Sob o Visco escrita por Sakuu-chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus amores! sei que estou três dias atrasada, mas: FELIZ NATAAAAAAAAL! que tenha sido maravilhoso e gratificante, que todos tenham tido um dia maravilhoso.

Eu estava viajando e não tive tempo de fazer a história porque não levei o computador e não podia ficar mexendo no celular, então ontem, quando cheguei em casa fiz essa história, espero que gostem.

É uma leitura mais romantica (ultimamente estou me sentindo assim e não estou apaixonada). Sobre as minhas histórias precisando de atualização, elas sairão, um dia, mas sairão, não desisti de nenhuma, só peço um cadinho de paciencia.

Enfim, é isso, espero que gostem porque eu amei escrever essa história e sobre a capa: quando eu aprender a editar, eu faço uma nova.

É isso, boa leitura e perdoem os erros ortograficos, ando meio enferrujada!

Até mais, e mais uma vez: FELIZ NATAL E UM FELIZ ANO NOVO!



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Capítulo Único

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Aos cinco anos de idade...

Shiii! – a garotinha pediu silencio colocando o dedo sobre os lábios enquanto a outra mão escondia a boca do garotinho de olhos grandes e negros a sua frente. – Ele vai nos achar – sussurrou.

Ela estava escondida sob a mesa onde os adultos enfeitavam com comida, frutas e diversos enfeites para poderem comemorar, mais uma vez em cinco anos consecutivos, o natal. 

Naquele momento as duas crianças brincavam de “pique esconde” com o irmão quatro anos mais velho do garotinho.

— Você está falando de mim, Sakura?

Os olhos verdes da garotinha ficaram ainda maiores do que já estavam sendo seguidos por dois gritos agudos infantis, para se transformar em uma gargalhada antes das duas crianças de cinco anos saírem correndo de “seu esconderijo” de mãos dadas.

— Sasuke e Sakura, não corram! – A mãe da garotinha alertou quando as duas crianças passaram por ela que carregava uma travessa, quase a derrubando.

Sakura Haruno e Sasuke Uchiha se conheciam desde o dia que nasceram, inclusive, havia nascido na mesma maternidade por serem filhos de duas melhores amigas.

Já era tradição a família Uchiha e Haruno comemorar o natal e a virada de ano juntos, como uma grande família.

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Aos doze anos de idade...

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— Você acha que é uma boa ideia? – a garota de doze anos perguntou ao garoto à sua frente que apenas revirou os olhos.

— Deixa de ser medrosa. – Debochou com um sorriso de canto.

— Eu não sou medrosa, mas nós dois sabemos que Itachi pode nos matar se nos pegar no quarto dele assistindo os filmes dele.

— Ele nem vai perceber!

Suspirou, quando Sasuke queria era impossivelmente teimoso. O conhecia desde que se entendia por gente, tanto que ele era seu melhor amigo, quase vizinho e passava anos após anos lado a lado em todos os natais e festas de final de ano.

Apesar de serem de famílias diferentes, viviam mais juntos do que separados, às vezes Sakura se questionava se seria assim com o Uchiha se seus pais não fossem tão amigos e chegava à conclusão que não.

— Vem, já peguei a fita. – O Uchiha menor sussurrou escondendo a fita VHS no bolso do casaco, o que não adiantou porque o objeto estava mais para fora do que para dentro.

Naquele ano as festas estavam sendo comemoradas na casa da família Uchiha, fazendo com que Sasuke tivesse a brilhante ideia de entrar no quarto do irmão e pegar a fita cassete do mais novo lançamento de filme de terror do ano, para que ele e Sakura pudessem assistir.

Mas, para Sakura, aquilo não passava de uma péssima ideia, como muitas de Sasuke, contudo, como sempre, ela não conseguiu dizer “não” ou desvencilhar-se daquela aventura perigosa.

Suspirou e seguiu o Uchiha para fora do quarto enquanto olhava em volta para ver se tudo estava no lugar, mas sentiu seu corpo trombar no de Sasuke – que era poucos centímetros maior que ela – parado em frente a porta aberta.

Ela levantou o olhar e os arregalou ao encontrar Itachi encarando-os de braços cruzados com Izumi, sua namorada – tentando segurar a risada atras dele.

Ela sabia que ia dar em merda!

— O que vocês estão fazendo no meu quarto?

— Oh merda, corre Sakura!

Sakura não teve tempo de pensar, antes mesmo de conseguir raciocinar direito, sentiu sua mão ser agarrada pela do Uchiha mais novo e ser puxada enquanto começava a correr em direção as escadas rindo, ouvindo um “Sasuke, eu vou te matar” por parte de Itachi e um “Não desça as escadas correndo, Sasuke” de sua mãe.

E naquele dia Sakura e Sasuke entenderam que até mesmo durante as merdas, eles queriam estar juntos.

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Aos dezessete anos...

— Ei, o que aconteceu? – Izumi perguntou pegando uma das uvas que o namorado estava comendo e apontando para Sasuke e Sakura, que apesar de dividir o mesmo sofá, não se olhavam e muito menos se aproximavam.

Totalmente atípico deles que eram grudados um no outro desde os primeiros meses de vida.

— Não faço ideia, Sasuke está emburrado há um tempo, ele nem queria vir. – Sussurrou de volta.

O clima de Natal na casa dos Haruno não estava sendo um dos melhores, todos estavam sentindo o clima estranho que rondava Sasuke e Sakura que nem ao menos se cumprimentaram quando se viram naquela noite, apesar de estarem vestindo suéteres natalinos idênticos.

