Todos os meus pais escrita por Fanfictioner


Capítulo 3
(outros) Meios




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Harry Potter descobriu três coisas:

As pessoas se casavam quando se amavam muito, mas nem todas as pessoas podiam casar; e que os trouxas tinham muito mais regras sobre quem podia casar com quem;Moon e Pad eram um casal e era por isso que as crianças na escola tinham constrangido ele;A escola trouxa realmente não era para ele, e tanto Moon quanto Pad ficavam muito muito chateados quando destratavam Harry;

Tudo aconteceu na seguinte ordem: 

Durante as duas semanas que se seguiram ao episódio de ‘Harry tem dois pais’, as crianças da turma agiam estranho com Harry, evitando envolvê-lo nas brincadeiras e até mesmo sentando longe dele na hora do lanche. Mas até então, ninguém havia se recusado a qualquer interação com ele. Até o dia que, em uma aula de educação física, uma das meninas se recusou a ser a dupla de Harry para um jogo.

— Não quero ficar com o Harry Estranho!

— Não sou estranho! - ele reclamou, arrumando os óculos que escorregavam pelo rosto. 

— Quem tocar no Harry vira esqusito! - berrou um menino, empurrando a garota na direção de Harry. Ela esbarrou nele e percebeu, com desespero, que encostara.

— Anna tocou no Harry, Anna é esquisita! - o garoto puxou um coro e a menina começou a chorar, alegando que não era esquisita. 

Harry não sabia se queria fugir, gritar ou chorar. Ele não era esquisito, por que ficavam repetindo aquilo?

— Agora o pai da Anna vai ter um namorado! - constatou um menino, rindo.

— Não vai, não!

— Anna pegou no Harry esquisito, Anna vai pegar a doença de dois pais! 

— Para! - ela tinha lágrimas nos olhos e gritava.

O professor claramente não tinha - ou não queria ter - controle da situação. Apenas pedia que as crianças se organizassem para começar a atividade, embora não fizesse qualquer reprimenda sobre a hostilização de Harry. Sentindo-se mais desconfortável do que em qualquer momento de sua vida, Harry saiu da quadra pisando duro e sentindo os olhos arderem. Queria chorar de raiva.

— Sr. Potter! Volte imediatamente.

— Não!

— Potter! Insolente, volte aqui, agora! Os bigodudos não educam você? Potter, volte aqui e deixe de ser um cavalo chucro, pisando duro!

Harry se virou para o professor e semicerrando os olhos úmidos de choro irritado, berrou em resposta, sem se mover um milímetro de volta à quadra.

— Eu odeio você! Você é mau! 

Sem qualquer aviso, a língua do professor passou a crescer desmedidamente, caindo para fora da boca e logo ficando pendurada como a de um cachorro. As crianças berraram assustadas e Harry, surpreendido, entendeu o que acabara de acontecer, ficando dividido entre cair no riso pela situação ou fugir antes que fosse levado à coordenação.

Meia hora depois, Sirius e Remus novamente estavam na escola e Harry novamente estava sentado na enorme cadeira da coordenação, os pés balançando fora da cadeira.

— O comportamento do Sr. Potter é inadmis-

— Ah, vai a merda! - resmungou Sirius, escandalizando a mulher. - Seu professor hostilizou uma criança de sete anos e deixou os outros o humilharem!

— Sr. Black - retrucou a mulher, impossivelmente séria. - Enquanto seu protegido não demonstrar respei-

— Meu afilhado. Eu sou o padrinho do Harry e o amo como meu filho.

— Criando com outro homem dentro de casa eu duvido muito. - sibilou a mulher, falhando em não ser ouvida.

— Como é? - Remus se empertigara na cadeira e Harry percebeu que ele estava chateado. De novo.

— Não fale mal dos meus pais 2!

— O senhor não foi convidado a essa conversa, Sr. Potter. Modos. 

— Ele foi convidado e vai falar sempre que sentir que deve se posicionar. - rebateu Sirius. - Harry tem mais modos do que a senhora, nessa conversa.

— Sr. Black, nossa escola não pode aceitar o seu afilhado se os problemas de comportamento de Harry não forem resolvidos. Ele precisa ser podado e… tolhido de certos vícios mal-educados que eu imagino estejam sendo permitidos em casa. - ela sorria de um jeito que Harry considerava maldoso, apesar de parecer doce. - O Sr. Potter não tem os mesmos… uhm, valores da nossa escola.

— Excelente. - Sirius deu um tapinha na perna, sorrindo para a mulher. - Harry vai sair daqui.

— Com-

— Não queremos ele na sua escola se a nossa família não tem os seus valores. Valores de merda, por acaso.

— Senhor, eu vou ter que pedir que se retire se for manter esse linguajar na minha esc-

— Não se incomode, eu saio com prazer. - ele se levantou, seguido de Remus, tenso. - É cada trouxa que eu tenho que aturar, sinceramente!

Harry riu da cara indignada da coordenadora ao ser chamada de trouxa, principalmente por saber que ela não entendia o que aquilo significava. Pads deu uma mão para Harry e a outra para Remus e quando uma mãe na saída olhou escandalizada para eles, Sirius apenas perguntou se ela queria alguma coisa, fazendo-a corar ultrajada.

Pads parecera irritado o resto do dia e somente na hora do jantar foi que disse algo a Harry sobre o que acontecera.

— Harry, você sabe por que as crianças fizeram aquelas maldades com você? - ele negou com a cabeça. - Algumas pessoas acham que nossa família não devia ser uma família.

Harry olhou atento de Sirius para Remus, lendo as expressões deles.

— Você ficou bravo por isso? - perguntou, fazendo Sirius dar um sorriso.

— Não, eu não ligo para eles. Tio Moon se importa mais com o que as outras pessoas pensam do que eu… - Remus riu e Harry ficou apenas prestando atenção.

— Mas você estava bravo.

— Haz, escute bem porque é importante. Eu sempre, sempre, vou ficar bravo se alguém tentar fazer algo de ruim para você, okay? Eu sou seu padrinho, eu sempre protege você… sempre. Eu não ligo que falem sobre mim, ou façam qualquer coisa comigo, mas se mexerem com você…

— Sempre que algo acontecer com você, Harry, estaremos aqui para ajudar. Precisa nos contar sempre, entendeu? - perguntou Remus e Harry assentiu. - Por mais que as pessoas achem que não devíamos ser uma família, nós somos. Por mais que achem que você devia ter um pai e uma mãe, e não dois pais, nós somos uma família.


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