Rise escrita por Dorinda


Capítulo 2
The Rise of Hostility


Notas iniciais do capítulo

OI SAM!!!! Mulher, agora que a história começa e teremos a introdução do melhor personagem dessa fic, espero que você goste.
Nação fanfiqueira, espero que gostem!!



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2021

Em seu quinto ano em Hogwarts, Scorpius Malfoy tornou-se mais confiante. Já não possuía tantos receios quanto ao que os colegas poderiam falar sobre ele, o que tornou sua vida mais agradável no castelo. Em seu primeiro ano, sentiu medo de não estabelecer nenhuma amizade e secretamente duvidava que poderia sobreviver ao seu primeiro ano, os mais velhos pregavam pegadinhas e praticavam bullying com o pequeno. Era comum andar nos corredores e alguém esbarrar no garoto por pura implicância, também notava os olhares tortos dos colegas de classe, especialmente os pertencentes da Grifinória. Scorpius sofreu, tentava a todo custo esconder as lágrimas dos amigos, especialmente Albus. Tinha ciência que se confessasse aos amigos seu sofrimento, não poupariam um escândalo diante das palavras rudes dos demais alunos. 

Scorpius sorriu com a lembrança, crescer foi a melhor e a pior coisa. Amadurecer e deixar as angústias infantis de lado e notar que seu futuro não depende de ninguém além de você mesmo é maravilhoso. Contudo, largar as amarras é um processo lento e doloroso. Não que soubesse de tudo e não tivesse dúvidas sobre o futuro ou sobre si mesmo, mas olhando para trás não pôde deixar de respirar aliviado diante das pequenas mudanças. Seus pensamentos foram cortados, pela voz impetuosa de Rose Weasley: 

—  Malfoy, quer me deixar passar? 

— Onde estão seus modos, Weasley? — disse com um sorriso maroto nos lábios. O garoto estava  parado próximo à entrada da sala de História da Magia, no quinto andar. Sabia que a sua presença dificultava a circulação dos alunos. Para a infelicidade de Scorpius, a Sonserina compartilhava a aula com a Grifinória, o que significava a presença mais do que irritante de Rose Weasley. 

— Não me faça perder o meu tempo. — exclamou a ruiva. 

— Guarde seu mau-humor para sábado, Weasley. Vocês não têm uma mísera chance! — Scorpius sabia que era arriscado provocar Rose, ainda mais em se tratando de Quadribol, contudo era irresistível não o fazê-lo. A garota assumiu um semblante furioso e fez questão de esbarrar em Malfoy ao passar pela porta. A Grifinória estava em uma maré de azar, há muito não ganhava um jogo e no ano anterior ficara na lanterna do campeonato.

— Cara, não sei como ela ainda não te azarou. — disse Albus Potter se aproximando, risonho. Fez sinal para Scorpius o acompanhar, seria uma longa e tediosa aula. 

Os garotos se acomodaram mais à esquerda próximos à janela. O professor Binns iniciou seu falatório fantasmagórico sobre a revolução dos duendes do século XV e Scorpius anotava todas as informações no pergaminho, cada detalhe e datas importantes, já Albus não possuía o mesmo entusiasmo do amigo, que quase babava na carteira. 

— Al, acorda. Você precisa se esforçar em História da Magia, senão o professor Slughorn não o deixará jogar amanhã. — Malfoy dera um pequeno toque no amigo que acordou atônito, ajeitando os óculos. — Você não gostaria de dar o gostinho da vitória pro seu irmão, não é? 

Albus assentiu e buscou fazer suas anotações. Scorpius sabia que o garoto não suportaria ver James Sirius se gabando por aí que era o melhor jogador da família.

Para a alegria de Albus, a aula foi rápida e o professor Binns não os castigou com uma tarefa quilométrica para a próxima aula. Até os fantasmas estavam ansiosos para o clássico. 

Já seguindo em direção a porta da sala, Albus e Scorpius foram interceptados por uma Rose Weasley extremamente afobada. 