— Devemos nos meter? – A namorada de Itachi perguntou encarando a maneira como Sakura suspirava, ela parecia desolada por não estar falando com Sasuke.

— Acho melhor não, vamos apenas observar.

Soltou um longo suspiro pesaroso e de canto de olho fitou o melhor amigo que agora mexia no celular para não precisar socializar. Estava a duas semanas brigada com Sasuke. Estava chateada e magoada, ela havia se sentindo traída após descobrir que o Uchiha sairia com Tayuya para um encontro após as festas de final de ano e ele nem ao menos lhe falou.

Ela era sua melhor amiga ou só ela o considerava?

Pensar nisso fez com que a vontade de chorar retornasse. Levantou-se de supetão e foi em direção às escadas, queria ficar sozinha e longe de Sasuke porque sabia que poderia chorar a qualquer momento e não queria fazer isso na frente do Uchiha.

Jogou-se em sua cama e abraçou o próprio travesseiro tentando segurar o choro, o que não adiantou.

— Sakura querida, você está bem? – Foi a voz de Izumi que atraiu sua atenção, a mesma encontrava-se na porta entreaberta que ela não fechou direito.

Quando a namorada de Itachi viu o rosto corado e olhos vermelhos da Haruno, ela sentiu-se mal e ignorando os conselhos do namorado para não se meter, ela se viu seguindo Sakura até o quarto e assim que abriu a porta do mesmo, se espantou ao vê-la com lágrimas escorrendo pelo rosto bonito e jovial da garota de dezessete anos.

— Eu... – Sakura tentou limpar as lágrimas que escorriam, mas era tarde demais, ela sabia disso. – Não, eu não estou bem. – O soluço que surgiu a seguir fez com que os olhos de Izumi se arregalasse e antes que percebesse já era abraçada forte pela garota de vinte e um anos.

— Oh querida, não se sinta assim, eu estou aqui.

Não soube por quanto tempo ficou ali, chorando nos braços da namorada de Itachi, apenas deixou as lágrimas caírem sem pudor e se deixou consolar, contudo, ela não fazia ideia do porquê estar chorando, porque ela sabia que não era por causa da briga com Sasuke porque já tinha brigado com ele outras vezes.

— Obrigada, já estou melhor – disse após chorar tudo o que queria, limpou o rosto manchado que sabia que estava inchado e sorriu.

— Você quer conversar um pouco? – A voz mansa de Izumi a deixou desconcertada e quando percebeu, as palavras já escapavam de seus lábios.

— Sasuke aceitou sair com Tayuya, uma garota da nossa sala.

— E você está com raiva porque ele vai sair com ela? – Izumi perguntou começando a entender o que estava acontecendo ali.

— Não, quer dizer, sim, mais ou menos... – Sakura se embaralhou e riu nervosa após respirar fundo – eu estou chateada e com raiva dele porque ele não me falou sabe, eu sou a melhor amiga dele, eu falo tudo pra ele, porque ele não pode me falar também?

Izumi sentiu vontade de rir ao notar as bochechas coradas de Sakura e ela sabia que o que ela estava sentindo não tinha nada a ver com ele falar ou não a respeito do “encontro”, contudo, a Haruno parecia não estar ciente disso, ainda.

— Será que é por isso mesmo? – Izumi plantou a sementinha.

— O que você quer dizer? – Sakura não entendeu o que a outra quis falar.

— Você ficou com raiva por ele não te contar ou por ele ir a um encontro?— Izumi quase gargalhou quando os olhos de Sakura se arregalaram diante de suas palavras, finalmente entendendo-as. – Vou deixar você refletir sobre isso.

Sakura ficou ali, observando por onde a garota tinha saído, mordeu o lábio e pensou nas palavras da mesma. Conhecia Sasuke a vida inteira, passava mais tempo com o Uchiha do que com qualquer outra pessoa. 

Desde quando ela sentia ciúmes de Sasuke? Era isso que ela se perguntava.

Sasuke tinha se tornado bastante popular e bonito desde que entrou no colegial e isso nunca tinha lhe incomodado, contudo, desde que foram para o ginásio, muita coisa havia mudado, não sua relação com Sasuke, mas em relação a como se sentia a respeito do melhor amigo e só agora havia percebido isso.

Ela gostava dele. Sakura gostava de seu melhor amigo, Sasuke Uchiha, de maneira romântica.

Porém, Sasuke jamais a olharia com outros olhos, ela tinha que se conformar com isso, com tal pensamento ela decidiu, ela guardaria aquele sentimento apenas para si, mesmos que saísse magoada.

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Ele observava-a de canto de olho, viu quando ela levantou e rumou para a escada e não disfarçou a cara feia quando isso aconteceu. Suspirou e bagunçou os cabelos nervoso, estava sem falar com Sakura a mais de duas semanas e, diferentemente das outras vezes que brigou com a Haruno, aquela parecia ser mais dolorosa.

O motivo? Ele não fazia ideia. Não era a primeira vez que ele saia com alguma garota, mas era a primeira vez que ele escondia esse fato da melhor amiga. Mas porque ele fez isso? Porque não que a queria ver magoada ou com o sorriso falso que ela deixava transparecer quando escutava que ele sairia com outra garota.

— Problemas no paraíso, irmãozinho? – Itachi se jogou ao seu lado após bagunçar seu cabelo, revirou os olhos e suspirou.

— Não te interessa. – respondeu mal humorado, não estava com clima para aguentar as chateações de seu irmão, aliás, não estava com clima para nada.

