Don't You escrita por violet hood


Capítulo 1
U: don't you say you've missed me


Notas iniciais do capítulo

SARAAAAH
Menina imagina o choque quanto te tirei de novo!! Escrevi essa fanfic muito feliz (apesar da fanfic não ser feliz, desculpa) pensando em você ♥ ficamos mais próximas desde o primeiro amigo secreto que escrevi Only Seventeen, então fico muito feliz em te presentear com outra fanfic! Dessa vez betada (amém trice), mas assim como no último amigo secreto, ela foi finalizada nos últimos minutos
Quando vi que tinha tirado Don't You, eu não queria escrever Scorose. Primeiro porque escrevi já nos dois amigos secretos e segundo que não gosto de fazer meus filhos sofrerem! Pensei em Drastoria com essa música, mas quando você preencheu o papelzinho não tinha essa opção, então teve que ficar para wolfstar. Gay não pode ser feliz mesmo pelo visto kkkk
Pensei nessa fanfic antes do Pride, mas acabei escrevendo Champagne Problems primeiro em agosto e notei como os dois plots se encaixavam, então essa é uma continuação, mas também funciona como fic solo. Recentemente fiz uma versão original de CP e mandei pra uma trabalho da faculdade, então deletei até minha nota sair (para a professora não colocar no google e encontrar a fanfic kkkk). Vou reviver ela brevemente amanha, mas caso você esteja lendo essa fanfic e queira ler CP e ela não está no meu perfil, pode me mandar uma mensagem com seu e-mail e eu envio!

E é isso!! Espero que vocês gostem, principalmente você sarah ♥



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Don't you say you've missed me if you don't want me again

Remus Lupin amava ser professor universitário, gostava de conversar com os alunos e também do desafio de fazer até as turmas mais quietas mostrarem interesse em suas aulas. Porém, quando chegava o fim do ano, Remus quase desejava ter escolhido seguir outra carreira. Enquanto os alunos terminavam as provas e descansavam no feriado, Remus tinha que correr parar corrigir tudo no prazo e dar um presente bom, ou não, para os seus alunos no Natal.

Ele sempre optava por corrigir trabalhos na universidade ou em alguma cafeteria próxima. Remus havia aprendido que era impossível fazer qualquer trabalho com um filho de dois anos em casa, por mais que sentisse falta de passar tempo com Teddy, ele sabia que não conseguiria fazer nada com uma criança sempre demandando a sua atenção.

Remus entrou na fila da cafeteria, tentando equilibrar todas as pastas cheias de papéis em seu braço direto. Olhou em volta, o local não estava tão cheio, graças ao fim do ano, a maioria dos estudantes não estava mais no campus. Entretanto, ainda assim, não tinham muitas mesas desocupadas e a fila estava razoavelmente grande. Remus torcia para que tivesse algum lugar disponível quando chegasse a sua vez de pedir.

Estava distraído observando as mesas, que quase derrubou as suas coisas ao ouvir uma voz próxima dele.

— A reunião ocorreu bem, mas ainda preciso passar no escritório antes de ir para casa.

O homem não estava falando com Remus, conversava com alguém pelo celular. Contudo, ele reconhecia aquela voz, uma voz que não ouvia há quase nove anos. Nunca imaginou que fosse reconhecer tão rápido quando a ouvisse de novo. E, para falar a verdade, Remus nunca esperou reencontrar Sirius Black.

Eles namoraram por onze anos e, quando Remus o pediu em casamento, Sirius sumiu sem dar explicação, como se todo o tempo que passaram juntos não tivesse significado nada. Depois de tantos anos, Remus ainda não entendia o motivo de Sirius ter feito aquilo com ele e demorou muito para que ele conseguisse começar um novo relacionamento. Agora Remus estava casado e feliz, não pensava no ex-namorado há muito tempo. Então por que Sirius tinha que reaparecer logo agora em sua vida? Depois de tantos anos que Remus procurou por ele e implorou para que conversassem de novo.

A melhor opção que tinha era sair daquele lugar o mais rápido possível e fingir que nada aconteceu. Contudo, Remus não conseguia se mover, sentia os seus pés presos no chão. Sabia que precisava ir embora antes que Sirius o notasse, mas era difícil desviar os olhos do ex-namorado. Já havia pensado em como Sirius estaria no futuro, como ele envelheceria. Porém, o homem parado na sua frente, tinha o mesmo rosto de anos atrás, a única diferença era que agora tinha barba.