— Malfoy, não se esqueça da reunião dos monitores hoje. O diretor Longbottom conta com a presença de todos os monitores. — disse Rose categoricamente. 

— Não sabia que você se importava tanto comigo, Weasley. — disse Scorpius em tom zombeteiro. —  Agradeço a preocupação, mas Evenin já me alertou.  

O rosto povoado de sardinhas da ruiva adquiriu um tom vermelho, o loiro poderia jurar que havia fumaça saindo de seus ouvidos. Sorriu consigo mesmo, irritar a perfeita e esquentada Rose Weasley definitivamente se tornou o seu passatempo favorito ao longo dos anos. 

—  Eu não me importo.  — Ele notou os lábios finos e rosados proferirem, quase cuspindo as palavras. —  Só gostaria de poupar a Sonserina deste vexame, já que sábado será inevitável. 

 Rose deu-lhe as costas e seguiu sua amiga, Alice Longbottom, para os corredores. 

— Cara, vocês ainda vão se casar.  — disse Albus entre risinhos. 

— Cala a boca, Al! 

 

     ☼

 

Scorpius Malfoy sentia satisfação em pequenos atos de seu dia a dia. Adorava tomar café da manhã com Albus e o primo Hercules Nott, assistir às aulas na companhia de Marjorie era adorável, com o tempo aprendeu a ignorar os companheiros de casa da garota e não poderia deixar de contemplar a sensação revigorante da água contra a sua pele ao tomar banho.  Estávamos em setembro e o outono se empunha, contudo, mesmo a água gélida ainda lhe trazia prazer e tempo para pensar. Estava focado em decorar todos os lances que McMillan propôs ao time da Sonserina, teria que ser rápido e eficiente para evitar os artilheiros da Grifinória, que não mediriam esforços em acertar os aros de seu gol. Também relembrou da tarefa de Poções que necessitava realizar na segunda e sua cabeça deu uma leve pontada ao lembrar do relatório para a monitoria. Era algo simples, sobre o ingresso  percepções, ainda sim precisava ser feito. Droga, tinha esquecido completamente e o professor Longbottom não ficaria nada feliz com o seu atraso. Scorpius sabia que Neville era justo e o admirava pela confiança que o mesmo depositava em suas mãos. Só conseguiu uma vaga na monitoria pelos seus elogios e reconhecimento dos professores Longbottom e Slughorn. Não poderia desapontá-lo e ponderou que a melhor atitude seria assumir que não tinha o relatório em mãos. Aprendera com sua mãe que o melhor caminho era sempre ser sincero em relação as suas atitudes e emoções. 

Assim que saiu da banheira, pegou sua toalha e enrolou na cintura e seguiu para o espelho. Encarou sua imagem refletida, seu cabelo platinado estava caído de lado, o que lhe rendera uma imagem descontraída e notou pequenas bolsas debaixo dos olhos, prova do iminente cansaço. Iria descansar antes do jogo, prometeu a si mesmo. Afastou os pensamentos e se concentrou em arrumar o cabelo, penteou os fios para trás e certificou-se que não havia nenhum fio fora do lugar, pegou suas roupas limpas no gancho ao lado e vestiu. Deu mais uma olhadela no espelho para certificar-se que estava alinhado. Estava tudo certo e seguiu para o seu dormitório. 

Ao abrir a porta que dava acesso ao dormitório que dividia com Albus, Hercules, Theodore e Michael, notou um caos no quarto. Havia folhas e pergaminhos dispostos em todos os lugares, inclusive no chão e Albus estava em sua cama transtornado, com as mãos puxando seus cabelos indisciplinados. 

— O que houve, Al?

— Você notou que Alice mal conversou comigo hoje?— disse o amigo lançando um olhar ao loiro. Scorpius assentiu e disse para prosseguir. —  Ela está furiosa porque perdi nosso trabalho de Herbologia. Ela vai me fritar, Scorp! E o pai dela também. 

Scorpius gargalhou. Albus era dramático e muito desorganizado, o loiro poderia jurar que o pergaminho contendo sua tarefa estava perdida em algum lugar daquele dormitório. O Potter o encarou bravo e cessou a risada imediatamente.

