As memórias secretas de Elliot Thompson escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 2
1 Capitulo : Anjo da guarda


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindo ao primeiro capitulo de As memórias secretas de Elliot Thompson, espero que se emocionem com essa lembrança narrada por nosso protagonista favorito.
Sem mais delongas, beijos e boa leitura.



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Cumprimentei alguns convidados que incluíam amigos do hospital e familiares, os quais vieram prestigiar o batizado de Benjamin conhecendo assim o mais novo membro da família Thompson, filho do neto perdido de Adélia e James que havia reaparecido sete anos atrás.

Me adaptar a toda história do legado da minha família não foi fácil, afinal aquele era um mundo completamente diferente ao qual estava acostumando, mas aos poucos estava conseguindo me encaixar, pois sabia que podia contar com meus avôs paternos e principalmente com minha esposa.

Sorri amoroso ao ver Leah sentada em um banco com nosso bebê no colo a sombra de uma macieira que havia no meio do jardim da mansão, acariciando seu rosto com carinho cantando uma canção de ninar em Quileute, enquanto me aproximava deles com a manta do nosso filho nas mãos já que o tempo havia esfriado um pouco.

Me aproximei em silêncio dos dois, temendo acordar Benjamin que dormia profundamente no colo da mãe, dando um beijo carinhoso na testa da minha esposa e me sentando ao seu lado no banco do jardim, enquanto nossos convidados conversavam entre si em suas mesas.

—Benjamin se parece tanto com você, principalmente o jeito sereno de dormir. - Leah sussurrou amorosa fazendo carinho nos cabelos escuros do nosso filho.

—Benjamin, não se parece tanto comigo, amor, ele tem muito de você também. - disse suave envolvendo Benjamin na manta com cuidado, temendo que acordasse.

—Pode até ser, mas nosso filhotinho tem muito mais de você nele do que de mim.

—E isso é ruim? - questionei preocupado olhando em seus olhos escuros e Leah sorriu negando, antes de acariciar meu rosto com a mão livre.

—Não, isso é maravilhoso. Afinal, sou completamente apaixonada pelo pai dos meus filhos. - ela segredou apaixonada e sorri amoroso para minha esposa, antes de me inclinar para beijá-la com carinho, mas fomos interrompidos por Benjamin que choramingou adormecido nos fazendo rir.

—Amor, acho melhor levar o Ben para dentro, não quero que ele pegue um resfriado. - Leah disse suave ajeitando a manta entorno do nosso filho e concordei, pegando-o no colo em seguida.

—Vou colocá-lo no berço e depois volto para buscar o carrinho e a bolsa dele.- expliquei enquanto Leah ajeitava a manta ao redor do nosso filho, evitando que ele pegasse o vento frio do entardecer.

—Não precisa amor, posso muito bem levar o carrinho e a bolsa do nosso filho para cima, assim evitamos que você suba várias vezes. - ela disse suave e sorri negando, deixando-a confusa.

—Sei que às vezes se esquece, querida, mas se não lembra ainda não recuperou sua força total depois do nascimento do Benjamin. Provavelmente, isso irá requerer um tempo maior, além de dois meses. -expliquei e Leah piscou confusa, como se houvesse realmente se esquecido da sua condição temporária.

—Você tem razão.  Afinal, fiquei nove meses grávida do Benjamin e como meu primogênito, ele sugou literalmente toda a minha força para si. Deve ser natural, que leve um certo tempo para que minha força volte ao normal. - ela disse e concordei, antes de chamar por Carlisle que prontamente veio me ajudar a entrar com as coisas de Benjamin, enquanto Leah ia se despedir de alguns convidados que já estavam indo.

Subimos em silêncio até o quarto de Benjamin que ficava perto do meu, assim que entrei no local acomodei meu filho no berço que estava na minha família a gerações, o qual havia sido um presente do rei para os meus tataravôs em celebração a chegada do seu primogênito.

Com cuidado apertei o botão do mobile que havia em cima do berço, um presente de Sue e Charlie, fazendo o quarto se encher com a mesma melodia da música que Leah cantava para o nosso filho adormecido em seu colo no jardim, enquanto me debruçava no berço para olhar o meu garotinho dormir como um anjo.

—Benjamin se parece muito com você. Os dois possuem o mesmo jeito sereno de dormir. - Carlisle disse baixo se debruçando no berço enquanto olhávamos meu filho dormir.

