— Mas você sabe que o único arco-íris ambulante aqui é você, né?

Edward me olhou sem acreditar enquanto eu fazia um esforço para não rir, mas quando franziu o cenho foi impossível segurar.

—Sabe que vai pagar caro por isso, não é? - disse sério, mas os cantos da sua boca estavam levemente levantados. Ergui o meu queixo.

—Vou é? E o que irá fazer?

—Lhe deixar completamente sem ar, e perdida no arco-íris. - sussurrou com os lábios perto dos meus, para então no segundo seguinte me beijar avassaladoramente  e do qual retribui com o mesmo fervor, com meus dedos se infiltrando em seus cabelos. Seus lábios se afastaram dos meus descendo pelo meu pescoço até chupar, deixando-me sem ar e de pernas bambas.

— Vê se não vai deixar marcar outra vez. - murmurei baixo, ele me olhou divertido ao mesmo tempo em que malicioso. 

—Só estava querendo comprovar aquilo que você disse, de o que eu poderia fazer, poderia resolver. - rebateu, beijando o meu queixo antes dos seus lábios devoram os meus. Suas mãos antes lentas desceram com rapidez a minha cintura para no seguinte me erguerem e minhas pernas envolverem a sua cintura, para então estar deita na cama com ele sobre mim.

Um gemido alto escapou dos meus lábios ao sentir o corpo de Edward investir contra o meu, o que fez o mesmo me olhar como se despertasse. O medo tomou conta do seu olhar em meio a luxúria, ao desejo, que o inundava.

—Bella, é melhor pararmos por aqui.

—Não, não é. Edward, eu quero, você quer…

— Eu posso te machucar. 

—Mas você não vai. - assegurei segurando o seu rosto entre as minhas mãos, e encarei seus olhos. - Confio em você Edward. - sussurrei, e aproximei de seus lábios. - Amo você.

Seu rosto se aproximou. 

—Eu também amo você.

Dei um beijo leve em seus lábios.

—Então, me ame Edward. - murmurei. - Você não vai me machucar.

—Bella…- sussurrou numa súplica que morreu com os meus lábios nos seus, e do qual ele me devolveu com volúpia. Para então, depois de muito tempo, me fazer completamente sua.

Ali, ligada a Edward, compreendi o que havia buscado no cara que tirou a minha virgindade ou com o que tinha beijado numa festa, e  do qual não encontrei por não existir neles, e que de alguma forma, sempre soube onde encontraria.

  Nenhum deles me fez sentir como Edward tinha feito naquela hora, quando me tocou, quando me amou. Com nenhum deles fui capaz de sentir paixão, desejo, prazer que senti com os dedos dele em mim.  Porque eles não havia algo que Edward e eu sempre tivemos que ia um pouco antes do amor, e muito depois da entrega, nós tínhamos sintonia.

Nós pertencíamos um ao outro. Não como um casal de namorados diferentes, que gostos batiam, ou porque fazíamos parte de grupo que estavam atrelados, mas como almas gêmeas. E isso me fez concretizar o pensamento que apesar de tudo o que acreditava, de alguma forma, fora destino estar em Forks, naquela maldita aula de biologia, na mesma bancada que ele.

—No que você está pensando? - Edward questionou fazendo carinho na parte do meu braço que não estava envolvida pela cobertura grossa. Encostei meu queixo no seu peito nu, admirando o sorriso largo que não saiu do seu rosto desde que viu que não tinha marcas roxas no meu corpo.

— Sobre o fato que de alguma forma, estava predestinada a você.

—Porque pensa assim?

— Porque de alguma forma que não compreendo, era para eu estar em Forks. Naquele mês, naquele ano, naquela aula, ao seu lado. - disse. - E embora tenha essa certeza, de que fora destino, já me peguei pensando nos e se’s. —  o encarei - E se eu não tivesse me mudado? E se eu não tivesse entrado na aula de biologia? Talvez estivéssemos  aqui, ou estaríamos?

— Esse é um ponto muito bom. - murmurou pensativo, antes de me olhar com um sorriso. -  Porém, acredito que estaríamos aqui, mesmo apesar dos pesares.  Mas, tenho comigo, que talvez eu a teria pedido em casamento antes de sucumbir à tentação dos seus lábios, do seu cheiro…

Ri me afastando dele sentindo sua respiração gélida no meu pescoço, deixando-me arrepiada.

—Isso é um pedido indireto de casamento, senhor Cullen?

Seu sorriso cresceu.

—Talvez.  - disse e sussurrou no meu ouvido:- Não me vejo um dia longe de você.

—Sabe que pode me transformar em vampira também, não é?

—Bella… - seu tom e sua face séria, me deram a certeza que o clima leve e divertido, havia ido embora. - Eu não irei transformá-la em um monstro.

O assunto estava ali de novo como um elefante na sala de estar, mas eu sabia que Edward não iria me convencer e que tinha argumentos bons para aquilo.

—Eu não serei um monstro, nós não seremos. Nós seremos apenas nós, Edward, pela eternidade. - disse. - Permita-me ser, pois, viver ao seu lado sempre foi o que desejei e o que sempre quis. Nunca foram filhos, nunca foi ministrar aulas, foi você. Mesmo depois de seis anos, continua sendo você.

—Bella...

—Se casar com você, é a condição para ser sua eternamente, eu caso. - o cortei firme, enquanto me sentava o olhando. -   Mas se for permanecer com a ideia idiota que irei desistir do que eu quero, é melhor sair daqui. 

— Você continua sendo a mesma teimosa.

—E você continua sendo o mesmo cabeça dura.

Ele suspirou, sentando do meu lado com o lençol cobrindo as coxas.

—Tudo bem. Eu a transformo, mas depois da sua formatura e depois do casamento. - prometeu, o olhei com desconfiança.

—Se estiver trapaceando...

—Não estou Bella,eu juro. Minha existência não faz sentido sem você, e apesar de ter negado tanto, passar a eternidade ao seu lado é o mais quero e profundamente desejo. - declarou, fazendo-me sorrir. - E se você quiser, podemos nos casar hoje mesmo no cartório de Cleveland ou em alguma igreja em Las Vegas.

—Sabe que Alice irá nos matar, se não a chamar para ser madrinha. - o lembrei encostando as minhas costas no peito dele, que me deu um beijo na testa. 

— E você sabe que se chamá-la, casamos só amanhã. - disse.

O olhei vendo um sorriso enorme em seus lábios.

—O que é um dia a mais para eternidade? 

— Isso soa bem. - confidenciou aproximando seus lábios dos meus.

—Tão bem quanto para sempre?

—Tão bem quanto nosso para sempre.

Sorri.

    É, realmente soava.

 

FIM


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem After Six, pois, é uma honra dividir essa história com vocês.

Ahhh, não deixem de compartilhar sobre o que acharam seja aqui ou no meu Twitter (@humaanqueen).

Beijos, e até próxima!