Chegava a ser torturante ver que nada havia mudado nele, talvez se Remus fechasse os olhos e respirasse fundo, quando os abrisse ele poderia fingir que aquele Sirius ainda era o seu Sirius.

Aquele pensamento fez com que Remus quisesse bater a cabeça contra a parede. O que estava fazendo pensando no Sirius do passado? O homem na sua frente não era tão diferente do homem que foi embora sem dar uma explicação, sem nunca ter dito o que Remus havia feito de errado.

Estava prestes a forçar os seus pés para fora da cafeteria, quando os olhos de Sirius finalmente encontraram os seus. Remus estava tão distraído com os seus pensamentos que nem ao menos havia notado que a ligação de Sirius tinha acabado. Talvez, ele tivesse sentido o olhar de Remus nele e agora o encarava como se estivesse vendo um fantasma. Remus imaginou que tinha feito aquela mesma expressão quando viu Sirius.

Todavia, diferente de Remus, Sirius não demorou muito para recuperar a compostura.

— Remus? — Chamou ainda surpreso. — Quanto tempo.

Remus queria rir. Parecia mais que os dois eram colegas da faculdade do que ex-namorados. O que ele esperava que Remus dissesse?

“Sim, quanto tempo. Da última vez que eu te vi foi quanto eu te pedi em casamento e você fugiu.”

— Sim. Quanto tempo — disse por fim, sem saber o que mais poderia dizer.

Eles ficaram em silêncio por um momento. Sirius sorriu sem graça, Remus sabia que aquela situação deveria ser igualmente estranha para ele. O que deveriam fazer? Tentar puxar algum assunto até chegar a vez de pedir ou manter um silêncio desconfortável?

Remus realmente não sabia como continuar aquela conversa, Sirius sempre foi melhor que ele em puxar assunto. Se não fosse por Sirius perguntando sobre as anotações de Remus na aula de filosofia que fizeram juntos, eles nunca teriam conversado.

— Você ainda está trabalhando como professor? — indagou Sirius, a pergunta parecia quase uma afirmação, talvez porque Sirius soubesse mais do que ninguém que ser professor sempre foi o sonho de Remus e só estava tentando encontrar algo para conversarem.

— Sim — confirmou. — Estou dando aulas na universidade aqui que perto.

Sirius sorriu de leve.

— Você é um professor universitário agora.

— E você? — perguntou Remus. — O que está fazendo por aqui?

Remus frequentava aquele café há anos e nunca tinha visto Sirius ali antes. Será que era só por que nunca estavam lá no mesmo horário? Quem sabe Sirius estivesse por perto todo esse tempo, frequentando os mesmos lugares que ele.

— Estou trabalhando na empresa dos meus pais — explicou. — Estava em uma reunião aqui perto com um cliente.

Sirius não estava tão próximo quanto Remus esperava, não sabia se deveria se sentir aliviado ou decepcionado com essa informação. Também não sabia nada sobre o trabalho de Sirius, nunca soube muito sobre os pais dele, lembrava de como Sirius se esquivava do assunto sempre que Remus perguntava. No fim, parte dele temia perguntar demais e fazer com que Sirius ficasse desconfortável.

Era estranho que em onze anos de namoro Sirius conhecia todos os seus sonhos e objetivos, enquanto Remus sentia que sabia tão pouco dele. O Sirius que ele conhecia era músico, ele gostava de compor e produzir música para outros cantores. Remus ainda se lembrava dos momentos que a inspiração surgia e Sirius começava a compor na frente dele nos mais diversos momentos: enquanto lavavam louça, jantavam, assistiam a um filme.

Entretanto, o homem que encarava Remus agora, usando um terno caro e com o cabelo arrumado, não parecia nada com o músico apaixonado que Remus conheceu. Notou que apesar das semelhanças físicas, aquele Sirius estava longe de ser o Sirius do seu passado.

Remus podia não ter mudado muito ao longo dos anos. Porém, em contrapartida, Sirius Black era um completo estranho.

A fila tinha andado e agora só existia uma pessoa entre Sirius e o caixa.