 —  Arrume essa bagunça, deve estar em algum lugar por aqui. — disse Scorpius se abaixando e pegando um rolo de pergaminho próximo aos seus pés. — Aposto que se você encontrar esse pergaminho a Alice ainda pode considerar se continua ou não namorando você! 

—  Nem brinque com isso, Scorpius Malfoy! — o moreno lançou um travesseiro na direção do amigo. Scorpius foi ágil e pegou o objeto que voava em sua direção, Albus ficava furioso quando alguém sugeria que Alice poderia abandoná-lo. Albus e Alice eram o casal mais adorável de toda Hogwarts, eram fofos e muito companheiros. Ninguém ficou surpreso quando os amigos de infância assumiram o namoro no início do ano letivo, era a ordem natural dos acontecimentos. Todo mundo sabia que Alice e Albus eram feitos um para o outro e era questão de tempo até se darem conta. 

— Não está mais aqui quem falou!—  Scorpius depositou o travesseiro na cama caótica de Albus e foi até seu criado-mudo, pegou o distintivo de monitor e o posicionou no peito.  

Abriu a porta do dormitório e desceu as escadas que levavam até o luxuoso salão comunal da Sonserina. Passou rapidamente entre os estudantes e adentrou nos corredores frios das masmorras. Por sorte, sua companheira de monitoria, Evenin McFoy, não transitava pelas masmorras, estava atrasada ou adiantada, para o alívio de Scorpius. Seguiu seu caminho em silêncio até a sala adjacente ao Salão Principal, era uma caminhada e tanto, mas Scorpius não se importava. 

O som de seus crepins nos chãos de pedra eram o único som vindo dos corredores, não era tarde, porém o toque de recolher já havia soado e nenhum aluno poderia vagar pelo castelo, exceto os monitores. O garoto chegou a sala mais cedo do que imaginava, adentrou a sala e vasculhou com os olhos, havia um casal de alunos mais a frente conversando ativamente e ele. Sentiu-se sozinho e se arrependeu em não ficar no dormitório ajudando Albus a procurar seu pergaminho. Pior do que chegar atrasado era chegar muito cedo, soava como desespero ou falto do que fazer. Scorpius suspirou de decepção e consultou seu relógio de bolso, ainda faltavam três minutos. Dirigiu-se em direção ao poderoso vitral e ficou admirando um selkie capturar um bruxo com seu tridente. O garoto tentou se lembrar de qual mito se tratava aquela representação, buscou em sua memória e falhou. 

— Até hoje me pergunto por que esta cena é retratada em um vitral próximo ao Salão Principal e não nos banheiros ou mesmo no Salão Comunal da Sonserina.  — Scorpius saiu de transe graças a aproximação do professor Longbottom. — Aliás, boa noite, Scorpius. 

— Boa noite, professor. 

— Está adiantado. — disse o mais velho consultando seu relógio. — Assim como eu. Como está Astoria? 

— Está bem, esta semana vai se apresentar no País de Gales. — respondeu o loiro, relembrando a última carta da mãe. 

— Mande lembranças à ela. — O professor Longbottom proferiu docemente dando-lhe palmadinhas no ombro. — Já vamos começar. 

Neville Longbottom se virou diante do pequeno grupo que se formara na sala. Scorpius não notou a chegada dos colegas, não era por menos, adorava conversar com o diretor. O diretor pediu para que formassem uma roda onde ele estaria no centro e o loiro seguiu os passos dos colegas sonserinos e colocou-se ao lado de Evenin. 

— Boa noite a todos. Agradeço a presença de todos e peço desculpas pela reunião tão tardia. —  disse Longbottom nos olhos dos monitores. — Gostaria de parabenizar os novos monitores, sejam bem vindos, conto com a dedicação de vocês para manter ordem no castelo. Sem mais delongas, começaremos o sorteio das duplas de ronda. Como todos estão cientes, existem rondas no castelo após o horário de recolhimento. É de suma importância a atenção dos monitores em vigiar e notar qualquer movimentação nas sombras da noite. Vamos começar! 

