Pokemon - Pink Ribbon escrita por Benihime


Capítulo 2
Capítulo 2 - Floresta de Viridian




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— Anda logo, idiota! — Kazumi gritou para seu irmão gêmeo, Uzui. — Ou juro que vou te deixar aqui pros Weedle te comerem no almoço.

O menino de cabelos negros, que observava um grupo de Kakuna pendurados no galho de uma árvore, respondeu àquela frase com um mero revirar de olhos. Apesar das brigas constantes entre os dois gêmeos, quando ficaram sabendo que o primeiro ginásio da região de Kanto se localizava na cidade de Pewter, decidiram que viajar juntos seria a melhor aposta.

— Você é uma bobona, Zumi.

— Cale essa boca, Zuzu.

— Não me chame de Zuzu! — O garoto protestou. — É Uzui!

A menina, empoleirada em uma raiz protuberante de árvore com sua Charmander, meramente riu e mostrou a língua para seu irmão gêmeo.

—  Que seja. — Ela bufou ironicamente. — Se queremos ganhar nossa primeira Insígnia de Ginásio, temos que começar a treinar.

—  Você sequer sabe quem é o primeiro líder de ginásio que temos que derrotar?

— Hum ... Não. — Kazumi respondeu. — Mas aposto que você também não sabe, bobão.

— Claro que sei. — Uzui rebateu, estufando o peito com orgulho. — O nome dele é Brock, e ele usa Pokemon tipo Pedra. Isso quer dizer que o meu Squirtle vai ter mais chances de vencer do que a sua Charmander.

— Deixe de ser idiota. — A menina de cabelos negros bufou impacientemente. — É claro que IceFire e eu vamos vencer. Brock não vai ter a mínima chance contra nós.

— Ah, tá. — Uzui revirou os olhos enquanto se punha a caminhar, acompanhando a irmã pela floresta. — Você sequer tem mais um Pokemon. Só tem a Charmander que ganhou do Professor Carvalho.

— Você também, seu bobalhão.

— É, mas eu vou mudar isso assim que achar o Pokemon certo.

— Como assim?

— Ryan me contou que Pikachus selvagens vivem aqui. — Uzui respondeu. — E eu quero capturar um.

— Ah, tá. — Kazumi zombou. — Você não capturaria um Pokemon nem que ele pulasse com tudo na sua cabeça oca.

— Quer apostar?

— Tá, que seja. O que vale?

— Se eu ganhar, escolho o primeiro Pokemon que você vai capturar. Está dentro?

— Com certeza! — A menina concordou com entusiasmo. — Anda logo, então, vamos atrás desses Pikachu.

Os dois irmãos gêmeos se puseram a caminhar entre as antigas árvores e a densa vegetação da floresta de Viridian, com Kazumi o tempo todo lançando olhares de nojo aos Pokemon tipo Inseto à sua volta.

— Deixe de ser mulherzinha. — Uzui provocou. — São só Weedles e Caterpies.

— São insetos feios e nojentos. — A menina rebateu, empinando o nariz enquanto falava. — E o pior: fracos. Nenhum deles sequer vale a captura.

— Você é a pior.

O farfalhar de um arbusto nas proximidades fez os dois interromperem a conversa. Segundos depois, um pequeno pokemon amarelo com cauda em forma de raio, bochechas vermelhas e olhos negros saiu de entre a folhagem.

— Um Pikachu!

Kazumi e Uzui ergueram suas Pokedex ao mesmo tempo para registrar o novo Pokemon. Os dados imediatamente surgiram em ambas as telas:

Espécie: Pikachu

Designação: Pokemon Rato

Número: 025

Tipo: Elétrico

Gênero: Macho

HabilidadeEstática

Observação: Pikachu mantém sua cauda em forma de raio erguida para monitorar seus arredores. Se um treinador puxá-la, levará uma mordida. Este Pokemon é altamente inteligente e usa sua eletricidade para torrar frutas que sejam duras, deixando-as macias o bastante para serem comidas.

A eletricidade de Pikachu é guardada nos sacos elétricos de cor vermelha em sua bochechas. Essa eletricidade é regenerada a cada noite enquanto Pikachu dorme. Se não dormir o bastante, seus golpes tipo Elétrico se tornarão fracos.

Quando dois Pikachu se encontram, tocam suas caudas como forma de cumprimento, trocando eletricidade entre si. Os machos da espécie tem uma natureza mais rebelde e difícil de controlar, assim como a cauda em forma de raio. Fêmeas são mais dóceis e tem a ponta da cauda na forma de um coração.

— 'Tá bem, até que esse Pokemon é fofinho. — Kazumi disse. — Mas seu Squirtle tipo Água não tem a menor chance contra um tipo Elétrico.