Sirius encarou o caixa e depois voltou a encarar Remus.

— Que tal eu te pagar um café? — perguntou, Remus conseguia ver que, apesar de parecer confiante, Sirius estava nervoso. — Se não estiver muito ocupado, é claro.

Sirius encarou as pastas cheias de papéis no braço de Remus, imaginado o motivo dele estar ali.

Remus queria dizer não, ele tinha um bom motivo para isso — muitas provas para corrigir —, contudo parte dele sentiu que aquela seria a última vez que veria Sirius Black.

E talvez essa era a sua última chance de descobrir mais sobre o homem que o havia abandonado e, quem sabe, fechar de vez aquela história. Assim, no fim, acabou aceitando.

***

Os dois se sentaram frente a frente, em uma mesa no fundo da cafeteria. Sirius com um americano e Remus com um latte. Remus quase quis comentar que os dois ainda pediam a mesma coisa, mesmo depois de todos esses anos. Mas ele não sabia se seria uma boa ideia comentar o passado em voz alta.

Colocou as suas pastas de lado, como se não tivesse entrado no café justamente para corrigir as provas. Não sabia muito bem como encarar Sirius, era diferente agora que estavam sentados na mesma mesa com o propósito de conversarem.

Tomou um gole do café e logo sentiu que havia queimado a língua, estava tão distraído com a situação, que esqueceu que estava bebendo um café quente. Pelo menos Sirius não parecia ter notado a careta de Remus. Ele estava ocupado encarando a própria bebida. De primeira foi isso que Remus pensou, mas, ao analisar melhor, percebeu que Sirius estava encarando algo mais a frente na mesa.

Ficou confuso, até olhar para as mãos segurando o copo de café e notar que Sirius deveria estar encarando a aliança em seu dedo. Será que ele não sabia que Remus estava casado? Sabia que os amigos que tinham em comum quando namorava, também haviam perdido o contato com Sirius, no entanto, sempre pensou que James teria arranjado um jeito de contar.

O olhar de Sirius na aliança de Remus era estranha, ele usava aquele anel todo dia, até mesmo esquecia que ele estava ali, porém, naquele momento, a aliança parecia estranhamente pesada. Sem perceber, Remus a tocou, o que fez com que Sirius notasse o que estava fazendo.

— Você está casado — comentou Sirius, ele não parecia surpreso.

— Sim, tem alguns anos.

Ele queria tirar as mãos de cima da mesa e escondê-las para longe do olhar frio de Sirius. Porém, conteve-se, não queria mostrar que estava incomodado.

— Tenho um filho também, ele tem dois anos — acrescentou.

Sirius pareceu surpreso com essa notícia.

— Pensei que não quisesse ter filhos — comentou.

Era verdade que tanto ele quanto Sirius não tinham planos de serem pais, eles discordavam em muito coisa, mas nisso sempre concordavam. Os dois adoravam crianças e adoravam brincar com os filhos dos amigos, porém não sentiam a vontade em ter os próprios filhos.

— Não queria — concordou. — Mas minha esposa queria muito filhos e, no fim, aceitei. E o Ted é incrível, não me arrependo — Remus não conseguia segurar o sorriso ao falar do filho. — Você quer ver uma foto?

Remus logo se arrependeu de perguntar. Parecia estranho mostrar uma foto do filho para o ex-namorado. Sirius era algo do passado, enquanto Ted era o seu presente e futuro.

— Claro — respondeu Sirius, mas ele não parecia ter tanta certeza.

Não tendo muita escolha, Remus tirou o celular do bolso e procurou por uma foto. As últimas que tinha tirado do filho, a esposa estava junto e Remus pensou que aquilo já era um pouco demais. Sorriu vitorioso ao achar uma do filho sozinho.

Entregou o celular para Sirius, sentindo-se nervoso. Não sabia o que esperar que o seu ex dissesse sobre o seu filho.

— Ele parece com você — falou Sirius com um sorriso no rosto que parecia ser sincero.

Ele devolveu o celular e Remus o guardou.

— E você? — perguntou nervoso, era claro que estava curioso para saber se Sirius estava namorando outra pessoa, quem sabe até mesmo estivesse casado.

— Ainda não quero ter filhos.

