The Human Cullen - A Ovelha entre os Leões escrita por Titanium Queen


Capítulo 2
Capítulo 1 - Recebida


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo oficial, espero que gostem.



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Quando abri a porta da frente da belíssima casa no meio da floresta, soube que não tinha ninguém em casa. Se tivesse, eu teria encontrado todos os sete vampiros me esperando na soleira, para me dar boas vindas ou me repreender por ter fugido da casa dos meus padrinhos.

Mas, eu não tinha fugido, e sim, decidido que estava mais do que na hora de ter uma conversa com todos eles. Desde quando Edward trouxe uma garota para casa, eu soube que as nossas vidas mudariam drasticamente.

Eu não odiava a Bella, tampouco a amava. Na verdade, mal tínhamos contato. As únicas vezes em que a vi terminaram em tragédia, então eu mentiria se dissesse que estava ansiosa para vê-la outra vez, e minha mãe me ensinou que era feio mentir.

Minha última vez na casa dos Cullen tinha sido no dia do casamento de Edward e minha mais nova cunhada, que Alice insistia que eu chamasse de irmã. Eles tinham se acostumado muito rápido a ideia de ter uma nova pessoa na família, mas eu precisava de mais um tempo. Por enquanto, eu a chamava apenas pelo nome, e mais nada. Durante o casamento, tudo que fiz foi ficar parada junto aos meus irmãos, sorrir para algumas fotos e agir como uma humana comum. Os amigos de Bella ficaram surpresos em descobrir que os Cullen tinham outra filha adotiva, e não foram tão discretos quando ficaram me encarando. Eu não posso culpá-los, já que deixei que Alice me vestisse e fizesse minha maquiagem, fazendo com que o resultado final me deixasse parecendo uma fada. Sendo assim, lá estava eu com meu vestido cor-de-rosa e com uma coroa de flores na cabeça, sorrindo para cada entranho que entrava em nosso jardim e me apresentando com um singelo “Olá, sou Andy Cullen, seja bem-vindo”.

Aquilo fez com que Emmett e Jasper rissem por meses.

Quando a festa acabou, me joguei no sofá, exausta. Encolhi meu corpo como uma bola e, segundos depois, Rosalie estava com minha cabeça em seu colo, afagando meus cabelos. Foi naquele momento que eu bufei e disse:

 – Humanos são tão estranhos!

Todos eles riram, e me lembraram de que eu também era humana. Aquele lembrete me deixou indignada por dias.

Sorri com a lembrança, e soltei um suspiro. Entrei em casa, arrastando minha mala e a deixando no corredor. Tranquei a porta, peguei minha mala novamente e caminhei calmamente pelos corredores. Subi as escadas, tendo um pouco de dificuldade por culpa da mala pesada. Me esforcei mais do que achei que seria necessário, e, quando cheguei ao andar de cima, estava suada e ofegante. Eleazer fizera parecer tão fácil carregar aquela mala, eu tinha que ligar para Kate e agradecer pela grande quantidade de coisas que ela resolveu enfiar ali.

Eu amava minhas primas, mas elas exageravam um pouco às vezes.

Descansei durante um minuto, e quando recuperei meu fôlego, puxei a mala até a porta do meu quarto. Encarei a porta por um momento, sorrindo ao notar que a plaquinha de madeira com meu nome ainda estava lá. Abri a porta, ansiosa para ver o interior do quarto outra vez.

Abri um sorriso enorme quando vi que estava tudo da forma como eu deixei. Soltei a alça da mala e corri para dentro, parando no centro do quarto. Girei nos calcanhares, encarando cada cantinho do cômodo onde eu tinha passado os primeiros anos da minha adolescência. Meus brinquedos de infância favoritos enfeitavam as prateleiras ao lado da minha cama, enquanto outras exibiam orgulhosamente meus diários e livros mais queridos, do outro lado da cama. Perto da janela, a velha casinha de bonecas que Jasper me deu no meu aniversário de seis anos descansava ao lado da poltrona, onde Esme sentava para ler e cantar para mim até que eu caísse no sono. Minha escrivaninha estava a mesma bagunça que deixei antes de partir com os Denali para o Alasca, até mesmo a cadeira estava na mesma posição. O tapete felpudo que sempre me fazia tropeçar estava do mesmo jeito, com a ponta virada devido a última vez que ele tentou me fazer cair. Ri com a lembrança, e me joguei de costas na cama macia onde eu costumava dormir. Encarei o teto, e percebi que as estrelas luminosas que Carlisle colocara ainda estavam lá, como se ainda quisessem proteger a Andy que tinha medo de escuro. Era tudo tão íntimo, tudo tão meu.

