Vendo que não havia muitas escolhas disponíveis, Damian dirigiu-se até o escritório do pai pouco antes da hora do jantar.

— Bruce? — chamou-o pelo feixe da porta entreaberta. O local localizava-se no segundo andar da mansão da família.

— Entre. — respondeu e ele o fez. — Algum problema?

— Como sabe?

— Bom, você só vem me procurar quando precisa de ajuda.

— Certo. — concordou. — É uma amiga, ela precisa de ajuda, a irmã dela sumiu e os investigadores não estão fazendo seu trabalho adequadamente.

— Por que diz isso?

— Porque eles estão acobertando alguém. — Bruce soergueu a sobrancelha. — Escuta, eu e essa minha amiga fizemos uma investigação entre nós, descobrimos que eles deixaram passar informações cruciais no diário da Kathy, além de não darem a mínima quando a Klívia foi atacada no sábado. Então, eu rastreei o carro que a perseguiu e consegui o endereço da residência. Entramos nela e descobrimos que ele tem um quarto cheio de fotos e informações da Kathy, além de ouvirmos alguém gemendo atrás de uma portinha quando quase fomos pegos…

— Espera um pouquinho, vocês invadiram a casa de um suspeito em potencial, sozinhos? Tem noção do risco que correu! Se não tem confiança em mim, poderia ter notificado o Richard, por exemplo…

— Bruce, isso não importa agora, eu to bem! Mas você tem que assumir esse caso. A polícia não faz nada e sabe o porquê? Adair Muller, o nome do sequestrador, é filho do promotor, ele tá ajudando a acobertar o filho, isso é lógica! Por qual outro motivo a polícia ficaria quieta quando se tem um suspeito nas mãos que até mesmo um adolescente consegue identificar? Precisamos de detetives imparciais para o caso.

— Damian… — Bruce retirou os óculos, apertou a glabela, para então encarar o filho. — Veja bem, eu adoraria, mas ando ocupado agora…

— Bruce, é sério, sem desculpas, eu nunca te peço nada! A única coisa que eu quero agora é que você ajude essa minha amiga e assuma o caso, senão puder no momento porque tá muito ocupado pede pro idiota do Grayson, sei lá, apenas nos ajude. Sabe que se não fosse extremamente necessário, eu não estaria aqui.

O homem suspirou fundo, vendo que não havia alternativa.

— Está bem, irei fazer o que estiver ao meu alcance, tudo bem pra você?

— Já é um bom começo. — segurou um sorriso. Colocou um pen drive sobre sua mesa. — Aqui contém todas as informações que encontrei até agora.