Na Chuva escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

One-shot dedicada a LumiAngela, Androide17 e todos os fãs de OroTsu, espero que gostem e se possível comentem xD



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Tsunade estava mais emburrada do que o normal, e Orochimaru não entendia o que tinha dado errado, agora.

Tinha levado ela no cinema como queria, estava andando de mãos dadas com ela, e ainda colocado aquela ridícula camisa de bolinhas que ela havia lhe dado de presente, mesmo sabendo que ele não usava roupa estampada.

Mas, a inquietude da moça não tinha nada haver com seu apático namorado e sim com uma cena que ela viu no filme, e ela queria muito experimentar.

Capítulo Único

— Kukuku. Então esse é o problema? – Ele disse coçando sua nuca, depois de ouvir pacientemente, o que sua namorada tinha a dizer.

Francamente. Suas palavras o fizeram duvidar se havia sido uma boa ideia, começar a namorar com aquela maluca sentimental.

— A cena era tão bonita e eu queria fazer igual. – Tsunade disse espichando os lábios, com seus olhos castanhos brilhando de um jeito que seria até bonito, se Orochimaru não estivesse tão chateado.

— Tsunade nem tudo o que acontece nos filmes, é pra ser feito na vida real. – Orochimaru disse querendo ser prático como sempre.

E como esperado essa praticidade deixava sua rainha dramática, ainda mais tempestuosa. No fundo ele gostava disto.

— Desse jeito vou achar que você não quer me beijar. – Ela disse fazendo um biquinho manhoso, enquanto o encarava na ponta dos pés.

— É jogo sujo, você me olhar assim. – Orochimaru disse alisando uma mecha de seus cabelos negros. Deixando Tsunade hipnotizada com o gesto. Ela era fissurada em seus cabelos negros e escorridos.

— Que custa? – Ela perguntou ficando ainda mais na ponta do pé, enquanto firmava sua mão em seus ombros.

Orochimaru sentiu-se repentinamente tímido, diante daquele olhar meigo com um brilho jocoso no fundo, que não costumava estar ali.

Nem ele tinha resposta para isso.

Apenas era ilógico para sua ilustre pessoa, ir propositalmente para o meio da chuva, só para beijar sua linda e voluntariosa namorada.

Ainda mais, quando eles poderiam trocar esse mesmo beijo, em um lugar quentinho e seco.

Mas, Tsunade estava determinada. E ele como um peixinho caiu na sua rede.

Só se deu por conta quando sentiu as mãos dela, o empurrarem debaixo da segurança da marquise do cinema.

Foi graças a sua agilidade ninja que ele não caiu de bunda no chão.

— Tsunade. – Ele resmungou o nome de sua namorada, ainda surpreso pela sua atitude. Ainda mais quando sentiu a chuva despencar sobre sua cabeça, encharcando suas vestes e bagunçando seu cabelo.

Por um momento, Orochimaru se sentiu chateado. Mas, acabou lembrando da cena do filme... Como diz o ditado: quem está na chuva é pra se molhar, não é mesmo?

Então, em meio a um prolongado suspiro derrotado, ele estendeu a mão para Tsunade que ainda o encarava daquele jeito que o fazia ter vontade de carregá-la para um lugar que eles pudessem ficar a sós.

Ainda mais quando ela dera um sorriso de canto repleto de charme.

E lhe estendeu a mão, indo na direção do Kusanagi que quase se sentiu feliz ao sentir o calor da mulher, pois aquela chuva estava fria à beça.

— Agora enfim... Querida! – Ele tentou replicar o tom meloso do mocinho do filme, para contento de Tsunade que se aproximou fazendo caras e bocas, que deixavam a mocinha no chinelo aos olhos do Kusanagi.

Que se viu ansioso pelos lábios de sua namorada, mesmo ele não querendo perder tempo com algo tão inútil.

Entretanto, quando seus lábios estavam prestes a tocar os de Tsunade, a moça desviou do seu caminho fazendo-o encontrar-se com o ar frio da noite, já que ela arredara o pé para o canto, ao modo ninja.