Fechei os olhos por um momento, soltando um suspiro sereno. Um sorriso descansava em meus lábios, que logo virou uma careta quando respirei fundo e percebi que o cheiro do fixador de maquiagem que Alice me forçou a usar para o casamento ainda estava impregnando meu reino. Abri os olhos novamente, e sentei na cama com um suspiro pesado.

Foi nesse momento que percebi que, apesar de estar exatamente igual à última vez em que estive ali, o quarto estava totalmente diferente.

Tudo ali cheirava ao perfume que eu usava aos quinze, que eu odiava profundamente hoje em dia, já que ele me deixava triste. Por mais que as portas do roupeiro estivessem fechadas, eu sabia que ele estava vazio, porque todas as minhas roupas foram mandadas para o Alasca comigo, e a maioria delas já não me serviam. As fotos nas paredes mostravam uma garota que usava seus curtos cabelos escuros debaixo de um gorro, já que ela odiava a sensação dos fios em contato com a pele de seu pescoço.

Aquela Andy era muito diferente da Andy de agora, e era surreal pensar que tantas coisas mudaram em pouco mais de um ano.

Desde quando Edward decidiu deixar Bella, e causar uma grande confusão na vida de todos nós. E, tempos depois, decidiu ir ao maior e mais perigoso clã de vampiros do mundo para deixar que eles vasculhassem sua mente.

Bella e Alice o resgataram a tempo, e todos voltaram para Forks felizes e as coisas voltaram ao normal. Exceto para mim.

Quando Aro – o líder dos Volturi, que eu conhecia pelas histórias de Carlisle – leu a mente de Edward, ele teve acesso a tudo. Absolutamente tudo, inclusive sobre a garotinha humana que os Cullen resolveram criar, e que podia revelar o segredo que fora guardado por séculos a qualquer momento. Uma bomba relógio crescendo sob o teto do clã de Washington, que os mesmos mantinham consigo como um animal de estimação clandestino.

Pelo menos, foi assim que Edward disse que Aro tinha pensado. E, por mais que ele não tivesse dito nada na hora, o brilho malicioso de seu olhar gélido foi o suficiente para que Alice tivesse certeza de que eu estava em perigo a partir do momento em que eles deixassem o covil dos Volturi.

Imediatamente, minhas coisas foram colocadas em uma mala, e Emmett dirigiu até o Alasca comigo no banco de trás para me entregar aos Denali, o único clã que sabia da minha existência. Carmen e Eleazer eram meus padrinhos, fazendo de sua casa o lugar perfeito para que eu ficasse escondida.

Fique aqui, Andy.— Emmett disse, em nossa despedida. – Vai ficar tudo bem, venho buscar você em breve.

Na época, eu sorri e assenti, e consegui conter minhas lágrimas até que o carro dele estivesse fora de vista. Naquela noite, dormi no quarto de Kate, protegida no abraço da loira que dizia que tudo ficaria bem.

Depois de passar meses olhando pela janela do meu novo quarto durante horas todos os dias, eu finalmente me convenci de que Emmett não ia aparecer tão cedo.

 A ironia era dolorosa, mas me fazia rir quando eu pensava que aquele que me levou para casa foi quem me levou embora quando foi conveniente.

A partir daquele dia, eu passei a cair de verdade, pois Jasper e Rosalie não estavam mais perto para me pegar antes que meu corpo tocasse o chão.


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Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem vindos ♥
Beijin...



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