Um Pequeno Favor escrita por Cássia Novaes


Capítulo 4
Capítulo 4 — Confuso


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Aqui está mais um capítulo dessa história para vocês!


Boa Leitura!



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— Olha quem chegou! — A voz de Kate interrompeu a conversa do grupo que finalmente havia se reunido ao redor da pequena mesa — Pessoal, essa é a namorada da Alice, Bella Swan.

Pelo que pareceu um longo minuto todos encararam Isabella despretensiosamente, fazendo com que a mesma enrubescesse de vergonha. Alice notou isso e, gentilmente apertou a sua mão que ainda estava entrelaçada na sua e por fim disse:

— O trânsito estava uma loucura, por isso ela se atrasou. O importante é que vocês finalmente a estão conhecendo. Esses são Alec, Jane e Charlotte.

— É um prazer conhecê-la Bella — indagou Alec, sorrindo —  Lindo terno, aliás. 

— Obrigada — Bella respondeu baixo.

— Você aceita uns petiscos — disse Charlotte, apontando na direção dos bolinhos de carne que haviam pedido momentos antes.

— Eu não… — iniciou Bella, mas foi interrompida por sua suposta namorada.

— Bella é vegetariana.

— Sério? Nossa, me desculpe.

— Não precisa se desculpar por isso, Charlotte — disse Jane, revirando os olhos — Quanto tempo vocês estão juntas? 

— Cinco meses — respondeu Alice.

— Seis meses — disse Bella em simultâneo. 

Um ponto de interrogação se fincou na testa de todo mundo.

— Quero dizer, seis meses — declarou Alice forçando uma gargalhada — Sou péssima com datas.

Jane as observou com certo fascínio. 

— Vamos dançar e dar um pouco de privacidade para as meninas, pessoal — declarou.

Seguindo a voz autoritária da colega de trabalho, o grupo começou a seguir na direção da pista de dança.

No entanto, antes de seguir seus amigos, Jane virou e disse: 

— Podem se beijar a vontade, juro que ninguém estará olhando. 

Antes que Alice pudesse dizer algo, a loira seguiu ao ritmo da música eletrônica.

Como havia passado muito tempo — a maioria das pessoas estava bêbada — e o clima soava mais como uma baladinha, luz baixa e ao som de uma melodia mais eletrizante.

— Qual é a dessa garota? — indagou Bella franzindo o cenho. 

Alice bufou. 

— Não tenho ideia. Kate havia dito que ela não é uma pessoa de confiança e pelo visto estava certa. Tenho a sensação de que ela está sempre me observando. 

Em seguida, Alice se posicionou na frente de Bella — ainda que fosse uma cabeça mais baixa — e colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha dela. Em um movimento suave tocou levemente sua bochecha e se aproximou um pouco mais. 

— O que você está fazendo? — Bella perguntou, tensa. 

— Te beijando. 

— O quê? Está maluca? 

Ela está olhando e temos que fazer parecer que somos realmente namoradas — Alice declarou e discretamente virou o rosto na direção oposta, onde seus colegas de trabalho dançavam.

Bella seguiu o seu olhar e constatou que Jane realmente as observava. 

— De jeito nenhum, Alice. Ela pode pensar o que quiser — disse cruzando os braços. 

— Por favor — Alice implorou segurando seus cotovelos — Pensei que você tivesse vindo para me ajudar?

— Te ajudar nessa encenação e não para te… beijar — A palavra saiu quase como um soco no estômago da boca de Bella. 

— Podemos fingir que nos beijamos pelo menos? 

— Como assim? 

— Você pode se inclinar e beijar minha bochecha. 

Na cabeça de Alice as suas ideias eram infalíveis e ela só precisava de um tempo para convecer a sua amiga. 

As duas olharam na direção do grupo dançante e Jane — por mais que estivesse dançando abraçada com Charlotte — mantinha os olhos colocados nas duas. 

— Só faremos isso uma vez, ok? 

— Você é perfeita! — disse Alice que não conseguiu controlar sua empolgação, se jogando nos braços dela.

Aproveitando daquela pequena interação, Isabella tomou seu rosto entre suas mãos e encarou o par de olhos castanhos da sua melhor amiga. Sua respiração por um momento pareceu desregulada e conforme foi se aproximando Alice fechou os olhos para entrar na brincadeira.

O que ela não esperava era sentir o seu coração palpitante no peito e uma sensação quase que enérgica dentro de si ao sentir aquela proximidade. Além disso, o que a deixou ainda mais chocada, foi quando os lábios de Bella encontraram o canto de sua boca em uma representação clara de um beijo apaixonado, pois um frio surgiu ao pé da barriga e o seu cérebro mandou um sinal claro de que precisava sentir ainda mais aqueles lábios. 

Totalmente assustada com todas essas emoções, Alice se afastou e rapidamente se virou de costas, procurando sua bebida — que ainda se encontrava no centro da mesa. 

— Está tudo bem? — Bella perguntou atrás dela. 

— Está sim — respondeu ainda sem se virar e meramente ofegante — Será que você pode ir buscar outro desse, por favor? 

Alice balançou o copo no ar para que a sua amiga visse o seu fitzgerald pela metade. 

— Claro.

Quando sentiu que Bella havia se afastado, Alice colocou a não sobre o peito e murmurou assustada: 

Mais que droga foi essa?! 

 

[…] 

 

Ao abrir os olhos Alice foi brevemente bombardeada pela luminosidade do quarto. As janelas estavam inteiramente abertas, por isso, teve que cobrir os olhos com as mãos e permaneceu assim por um longo minuto, deixando que o seu cérebro processasse o seu despertar. Depois disso, se endireitou na cama, sentando com as pernas cruzadas e olhou ao redor constatando que aquele não era o seu quarto. 

