When Darkness Shines Brightest escrita por darling violetta


Capítulo 2
Sonho sem fim, parte II




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Ciel acordou assustado. Colocou ambas as mãos no peito, em busca de ar. Ainda estava na banheira, mas a água estava fria. Olhou para os lados. Estava sozinho.

‘‘Sebastian!’’ Chamou, sem resposta.

            Levantou-se devagar. O banheiro estava escuro, então tateou para encontrar a porta. Pegou a toalha branca pendurada e enrolou-se, desajeitado, nela. Saiu do banheiro e passou pelo closet. Procurou, contudo, não encontrou suas roupas. Algo estava terrivelmente errado, ele só não sabia o que era.

Saindo do closet, entrou em seu quarto. As cores, a cortina, os móveis. Tudo estava diferente do usual. Era sua casa, mas parecia tão diferente…

‘‘Sebastian!’’

Tentou mais uma vez chamar seu mordomo. Esperou, e desta vez ouviu alguma coisa arranhando a porta do lado de fora. Desconfiado, caminhou até a porta. Segurou a maçaneta e, num único movimento, abriu-a. Seus olhos, os quais fechara sem perceber, abriram-se devagar quando sentiu algo macio e peludo aninhando-se em seus pés.

Ciel não acreditava no que seus olhos viam. Deitado em seus pés encontrava-se um velho cão. Mesmo muitos anos sem vê-lo, Ciel sabia quem era: seu amigo mais antigo e fiel, seu velho cão, Sebastian.

Ainda sem entender, mas grato pela surpresa, afagou o pelo do velho amigo. O cachorro lambeu sua mão em retorno, grato pelo carinho. A paz momentânea durou pouco, como sabia que seu cão se foi no incêndio que consumiu sua família.

Largando o velho amigo, ficou de pé e colocou-se a andar pelos corredores. Mesmo em passos lentos, o cão o seguiu.

‘‘Tanaka! Finny! Mey-rin! Bard!’’ Gritou. Ainda sem respostas. ‘‘Aqueles incompetentes…''

Ouviu passos vindo em sua direção. Não tinha nada com que pudesse se defender, e ainda se encontrava seminu. Seria vergonhoso para sua reputação se fosse sequestrado daquela maneira. O velho cão latiu e abanou o rabo. Com dificuldade foi encontrar a figura que vinha até eles.

Ciel ficou congelado no lugar. Seu coração parou uma batida à medida que reconhecia a pessoa que vinha para ele. Era uma mulher. Ela tinha cabelos loiros, e olhos tão azuis quanto os dele. Usava um longo vestido lilás.

Ao se aproximar, sorriu gentil para o garoto assustado. Ela era ainda mais bonita do que se lembrava, mesmo quase oito anos mais velha. Ciel correu até ela. Atirou-se em seus braços. As lágrimas começando a escorrer pelo seu rosto.

‘‘Ma-mãe…’’ Sussurrou. ‘‘Eu não acredito que é você!’’

Não conseguia mais se conter. A muralha que levou anos para construir ao redor de si, desfazendo-se rapidamente nos braços de sua mãe. Rachel apressou-se em abraçar o filho, preocupada com sua reação. O garoto estava enrolado apenas em uma toalha, e mesmo que pensasse em dar-lhe uma bronca, as palavras foram esquecidas em meio ao choro do rapaz.

Acariciou seus cabelos úmidos, sussurrando palavras gentis. Segurou suas mãos e ajudou Ciel a ficar de pé. Agora podia olhá-lo nos olhos. Levou uma das mãos ao rosto agora vermelho, enxugando-lhe as lágrimas que teimavam em rolar. Rachel puxou Ciel para um abraço, dando-lhe um beijo na bochecha.

‘‘Meu menino doce, o que houve. Não se preocupe, eu estou aqui com você.’’

Ciel assentiu e deu três passos para trás. Olhou a mulher de cima a baixo, focando em cada pequeno detalhe. Realmente era Rachel. A mulher à sua frente era realmente sua falecida mãe. E estava viva e bem.

‘‘Me desculpe, mãe. Eu tive um pesadelo.’’

‘‘Ora, querido, seja o que for, já passou. Eu estou aqui, e você está são e salvo.’’ Deu-lhe um sorriso gentil, ao que Ciel assentiu. ‘‘Agora, vá para seu quarto e vista-se. Um rapaz da sua idade não deve perambular sem roupas.’’

