Esta é a história de Jonas Jordão, conhecido por seus amigos como Jojo, um garoto de 16 anos do ensino médio, com 1,85 de altura e 95kg de músculos. Realmente era um garoto grande para idade, mas o rosto sem pelos e o cabelo longo, preto e liso davam-no um ar jovem. Seu uniforme escolar ficava escondido sob uma camisa vermelha xadrez de manga curta aberta com ombreiras douradas como de um almirante e um brasão de escudo no lado esquerdo do peito. Sua calça jeans preta tinha três correntes em arco no lado direito e usava coturnos.

A boa aparência o fazia ter sucesso com as garotas, mesmo sendo tímido próximo a elas. Tirando todos os seus amigos homens, só tinha uma amiga: Nathalia.

Nathalia era uma funkeira clássica: shortinho, juliet, cabelo trançado que combinava com sua pele negra clara. Nathalia e Jojo eram quase irmãos, faziam de tudo juntos, inclusive ir para a escola.

Em um desses dias, indo para escola, a rua estava em obras:

—Ei, o que é que tá acontecendo? - Indagou Nathalia, com seu temperamento explosivo.

—Olá, garotos. Aparentemente um cano estourou. Essa rua está fechada.

—A gente tem que ir pra escola!

—Sinto muito, garotos. Podem seguir pela rua de baixo.

Bufando pela inconveniência, Natalia se direcionou para rota sugerida, enquanto Jojo a acompanhou.

—Detesto a rua de baixo - reclamou Nathalia.

—Por que?

—Tem um cachorro enorme que o dono teima de não por na coleira.

—Podemos seguir pelo terreno vazio que dá do outro lado da quadra.

—É mas com meu chinelo vai ser perigoso eu me cortar em algo.

—É só eu ir andando com meu coturno e você nas minhas costas.

—Pior. - Disse concordando.

Jojo encostou no muro de tijolos para pular por cima.

—Cuidado, jojo. Tem caco de vidro no mudo.

—Tudo bem. Não vou me cortar fundo não.

Quando jojo fez força para subir, seu dedo relou em um caco, não de vidro, mas de um metal preto ou dourado.

A mão de jojo abriu um corte enorme que explodiu em sangue.

—JOJO! 

Jojo caiu gritando de costas no chão segurando sua mão com um corte grande demais para qualquer caco normal ter feito.

—Meu deus, jojo! O que aconteceu? Como você cortou a mão assim?

—Eu não sei! 

Jojo foi gritando cada vez menos até começar a apenas respirar pesado, quando notou que a dor ia passando e a ferida se fechava.

—Minha mão... tá melhorando!

—Como???

—Eu também não sei. É bizarro.

A mão de Jojo se recuperou completamente.

—Espera. Eu cortei minha mão mesmo?

—Sim, você tá até sujo de sangue ainda. Olha, tem sangue chão também.

—Isso não faz sentido.

Enquanto ainda confusos, um carro virou a esquina abruptamente, levantando poeira e fumaça, e seguiu em direção aos dois o que os fez gritarem de susto achando que seriam atropelados.

O carro parou a poucos centímetros dos dois. O motor foi desligado. Saiu do carro um homem de terno, sobretudo preto, luvas brancas e um chapéu fedora aba larga com uma pena roxa gigante.

O primeiro instinto dos dois foi fugir.

—Não! - Gritou o figura que desceu do carro.

Jojo pulou o muro, dessa vez sem problemas.

—Você tá maluco? - exclamou Nathalia do outro lado do muro. - E se aquela parada rolar de novo?

—Eu estou bem! Minha mão melhorou! Vem logo!

Nathalia confiou em Jojo, mas a parada rolou de novo. Nathalia triscou a mão na peça de metal mas algo mais intenso ainda aconteceu. Uma explosão.

—TAPEGA MENÓ! - Gritou Nathalia que apenas se assustou, mas a explosão não a feriu. Ao contrario de Jojo que foi arremessado e do muro que foi destruído, jogando vários destroços em direção ao homem misterioso.

—Meu Deus, Jojo! - Nathalia saiu correndo em direção ao amigo que estava caído em meio ao mato. Ao chegar, viu dois braços levemente transparentes em posição defensiva como se protegesse o corpo de Jojo. Logo sumiram.

Não se deixou pensar sobre pois o amigo estava machucado.

—O que foi isso? - Perguntou Jojo.

—Eu também não sei!

—Você se machucou?

—Não. Pior que não.

—Que bom. - Jojo começou a se levantar com muito esforço.

—Você tá bem? Não quebrou nada? 

—Não, não. To tranquilo.

O homem misterioso estava se levantando:

—Pelo amor de Deus! Me escutem!

—O que aquele cara quer? - Questionou Nathalia. - Será que foi ele que fez isso?

—Não, ele também se machucou.

