Rather Be escrita por LadyVênus


Capítulo 1
O nosso começo, um pouco do nosso meio e fim?


Notas iniciais do capítulo

Pode ser que você leia esse capítulo e me xingue, pode ser também que você não se importe e ache que isso foi o suficiente. Mas é bom deixar claro, nunca sabemos das pessoas mais do que elas nos contam ou querem nos mostrar. Os personagens não são meus, mas quando eles sussurram pra mim suas histórias alternativas eu só posso escrever o que eu consigo ver. O desejo deles é uma ordem. Hoje, Edward mais uma vez conta o que acontece.



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Richie comeu chocolate ontem e estou preocupado em ter que parar no meio do caminho para ajudá-lo a se aliviar no meio do mato. É só o que tem ao meu redor, o verde intenso do arvoredo imenso próximo a Forks, a cidadezinha chuvosa onde irei morar. Aumentei o aquecimento do carro, meu garoto ainda não está totalmente acostumado ao clima intensamente chuvoso, mas está adorando a ideia de ter um quarto só seu e começar a estudar, pois é o primeiro ano sendo alfabetizado por outras pessoas que não são eu ou meus pais. 

Me concentro na estrada, estamos próximos a entrada da cidade. Mais a diante, temos a placa de boas-vindas a Forks e no outro lado da rua tem um pacote azul escuro andando encolhido no meio da garoa incessante. Richie se moveu para perto da janela em um pulo. Ele estava dormindo, não estava? Freio bruscamente e meu corpo e o dele se movem para frente ainda presos pelos cintos. 

— Pai, o cachorrinho!

— Sente-se direito, Richie.

— Oh dó, não podemos deixar ele lá fora.

— Richie, não podemos. - Ele nem me escuta, abaixa a janela e grita ao pacote azul que jurei ser uma pessoa. Onde esse menino viu um cachorro?

— A senhora quer uma carona? - O pacote azul, digo a pacote azul se aproxima.

— Você está me oferecendo carona? Tem medo não menino?

— Na verdade eu tô oferecendo carona pro cachorrinho, fiquei com dó. - Ele responde, a mulher arfa surpresa e eu logo tento repreende-lo.

— Filho duma é... er... uma abençoada! - Olho puto para a minha cria encapetada.

— Bom, eu e ela não nos separamos nunca. Eu e ela juntas ou nada feito. - A pacote azul tem braços ocupados. Uma cadelinha pretinha e de olhos caramelos que encaravam Richie cheios de animação.

— Para onde vai? - Pergunto e ela se abaixa mais um pouco para me olhar na cara. Levo um susto ao perceber a sua proximidade.

— Para onde você vai?

— Você é a estranha aqui.

— Eu? Vocês que pararam no meio do nada.

— Você está na chuva carregando um cachorro.

— Viu o tamanho dela? O idiota do meu namorado levou a guia naquele carro idiota e agora eu tô que nem uma idiota falando com outro idiota nessa chuva idiota nessa cidade idiota.

— Nossa pai, se eu falasse assim já estava lavando a boca com sabão, não é?

— Ainda bem que sabe. - Bufei e destravei a porta ao lado. - Nós vamos para a Spartan Avenue, conhece?

— Conheço muito bem. - Ela abriu um sorriso que nem vi direito pois ela caminhou para o outro lado do carro e entrou. - Eu sou a Bella, oi! Eu sei que você é o Richie e você é o pai do Richie.

— O nome do meu pai é Edward. Qual o nome dela? - Ele apontou para a cadelinha que abriu a boca e começou a bocejar.

— Ela é a Bicho Papão. - Bella riu e começou a gargalhar da cara que meu menino fez.

Ela só pode ser doida.

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Não muito tempo depois, parei rapidamente na esquina da rua da minha nova casa e Bella pulou do meu carro, acordando Bicho Papão e acenando para mim, já que Richie cochilou depois de Bella contar que sua cadelinha apareceu numa moita e saiu de lá a assustando tanto que ela jurou que fosse o Bicho Papão das histórias e lendas infantis que seus pais e irmãos lhe contavam.