— Hã? – Uma nuvem negra de confusão tomou conta da mente de Orochimaru que encarou Tsunade, já pressentindo que estava se molhando à toa.

Ainda mais quando a loira lhe deu as costas, jogando suas madeixas por sobre os ombros.

— Sabe, Orochi-kun... – Ela cantarolou enfatizando o sufixo que ele detestava que associassem ao seu nome. Mesmo que fosse Tsunade. – Homens hesitantes costumam perder as coisas boas da vida.

Tsunade disse, então dando uma olhada de canto para trás, e seus lábios carnudos estavam curvados em sorriso de tirar o fôlego.

Aliás, tudo nela exalava sensualidade, malícia e encantamento.

A roupa encharcada colada em seu corpo, marcando cada centímetro de sua silhueta.

Então, sem dizer mais nada ela saiu correndo, para longe dele. Levando consigo a promessa do beijo que não veio.

“Maldita, o jogo se inverteu”.

Ele pensou com frustração.

Pois, antes era ela que queria o tal beijo na chuva. Agora era ele quem estava ali chupando o dedo? Mas, como?

Orochimaru girara o pescoço no próprio eixo.

Estava irritado.

Mais que isso... Estava determinado.

E ele teria aquele beijinho na chuva.

— Pode correr, mas vou te pegar... Hime! Kukuku.

O rapaz de cabelos negros dissera saindo correndo em disparada atrás da recompensa que nem ele sabia que queria.

...

Tsunade que já estava há um quarteirão de casa, corria a toda velocidade.

Ainda sem decidir se estava chateada ou satisfeita.

As coisas não saíram como ela esperava, mas pelo menos ela conseguiu fazer com que Orochimaru fosse um pouquinho menos racional.

Ela amava seu namorado, mas seu pragmatismo minava os sonhos românticos dela.

“Quem sabe assim ele aprenda a lição”.

Tsunade disse parando toda orgulhosa na frente da entrada de seu apartamento. Tinha combinado em ir dormir na casa de Orochimaru, mas queria que ele chegasse em casa molhadinho e tivesse que se aquecer sozinho.

Com esse pensamento, Tsunade decidiu-se por se sentir satisfeita.

Tinha ficado sem sua “ceninha romântica ideal”. Mas, com aquela cobra sorrateira as coisas nunca eram perfeitas. Deveria se acostumar com isto de uma vez.

Orochimaru deixou que Tsunade entrasse em casa, tomasse um banho e trocasse de roupa. Enquanto ele continuou ali na chuva, esperando pela oportunidade de fazer Tsunade pagar na mesma moeda.

“Kukuku. Essa noite vai ter.”

Orochimaru disse criando um clone das sombras todo especial.

Pois, esse tinha a forma de um gatinho preto de olhos muito dourados.

“Você não resiste ao meu charme felino. Kukuku.”

Orochimaru dissera parando propositalmente debaixo da janela da Senju que morava no segundo andar. Mas, sua excelente audição a faria ouvir os miados do pobre gatinho molhado, antes dos moradores do apartamento do térreo.

Então, sem demora Orochimaru colocou seu plano em prática, tomando cuidado ocultar até a ínfima gota de chakra pra que Tsunade não notasse sua presença antes da hora.

“E é agora que a vingança começa”.

Orochimaru pensou cheio de animação.

Já prevendo que seus miados, já haviam chamado a atenção de Tsunade que havia acabado de colocar uma camisola branca com flores pálidas. Era um modelo curto e justo que ela só estava usando porque todos seus pijamas “comportados” estavam com a lavadeira que ainda não havia devolvido a remessa da semana, por causa do mal tempo.

— Kuso. Será que abandonaram outro gatinho? – Tsunade perguntou olhando para Brigite, sua gata de estimação.

Que estava bem acomodada em uma cama rosa decorada com florezinhas, feita sob encomenda para ela.

A gatinha a encarou com seus olhos azuis, nem um pouco interessada em dividir sua cama com algum felino desgarrado, já que ela tinha chegado primeiro.

