Desaparecida escrita por Pinkie Bye


Capítulo 25
Parceria




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Trigger estava tendo um dia terrível.

Logo no amanhecer, o despertador demorou meia-hora para acordá-lo. Teve que se arrumar às pressas e como se não bastasse, seu caçula, Darren, estava correndo pelos quatro cantos da casa, eufórico, enquanto brincava com seu aviãozinho de controle remoto. Como resultado, Trigger se levantou, com a xícara de café nas mãos, para se sentar na mesa da copa e ler seu jornal como comumente fazia, quando Darren colidiu com ele, fazendo o café quente cair sobre sua camiseta favorita.

— Droga! Olhe para onde anda, garoto!

— Desculpa papai, mas a humanidade precisa de mim — e voltou a correr pela casa fazendo o som do avião com a boca.

— Volta aqui rapazinho! — berrou irritado.

Rachel, imersa na música que tocava nos fones de ouvidos, desceu as escadas. Chamou-a 3 vezes antes que ela olhasse para ele.

— Rachel, pode pegar uma toalha para mim?

— Desculpe papai, mas não vai dar. — ironizou. — Tenho trabalho de Biologia na casa do Garfield.

— Quem é Garfield, mocinha?

— Você saberia se fosse mais presente. — rebateu e se retirou.

— Espera! — chamou, porém ela tinha saído. Inspirou fundo.

Rachel, que sempre pareceu distante, havia se tornado mais rebelde desde o desaparecimento da amiga.

Retirou a camisa com delicadeza e se dirigiu até a suíte de seu quarto. Tomando cuidado para não fazer bagunça, o que acabaria irritando Angela.

Na suíte, deixou a roupa no cesto e começou a passar pomada na área atingida, a sensação era de ardência.

No fim do procedimento, deu uma checada no relógio. 6h39. Estava atrasado!

— O que aconteceu? — perguntou Angela entrando no banheiro, meio desinteressada. O cabelo estava bagunçado, pois ela havia acabado de usar o secador.

— Darren acertou em cheio em mim, me fez derrubar todo o café.

— Que pena! Imagino a sujeira que deve ter feito. — disse pegando a chapinha de cima da pia. — Não desperdice muito porque já está quase no fim — referiu-se à pomada.

Ela estava fria, algo estava errado. Percebeu sua irritação ao alisar o cabelo, evitando olhá-lo pelo espelho. Como se a qualquer momento ela fosse atacá-lo com a chapinha. Nunca admitiria em voz alta, mas temia quando sua esposa ficava irritada.

— Você tá estranha. Precisa me falar alguma coisa?

— O quê? Não. — fez-se de desentendida. Trigger arqueou a sobrancelha. — Eu estou normal. Por que não estaria? — forçou um sorriso. — Afinal é tão comum apenas a esposa se lembrar do aniversário de 20 anos de casamento, não é mesmo? Bodas de porcelana se fazem todos os dias! 

— Essa não! — bateu a palma na testa. O aniversário foi no dia anterior e tinha se esquecido completamente — Perdão, Angie, de verdade. Eu ando tão atarefado no trabalho…

— Que mal fica em casa e se esquece do mínimo. — completou, deixando a chapinha de qualquer jeito em cima da pia e desceu as escadas, furiosa. Ouviu ela chamar atenção de Darren no andar de baixo.

Engoliu em seco. É, o dia seria daqueles.

E agora, ali estava Trigger, de frente do seu maior rival na carreira investigativa, Bruce Wayne. Além dele ser mais reconhecido que Roth, pelo seu sobrenome e poder aquisitivo, Bruce era arrogante.

— O que faz aqui? — perguntou seco. Bruce estava acompanhado de Damian. — Não atendo ninguém sem hora marcada.

— Eu vim propor uma parceria.

A resposta pegou-o de surpresa.

— Eu entendo que temos nossas diferenças, Roth. Não gosto de você da mesma maneira que não gosta de mim — Wayne prosseguiu. — Mas que tal uma trégua?

— Trégua? Para no fim você e sua agência particular ficarem com todos os holofotes quando o caso for resolvido, como sempre? Obrigado, dispenso.

— Roth, sei que quer prender esse cara tanto quanto eu, se nos unirmos, poderemos resolver esse caso em menos tempo. Estamos quase lá, colabore, assim como ninguém você sabe que quanto mais horas se passam, diminuem as probabilidades dessas moças estarem vivas.

Damian sentiu as mãos suarem.

— E desde quando você tem autoridade sobre esse caso, Wayne?

— Desde que eu fui contratado pela família das vítimas como detetive particular.

— Que bom samaritano!

— Com licença, senhor Roth. — a estagiária chamou se aproximando deles, lembrando-os que ainda se encontravam na recepção da delegacia.

— Agora não, Howard.

— Mas é um assunto urgente, senhor. — informou ajustando os óculos. — É sobre o caso Winters.

— Ok. Um minuto, por favor — pediu e seguiu a estagiária até seu escritório. — O que tem de tão importante para me falar?

— O departamento nos enviou as imagens das câmeras da rua 212 que solicitamos.  — respondeu sentando-se de frente ao seu notebook aberto, e fez menção para que o chefe sentasse do seu lado. — Elas confirmam que Adair Muller sequestrou Klívia Winters, às 8h22, do dia 15 de Agosto. — reproduziu o vídeo. Trigger o assistiu com atenção. — Imagino que seja o suficiente para um mandato, mas não para o indiciar pelo desaparecimento de Katherine.

Nesse momento, as palavras do Wayne não pareceram tão cruéis aos seus ouvidos. Adair Muller era um homem perigoso e por ser filho do promotor de justiça, qualquer pista que tivesse passaria por obstáculos. Wayne poderia possuir provas concretas para acusá-lo de ter machucado Katherine. 

— Ótimo trabalho! — elogiou, batendo de leve em suas costas. — Se juntarmos isso com as provas que Wayne obteve, poderemos montar um caso acusando-os pelos sequestros das irmãs Winters, somando a cárcere privado e outros delitos, para então conseguirmos prender esse canalha. — pensou alto, saindo da sala.

— É uma boa ideia, senhor. — apoiou Lisa, sendo ignorada. — Ele sempre é um poço de simpatia. — murmurou.

De cabeça erguida, retornou a recepção, onde Wayne e seu filho estavam o aguardando.

— Ponderando as circunstâncias, acredito que seja uma boa escolha fazermos uma parceria e unirmos nossas forças contra Muller. Porém não pense que isso seja uma oportunidade para sermos amigos ou que estou baixando a guarda para deixá-lo roubar todos os créditos para você novamente.

— Entendido.

Deram as mãos, firmando o acordo.

— Agora, que tal irmos para minha sala para discutirmos melhor o que temos?

Damian, pela primeira vez naquele dia, sorriu.

Na sua sala, Lisa atendeu a ligação de Elias Langford.


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Notas finais do capítulo

Enfim, a parceria de milhões ✨



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