— A briga dessa vez foi realmente feia então – O Uchiha mais velho debochou levando a taça de vinho aos lábios. – Quer conversar?

Por um momento Sasuke se viu querendo ser maior de idade para poder beber e esquecer toda a merda que estava acontecendo entre ele e Sakura. Resolveu ignorar o irmão e pegou o celular encontrando uma mensagem de Tayuya e suspirou, ele nem queria sair com a garota, respondeu apenas no impulso ao saber que Sakura tinha sido convidado por um rapaz para tomar um café.

E ele sempre fazia merda quando não pensava direito ou quando tinha a Haruno envolvida.

— Olha, não sei o que rolou, mas você sabe que a Sakura está se tornando uma garota linda né? – Era verdade, a garota de cabelos róseos, olhos verdes esmeraldinos e sorriso aberto atraia vários admiradores na escola e ele sofria para mantê-los afastados. – Tenho certeza que tem muita gente querendo uma chance com ela.

Fitou o irmão e arregalou levemente os olhos diante de suas palavras, porque ele entendia isso perfeitamente, só não entendia o que ele queria te lembrando disso.

— Você não namora? – Questionou mais como um rosnado do que com uma pergunta.

— Eu sim, mas outros caras não e eles não são cegos. – Itachi jogou a bomba sentindo vontade de rir diante do nervosismo do seu irmão. – Se você não quer perdê-la, é melhor se apressar, porque outro pode vir e roubá-la.

Os olhos de Sasuke se arregalaram ainda mais após as palavras do irmão mais velho, sentiu suas bochechas esquentarem e sabia que elas estavam vermelhas por causa da vergonha.

— Desde quando? – Teve que perguntar.

— Desde os seus doze ou treze anos? Aliás, você não é muito bom em disfarçar, você sabe disso né? – O Uchiha mais velho debochou rindo. – Só não perde essa oportunidade, porque você pode perdê-la para sempre. – Seu irmão soltou a bomba e levantou-se em seguida indo atrás da namorada.

Merda! Soltou um longo suspiro e bagunçou ainda mais os cabelos num ato de nervosismo, Sasuke tinha achado por muito tempo que tinha conseguido manter sua paixão por Sakura escondida, mostrando-se apenas como um bom amigo, mas agora, não tinha tanta certeza assim.

Descobriu que estava apaixonado pela Haruno quando tinha doze anos e foram pegos no quarto de Itachi, naquela noite eles estavam assistindo o filme, mas Sakura acabou adormecendo encostada em seu ombro e ele se pegou admirando a garota com o rosto angelical e delicado.

Naquela noite seu coração se agitou de uma maneira que nunca tinha se agitado, ele sentiu suas bochechas corarem e as famosas borboletas no estômago.

Ele gostava de Sakura, mas sabia que ela só o via como seu melhor amigo e por mais doloroso que fosse, ele aceitou esse cargo apenas para tê-la em sua vida.

Agora entender que quaisquer pessoas poderiam roubar a Haruno dele, o deixava desesperado, mas sabia que não tinha o que fazer, ele continuaria ao seu lado como seu melhor amigo, como sempre foi, mesmo que a perdesse.

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Aos vinte anos...

A casa dos Uchiha estava mais agitada que nunca naquela festa natalina, a primeira notícia que agitava a casa festiva era que Izumi tinha aceitado casar-se com Itachi, que agora estava com vinte e quatro anos e a segunda era que tanto Sasuke quanto Sakura iriam para as faculdades de seus sonhos, Sasuke em direito e Sakura em medicina.

— Nós finalmente vamos para a faculdade – Sakura brincou sentando-se ao lado de Sasuke na varanda da casa dos Uchiha, cada um com uma taça de vinho em mãos. – Devemos brindar?

— Uma pena não irmos para a mesma universidade – Sasuke falou tocando sua taça na da Haruno, fazendo barulho de brinde.

Sakura suspirou e tentou sorrir, mas não conseguiu, porque seria a primeira vez que ela se veria afastada de Sasuke por tanto tempo. Mordeu o canto do lábio inferior e engoliu a vontade de chorar, ele era seu melhor amigo e a pessoa que ela queria eternamente ao seu lado, mas sabia que isso não seria possível, não do jeito que ela queria.

Muita coisa tinha mudado desde que ela se descobriu apaixonada por seu melhor amigo aos dezessete anos, diferentemente do que Izumi achou, ela não se declarou e carregou consigo aquele sentimento o mais escondido possível, decidindo então ir a uma universidade diferente do Uchiha apenas para ver se aquelas fortes emoções desapareciam.

— Mas isso não quer dizer que não nos falaremos mais, você sabe disso – tomou um gole do vinho e fitou a fina neve que caía naquela noite natalina.

— Eu espero que você não me esqueça e nem que eu te amo. – Sasuke declarou a abraçando pelos ombros, aconchegando-a em seus braços, ficando assim por um bom tempo.

Ter a sensação de tê-las em seus braços era uma coisa maravilhosa, mesmo sabendo que só poderia fazer isso sendo seu melhor amigo. Quando Itachi o alertou sobre outras pessoas roubarem Sakura dele, Sasuke entendeu que ele deveria se declarar para a Haruno naquela noite, entretanto, ele não poderia ser egoísta, por isso, tudo desandou.

Ele saiu e namorou com Tayuya por quase um ano, mesmo sendo louco por Sakura, ele decidiu abrir mão de seus sentimentos apenas para não a perder de sua vida.