—Leah disse a mesma coisa minutos atrás, mas como sabe disso? Afinal, acho que nunca me viu dormir na vida. - questionei baixo, com medo de acordar meu bebê com a nossa conversa e Carlisle negou sorrindo.

—Já vigiei seu sono por incontáveis noites, Elliot, quando era apenas um bebê frágil que lutava pela vida, porque morria de medo de que algo acontecesse com você e não estivesse por perto para ajudá-lo. E isso não mudou com o passar do tempo.- ele disse e desviei meus olhos do meu filho para ver Carlisle.

—Sempre estive certo, não foi? Não nos vimos pela primeira vez, na minha entrevista de emprego no hospital de Forks, não é?

—Não. Se lembra do dia em que teve sua primeira crise alérgica, quando tinha seis anos de idade? - Carlisle questionou e o olhei surpreso sem acreditar que aquela noite que julguei ter sido fruto da minha imaginação, aliada aos remédios fortes que havia tomado para a crise alérgica, realmente aconteceu.

Como se por meio de mágica, comecei a me lembrar de tudo que havia acontecido naquele dia.

Flashback on:

—Elliot, você esqueceu a sua lancheira. -irmã Benedita disse na entrada do orfanato e me despedi dos meus amigos, antes de correr em sua direção.

—Obrigado, irmã Benedita. - disse gentil e cansado por causa da minha correria e ela revirou os olhos, me entregando minha lancheira e afastando uma mecha do meu cabelo preto dos olhos.

—De nada, querido, e o que lhe disse sobre correr? - ela questionou séria e suspirei culpado, por tê-la desobedecido diante das várias vezes em que irmã Benedita já nos repreendeu por correr.

—Me desculpe irmã, eu esqueci. - disse sincero e ela sorriu amorosa para mim, antes de assegurar que estava tudo bem e me dar um beijo na testa, dizendo que deveria voltar para o ônibus ou chegaria atrasado a aula.

Me despedi da irmã Benedita e corri em direção ao ônibus, ouvindo-a sorrir diante da minha desobediência, entrei no veículo e me sentei ao lado de Clara, permitindo assim que o motorista desse a partida e seguíssemos para a escola que ficava perto do orfanato. Como haviam muitas crianças no orfanato de inúmeras idades, as freiras utilizavam um ônibus escolar para nos levarem aos lugares, desde a escola até a passeios e consultas médicas, local que adorava ir sempre.

Assim que chegamos a escola me despedi de Clara, minha melhor amiga desde que chegou ao orfanato com dois anos, e fui em direção a minha sala. Ela era totalmente diferente de mim, um garoto tímido que vivia com um livro debaixo do braço, Clara era alegre e vivia aprontando, o que deixava as irmãs desesperadas com suas travessuras para as quais sempre me arrastava.

Depois que as primeiras aulas acabaram, corri em direção ao parquinho para encontrar Clara, como ela ainda não estava por ali comecei a conversar com Apple, uma garota que estava na minha sala de matemática.

—A minha mãe fez um bolo de canela para o meu lanche hoje e trouxe um pedaço para você, Elliot. -Apple disse sentada ao meu lado abrindo sua lancheira, em cima de uma das mesas coloridas que haviam ao ar livre utilizadas para lancharmos. - Você quer experimentar?

—Claro que sim, Apple, adoro doces e obrigado por se lembrar de mim. - disse feliz aceitando o quadrado metálico que ela me entregava, rapidamente tirei o papel alumínio que envolvia o bolo antes de dar uma generosa mordida, comprovando o quanto ele estava fofinho e delicioso.

—Não precisa agradecer, Elli, você é o amigo que mais gosto daqui...- ela disse envergonhada e antes que pudesse dizer qualquer coisa, comecei a sentir meu corpo formigar e a minha garganta coçar me fazendo tossir sem parar, deixando Apple nervosa assim que me apoiei na mesa em busca de ar.

Depois disso, não lembro muito bem o que aconteceu, tudo que sei foi que acordei no que pareceu ser um quarto de hospital e havia um homem todo de branco ali comigo segurando minha mão. Apesar de sua proximidade não conseguia me recordar da sua fisionomia, por mais que me esforçasse, mas me recordava da sua voz suave e melodiosa, como a de um anjo, e do seu toque frio, mas gentil.