—Meninos por favor me escutem. - O homem tirou o chapéu.

—Meu nome é Arnaldo Alves Sobrinho, sou da equipe de pesquisa e busca em campo da Fundação Speedwagon Internacional. 

—Fundação Speedwagon? - Perguntou Jojo. - Já ouvi falar. É uma fundação de pesquisa em ciência, tecnologia e artefatos mágicos.

—Artefatos mágicos? - Estranhou Nathalia.

—Não necessariamente - interrompeu Arnaldo. - É complicado explicar em tão pouco tempo, mas resumindo, por aqui tem um desses "artefatos" e parece que os dois interagiram com ele.

—O que? - Perguntaram em uníssono.

— Exatamente. A Flecha em que tocaram pode dar habilidades especiais a quem sobreviver ao seu teste.

—Sobreviver?

—Sim. No caso já era para estarem mortos. Mas como não estão, acredito que já tenham desenvolvido seus stands.

—Sta... pera ae! Tu tá drogado? - Indignou Nathalia. Isso é alguma pegadinha?

—Calma Nathalia, ele pode nos dar respostas pro que aconteceu hoje.

—Calma nada, esse maluco aparece e quer falar um monte de merda.

—Não vamos nos estressar, senhorita. Nada de histeria.

—TA ME CHAMANDO DE HISTÉRICA?

Nathalia desferiu um único soco em direção a Arnaldo, que desviou se jogando no chão como se aquele soco fosse de um caminhão em sua direção.

Do braço de Nathalia, surgiu um braço espectral, semelhante ao de Jojo mas quase completamente nítido, parecendo até ser sólido. Nathalia percebeu e assustou, mas quando se deu por conta já tinha atingido o carro, que explodiu em uma enorme bola de fogo.

Arnaldo e Jojo foram arremessado, mas Nathalia novamente não se feriu.

—Meu Deus, eu que fiz isso?

—Acho que sim. - Disse Jojo se levantando.

—Como eu disse, esse é seu Stand. Ele é seu espirito de batalha e reflete seu interior. Você é uma jovem espirituosa e com gênio forte, por isso, se me permite, vou nomear seu Stand de「Novinha Terrorista」!

—Tio, foi mal pelo seu carro, de verdade, eu não sabia que ia estourar tudo!

—Não se preocupe, é da fundação. Vou explicar que achei a flecha e isso sempre causa problemas.

—Mas, você a achou?

—Ainda não, mas pelo jeito, está em algum desses tijolos junto aos cacos de vidro.

—Eu ajudo a procurar. - Prontificou Jojo.

—Jojo! Você não conhece ele! Vai querer ajudar esse esquisitão mesmo?

—Sim, e se eu fosse você ajudaria também, já que ele nos explicou o que está acontecendo e não ficou irado de você ter destruído o carro.

Nathalia, com seu orgulho ferido, acompanhou Jojo e Arnaldo ao olhar tijolo por tijolo da então destruída parede em busca da tal flecha.

—Jojo, e o seu stand?

—Como assim?

—Você sobreviveu a flecha, não ganhou habilidades especiais também?

—Acho que não. Não sei.

—O stand depende da força do espirito de combate do usuário. - Interrompeu Arnaldo. - Nathalia é uma garota agitada, pra frente, impetuosa, por isso seu stand não demorou nada para aparecer e mostrar do que é capaz. Jojo por outro lado parece ser um rapaz mais tímido e inibido, por isso seu stand tende a se esconder e sair apenas para protege-lo. 

—Tipo um stand defensivo? - Questionou Nathalia.

—Não, não. Não confunda. A habilidade do stand pode sim combinar com a personalidade do usuário, mas a projeção do stand, o quão nítido ele aparece e o quanto ele mostra de si mesmo depende totalmente do quão espirituoso é o usuário. 

—Acho que achei a flecha. - Informou Jojo.

—Ótimo, meu trabalho por aqui está feito. - Arnaldo pegou o pedaço de tijolo e logo seu semblante animado sumiu. - Ah não... É apenas um caco de flecha.

—E o que isso quer dizer? É uma má noticia?

—Sim. Significa que tem mais pedaços espalhados por ai. E podem dar habilidades para qualquer um, incluindo pessoas perigosas.

Arnaldo, com muito cuidado pôs o pedaço de tijolo com a flecha em uma jarra de vidro que achou no chão e a fechou com a tampa que convenientemente estava ao lado.

—Bem, vou me indo. Se precisarem de qualquer coisa da fundação ou se virem algo que possa ser um trabalho de um usuário de stand. Por favor, liguem neste numero. - Disse, entregando um cartão com o brasão da fundação, o nome Arnaldo A. Sobrinho e seu numero pessoal no verso. - E tenham cuidado. Usuários de Stand tendem a atrair outros Usuários.