E hoje, mesmo sabendo que foi a melhor decisão, ele se sentia vazio porque sabia que Sakura estava escapando por entre seus dedos, mais uma vez, e ele não poderia fazer nada porque ele não queria ser egoísta.

Não quando envolvia Sakura Haruno.

O que ambos não sabiam era que sob suas cabeça, o pequeno ramalhete de visco iluminava o casal que observava o cair da neve, uns nos braços do outro, aproveitando o pouco tempo que lhes restavam.

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Aos vinte e um anos...

O clima poderia ser festivo, mas não para Sasuke, porque Sakura não estava ali, aquele era o primeiro natal que ele não passava ao lado da Haruno, porque ela não conseguiu pegar o voo por causa da nevasca.

— Beba um pouco, você está precisando. – Itachi sentou-se ao seu lado e ofereceu um copo de uísque.

Tomou um gole só, estava sem cabeça para conversar e muito menos comemorar o natal, não sem Sakura.

Desde que ela havia se mudado, eles se falavam por telefone, no início eles se ligavam todos os dias, depois passou a ser três vezes por semana, depois uma por semana e agora, se ligavam quando dava, o que era um saco.

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Aos vinte e cinco anos...

O natal entre a família Uchiha e Haruno continuava o mesmo, nos últimos quatro anos, Itachi se casou com Izumi e agora esperavam o primeiro filho do casal, que estava com dois meses de gestação. Entretanto, a presença de Sasuke e Sakura nas festividades tinha mudado, no ano que Sasuke aparecia, Sakura não aparecia e no ano que Haruno aparecia o Uchiha não ia. 

A distância entre os dois só ia aumentando e todos percebiam isso, mas não podiam fazer nada quando os envolvidos não queriam mudar isso.

Nos últimos quatro anos, Sasuke estava se formando e se preparando para voltar para a cidade natal e abrir seu próprio escritório de advocacia e Sakura estava focada em fazer sua residência em pediatria.

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Aos vinte e seis anos...

— Então esse ano ela vem? – Izumi perguntou ao marido enquanto entregava o pequeno Haruki em seus braços – e ainda está trazendo o namorado?— Itachi apenas assentiu vendo o bebê de pouco mais de seis meses se agitar em seu colo – seu irmão sabe disso?

— Que ela vai vir ou que ela está namorando? – Itachi perguntou encarando a esposa confusa.

— Os dois, óbvio!

— Não.

— Por que eu sinto que isso vai acabar em merda? – A Uchiha sussurrou ouvindo a campainha da casa dos sogros soar alto e Sasuke ir em direção a porta, porque ele está mais perto e a abrir.

O baque que Sasuke sentiu ao abrir a porta foi sem igual, até porque ele não esperava ver Sakura Haruno parada na frente da porta de seus pais segurando uma sobremesa com um enorme sorriso após cortar o contato com ele por quatro anos. Sim, Sakura e Sasuke cortaram relações por quatro anos sem motivo.

— Feliz Natal! – A voz alegre e feliz da Haruno soou pela casa, fazendo todos se agitarem. – Vai me deixar entrar ou não, Sasuke?

Foi só neste momento que ele percebeu que estava travando a porta, deu um passo para o lado e deixou a Haruno entrar, mesmo estando desorientado, estava prestes a fechar a porta, mas parou quando um rapaz parou na mesma e Sakura voltou-se para ele.

Ela voltou-se para a porta e puxou o rapaz e como se não tivesse se distanciado, sorriu para ele e começou a falar.

— Ah, ele está comigo, esse é o Sasuke, o meu melhor amigo, Sasuke, esse é meu namorado, Idate Morino. – Apresentou.

E naquele momento, Sasuke sentiu que algo poderia engoli-lo que não fazia diferença. Sasuke sentia que tinha engolido um boi e ele tinha ficado preso em sua garganta enquanto fitava Sakura conversar animadamente com sua mãe e a senhora Haruno enquanto seu “namorado” estava ao seu lado, todo sorridente, a abraçando.

Como ele queria sumir dali.

Quando Sakura resolveu voltar para o natal em família e levar seu namorado para apresentá-los, não esperava encontrar Sasuke, mesmo sabendo que as chances disso acontecer eram altíssimas, afinal, sabia que o Uchiha havia voltado para a cidade natal a pouco tempo, mesmo surpresa, fingiu serenidade e sorriu enquanto apresentava seu namorado para o homem que ela achou que não amava mais.

Ela sabia que os olhos dele estavam presos nela desde a hora que chegou, visto que ela não falava com ele há quatro anos, mas agora agia como se nunca tivesse se afastado.

Suspirou e falou que ia ao banheiro, seguia o corredor, mas travou quando o viu, encostado na parede agachado com as mãos na cabeça suspirando, mordeu o lábio inferior e se aproximou, mesmo seu instinto gritando para que ela fosse embora.

— Sasuke... – Chamou e se arrependeu no momento que aqueles olhos negros pousaram sobre os seus, fazendo seu corpo inteiro se arrepiar. – Você está bem?

Porque era tão difícil para ele ter um pouco de paz? 

— Sim, não precisa se preocupar – ele levantou-se e suspirou, ela era a última pessoa que ele queria encontrar.

— Tem certeza? – ela sabia que deveria deixá-lo ir, mas quando se deu conta, já segurava o braço do Uchiha, fazendo uma corrente elétrica percorrer em seu corpo, fazendo-a lembrar de quanto tempo fazia desde que ficaram tão pertos um do outro.