Remus ficou confuso até entender que não tinha especificado a pergunta.

— Não foi isso... — começou, mas foi interrompido pela risada de Sirius.

— Eu entendi — disse. O sorriso dele diminuiu ao responder à pergunta. — Estou noivo. É recente, fiquei noivo ontem.

Remus abriu a boca para dizer algo. Deveria dizer um “parabéns”, mas não podia negar que era estranho imaginar Sirius noivo de alguém, depois de onze anos de namoro ele não quis aceitar o pedido de Remus. A primeira coisa que pensou era que talvez Sirius nunca tivesse o amado o quanto ele o amou.

Sabia que não deveria pensar assim, o relacionamento dos dois era passado. Remus não queria ter filhos e agora tinha um filho, quem sabe Sirius só tivesse mudado de ideia sobre casamento. E Remus nunca foi a pessoa certa para fazer isso acontecer.

— Não precisa dizer nada — falou Sirius. — Não é exatamente um casamento como o seu — explicou, deixando Remus confuso. — É só o que os meus pais querem.

Remus nunca soube nada sobre os pais de Sirius, só da relação ruim. Não imaginou que eles seriam pessoas que fariam o filho se casar por interesse. Os dois realmente pertenciam a mundos opostos.

Sirius pareceu notar que Remus não sabia o que dizer.

— Remus — chamou devagar, como se estivesse se preparando para falar algo. — Eu pensei em te procurar antes, mas sempre desisti — contou. — Eu te devo um pedido de desculpas.

Remus não imaginava escutar isso de Sirius. Depois de todo aqueles anos, Remus estava ouvindo agora o que sempre quis ouvir e ele não sabia como reagir, por mais que tivesse passado anos pensando e repensando tudo que poderia falar caso se reencontrassem.

Ele queria poder odiar Sirius, mas nunca foi capaz de transformar a mágoa que sentiu em algo que chegasse perto ao ódio.

Vendo que Remus não iria dizer nada, Sirius continuou:

— Quando eu estava com você realmente quis que ficássemos juntos para sempre. E por um tempo eu acreditei que pudesse deixar o meu sobrenome de lado —contou. Remus imaginou que ele também tinha passado anos pensando e repensando no que falar. Sirius suspirou: — Mas no fim fui um covarde e voltei quando os meus pais me acharam. E até hoje eu ainda sou um covarde, você sempre mereceu algo melhor, Remus — Sirius forçou um sorriso — Estou feliz por você ter uma família agora.

— Eu... — Remus ainda não conseguia encontrar as palavras certas, depois de todos esses anos finalmente poderia fechar aquele capítulo da sua vida.

Era a chance de Remus de finalmente deixar Sirius ir. Tudo que ele sempre quis, mas por que era tão difícil?

— Eu senti a sua falta, Remus — disse Sirius, antes que ele pudesse falar alguma coisa.

E aquilo era algo que Remus não precisava ouvir. Ele se controlou antes que pudesse soltar um “eu também”. Remus não sentia falta de Sirius, ele não pensava no ex-namorado há tempos. Não entendia o porquê de parecer tão sincero dizer que também sentia falta de Sirius.

Remus não sabia se aguentaria ficar mais tempo naquele lugar, o ambiente parecia cada vez mais apertado. E ele já não tinha certeza se havia sido uma boa ideia sentar-se na mesma mesa que Sirius.

— Tenho que ir — anunciou recolhendo as suas coisas.

— Tudo bem — disse Sirius observando Remus. — Não deveria ter tomado tanto o seu tempo.

— Não tem problema — assegurou Remus, enquanto se levantava. Decidiu deixar o café para trás, tinha certeza de que já estava frio. — Foi bom te ver.

Não tinha tanta certeza assim da última afirmação.

— Sim — concordou Sirius, parecia mais sincero que ele. — Talvez a gente possa... — Sirius se interrompeu, pensando melhor na frase. — Podemos ser amigos?

— Sim, claro — respondeu rápido querendo finalizar a conversa.

Porém, Remus sabia que ele e Sirius jamais poderiam ser amigos. Principalmente quando ele desejava mais do que tudo nunca mais reencontrar o ex-namorado.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo angst!!
Aceito comentários até se for para me xingar ;)
Beijos



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