Sua casa é a de número 14 e ela assumiu que era seu número da sorte. Ela sorriu ao perguntar sobre mim, mas só falei o básico.

— Meus pais moram em Jacksonville, antes todos morávamos lá, mas resolvi sair de baixo das asas deles.

— Eu fiz o mesmo, tendo seis irmãos mais velhos, foi bem difícil namorar e fazer amigos, então resolvi deixar a neve e vir para a chuva.

— Seis? Quantos anos sua mãe tem?

— Ela tem 58, teve James aos 18, papai e ela não se preveniram e veio o cabeçudo, depois veio o emo.... - Ela olhou para Richie e ele já dormia nesse momento. - ... O emo safado do Alec. Aos 24 ela já tinha esses dois, Ben e Lauren. E bem, ela queria uma menina e conseguiu, fim da história, certo? Errado, tô contando a história por isso. Quando ela fez 29, nasceram Riley e Bree. Eles ficaram felizes, mas minha mãe estava bem cansada e por um tempo, eles se separaram, na reconciliação veio eu, Renée tinha 33 e logo após o meu parto ela sofreu complicações e seus órgãos reprodutores foram retirados. Ela achou foi bom.

— Imagino. Não sei o que faria se tivesse mais de um Richie em minha vida.

— Ah, nunca vai saber até ter os outros pequenos. - E foi falando isso que ela saiu do carro. E foi pensando na nossa conversa que eu estacionei o carro e olhei para a grande casa verde e azul, a casa de número 7.

Tiro as malas do carro e as deixo próximas a porta de entrada e acho a chave. Olho ao redor novamente e ainda acho estranho não ter muros em nenhuma das casas. A sensação de insegurança e da não privacidade me deixam um pouco frustrado, mas a minha vontade de deitar e dormir é grande.

Coloco tudo para dentro e observo o lugar completamente oco que é a minha nova casa.

Ela é recém reformada. Nenhuma parede separa a sala principal da sala de jantar e gosto da sensação de que posso espiar Richard enquanto estiver trabalhando em casa. Tem quatro quartos e uma suíte. O quintal é grande e em breve terá uma piscina por lá. De plástico, pois não tenho vontade nenhuma de deixar meu filho perto de um lugar tão perigoso, ainda mais agora que estaremos sozinhos na maior parte do tempo.

Com um suspiro, começo a preparar a casa para uma noite de sono num colchão de ar, comer porcarias que não precisam de cozimento e, depois de checar que meu porquinho realmente lavou tudo que tinha para lavar, tomar o meu banho e enfim descansar.

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Já faziam quase duas semanas que eu tinha me mudado pra Forks e algo aconteceu em minha rotina matinal, na verdade, o primeiro tópico da minha rotina nova: Observar que entre as 06h30 e às 07h45 não caia nem uma gota de chuva, era possível até sair sem medo de se molhar e é exatamente isso que a minha vizinha faz. Mas ela sempre usa uma calça de moletom, um top, fones de ouvido, prende seus cabelos no alto e, apesar de não estar chovendo, ela está molhada. De suor. E.…a imagem dela balançando seus peitos e rebolando aquele quadril me deixa inquieto e.… desperto.

São sete em ponto e ela está se alongando no meio da rua bem em frente ao meu pequeno cercadinho. Sim, eu limitei o espaço de Richie e ele faz questão de bater a bicicleta com rodinhas de apoio dele numa das tábuas. Bella se agacha e sorri e logo Bicho Papão aparece abanando o rabo e mostrando a língua. A cadelinha pede colo imediatamente e a tutora o dá. Ela então olha ao redor. Puxa o celular e clica em algo antes de o afastar e tirar uma selfie com a cadela, que parecer saber o que é o movimento e abre um tipo de sorriso, abana o rabo e tem seus olhos fixos na câmera.

Ela é fofa.

E Bella é sexy.

Porra.

Depois disso Bella deixa Bicho Papão no chão e elas terminam os trinta minutos restantes de exercícios. Enquanto isso, tomo um banho rápido e acordo Richie. Hoje terei que levá-lo a escola. Seu primeiro dia. Corro para prepará-lo e me dedico somente a ele, esquecendo, por aquele momento, a rotina da minha vizinha.