— Sim e seu namorado deve estar te procurando.

Ela o deixou ir mesmo sentindo um aperto em seu coração. Talvez voltar não tenha sido uma boa ideia.

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Aos vinte e oito anos…

Sakura suspirou e tentou sorrir, mas era difícil. Aquela era o segundo natal que ela passava em casa e pela segunda vez, Sasuke não participava das festividades, tomou um longo gole de vinho e fitou Izumi brincar com o pequeno Haruki que já estava na casa dos dois anos de idade. Itachi, Izumi e Haruki era uma linda e perfeita família, bem digna de um comercial de margarinas, onde o casal namorava desde a adolescência e se casavam no final.

Às vezes Sakura sentia um pouco de inveja disso, sempre achou que poderia ter isso com Sasuke, mas percebeu que seria impossível, por isso, ao entrar na universidade de medicina tentou a todo custo esquecê-lo, até engatou em um relacionamento de mais de anos com Idate, que no final não deu certo porque ela nunca tinha esquecido seu primeiro amor, Sasuke.

Talvez fosse por esse motivo que ela tivesse aceitado o emprego de pediatra no hospital local, para ficar mais perto de Sasuke, mesmo que só como amigos.

— O quê? Como assim o Sasuke está vindo com a namorada? Eu nem sabia que ele estava namorando! – Dona Mikoto soltou antes que pudesse se policiar e seus olhos pousaram em Sakura, que ouviu sem querer.

Foi impossível não deixar um sorriso forçado escapar, ela tinha que manter as aparências, já que ela não tinha nada a ver com Sasuke e muito menos com sua vida pessoal, ela só queria pode retomar a sua amizade com o Uchiha, se fosse possível, claro.

Não demorou muito para Sasuke chegar com sua namorada, que na verdade era bastante conhecida de todos uma vez que Tayuya já tinha sido namorada do Uchiha nos tempos de escola e naquele momento, Sakura só queria sumir.

— Eu sinto muito querida…  – Mikoto pediu quando a viu em um canto, apenas observando todos conversarem.

Sakura apenas sorriu e disse que a mãe de Sasuke não tinha culpa e que aquilo era coisas da vida, mas o olhar de todos como se ela tivesse sofrendo – mesmo que fosse verdade – estava começando a tirá-la do sério.

Tanto que ela precisou de ar para ver se conseguia sentir-se relaxada. Agora se encontrava na varanda da casa dos Uchiha tomando um chocolate quente e apreciando os pequenos floquinhos de neve cair, enquanto o pequeno ramo de visco servia de enfeite sobre sua cabeça. 

— Oi, posso me sentar? – Sasuke perguntou apontando para seu lado.

— Claro, a casa é sua. – Sakura respondeu dando um pouco mais de espaço para o Uchiha enquanto bebericava seu chocolate.

Nenhum falava, apenas ouviam as conversas e a música baixa que vinha de dentro da casa.

— Onde está Idate? Não o vi. – Sasuke puxou assunto quando viu que o clima estava começando a ficar desconfortável.

Sasuke se manteve afastado das festas da família por dois anos por não querer ver Sakura com outro, naquele ano quando ele resolveu ir, não esperava encontrar a Haruno sozinha, por isso, antes que pudesse prever, as palavras saltaram de sua boca.

— Ah, nós terminamos… – Sakura respondeu, mas não queria falar de Idate, aliás, ela não queria falar de nada, ela pensa só queria ficar ali aproveitando a companhia de Sasuke.

— Eu sinto muito, não sabia – Sasuke falou, mas por dentro, por mais que não quisesse, sentia um alívio.

— Não se preocupe, só… não deu certo. – Declarou dando um pequeno sorriso ao lembrar-se de quanto o ex—namorado merecia ser feliz porque era uma pessoa incrível, mas deixou o sorriso morrer ao lembrar-se de Sasuke e Tayuya, algo em seu íntimo se apertou e a mesma sensação de anos atrás, de desconforto, que ela sentiu quando descobriu-se apaixonada por Sasuke, se fez presente – Tayuya hein, quem diria.

Tentou brincar, mas sua voz saiu arrastada e meio melancólica, esperava que ele pensasse que fosse por causa de seu ex, não por ele estar com outra.

— É, aconteceu.

Naquele momento Sakura percebeu que jamais seria a pessoa ao lado de Sasuke e que Tayuya era a escolhida para isso, ela já tinha entendido seu lugar, agora ela queria ao menos poder voltar a ser amiga do Uchiha.

— Eu espero que vocês possam ser felizes juntos, quero te ver feliz e que possamos voltar a ser amigos.

Por mais que fosse difícil, era o único espaço que poderia ocupar ao lado e na vida de Sasuke, ser sua amiga e ela tinha que se conformar com isso.

— Você nunca deixou de ser minha amiga, Sakura.

Deixou um pequeno sorriso escapar e suspirou, era bom ter Sasuke ao seu lado de novo.

Ficaram um bom tempo conversando, a atmosfera já não era tão carregada e desconfortável como antes, a conversa fluía e as brincadeiras também.

— Você já vai querida? – Mebuki perguntou enquanto a via colocar o casaco.

— A senhora sabe que meu plantão começa daqui a pouco.

— Deixe que seu pai te leve então…

— Mãe, não se preocupe, eu vou de carro. – Revirou os olhos e sem querer eles pousaram em Sasuke, que a observava apesar de Tayuya estar abraçada a ele, fazendo seu estômago revirar.