Talvez aquele homem todo de branco realmente fosse o meu anjo da guarda...Então, isso quer dizer que havia ido para o céu?! Mas como isso era possível, afinal só havia comido um pedaço de bolo?! E pelo que sabia, eles não faziam mal a ninguém...Pelo menos, era o que achava antes.

—Eu morri? - questionei sonolento para o anjo em minha frente, que sorriu surpreso por minha pergunta.

—Não, meu querido. Porque acha isso? - o anjo me questionou confuso.

—Porque o senhor está todo de branco. - expliquei e ele sorriu negando.

—Você não morreu, meu amor, só está no hospital.

—Então, porque vim para o hospital?

—Porque você, meu garotinho amado, comeu algo que não podia e isso lhe deixou doente, mas daqui a alguns dias poderá voltar para casa. - a voz melodiosa disse distante e pisquei confuso, sem acreditar que um pedaço de bolo havia me deixado doente.

—Mas era só bolo, anjo da guarda...E bolo não deixa as pessoas doentes e sim felizes, pelo menos comigo é assim.- justifiquei e ele sorriu carinhoso para mim, enquanto acariciava meus cabelos.

—O bolo em si não deixa as pessoas doentes, mas alguns componentes dele sim, como no seu caso, a canela da massa o trouxe para o hospital. Então, por favor, meu amor, não coma nada que tenha canela e sempre pergunte os ingredientes de cada comida que for consumir. Combinado? - ele questionou me olhando nos olhos e concordei, enquanto tentava me concentrar em sua fisionomia, mas estava sonolento demais para isso.

— Queria poder participar mais da sua vida, meu amor. - o anjo disse com pesar e pisquei confuso, pois sempre achei que os anjos ficassem ao nosso lado sempre.

—Mas o senhor já não participa?! Porque sempre achei que os anjos da guarda, estavam do nosso lado todo tempo. -questionei sonolento e ele me olhou confuso, como se não esperasse pela minha pergunta.

—Você acha que sou seu anjo da guarda, Elliot? - o anjo questionou surpreso e concordei, o que lhe fez rir triste.

—Não sou digno de tal comparação, querido. Sou falho demais para isso.

—Entendo, mas todo mundo erra é o que nos faz humanos e sempre podemos concertar nossas falhas, pelo menos é o que a madre Angélica, vive dizendo ou ela está errada? - questionei confuso e meu anjo da guarda sorriu amoroso para mim, se inclinando para beijar a minha testa com carinho de forma demorada, antes de se afastar.

—Não, Elliot, a madre Angélica está certa. E você, gosta de viver no Orfanato Solaria?

—Gosto, amo a minha família de lá...Tenho vários coleguinhas...Tem as irmãs...E a Clara...O orfanato solaria é o melhor lar que poderia desejar.

—Que bom, saber disso tranquiliza um pouco meu coração de tio preocupado...E você, meu anjinho travesso, é a cara da sua mãe. - meu anjo da guarda disse sincero e sorri surpreso em saber que possuía algo da minha mãe.

—Verdade?! Como ela era? Sempre tive vontade de conhecê-la.

—Verdade, Elliot. E se quiser conhecê-la basta se olhar no espelho, que estará vendo sua mãe.

—Que bom...- sussurrei sonolento antes de bocejar, fazendo meu anjo da guarda sorrir amoroso para mim.

—Tente descansar um pouco, querido, para que se recupere do susto que teve. - o anjo pediu doce acariciando meus cabelos e neguei, pois me sentia seguro na sua presença e não queria ficar sozinho de novo.

—Não quero dormir...Gosto da sua companhia e se eu fechar os olhos...Sei que nunca mais vou vê-lo de novo...Estou errado? -questionei sincero e ele suspirou com pensar sem parar de acariciar meus cabelos, como se estivesse em busca das palavras certas que iria dizer a seguir.

—Não você não está, mas quero que se lembre de uma coisa, Elliot...Não importa a distância ou a minha ausência, sempre vou amá-lo e estarei perto de você, protegendo-o e zelando para que possa ser feliz durante toda a sua vida...E quando chegar a hora certa, prometo que o levarei para casa, meu sobrinho amado.

—Tudo bem, o senhor fica comigo...Até eu pegar no sono? -questionei lutando para manter meus olhos aberto, enquanto olhava para o meu anjo da guarda.

—Não vou a lugar algum, meu amor. - o anjo sussurrou carinhoso, antes de começar a cantar uma canção que não conhecia.