Tsunade tentou ignorar os miados, mas acabou não resistindo à tentação.

Pegara uma capa de chuva, e colocara sobre os ombros. E saíra para a rua não muito contente com a possibilidade de se molhar todinha.

— Isso só valeria a pena se Orochimaru tivesse aceitado em me dar um beijo que nem a Jane e o Julius do filme. Mas, daí ele ficou fazendo doce e eu tenho meu orgulho... – Tsunade disse dramática, tentando prestar atenção onde estava o gatinho.

Desceu as escadas e correu para baixo de sua janela, onde tinha vários vasos de flores.

Agachou-se um pouco tentando enxergar melhor.

Foi quando ela viu um par de olhos dourados brilhando no escuro.

Recuou movida pelo instinto.

Mas, então era tarde.

O gatinho que ela nem conseguiu enxergar, se converteu na forma de uma serpente que se enroscou em seu dorso, causando um tremor de pânico, que foi diminuindo a medida que a pele escamosa do réptil ia circundando seu corpo.

Ela conhecia aquela textura, pois treinara muitas vezes com o responsável por aquele jutsu.

  Orochimaru maldito.

Tsunade gemeu baixinho, sentindo uma presença atrás de si. Orochimaru estava a centímetros atrás dela.

Mesmo na escuridão da noite, sua presença era marcante.

— Você não queria seu beijo, hime? – Ele perguntou causando um calafrio na jovem mulher que aquela altura estava molhada dos pés à cabeça.

— Orochimaru você me enganou.... – Ela disse rabugenta, querendo começar uma contenda.

Mas, foi a vez de ele colocar as mãos sobre seus ombros.

— Só estou pagando o que você me fez na mesma moeda... Kukuku. – Ele disse querendo soar prático a medida que aproximava seus lábios do pescoço da mulher que fechou os olhos, pronta para senti-lo tocar sua pele.

Entretanto, assim como num instante ele estava lá, no outro ele já não estava.

Para eterna frustração de Tsunade.

Que se virou pronta para acertar Orochimaru.

Mas, aquele maldito a deixou na vontade.

Tsunade ficou tão frustrada que dera um soquinho no ar, desejando acertar a cara pálida de seu namorado.

Mas, ele já não estava lá.

Ao menos foi o que ela pensou, até que viu um rastro de pétalas de flor de cerejeiras no caminho.

Não era mais estação das flores favoritas de Tsunade, mas ele cultivava artificialmente várias em seu laboratório, para momentos como aquele.

Tsunade sabia que aquela serpente não dava ponto sem nó... Mas, como um peixinho pulou feliz na sua rede, pois ela sabia que alguma diversão teria no final, nem que fosse rachando a cabeça dele com um belo de um cascudo.

Correu a toda velocidade, pela trilha de flores, com o frio da ansiedade levando embora o frio causado pela chuva.

No fim do caminho recostado em uma árvore frondosa, estava Orochimaru a encarando com uma expressão tão sexy que ela não resistiu e mesmo zangada com ele, saltou em seus braços.

E finalmente o beijo.

Ah, e que beijo.

Seus lábios sem resistir a tentação um do outro, grudaram-se como se não houvesse amanhã.

Suas línguas fizeram uma dança luxuriante, enquanto ela jogava todo o peso sobre o quadril de seu namorado que a amparava com suas mãos, beijando-a demoradamente. Sem pressa.

Afinal eles teriam a noite inteira....

Mesmo na chuva, não tinha porque eles pararem-no beijo.

Esse era o plano se não fosse um miado inoportuno estragar tudo.

Orochimaru não queria interromper o bem bom.

Mas... Uma minúscula presença trêmula e peluda tinha que aparecer perdida por ali.

E estragar tudo.

— Maldito gatinho. Kukuku.

Orochimaru pensou  com frustração quando viu Tsunade passar a dedicar toda a atenção que era para ser dele, ao pequeno e frágil peludo que pareceu ter brotado ali só para atrapalhar seus planos eróticos...

Mas, pelo menos ele teve seu beijinho na chuva, teria que se contentar com isso.


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