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Estaciono na frente da casa de número 14. Ela fica no começo da minha rua, e por mais que eu queira um motivo para falar com Bella, furar meu pneu não foi uma coisa que partiu de mim e sim do destino. E de um prego enorme. Eu não tenho estepe, percebi isso quando abri a porta malas. Então, começo a voltar para dentro do carro decidido a esperar o mecânico na minha garagem quando escuto uma porta abrir e fechar e da casa, sai Bella. Com uma saia longa bege, apertada e de cintura alta, com uma fenda. Uma camisa social preta aberta, mostrando sua blusa mais por baixo, de cor azul.

Seus cabelos estão presos e um coque, mas ela logo o desfaz e seus longos cabelos caem em volta do rosto. Eu tenho quase certeza que estou babando. Ela sorri e arqueia a sobrancelha depois que se passa quase meio minuto que estou mudo olhando para ela.

— Bom dia Edward, passeando? - Ela se aproxima e eu me vejo preso no movimento de seus quadris. A saia... nunca pensei que iria gostar tanto de uma. Bem, não a saia, mas o que ela me deixa imaginar.

— Bom dia Bella, eu... furou meu pneu no caminho de volta da escola do Richard.

— Ah... por um minuto pensei que estivesse me visitando. Faz um tempo que não te vejo. - Ela se aproximou ainda mais e eu não entendo muito bem seus movimentos. Como ela chegou tão rápido.

— Hum... sinto muito.

— Realmente deve sentir. - Ela sussurrou. Ela se afastou e sorriu. - Conheço um mecânico que pode cuidar do seu problema. Ele mora na casa 92. Mas...

— Mas?

— Ele só abre às nove e meia. - Ela me dá um sorriso de desculpas e eu olho o relógio. Ainda são oito e quarenta e três. - Já tomou café?

— Não. Levantei tarde - minto - Levei Richie para a escola e no caminho comprei achocolatado e cookies.

— Aposto que ele adorou. - Ela sorriu e depois de trancar o carro a segui até a casa.

Lá dentro, o ar estava mais quente. Ela continuou andando até a parte de trás da casa. Lá tinha uma piscina, não uma de plástico, mas que não parecia ser muito profunda. Ela pediu que eu sentasse na mesa e dali eu conseguia observar Bella preparando uma bandeja com suco, torradas, café e pães, doces e de massa fina, percebi a geleia e a pasta de amendoim ali e me animei um pouco mais com a refeição.

Comemos em um silêncio confortável, pude admirá-la e percebi que estava um pouco corada. Sua camisa social saiu, ela prendeu o cabelo num coque e se abanava com a mão.

— Está tudo bem? Você está ficando vermelha. - Pergunto e ela acena com a cabeça e passa a mão na nuca. - Bebe um pouco de água.

— Tenho que te contar uma coisa Edward. Tem umas semanas que tô pensando nisso e.… ai.

Bella acenou para mim e foi até o fim do corredor, rebolando os quadris até o que parecia ser o quarto dela. Ela tirou ali, antes de entrar, a blusa e quando ia tirar o sutiã, já tinha entrado no cômodo. Logo escutei a porta bater. Sinceramente, eu não sou um cara lerdo, seu que ela está dando sinais de que eu deveria segui-la até lá, mas eu não sei, ela desperta sentimentos esquisitos em mim.

— Bella, acho que tenho que ver se o mecânico está chegando. Obrigado pelo café. - Começo a me afastar. Me mexendo um pouco devagar quando senti a calça um pouco apertada. Eu devo ser um pervertido.

Bicho-Papão começou a se esticar e procurou o lugar mais ensolarado possível. Se espreguiça e deita. Eu sorri e passei por ela e seguindo até a porta, mas antes de abri-la totalmente, ela foi novamente fechada e eu arregalei os olhos quando percebi Bella ainda mais suada. Não, não era suor. Era água. 

Sinto um arrepio na nuca. Me viro totalmente para ela e a encaro, de cabelo soltos e molhados. A tolha presa ao corpo bem perto dos seus seios. Ela caminhou para trás e sabendo que eu estava de olho em cada um de seus gestos. Ela deixou a toalha cair. E por mais que eu odiasse a bagunça que uma simples toalha molhada faz, opto por tentar descobrir o que Bella Swan quer nua na minha frente.