Neville seguiu para a mesa mais ao fundo, pediu para que o seguissem e pegou um pequeno caldeirão e um pedaço de pergaminho, dividiu o papel em vinte e quatro pedaços e solicitou que os monitores escrevessem e depositassem seu nome no pequeno caldeirão. Todos fizeram conforme o solicitado e depositaram o pergaminho no caldeirão. O diretor pegou o objeto e ateou fogo, uma chama azul vivo crepitava em seu pequeno interior. 

— O intuito do sorteio é criar um grupo heterogêneo e que possibilite o desenvolvimento de trabalho em grupo. — disse sorrindo. 

Em segundos, a chama se apagou e ele retirou o primeiro pergaminho. Olhou atentamente e deu um sorriso. 

— Rose Weasley! 

A garota deu um passo à frente e aguardou o sorteio de seu par. Neville Longbottom pescou outro pergaminho e nomeou sua dupla:

— Scorpius Malfoy! Temos nossa primeira dupla. — disse com olhar de atenção. 

 ☼

 

Rose Weasley tinha certeza que os astros e o universo em si a odiavam. Ou era uma grande azarada. Preferia acreditar na segunda hipótese. Olhou para o diretor Longbottom, não era possível que ele permitiria isso, o mesmo já reclamou várias vezes para Scorpius e Rose pararem de rebater um ao outro, em aula. Contudo ficou desapontada, pois sua feição era tranquila. Mal conseguiu se concentrar no sorteio que se seguia, sua cabeça doía à medida que se imaginava vagando pelo castelo na companhia do Malfoy. Céus, o loiro sabia ser irritante com aquele ar confiante e a tagarelice que envolvia a todos, até mesmo Dominque, que não era nada dada a interagir com muitas pessoas. Ainda tinha Albus que o seguia para todos os cantos do castelo, era difícil encontrar um dos meninos sozinhos. Parecia que em todas as atividades, Albus sempre incluía o loiro consigo. 

Eram uma dupla inseparável. Suspirou cansada, sabia que as chances de uma troca eram muito pequenas e buscou Malfoy com os olhos. Estava mais afastado e ela estava quase no centro do grupo, suas posições favoreciam contato visual e para seu desespero Malfoy notou seu olhar, que lhe rendeu uma piscadela. Sempre uma piscadela, era um hábito desde seu primeiro contato visual na Estação de King's Cross, não pôde evitar e revirou os olhos. 

— Muito bem, com todas as duplas devidamente formadas, já podemos dar início às rondas. Os monitores-chefe irão orientá-los quanto às rotas. Boa noite a todos! —  sentenciou Longbottom suavemente e imediatamente deu um passo ao lado, dando espaço para o casal de monitores, Molly Weasley II e James Goldstein.

— Boa noite a todos, seremos breve — disse Molly olhando o grupo ao redor. — Os monitores do quinto ano ficarão responsáveis pelos corredores próximos aos Salões Comunais, do sexto ano ficarão com as escadarias e do sétimo ano com as regiões mais afastadas. Alguma dúvida? 

Todos negaram com a cabeça e a garota continuou: 

— Phoebe e Thomas, vocês ficarão com a Grifinória. Evenin e John ficarão com a Corvinal. Rose e Scorpius com a Lufa-Lufa, Christopher e Pandora ficarão com a Sonserina.

Um pequeno cochicho começou e as duplas se aproximaram, Rose notou que Scorpius caminhava em sua direção, com um sorriso travesso nos lábios. Suspirou fundo, não permitiria que o loiro a afetasse. 

— Boa noite, Weasley! Acredito que temos um trabalho a fazer. — disse o loiro ao seu lado e percebeu que os demais deixavam a sala. — Vamos!

Rezou para todos os astros e pediu a Morgana que lhe desse paciência para aturar as piadinhas e indiretas do Malfoy, que já estava no batente da porta. 

— Vamos, Weasley! Ou você vai ficar petrificada?