— É o que veremos.

E, dizendo isso, o rapaz ordenou que seu Squirtle usasse Investida. Pikachu desviou com um salto e deixou que o Pokemon Tartaruguinha batesse de cara contra uma árvore. Kazumi caiu na gargalhada ao ver isso.

— Você é um idiota, Uzui!

— Só estamos começando. — Foi a resposta. — Vamos, Squirtle, use Bolha!

Mais uma vez o Pikachu selvagem evitou o ataque, estourando as bolhas lançadas por Squirtle com sua cauda. Uzui não desistiu e ordenou que seu Pokemon usasse Investida mais uma vez. O Pikachu, parecendo perder a paciência com a persistência do rapaz, usou Choque do Trovão. O golpe super-efetivo derrubou Squirtle em um único hit.

Ao ver o Pikachu se erguer sobre a cauda e lançar um sorriso de desafio a seu irmão gêmeo, Kazumi riu ainda mais. A menina e sua Charmander tinham lágrimas nos olhos, ambas uivando de rir. A isso, porém, o Pokemon selvagem logo pôs um fim, lançando mais um Choque do Trovão na direção da Charmander e sua treinadora.

— Ei! — Kazumi gritou, o riso imediatamente esquecido. — Qual é o seu problema, seu rato amarelo?

— Acho que ele quer batalhar com você também, Zumi.

— Pois que seja. — A menina rosnou. — Anda, garota, vamos mostrar a ele quem manda. Brasa!

IceFire, a Charmander, assentiu, enquanto de sua boca saíam várias pequenas brasas. Pikachu as rebateu com a cauda. Kazumi e sua Pokemon desviaram a tempo de evitar serem atingidas por aquela inesperada rebatida de seu próprio ataque.

— Ah ... Zumi ...

— Agora não, babaca! Estou ocupada! Vai, IceFire, Arranhão!

— Olhe pra trás.

O grito de alerta de seu irmão a surpreendeu o bastante para que Kazumi obedecesse, bem a tempo de ver um Beedril selvagem sair de entre as árvores. O Pokemon Abelha Venenosa havia sido atingido pelo ataque Brasa de IceFire, e não estava nem um pouco feliz com isso.

— Corre! — Os dois irmãos gêmeos gritaram em coro.

Uzui pegou seu Squirtle, ainda enfraquecido pela batalha com o Pikachu selvagem, no colo e disparou em uma louca corrida, com Kazumi e sua Charmander bem ao seu lado. Atrás dele voava o Beedrill selvagem, zumbindo furiosamente.

— Vai Fire, pare esse Beedrill com seu ataque Brasa!

A Charmander obedeceu fielmente ao comando de sua treinadora, mas o ataque só pareceu irritar a abelha Pokemon ainda mais.

— Ali! — Uzui apontou para um denso emaranhado de arbustos. — Rápido!

Kazumi estava tão ocupada em evitar as poderosas ferroadas de Beedrill que, pela primeira vez, não discutiu com seu irmão. Os dois se atiraram em meio aos arbustos apenas para descobrir, tarde demais, que se tratavam de espinheiros.

Mas o estratagema serviu a seu propósito. Encolhidos com seus parceiros Pokemon sob o emaranhado de espinhos e folhas, os dois irmãos ouviram o Beedrill zumbindo furiosamente acima de suas cabeças, até enfim desistir de procurá-los.

— Acho que ele foi embora. — Uzui sussurrou. — Ande, vamos dar o fora antes que mais algum Beedrill apareça.

A menina assentiu enquanto o garoto se punha de pé. Ao tentar acompanhar seu irmão, porém, Kazumi se viu impedida. Estava presa, seus cabelos negros emanharados nos espinhos.

— Que droga! — A morena exclamou, lutando para se libertar. — Droga, droga, droga!

A luta de Kazumi, porém, se provou inútil. A menina logo se viu forçada a desistir, com lágrimas de dor lhe escorrendo pelo rosto.

— Acabou? — Uzui inquiriu acidamente. — Ótimo. Agora fique parada que vou soltar você.

O menino então se ajoelhou e delicadamente desemanharou os cabelos de sua irmã. Por mais que discutissem e estivessem sempre implicando um com o outro, havia um lado da relação dos gêmeos que sempre vinha à tona em momentos como aquele: eles cuidavam um do outro.

— Valeu. — Kazumi disse ao se ver livre, deixando que seu irmão a ajudasse a se pôr de pé. — Anda, babaca, vamos dar o fora daqui.

A garota morena se pôs a andar a passos rápidos. Uzui sorriu consigo mesmo, sabendo que sua irmã jamais mudaria. E ele a seguiu, como sempre fazia.


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