Em primeiro lugar observou a mobília de madeira em todos os cantos, o piso de linóleo e uma enorme hera — uma espécie de planta — pendurada na cabeceira da cama e naquele momento soube estar na casa da sua amiga Bella.

Percebeu também que ainda estava usando o mesmo vestido de ontem a noite — tirando apenas os sapatos e as jóias — e os lençóis ao seu lado estavam intactos como se somente ela tivesse adormecido naquela imensa cama. 

Alice habitualmente frequenta aquela casa e sabia onde tudo estava. Por este motivo — após levantar — procurou uma roupa mais confortável. Dormir com aquele vestido era muito incômodo e ela não soube porque sua amiga havia deixado isso acontecer. 

Ao pensar nisso, concluiu que não lembrava de muita coisa — havia apenas uma vaga lembrança de dançar na pista com seus amigos e havia solicitado vários drinks ao garçom — o restante das lembranças estavam borradas e indefinidas. 

Vestida com um short de malha preto e uma camiseta colorida que havia encontrado no armário de Isabella, seguiu na direção da sala de estar.

O espaço estava totalmente organizado, mas deu para perceber que alguém havia dormido ali, devido aos lençóis e travesseiros que estavam devidamente empilhados e dobrados no braço do sofá. 

O seu estômago roncou no momento em que o cheiro de ovos e café fresco preencheu o ar daquele lugar. 

— Bella? — chamou Alice em voz alta.  

— Estou aqui na cozinha — respondeu Isabella.

Ao adentrar no ambiente encontrou sua melhor amiga passando um café em um coador de pano enquanto virava uma fatia de pão integral na frigideira no fogão que ficava lado a lado com a bancada da pia. 

— Acordou na hora certa. O café está quase pronto — disse Bella sem se virar. 

— O cheiro está delicioso — Alice elogiou indo na direção da mesa.

Em um prato havia uma porção generosa de ovos mexidos e ao sentir o seu estômago roncar foi inevitável não pegar uma lasca da porção e enfiar rapidamente na boca.

— Ei, esses ovos são meus — resmungou Bella, largando o bule de água quente — Guardei a sua parte no forno sua gulosa. 

— Desculpa — Alice indagou, rindo.

Ela caminhou na direção do armário, onde pegou duas canecas e um prato extra onde colocaria sua porção de ovos mexidos. 

Quando ambas se servirem, se acomodam numa pequena mesa redonda na cozinha.

— Esse café parece que ressuscitou a minha alma — disse Alice, admirada. 

— É melhor beber bastante para evitar a fadiga da ressaca. 

Após ouvir aquilo uma dor latejante surgiu na parte superior da sua cabeça e Alice constatou haver bebido demais ontem a noite e após soltar um longo suspiro disse: 

— Como foi ontem? Não lembro de quase nada.

— Quer mesmo saber? — perguntou Bella divertida, mordiscando sua fatia de pão. 

— Foi tão vergonhoso assim? Aposto que passei o maior vexame.

— Mais ou menos. 

— O quê? Como assim? Me conta tudo, por favor. 

Isabella riu divertida. 

— Eu só estou brincando —  disse se antecipando ao visualizar a cara de desespero de Alice — Você ficou muito bêbada e os seus amigos também. Depois de um tempo, o garoto chamado Alec dançou em cima do palco e beijou o DJ na frente de todo mundo.

— Sério? Eu não lembro de nada disso.

— Você também vomitou e depois disso achei melhor chamar um táxi e te trazer para a minha casa.

— Mentira? Na frente de todo mundo?

Bella concordou com a cabeça.

— Calma. Todo mundo estava super bêbado. Duvido que alguém lembrará disso.

— Tem certeza?

— Certeza — garantiu Bella — Ninguém lembrará de nada.

— Graças a Deus! — disse Alice juntando as mãos.

Isabella bocejou e bebericou o seu café devagar e aquela ação conduziu Alice a lembrar de um detalhe.

— Porque você dormiu na sala? 

Essa pergunta pegou Isabella desprevenida. Nas poucas vezes que haviam passado a noite uma na casa da outra, já havia notado esse tipo de distanciamento.   

— Por que você dormiu na cama — respondeu desviando o olhar.

— Eu sei exatamente aonde acordei — Alice disse com desdém — O que quero dizer é que não tinha necessidade de você dormir na sala de estar. Poderia ter dormido ao meu lado.

Ao invés de responder, Isabella ficou em silêncio com os olhos baixos, mexendo na sua porção de ovos mexidos com a ponta do garfo.

Alice observou a grossa camada de cílios dela cintilarem com a luz solar que adentrava pelas janelas da cozinha e notou as pequenas pintinhas que se espalhavam pela região das suas bochechas e nariz. Outra vez, sentiu aquele mesmo formigamento estranho na barriga e por um minuto pensou em sair correndo dali e ir direto para a sua casa.

No entanto, os seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular de Bella avisando que uma sequência de mensagens havia chegado.  

— Quem está te mandando mensagem? — Alice perguntou observando a testa de Bella se enrijecer ao visualizar a tela do celular.  

— Rosalie está nos convidando para almoçar. 

— Como ela sabe que estou na sua casa? 

— Suponho que ela tem super poderes. 

Alice riu. 

— A super fofoca, só se for — brincou Alice. 

— Ela disse que hoje é domingo e que temos que ir visitá-la. 

— Você quer ir? 

— Comida de graça? Pode apostar que sim.


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Notas finais do capítulo

Estou amando escrevê-la e espero que vocês estejam gostando :)



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