— Se você quiser, eu posso te levar – Ele se ofereceu.

Mas, naquele momento, ele era a última pessoa que ela queria perto dele.

— Não se preocupe, minha mãe está exagerando e eu estou de carro. – sorriu e balançou a chave do carro – tchau, Sasuke.

Despediu-se e naquele momento, ela despediu-se do seu amor pelo Uchiha também.

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Aos vinte e nove anos…

Dias antes do natal

A amizade de Sasuke e Sakura havia retornado como se eles nunca tivessem se afastado, tanto que era comum quando o Uchiha ia buscá-la de madrugada após seus plantões ou ela que cuidava dele quando estava doente.

Sasuke ainda namorava Tayuya, onde muitos diziam que logo sairia casamento, Sakura também, mas às vezes ela preferiria ignorar tal fato. O natal estava se aproximando e naquele dia eles haviam combinado de se encontrarem para comprar alguns presentes.

— Você está atrasado! – Brincou com Sasuke quando ele se sentiu na cadeira vazia a sua frente na cafeteria preferida deles.

— Foi mal, Tayuya está um saco hoje – Sasuke suspirou dando um gole em seu café que Sakura já havia pedido.

— Quer conversar sobre isso? – por mais que não gostasse de falar sobre o relacionamento do melhor amigo, ela fazia seu papel com maestria, porque para Sakura o que importava era a felicidade dele.

— Ela colocou na cabeça que temos que nos casar. – E aquela informação foi mais forte do que ela esperava.

— E você não quer? – o aperto em seu peito chegava a ser insuportável, mas ela sabia que era inevitável não pensar em casamento quando se vive em um relacionamento.

— Não sei, acho que não é o momento... – O desconforto de Sasuke era nítido pela maneira como ele mexia as mãos e desviava o olhar para qualquer ponto menos para ela, Sakura suspirou e resolveu dar o seu melhor.

— Você gosta dela, Sasuke? Se sim, você deveria ao menos pensar mais no assunto, porque casamento é algo sério e algo que você deve fazer quando se ama alguém de verdade – e lá estava ela fazendo seu papel, o de melhor amiga— se você sente isso por ela, então não precisa ter medo.

Sasuke suspirou, ele odiava falar de Tayuya e seu relacionamento para ela, porque por mais que Sakura tentasse, ela não conseguia esconder aquele maldito olhar magoado e triste que ela fazia toda vez que tocava naquele assunto.

Sasuke também já tinha prolongado aquele relacionamento tempo demais, porque ele sabia que não daria certo, porque ela não era a pessoa que ele amava, ela não era Sakura.

— E se eu não gostar dela tanto assim? E se eu for apaixonado por outra pessoa por anos? – Nesse momento, sem pensar muito, Sasuke deixou a insegurança de lado e resolveu jogar as cartas na mesa.

Ele não tinha nada a perder.

— Então você deveria estar com a pessoa que ama e não com outra pessoa. – O aperto em seu peito se intensificou, saber que Sasuke sempre amou alguém que não era ela e nem Tayuya, era ainda mais doloroso.

Sasuke mordeu o lábio inferior, olhou Sakura nos olhos e mesmo sabendo que aquele não era o momento mais perfeito e nem o ideal, ele fez o impensado.

— Eu te amo Sakura, eu sempre te amei desde os meus doze anos.

Tudo em volta de Sakura parou e pareceu sumiu após ouvir aquelas palavras saírem da boca de Sasuke com uma intensidade que ela jamais viu antes, naquele momento não tinha barulho, conversas ou café, restava apenas Sasuke Uchiha a sua frente, lhe encarando intensamente, depois de se declarar abruptamente a ela.

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Noite de natal...

O natal chegou e como Sasuke imaginava, Sakura não apareceu. Depois de sua confissão abrupta, Sakura tentou desconversar, disse que ele poderia estar confundindo o que estava sentindo, mas ele afirmou que sabia muito bem o que sentia, que não estava confuso porque ele convivia com aqueles sentimentos desde os seus doze anos de idade.

Que a época de ficar confuso foi há anos.

Após isso, Sakura deu a desculpa esfarrapada – a mesma que deu para não ir naquela noite que – tinha que trabalhar, mesmo ele sabendo que ela estava de folga.

Coçou a nuca e suspirou.

— Então você se declarou? – foi Itachi que perguntou quando ele disse tudo o que havia acontecido, ele precisava desabafar e seu irmão foi a vítima ao perguntar o que estava acontecendo – você sabe que deveria ter feito isso há anos, né? Aí agora você me solta esse tanto de informação nas costas da mulher de uma vez sem ao menos terminar com a sua namorada?

Fechou os olhos e suspirou, ele sabia que era um imbecil, que tinha agido por impulso e foi um egoísta do caralho, só que não estava dando mais, tanto que após aquela tarde, ele tinha terminado com Tayuya, não aguentava mais ficar com a mulher sem gostar nem mesmo um pouco dela.

— Eu sei disso, ok? Não precisa me lembrar.

— Se sabe disso, porque ainda não foi atrás dela? – Itachi perguntou o encarando sério enquanto bebia seu vinho.

— Porquê eu faria isso?

— Eu sempre achei que você fosse inteligente, mas às vezes você me surpreende com sua lerdeza… – Itachi revirou os olhos e tocou o ombro do irmão, que o xingava baixo – O mais difícil você já fez, Sasuke, que foi se declarar, Sakura está assustada porque ela sente o mesmo e jamais pensou que você gostaria dela, além disso ela é completamente apaixonada por você há anos, só você não enxergou isso.