Rose suplicou novamente, balançou a cabeça negativamente e seguiu o sonserino.  Após passarem pelo batente, Rose e Scorpius seguiram para o Salão Principal. Estava muito escuro, as luzes dos candelabros mal iluminavam a figura à sua frente. Rose levou suas mãos ao bolso de sua veste e sacou a varinha. 

— Lumos! — sentenciou, uma pequena luz amarelada surgiu da ponta de sua varinha melhorando sua visão. Deu alguns passos à frente enquanto Scorpius estava estático na porta do Salão Principal. 

— Weasley, você sabe como chegar ao Salão da Lufa-Lufa?

Rose se virou e o encarou, um sorriso triunfante roçou em seus lábios. Tinha ciência que Scorpius odiava não saber sobre algo e ela sim. Anos de disputas em sala de aula pelo título de melhor aluno da sala, lhe deram alguns conhecimentos sobre ele.

— É claro. 

Scorpius balançou a cabeça, a garota notou seus lábios se mexendo como se estivesse praguejando baixo. Ignorou. Em segundos, Scorpius estava caminhando ao seu lado e com a varinha em punho. 

— Para que lado? 

— Seguiremos reto, ao final deste corredor tem uma estátua de um elfo doméstico, está vendo? Logo ali à frente? — a ruiva apontou a mão que empunhava a varinha para frente, o garoto assentiu  — Atrás dela há uma escadaria que dá acesso ao subsolo, a cozinha está localizada logo abaixo do Salão Principal e a Lufa-Lufa se encontra próxima à cozinha. Isso eu acredito que você saiba. 

Scorpius revirou os olhos e caminhou mais rápido, dificultando que Rose o acompanhasse. Ela poderia praguejar, mas ficou satisfeita em irritar Scorpius. 

Os dois seguiram em silêncio, para a surpresa de ambos, até o final do corredor. Malfoy aguardou a Weasley o alcançar, afinal a ronda era com conjunto, e desceram o lance de escadas. Eram muitos degraus e os dois desceram em alta velocidade. Rose engoliu em seco e limpou as pequenas gotículas de suor na testa, Scorpius fez o mesmo. 

Andaram mais um pouco e adentraram os corredores. Não havia ninguém circulando, apenas os corredores escuros, cheios de barris, alguns bancos e  as luzes das varinhas. Rose olhou para Scorpius buscando alguma sugestão em seu rosto, mas não o teve. Suas feições sérias. 

— Devido a escuridão, acho melhor nos mantermos juntos. — disse a Weasley. 

— Tem medo de escuro, Weasley? — o loiro desviou o olhar do corredor e mirou Rose. Um ar zombeteiro surgiu em seu rosto. 

— É claro que não, Malfoy! — Rose sentiu suas orelhas queimarem. — Os corredores são mal iluminados aqui e você, aparentemente, não conhece essa região do castelo. É mais fácil se perder!

Enquanto Scorpius formulava uma resposta a altura, a dupla ouviu sons mais ao fundo. Não eram passos, ou vozes, era algo eletrônico. Sons agudos e irritantes. 

— Você ouviu? — disse o loiro. 

— Sim, o som vem daquela direção. — respondeu Rose, apontando para os bancos mais ao fundo. 

Rose e Scorpius seguiram com cautela, baixaram as varinhas, para que as luzes não assustassem o ser ou seja lá o que era.  Seus passos eram seguros e quase silenciosos. 

Assim que se aproximaram do banco, constaram um garoto loiro, com as vestes da Lufa-Lufa, sentado sozinho ali. Era um aluno do primeiro ano e possuía um aparelho, que estava à beira de um colapso nas mãos. Parecia decepcionado e desnorteado. Rose deu um passo à frente e sua varinha iluminou o rosto do garoto. 

— Olá! 

O garoto se assustou e logo tratou de esconder o aparelho nas vestes. Não obteve sucesso, já que o som do aparelho era perceptível. 

— O que faz aqui nos corredores após o toque de recolher? — disse Rose com a voz mais amável possível. Era um primeironista, era comum se atrapalharem com os horários. 