Seu carinho em meus cabelos e a voz doce como uma cantiga de ninar, me fizeram fechar os olhos devagar, me entregando assim ao sono.

No dia seguinte, procurei por meu anjo da guarda em todo o quarto assim que acordei, mas ele não estava mais ali. Contei a madre Angélica sobre o anjo e a conversa que tivemos, pedindo em seguida sua ajuda para encontrá-lo, mas ela me disse que os anjos eram assim, só apareciam quando mais precisávamos para voltarem novamente em outra necessidade e tive que me conformar a contra gosto, de que talvez não voltasse mais a vê-lo.

Passei três dias internado no hospital, me recuperando da crise alérgica que sofri por causa do bolo de canela, enquanto estava ali os médicos fizeram inúmeros exames em mim, comprovando que era extremamente alérgico a canela, devendo assim evita-la a todo custo assim como o anjo já havia me dito em sonho.

Antes de sair do hospital, o médico entregou uma espécie de caneta para mim e outra a madre Angélica, nos ensinando em seguida como deveríamos usá-la em caso de emergência. Depois das explicações, voltei para o orfanato onde fui recebido com festa, mas antes de comemorar pedi a madre Angélica que telefonasse para a casa de Apple, minha coleguinha da escola que me deu o bolo de canela, lhe assegurando que estava tudo bem comigo, pois não queria que ela se sentisse culpada por ter me machucado, afinal não sabíamos que era alérgico a canela.

Flashback off:

 

—Não consigo entender...Como soube da minha crise alérgica? Afinal, desde que me contou a verdade sempre achei que preferia se manter longe de mim. - questionei confuso voltando ao presente e ele sorriu carinhoso pra mim.

—Nunca estive de fato longe de você, Elliot. Estava morando a apenas duas horas de carro do Orfanato Solaria, uma distância que se torna insignificante, quando se é um vampiro e possui super velocidade. Além do mais, possuía alguém da minha extrema confiança trabalhando no orfanato que me informava diariamente sobre a sua vida, fora Alice.

—Espera, quem era essa pessoa? - questionei curioso e ele sorriu para mim, como se fosse me contar um segredo.

— A irmã Benedita. - ele segredou e sorri surpreso, sem acreditar que ela era a “espia” do meu tio avô.

—A irmã Benedita?! Sério? Por isso ela sempre estava tão interessada em saber sobre mim. - disse e Carlisle balançou a cabeça negando.

—Não era só por isso, Elli, a irmã Benedita assim como todos do orfanato sempre o adoram.

—Então, não havia nada que acontecesse na minha vida que você não soubesse?

—Não. Sabia de tudo, apesar de estar longe... Me desculpe, por ficar longe de você, quando mais precisou de mim, meu sobrinho. - Carlisle disse culpado e sorri carinhoso para ele.

—Eu já o perdoei, Carlisle. Com o tempo, entendi que tudo o que fez foi para me proteger e agradeço por isso. - disse olhando para ele com carinho deixando-o surpreso. -Porque a surpresa?

—Achei que ainda guardava alguma magoa de mim, por tê-lo de certa forma abandonando.

—Por um tempo sim, mas depois entendi os seus motivos e até os da minha mãe, mas assim como a magoa veio ela se foi. Além do mais, não posso ficar magoado com o homem que lutou por mim, antes mesmo de eu nascer...Que cuidou de mim quando era um bebê frágil...Que me entregou nas mãos de pessoas maravilhosas, que me amaram desde o primeiro dia que cheguei ao Orfanato Solaria. Se não fosse por você, Carlisle, não teria tido a chance de crescer e formar uma família...Então, muito obrigado por tudo que fez por mim. - agradeci suave a ele que sorriu amoroso, antes de me abraçar com carinho.

—Eu te amo muito, meu sobrinho amado...Meu filho de coração. - ele sussurrou amoroso, antes de beijar meus cabelos com carinho.

—Eu também te amo muito, tio. - disse sincero aproveitando o carinho que recebia do meu tio avô.


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Notas finais do capítulo

Vocês não sabem o nervoso que me deu, escrever esse capítulo no momento em que o Elliot come o bolo de canela... Fiquei com o coração na mão de nervoso, mas no fim tudo deu certo.

Espero que tenham gostado do capitulo de hoje, beijos e até amanhã.
E leitores fantasmas, apareçam.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



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