— O quê? Do que você está falando? – Sasuke realmente não estava entendendo, Sakura nunca gostou dele de maneira romântica, ela sempre deixou isso claro.

— Quando Izumi me dizia que vocês viviam numa bolha e nem se tocavam que se amavam, eu achava que ela estava brincando, mas agora eu vejo que é sério – Itachi falava mais consigo do que para o irmão, que precisava acordar – Sasuke, vou te dar um único conselho: vai atrás dela, não pensa, só vai.

E Sasuke não pensou, assim como seu irmão lhe disse.

Sakura ainda estava extasiada pelas coisas que ouviu de Sasuke na cafeteira dias atrás, por mais que sempre esperou ouvir isso, ela já tinha colocado em sua cabeça que jamais aconteceria, por isso, quando aconteceu, ela não conseguia acreditar.

Sasuke tinha jogado informações demais em sua cabeça de uma vez. Ele a amava desde que tinham doze anos, ou seja, ele se apaixonou primeiro que ela? Como ela não conseguiu enxergar isso? Foi quando ela começou a relembrar todos os momentos que passou ao lado do Uchiha, como ele a protegia e afastava os outros garotos, como ele sempre fazia as coisas que ela queria e gostava mesmo ele não sendo muito fã.

Sasuke sempre demonstrou, ela que nunca tinha percebido.

Suspirou e se afundou em suas cobertas, estava tão sobrecarregada que acabou ficando doente em pleno Natal, impossibilitando-a de sair de casa por ordens médicas para não contaminar ninguém, sem falar que ela também não sabia como olhar para a cara de Sasuke.

Deus! Ela estava confusa, com medo e insegura, tudo isso porque Sasuke era um homem comprometido que se declarou e que ela sempre o amou.

Não sabia se batia no Uchiha ou se o beijava. Talvez fizesse os dois quando o visse.

— Eu preciso comer alguma coisa – falou consigo mesma quando seu estômago reclamou de fome.

Pegou o celular para procurar algum lugar aberto para pedir comida quando chegou uma mensagem de Sasuke, fazendo seu coração acelerar.

"Abre a porta"

Simples e direta, sem entender, levantou-se da cama e foi em direção a porta de seu apartamento e sem verificar o olho mágico, abriu, espantando-se ao vê-lo ali, levemente encharcado por causa da neve que caia e segurando uma sacola.

— O que você está fazendo aqui?

— Sua mãe me disse que você estava doente e trouxe comida. – Mebuki era uma linguaruda, isso sim.

— Não precisava, eu ia comer qualquer coisa que achasse.

— Você está doente e precisa se alimentar bem, você sabe disso, a médica aqui é você – Como sentiu vontade de revirar os olhos, Sasuke Uchiha quando queria era chato, arrogante e prepotente, como naquele momento – e será que dá pra deixar eu entrar logo, estou com frio e molhado.

Por um momento ela tinha se esquecido de como o Uchiha estava, quando se tocou não demorou para deixá-lo entrar enquanto ia buscar uma toalha.

Agora estava os dois sentados no tapete da sala comendo o que sua mãe havia mandado enquanto assistiam um filme qualquer, Sasuke havia tomado um banho e vestido uma muda de roupas que havia deixado na casa da Haruno uma vez.

Sakura não sabia o que falar, ela queria e não queria tocar no assunto da confissão, mas sabia que era necessário, por isso, suspirou e fitou o Uchiha, que olhava a televisão.

— Sasuke, acho que precisamos conversar.

Sasuke a fitou e suspirou, porque ele sabia que era verdade, ficaram se olhando por um tempo calados, porque nenhum dos dois sabia quem deveria começar, Sasuke limpou a garganta duas vezes e Sakura abriu e fechou a boca três vezes sem saber como começar.

— Eu sinto muito! – falaram juntos, mas depois riram.

— Você pode começar – Sasuke deu a palavra para Sakura.

— Desculpe por aquele dia, você me pegou de surpresa com tudo aquilo… – Sakura falou dando um pequeno sorriso, ela não estava pensando muito no que falar, porque ela nem sabia como fazer isso – mas você sabe, você só deve estar confuso com toda essa situação.

Lá estava aquela maldita história de confusão. Porque era tão difícil para ela entender que ele não estava nada confuso quando o assunto era ela?

— Sinto muito ter jogado aquelas coisas de uma vez, mas eu não estou confuso, eu gosto de você por muitos anos para saber sobre o que eu estou sentindo… – Sasuke suspirou, não entendia o motivo de Sakura estar tão resistente aos seus sentimentos – no início cheguei achar que era confusão porque eu passava muito tempo com você, mas com o passar do tempo, eu fui percebendo que esse sentimento era mais forte do que eu imaginava e eu os guardo há anos, então, por favor, pare de dizer que eu estou confuso ou coisas desse tipo.

E mais uma vez Sasuke deixou-a sem palavras.

— Eu não quero que você se sinta pressionada nem nada do tipo, eu só quero que você saiba que você é a pessoa que eu amo, não precisa nem corresponder meus sentimentos, eu só quero que você saiba!

Sakura mordeu o lábio inferior porque sentia seu coração se agitar, suas mãos suarem e seu estômago revirar num misto de sensações e sentimentos, fitou Sasuke intensamente e por mais que estivesse doida para beijá-lo após ouvir todas aquelas palavras, não podia.

— E a Tayuya?

— Não estamos mais juntos, não era justo com ela, porque eu não a amava.