— Estava tentando usar meu celular, mas ele está maluco! - disse atônito, com o barulho ensurdecedor nas vestes. Ele fitou Rose. Era loiro, de olhos muito azuis e também era pequeno.

Scorpius estava próximo e se sentou ao lado do garoto, abaixou a varinha. Não era uma ameaça e tão pouco era um perigo iminente. Era apenas um garoto confuso e possivelmente nascido-trouxa que estava se adaptando ao castelo. 

— Você poderia emprestar seu celular para mim? — disse Scorpius estendendo a mão. — Sou Scorpius Malfoy, a propósito. Monitor da Sonserina. E você, quem é? 

O garoto arregalou os olhos e afundou ainda mais o celular nas vestes. Scorpius deu uma risadinha, abaixou a mão e disse:

— Você não está em apuros. Só queremos te ajudar. Seria melhor sem essa barulheira, poderia desligar seu aparelho?

O garoto o olhou avaliativo e depois para Rose, que fez um sinal afirmativo com a cabeça. Rose pode ler  seu cérebro processando se deveria ou não acatar a sugestão do loiro. Por fim, levou a mão às vestes e apertou o botão desligar ao lado da tela do aparelho, dando fim ao barulho irritante. 

— Está com saudades de casa, querido? Estava tentando falar com seus pais? — indagou Rose em tom de leveza. 

O garoto não respondeu e abaixou a cabeça, evitando o olhar de Rose. 

 — Você sabe que aparelhos trouxas não funcionam em Hogwarts, não sabe? — perguntou Scorpius. Seu olhar estava atento ao menino. 

Ele ergueu os olhos e fez sinal negativo. Scorpius suspirou. 

— Qual o seu nome? 

— Jeremy Spore. — respondeu sem graça. 

— Jeremy, posso chamá-lo assim? — disse Rose, capturando sua atenção e fazendo sinal afirmativo — Aparelhos de origem trouxa como celular e televisão não funcionam no castelo. Há magias anti-trouxas aqui, por isso seu celular estava em pane. 

— Por quê? 

— Bem, é uma política antiga. Não tenho certeza do porquê.— respondeu Rose atônita. 

— Existiram bruxos que acreditavam que modos trouxas não deveriam ser incorporados  pelos bruxos. Por muito tempo, a maior parte dos bruxos aceitou e ainda aceitam esses ideais.  — explicou Scorpius calmamente. Rose acompanhou tudo atentamente e ficou surpresa na escolha delicada de palavras. 

— Então quer dizer que não posso assistir nenhum filme da saga Star Wars e nem animes? — perguntou o garoto olhando tanto para Scorpius quanto para Rose. — Me disseram que a magia facilitava a vida dos bruxos! 

Rose deu uma gargalhada, seguida por Scorpius. A indignação do garoto era genuína e bem relevante e ao mesmo tempo engraçada.  

— Infelizmente não. Sabe, ‘tô começando a gostar de você…… me diga, qual a melhor trilogia de Star Wars? —  indagou Scorpius assim que se recompôs. 

— A nova, é claro. — respondeu Jeremy alegre. 

— Tá vendo, Weasley? 

— Ah, por Merlin. Parem vocês dois. — afirmou Rose. — Jeremy, você sabe como retornar ao seu Salão Comunal?

O garoto balançou a cabeça em sinal afirmativo. Rose lhe instruiu a voltar e descansar, o próximo dia seria bastante intenso e havia muito de Hogwarts para ele conhecer. 

— Qual será a minha detenção?  — perguntou Jeremy assim que se levantou. 

— Oh, você não receberá nenhuma. — disse Scorpius se levantando e olhando para Rose que concordou — Mas que isso não se repita. 

O garoto assentiu e seguiu seu caminho entre as sombras. Rose e Scorpius sorriram diante da ingenuidade do garoto. 

— Sabe, ele tem razão… A magia deveria facilitar as nossas vidas. — disse Rose pensativa. 

Scorpius concordou e consultou seu relógio de bolso. 

— Temos que voltar para os nossos Salões, a ronda acabou. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!! Até o próximo



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