— Era isso...isso que queria que... me falar? - Suspiro. Tentando compreender os sinais. Não querendo interpretar nenhum sinal errado. Porra.

— Sim Edward. Eu nunca te agradeci por me tirar da chuva naquele dia.

— Na verdade foi o Richie.

— Eu vou agradecer ele direito. Mas para você, o agradecimento é mais elaborado. - Ela passou a mão no meu casaco e abriu o zíper.

— Nós mal nos conhecemos.

— E já não estamos resolvendo isso?

— Isso é pular algumas etapas.

— As etapas chatas.  – Ela deu de ombros.

— Mas... - ela revirou os olhos e puxou minha mão esquerda e deixou entre os seus seios. Ela suspirou com a minha mão ali. E eu também.

— Parece que não está gostando do meu agradecimento. Não estou agradando, Edward? - Sua mão se aproximou da minha calça. Ela beijou meu queixo, trocamos um selinho demorado e abri meus olhos quando escutei um movimento. Me afastei um pouco e ela respira fundo. - Edward tudo bem, eu vou parar.

— Só é esquisito ser.… assistido. - Aponto para Bicho Papão e Bella se afasta, sem nenhum constrangimento e abre a porta da varanda. A cadela passa novamente e ela fecha a porta.

— Ela ama ficar lá fora. Você vai ver.… ela não vai nem perceber o que estaremos fazendo.

— E o que vamos fazer?

— Conversar.

— Você está pelada.

— Você deveria já estar também. Vou te ajudar, parece que você está confuso. - Ela se aproxima mais uma vez e eu dou um passo para trás. - Edward, eu estou te deixando desconfortável? Você não quer? - Ela começa a se agachar para pegar a toalha.

— Fica assim. Nos joelhos. - Ela me olhou e seu rosto se avermelhou com o meu comando.

— Graças a deus você é pervertido.

— Eu não...

— Vamos lá lindo, eu ajoelhei e não foi para rezar.

Me aproximo dela e percebo que seus seios estão ainda mais empinados. Sua respiração aumenta e ela me puxa para que eu chegue perto o mais rápido possível. Suas mãos estão nervosas, mas rapidamente meu zíper foi aberto, minha calça vai para baixo e enquanto minha camisa sai do corpo, sinto duas mãos em minha bunda. Arqueio as sobrancelhas e Bella sorri e dá de ombros.

— Eu gosto. - Ela se foca em meu pau e logo desliza a língua pela glande. A boca subia e descia e logo minha cabecinha estava em sua boca. Ela suspirou e sua mão massageava o que ainda não entrava em sua boca. Segurei seus cabelos e logo meu pau descia por sua garganta.

Ela se afastou e seus olhos lacrimejaram.

— Desculpe... eu.

— Pode fazer de novo. - Ela me massageou mais e sua boca desceu por minhas bolas e eu joguei a cabeça para trás quando ela fez um pequeno barulho quando o soltou de repente.

— Bella eu quero chupar você também.

— Ainda não.

— Por favor.

— Já que insiste. - Ela se levantou e me puxou para o sofá. Antes que me empurrasse, eu o fiz com ela e sua perna esquerda ficou mais afastada, me ajoelhei a sua frente e nossas intimidades ficaram muito próximas, enquanto eu ataquei seu pescoço. Ela gemeu alto e a perna direita abraçou a minha cintura com força.

— Semanas, eu passei semanas pensando no que fazer com você. - Meus beijos chegaram até seus seios e o bico escuro logo foi sugado para a minha boca. - Eu te via... e eu juro que minha imaginação parecia a de um moleque de ensino médio.

— Você só fica me olhando da sua janela. Porra, eu só queria que você me chamasse para entrar. - Ela gemeu alto, mais alto desde que começamos, sua mão apertou meus cabelos e forçou minha cabeça neles.

— Como disse, mal nos conhecemos.  – Parei e a encarei com um sorriso. Ela acariciou minha boca e eu chupei um dos dedos dela.

