-Você é demais, sabia? -eu sorri sem mostrar os dentes.

-Hmm.. sabia! -fiz que "não" com a cabeça.

-Convencido!

-Porém realista! -ele me disse.

-Aff -eu não conseguia parar de sorrir para ele.

-Eu gosto de ver você sorrindo! Amo o seu sorriso! -ele acariciou o meu rosto.

-Também amo o seu! -beijei a mão dele .

-Você me completa, sabia?

-Não! -era automático,eu sorri de novo.

-Se eu nunca te falei isso, eu estou te falando agora! Dinha você me....

A Júlia entrou correndo pela porta do meu quarto.

-Jú? -eu me virei para ela.

-Dinha,aconteceu uma tragédia!

-Do que você está falando?

-Vem! -ela puxou a minha mão, simplismente ignorando o Tom do meu lado.

-Peraí! Eu tenho que me levantar! -olhei pro Tom. Ele se levantou e pegou a minha mão -Essa porcaria de faixa não me deixa mover o pé muito bem!

-Faixa? Que faixa? - a Jú olhou para o meu tornozelo. -Onde você conseguiu isso?

-É uma looonga história!

-Então vamos longo! Não temos tempo para isso!

Me apoiei nela e no Tom para chegar até onde estava as muletas.

A Júlia disparou na frente e o Tom ficou atrás de mim, esperando eu cair para me pegar caso isso acontecesse.

-Jú espera! Essa coisa no meu tornozelo não em deixa correr! -ela nem me ouviu, pegou o elevador e ficou esperando nós dois chegarmos.

Descemos e entramos em um carro com ela.

-Jú o que está acontecendo? -o Tom estava ao meu lado no banco de traz e ela no volante (o que era um perigo! )

-Uma tragédia!

-Você só fala isso! Me diz, que tragédia pelo amor de Deus! -aquilo estava me irritando.

-Sua mãe me ligou,porque ela não te achou!

-E? - tirei o meu cel do bolso e vi que estava no silencioso.

-Ela tá agora no Brasil nos esperando! -ela fez uma curva feichada e eu cai encima do Tom.

-Filho da Puta! -ela colocou o dedo do meio pra fora da janela.

-Nos esperando pra que? -me sentei no banco de volta.

-Seu avô! -passamos por um quebra-mola. Mas ao invés dela desacelerar, ela acelerou e voamos alguns metros para frente. -Essa foi radical!

O Tom não sabia se ria do comentário dela ou se chorava por estar nesse carro com ela.

-O que tem meu avô?

-Ele tá na UTI!

-O que? -foi automático,as lágrimas começaram a cair.

-Júlia era para dar a notícia assim? -o Tom me abraçou e sussurou no meu ouvido -Eu estou aqui. Eu não vou deixá-la.

-Foi mau Tom! Mas esse trânsito tá foda!

-Jú ele está com risco de morte? O que aconteceu? -eu precisava saber.

-Não entendi muito bem, mas eu acho que ele foi envenenado!

- O que? -eu estava chorando muito. O Tom deitou a minha cabeça em seu ombro e segurou a minha mão.

-Por isso que a gente tá indo pro aeroporto! -ela freio com força e se não fosse o Tom me segurando eu tinha voado no parabrisa.

Descemos e embarcamos no avião. A Júlia tinha comprado passagem para nós três!