Ciel olhou para baixo e lembrou-se que estava nu, enrolado apenas em uma toalha. Suas bochechas esquentaram na mesma hora, então perguntou onde ficava seu quarto. Mesmo confusa, Rachel mostrou-lhe a direção. Ciel pegou a primeira roupa que encontrou e apressou-se em vestir-se e descer.

Sua mãe estava viva outra vez. Não importando como, ele apenas queria desfrutar da companhia dela um pouco mais.

*************************************************************************

Ciel apenas encarou a mulher que lhe servia o café da manhã. Receoso, provou a comida. Não era ruim, contudo, não chegava aos pés das refeições preparadas por Sebastian.

"A comida não lhe agrada, querido?" Rachel lançou-lhe um sorriso amoroso. "Juliet pode preparar outra coisa, se desejar."

O garoto deu de ombros, voltando a comer. Mais três ou quatro garfadas, e desistiu de tentar terminar. Olhou para a mãe.

"Aonde está Tanaka? E quanto à Finny, Mey-rin e Bard?"

Rachel encarou o filho. Uma expressão estranha no rosto. Embora a pergunta parecesse inocente e casual, ela percebia o quanto seu garoto estava mesmo desnorteado.

"Oh, querido! Você não se lembra? Tanaka faleceu há dois anos." Ela fez uma pausa, esperando que Ciel absorvesse a informação. Quando Ciel lentamente assentiu, ela continuou. "Quanto aos outros… eu não os conheço…"

Ciel sentiu um nó em seu estômago com a fala da mãe. Tanaka estava morto, e seus empregados não eram conhecidos. Ele nem se atreveu a perguntar de Sebastian.

Quanto à Sebastian…

Se seus pais estavam vivos, então o contrato com o demônio nunca foi selado. Sua alma estava livre.

"E… onde está o papai?" Atreveu-se a perguntar.

"Vincent está em Londres a pedido da rainha. Em breve…"

Mal terminou sua frase quando a porta se abriu. Os olhos de Ciel rapidamente se encontraram com a figura que entrava. Mais que depressa se levantou, indo ao encontro de seu pai.

O jovem correu até Vincent. Depois de tantos anos, era bom revê-lo. O conde continuava o mesmo, apenas mais velho. Seu rosto exibia uma expressão cansada, e marcas da idade ao redor de seus olhos.

Assim como fez com sua mãe, Ciel atirou-se nos braços do pai. Sentiu as lágrimas mais uma vez escorrerem por seu rosto.

"Eu senti sua falta, pai."

Vincent deu uma breve risada, afagando os cabelos do filho.

"Eu estive fora por dois dias, rapaz."

"Para mim, pareceu anos…"

Rachel foi ao encontro do filho e do marido. Deu um beijo na bochecha de Vincent, trocando um sorriso com ele. Ciel se levantou, desculpando-se e secando o rosto.

"O que há com ele?" Vincent sussurrou à esposa.

"Eu não sei. Está desnorteado a manhã toda. Disse ter tido um sonho ruim."

Mais uma vez Vincent riu, em seguida bagunçou o cabelo do garoto.

"O que pode ter sido tão ruim em um sonho a ponto de você estar nesse estado?"

Ciel engoliu em seco.

"Sonhei que vocês foram mortos."

Tanto Vincent quanto Rachel sentiram um nó estranho no estômago. Uma torção nervosa diante das palavras obscuras do filho.

"Eu pretendo viver por muitos anos, meu filho. Desejo ver você e seu irmão casados."

O coração de Ciel acelerou com a menção de seu irmão. Sentia seu estômago embrulhar. Seu rosto ficava pálido.

Ouviu passos. Em instantes um outro rapaz entrava na casa. Tinha seus cabelos azul acinzentados e os mesmos olhos azuis. Suas feições idênticas ao do outro garoto. Era como se olhar num espelho, contudo, ele era real.

O rapaz lhe sorria. O mesmo sorriso brilhante do qual se lembrava. Os olhos de Ciel se abriram. Diante de si, estava seu gêmeo. O verdadeiro Ciel, o verdadeiro conde Phantomhive. Aquele do qual roubara a identidade após a morte.

"Olá, irmão…"


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Notas finais do capítulo

tbm postada no spirit e no fanfiction.net



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