— Você sabia meu nome, eu sabia o seu, sabe que minha mãe teve uns sete filhos e ainda queria mais o quê? - Ela nos girou no sofá e ficou no meu colo.

— Eu ainda não chupei você.

— E eu ainda não contei sobre mim, mas olha só, estamos nus, eu... - ela se esticou e pegou uma camisinha na mesa atrás do sofá. - Vou colocar isso aqui em você e vamos brincar.

— Brincar? - Minhas mãos passeiam por suas nádegas e sinto ela colocar a camisinha em meu pau. Afasto seus cabelos e acaricio seus ombros. Ela tem pintinhas por ali e eu vejo ela se arrepiar.

— Humrum. - Ela me guia até sua entrada e eu começo a gemer quando ela se abaixa mais e se aproxima para beijar meu pescoço. Sua boca se aproxima da minha orelha e a escuto sussurrar. - De cavalinho.

— Porra. - E então começamos a brincar. Seus seios saltitavam a cada golpe de seu quadril com o meu. Puxei o tronco dela para que ela deitasse sobre mim e tomei sua boca em um beijo entre arfadas e gemidos. Ela rebolou mais difícil e eu joguei a cabeça para trás e logo senti sua língua quente em meu pescoço. A abracei mais forte e deslizei minhas mãos por suas costas, senti sua mordida em meu ombro e senti ela me apertando. Eu logo estava gozando e Bella relaxou o corpo sobre o meu. – Não acabamos.

— Não?

— Porra mulher, você acha que só você se alonga antes de fazer o exercício completo? – Ela tremeu em mais uma risada. Me descobri adorando aquele som. - Gosto da sua piscina.

— Ela é rasa demais. É para crianças. Não cobre nem a cintura direito. – Ela riu da minha careta. – Veja pelo lado bom. Richie não correria perigo. Está aí, vamos marcar uma festinha na piscina. Vou empanturrar ele do que ele quiser comer e talvez eu dê um presente para ele.

— Você agradece as pessoas de um modo estranho, a maioria das pessoas aceitaria o seu “Obrigada, não saberia como agradecer”. Está tão feliz assim por ganhar uma carona para casa?

— Estou feliz por você, Edward Cullen, ter entrado na minha vida. A gente pode até não ser conhecido um do outro, ainda não, mas eu adorei você desde o momento em que te vi e o Richie também. – Nós ficamos de lado, um de frente para o outro. Ela começou a acariciar os meus cabelos e eu relaxei mais uma vez, ela soltou uma risadinha e abri os olhos e a encarei.

Ela é tão linda.

— Você é tão linda. – Ela corou. – E doida.

— Isso é coisa que se diga? – Ela sussurrou perto da minha boca. Ela me beijou e avancei um pouco mais, nossas línguas entraram no jogo e senti seus dentes puxando o meu lábio inferior. Escutamos o som de uma buzina do lado de fora. – O mecânico chegou, baby.

Bella correu para o que pareceu ser o seu quarto e voltou de lá vestindo um vestido e ela parou de andar para vestir uma calcinha. Uma bem pequena. Ela sorriu e abriu a porta, lá estava um homem alto e barbudo.

— Oi, dona Bella. Eu já arrumei o pneu do carro do seu amigo. Só vim receber, ele está aí? Se não, pode deixar que eu volto mais tarde, ou ele me faz um pagamento via flix.

— Flix?

— É, aquele pagamento via celular.

— Ah, acho que não é flix não, Mike. Mas quanto ficou? – Ele falou o preço e ela pegou uma nota de cem na bolsa, pegou o troco e acenou para ele.

— Jessica vai mandar uma torta para a senhora, ela disse que ficou muito agradecida pela decoração do quarto do bebê.

— Tudo bem Mike, fico agradecida. – Depois disso ela fechou a porta.

— Fica agradecida, é? – Eu sorri e cruzei os braços atrás da cabeça. – Olha lá como vai agradecer eles. - Ela jogou uma almofada em mim e enquanto eu desviava, ela se aproximou e subiu em cima de mim. Minhas mãos entraram no vestido e ela se apoiou em meu peito. Me sentei e nos ergui. – Posso conhecer seu quarto?