— Sasuke, eu…

Ela não tinha palavras para falar ou expressar o que ela estava sentindo naquele momento, ela queria beijá-lo, mas não tinha coragem para tal, por isso, apenas o abraçou, jogando-se nos braços dele, como sempre sonhou em fazer.

Sasuke não pensou muito, apenas deixou tudo sair, ele tinha que soltar aqueles sentimentos e ver se podia, finalmente, segurar a mulher que amava em seus braços do jeito que queria e nunca mais soltar, por isso, quando Sakura se jogou em seus braços, ele só a agarrou e a apertou.

Contudo, ele queria mais, ele queria poder beijá-la e tocá-la, mas não o faria se ela não quisesse.

— Sakura, eu posso te beijar? – Sasuke sussurrou ainda abraçando-a fortemente.

Sakura sentiu seu rosto esquentar e, afastando-se um pouco, assentiu, dando a Sasuke a permissão que ele queria porque ela também queria ser beijada por ele.

Sasuke alisou delicadamente o rosto de Sakura, que tinha os olhos fechados e bochechas coradas apreciando seu carinho, ele não podia acreditar que finalmente estava prestes a beijá-la e que ela estava ali, totalmente entregue a ele.

Só ele sabia o quão esperou por aquele momento.

Lentamente foi aproximando seu rosto ao dela, levando seus lábios para cobrir os dela, contudo, antes que pudesse finalmente tocá-los….

Atchim! – Os espirros vieram fortes, fazendo-o desviar o rosto antes de poder, finalmente, beijá-la.

Sakura tentou, mas foi impossível não rir, Sasuke ainda segurava seu rosto com as duas mãos enquanto soltava um espirro atrás do outro, lentamente sua risada foi se tornando mais alta, levou suas mãos as mãos grandes do rapaz e apertou-as contra seu rosto enquanto se acomoda nelas.

O mundo parecia não querer que eles se beijassem, não aquele dia.

— Acho que nosso beijo vai ter que esperar… – ela riu quando Sasuke soltou um palavrão entre um espirro ou outro – Ei, eu te amo.

Ela soltou, Sasuke até tentou olhá-la e beijá-la, mas os espirros não paravam, para seu azar.

.

.

Aos trinta e um anos…

— Sem chance! – A voz de Itachi soou alta pela larga sala repleta de enfeites natalinos, com uma linda mesa decorada e cheia de comidas e bebidas, todos estavam reunidos na grande mesa para mais uma refeição de natal – Vocês demoraram mais de vinte anos para ficarem juntos, não tem nem um ano de casados e a Sakura já está grávida de cinco meses? Sem chance!

— Só eu que estou me perguntando como ela conseguiu esconder uma barriga cinco meses? – Foi Izumi que questionou enquanto alisava o próprio ventre inchado de dois meses, que era três vezes maior que o de Sakura que estava de cinco meses de gestação.

Sasuke apenas riu enquanto olhava orgulhoso para, agora, sua esposa com o ventre levemente inchado por causa da gravidez.

Muita coisa havia acontecido desde o natal de dois anos atrás quando ele finalmente se declarou para Sakura e ela correspondeu aos seus sentimentos. Naquela noite eles não fizeram nada, apenas dormiram abraçados, mas no dia seguinte avisaram as famílias que eles estavam, finalmente – segundo Itachi – juntos.

No ano seguinte já se casaram e agora, sua esposa estava carregando um bebê seu, fruto do amor dos dois.

— Vocês não estão apressados demais? – Itachi voltou a questionar porque tudo estava acontecendo em dois anos – e você – apontou para Sasuke – eu sei que te chamei de lerdo, mas não precisava exagerar.

— Não estamos indo rápido e nem exagerando, as coisas só estão acontecendo como deveriam. — Sasuke declarou ignorando o irmão.

— Falou o cara que demorou mais de vinte anos para se declarar. – Itachi sussurrou para Izumi que apenas riu e alisou a barriga.

— Antes tarde do que nunca! – A esposa completou vendo Sasuke paparicando Sakura, que apenas ria das besteiras ditas pelos familiares.

O jantar naquela noite foi repleto de alegrias e felicidades, Sasuke sentiu-se realizado e completo, assim como Sakura.

— Está cedo querido… – Mikoto falou quando Sasuke disse que estava na hora de ir para casa.

— Sakura precisa descansar, mãe, a senhora sabe.

Mikoto apenas riu e confirmou. Após se despedir de todos, rumaram para a saída da casa dos Uchiha.

— Espera aqui que vou buscar o carro. – Sasuke pediu quando chegaram à varanda.

Naquela noite nevava menos do que se lembrava, seus olhos verdes miraram o céu nublado e algo no alto de sua cabeça chamou sua atenção, um pequeno ramalhete de visco que, segundo lendas, se você beijasse a pessoa que ama sob o visco, viveriam felizes para sempre ou teria sorte eternamente, nesse momento, Sasuke retornou para ajudá-la a chegar até o carro.

Sem pensar muito, Sakura segurou o cachecol do esposo e puxou em sua direção, pressionando seus lábios sobre os dele, num beijo inesperado, não demorou para Sasuke abraçar sua cintura, puxando-a para mais perto e a beijando intensamente.

E sob o visco, eles se beijaram e desejaram que fossem felizes eternamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, uma dica para um filme natalino que amo e meio que tentei trazer uma lembrança dele a essa história foi: Amor na mesa de natal. Sou louca por esse filme e vocês vão adorar!

Até mais!



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