— Tudo o que quiser bonitão. – Caminhei com ela no meu colo e ela começou a beijar o meu pescoço.

— Tudo? Olha que você não sabe das minhas peculiaridades. – Encostei ela contra a parede. Esfreguei a minha muito crescente ereção contra ela e seu gemido preencheu o corredor.

— Adoraria conhecer suas peculiaridades. – Ela riu alto e entramos em seu quarto.

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Já eram quatro da tarde e Richie estava fazendo o dever de casa. Terminei um projeto e salvei antes de me juntar a ele e terminar sua tarefa. Escutei um latido e tocaram a campainha. Fui até a porta e quando a abri, Bella estava lá, com duas sacolas, em uma delas tinha uma garrafa de refrigerante. Ela sorriu para mim.

— Eu sei, parece que estou avançando muito, pulando várias etapas e indo rápido demais, mas eu juro, juro que tenho a melhor das intenções ao conhecer de verdade ele e.…e você. Eu adorei a nossa manhã aliás. Caralho, você usa óculos?

— Calma Bella, eu não tô achando nada. – Sorri e peguei uma das sacolas. – Entra.

— Bicho Papão! – Richie grita e vem correndo para a cadelinha. Ela late e abana o rabo.

 - A Bella está aqui também, Richard. – Arrumo os óculos e olho para Bella que está me encarando de boca aberta.

— Oi Bella, me desculpe, a Bicho Papão é muito fofinha, posso brincar com ela no meu quarto?

— É claro que pode, Richie, mas você não quer comer antes? Trouxe salgadinhos, pensei que poderíamos ver um filme...

— Tudo bem, mas só um mesmo, eu gosto de brincar com ela.

— Você brinca com ela quando? – Pergunto perto dos armários enquanto pego os copos e as tigelas.

— Não brinco, mas vou poder não é, papai? Olha, ela também quer. – A cadela pulava no lugar e eu fiquei alegre por Richie ter uma amiga, mesmo que seja uma não humana.

— Tudo bem, se Bella deixar e se você fizer seus deveres e comer legumes e vegetais.

— O que a gente não faz pelos amigos... – o garoto sorriu e depois acenou com a cabeça para mim e para Bella. Ela agora estava sorrindo para ele e eu estava começando a ficar ansioso para estar sozinho com ela e perguntar os motivos de suas reações.

— Vamos arrumar as coisas aqui e já chamamos os dois, pode ir brincar com ela no quarto.

— Richie, por favor, não dê chocolate para ela, faz mal e ela pode mo... digo, ela pode ficar doente.

— Tudo bem Bella, vem Bicho Papão. – E eles saíram correndo dali.

Esperei escutar a porta fechar para só então abraçar Bella por trás e beijar a sua nuca, ela se arrepiou e se virou para mim.

— Tenho duas perguntas, uma: Me diz o motivo de ficar quase babando na cabeça do meu filho.

— Babando? Não, eu... ah ok, eu achei tão fofo ele se apegar a Bicho Papão. Eu a amo como se ela tivesse saído de mim. Sério, eu faço tudo por ela. Não estou comparando bebês humanos e filhotes, mas... você me entendeu? – Ela franziu as sobrancelhas e eu segurei seu rosto com as duas mãos. Lhe dei um selinho e depois um outro mais longo.

— A outra dúvida é: Gosta de caras que usam óculos? – Sorri e ela me encarou nos olhos.

— Eu gosto de você de óculos, nunca pensei que ia ficar tão gostoso. Eu juro que se você não usar isso da próxima vez... – ela gemeu. Eu sorri de novo e fiquei animado em pensar em quanto fiz ela gemer mais cedo.

— Vai ter próxima?

— A pergunta está errada moço, a certa seria: Quando? E eu te respondo, hoje à noite, com certeza.

— Eu sabia que você era doida desde o momento em que te vi.

— Me tornei um gosto peculiar, admite! – Ela ficou na ponta dos pés e me beijou.

Talvez, só talvez ela esteja certa.

.

.

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Dois anos depois.

Bella levantou da cama e eu continuei semiacordado. Eu sabia que deveria ter levantado e a ajudado, mas eu tinha acordado no meio da madrugada, por culpa dela e somente dela. Ok, a culpa também era a minha. Me espreguicei e comecei a me levantar. Depois de tomar banho e cuidar da minha higiene, fui para a cozinha e ela estava indo de um lado para o outro cuidando do café. Bicho Papão estava deitada perto da porta do quintal e eu comecei a preparar o café líquido mesmo e as torradas.

Descobri que minha namorada não é matinal. Ela não fala nada até ter comido. Depois que passamos a morar juntos, ela só come bem cedo e não perto das nove, como fazia antes, graças a Richard, que estaria acordando para tomar o café e logo sair para pegar o ônibus e ir para a escola. Então, depois de ver ela beber um suco de maracujá, dei um beijo em sua têmpora e acariciei sua barriga.

— Você acha que semana que vem saberemos o sexo?

— Acho que sim. Está na hora. Richie disse que fica feliz com o que vier, mas eu sei que ele fez um desenho e nele o bebê tem cabelos longos e está vestindo rosa. E a maior prova de que o bebê do desenho é menina é o nome Lou bem grande para onde a seta aponta. E Lou é de Louise.

— Espero que seja uma menina mesmo, quero ter duas garotas para amar. – Beijei o seu pescoço, acariciei sua barriga mais uma vez e me afastei quando senti Rocambole, o nosso gato marrom passar por entre as nossas pernas. O filhote correu até Bicho Papão e os dois começaram a brincar.

— Bella, Bella, você pode fazer um sanduiche para mim? Hoje é dia de sopa e eu não gosto muito.

— É claro meu amor, logo coloco na sua mochila. – Ela pega os ingredientes e enquanto prepara, vou até o quarto dele e pego o horário de hoje, checo que ele pegou todo o material e trabalhos e noto que tudo está na mochila. Passo na cozinha e pego o pacote com o sanduiche preparado por Bella e o guardo também.

Tomamos café e levo Richie para a frente de casa, e no ponto, relembro-o de todas as medidas de segurança que ele deve ter na ida para a escola e na volta para a casa. Me despeço dele com um “Papai te ama” e ele vai embora. Volto para casa e Bella está sentada na varanda, tomando mais um pouco de suco e acaricia a barriga. Sei que deve estar sentindo o bebê que deve finalmente ter acordado.

— O que você está fazendo?

— Agradecendo.

— Antes você agradecia de outros jeitos. – A coloco em meu colo.

— Antes eu não tinha dor na coluna, vontade de fazer xixi a cada cinco minutos, nem hormônios numa montanha russa.

— E está arrependida? – Beijo sua nuca e respiro fundo o cheiro dela.

— Como eu disse... agradecida. Não tem lugar melhor do que estar aqui.

— Eu também agradeço Bella.

— Eu vi como você estava agradecido ontem, mesmo que tenha saído para me comprar bolo de morango.

— Já pensou se nossa filha nasce com cara de bolo de morango?

— Ela seria bonitinha e cremosa – ela riu alto e eu fiquei ali, admirado da sua beleza, que ficou ainda mais aparente com a gestação.

— Quer casar comigo? – Eu pedi. Ela olhou para mim um pouco perplexa, depois soltou uma risadinha sarcástica.

— Desculpe, não posso aceitar. – Ela levantou a mão e lá estava um anel com pedra brilhante. – Fui pedida em casamento há uns sete meses atrás.

— E como agradecimento, você me deu mais uma boca para alimentar.

— É o preço a pagar.

— Bem alto.

— Ainda bem que você tem como pagar. – Ela segurou meu rosto e me deu um beijo mais intenso. Senti algumas cutucadas. Passei a mão em sua barriga mais uma vez e lá senti nosso bebezinho. – Você está feliz, não está?

— Eu sou feliz Bella, nem sei como posso agradecer.

— Ah, eu sei como.

Trocamos mais um beijo e fomos passar mais uma parte da manhã dentro do quarto.

Agradecendo.


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Notas finais do capítulo

Piadas internas a parte... pelo que agradeceu hoje?



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