A Maravilhosa Loja de Argoluli — O Terrível escrita por Félix de Souza


Capítulo 26
Uma espada de fogo


Notas iniciais do capítulo

Olá prezado cliente.
Estamos de volta.

Depois desse longo hiato, quarenta dias sem publicar nada, estou aqui com mais um capítulo, se alguém ainda estiver acompanhando.

Em minha defesa, se alguém se importa, devo dizer que foram quarentas dias difíceis, onde tenho chegado cansado e um tanto desmotivado em casa.
Mas ok, né?
Dizem que você tem que escrever acima de tudo para si mesmo, e quero terminar essa historia. Vocês hão de me perdoar se o ritmo caiu, mas a gente faz o possível.

Deixem seu comentário, indiquem a Loja aos amigos, me mostrem que alguém ainda lê isso e agente vê o que faz. Recomendem, deixem seu feedback, mesmo que seja uma crítica.

Sem mais delongas. Vamos ao novo capítulo.

— A Gerencia.



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Uma pessoa que ri quando está furioso, tem algo de errado que não sei definir.

Sentirá prazer na ira?

Diverte-se perdido em sua insana imaginação do que vai causar ao alvo de sua raiva?

Laucel sorria e talvez isso tenha feito o chefe dos mercenários e seu guarda costa ogro relaxar, mas do lado do cavaleiro, Razarthan sentia um suor frio escorrer pelas costas.

Havia algo no seu olhar vítreo que acionava um instinto primitivo de urgência no ladino.

— Tire Erick daqui. — disse Laucel entredentes, quase um sussurro. Aqueles dentes trincados devem ter parecido um sorriso para nosso anfitrião que sorria de volta. Para Razarthan, era algo como um cão rosnando.

"Tire Erick daqui" ele disse. Na mente de Razarthan, três palavras berravam.

"Puta que pariu".

Assim, sem preâmbulo, Laucel murmurou algumas palavras e entrou em combustão espontânea, ou ao menos assim parecia.

Você pode imaginar o susto que levou Razarthan que nunca na vida viu nada igual, e nem poderia.

De fato, Laucel não entrou em combustão, mas realizou uma magia que poucos piromantes conseguem conjurar.

Laucel converteu seu corpo em chamas, tal como um Elemental do fogo, uma salamandra.

A partir de então, tudo que ele tocasse, era passível de se incinerar, e o corpo dele todo foi convertido em chamas. Nada de carne ali, o calor emanava dele como de uma fogueira.

Nessa forma, Laucel era quase invencível, Razarthan observou. Poucas coisas poderiam feri-lo e não havia nada desse tipo por perto.

O que os guardas iam fazer? Esvaziar seus cantis em cima dele?

O gesto escandaloso finalmente despertou o ogro e seu chefe para a ameaça iminente diante deles. Razarthan aproveitou a entrada escandalosa do seu companheiro, para sair pela lateral, sacar suas adagas e fazer o que lhe foi ordenado. Soltar Erick.

Não foi lá um desafio.

Diante de tal demonstração de poder, era como se Razarthan fosse invisível de novo.

Quem liga para uma pessoa com duas adagas na mão se tem um indivíduo em chamas diante de si, rindo como um alucinado e vindo em sua direção?

— Mordeferro! — ordenou o chefe bigode. — Acabe com eles!

O ogro jogou a mesa para o lado e para o alto, e avançou para o cavaleiro, numa clara demonstração de bravura estupida, pela qual ninguém leva a inteligência dos ogros á sério.

Atacou Laucel com sua enorme clava com esporos que mais parecia uma tora de madeira ótima para se esculpir um bote. Em vão.

Era como se estivesse tentando abater uma fogueira sem os gravetos. A clava passou por Laucel, alterou sua forma por um instante, ele riu e assumiu a forma humanoide novamente. Depois tocou no ogro que tomou um susto inicial, contudo mal saiu chamuscado. Daí então foi a vez do ogro rir.

Não durou muito tempo.

Logo o ogro começou a dar tapas onde Laucel tocou no seu ventre como se o lugar estivesse em chamas, e a primeira vista não estava, mas o ogro começou a se contorcer e gritar de dor e pânico rolou no chão e então irrompeu em chamas. Numa verdadeira e assombrosa combustão espontânea. A diferença da combustão de sir Laucel e do ogro, estava no cheiro de carne de porco que empesteou o local.

Nos seus movimentos desesperados e descoordenados o ogro rolou sobre baús espalhados e travas da tenda. Outro fogo, mais natural, começou a se espalhar daí por diante.

O chefe de bigode extravagante olhou de relance, muito rapidamente, para dois barris lacrados de cinquenta quilos a sua lateral direita, e correu para o fundo da tenda, não hesitou em usar sua cimitarra no fundo da lona e abrir espaço para longe de Laucel chegando a tropeçar no rasgo que abriu, porém, não se deteve, um dos guardas que supostamente estava nos fundos, pôs a cabeça para dentro e também olhou na direção dos barris, olhos arregalados, saiu em disparada sem olhar para trás.

O fogo que incinerou o ogro que saía desesperado e em chamas para fora da tenda agora se espalhava firmemente pela tenda.

Nesse meio tempo Razarthan já havia libertado o abatido Erick. Foi quando seus sentidos privilegiados lhe avisaram do perigo.

— Fogo em pó! — exclamou para Laucel. — Dois barris de fogo em pó! Puta merda!

Razarthan ainda teve força de espírito de arrastar Erick para fora através do rombo aberto pelo chefe bigode. Nem ele estava se reconhecendo.

Laucel estava tranquilo lá dentro, mas do lado de fora nada estava tranquilo.

Chefe Bigode dava ordens para "Todos os ratos malditos" se afastarem da tenda urgente.

Isso tudo foi mais rápido que essa narrativa. Ocorreu em segundos.

Quando as chamas alcançaram os barris de fogo em pó, bem, você sabe.

Explodiu a maior "bola de fogo" que Razarthan já observara na sua curta e agitada jornada nessa vida. O som foi ensurdecedor, o calor sufocante, a noite virou dia por três longos segundos, e a fumaça ardeu nos olhos e pulmões.

Quando o susto do impacto passou, Razarthan se amaldiçoou por ser tão bom em estimativas.

Antes ele calculou que o acampamento deveria ter em torno de trintas bandoleiros armados, como o ogro morreu na tenda, ele estava cercado por exatos vinte e nove deles agora e nenhum sinal de sir Laucel.

— Maldito bodezinho estrangeiro! — disse-lhe chefe bigode. — Tem noção do prejuízo que nos causou? — enquanto os bandoleiros fechavam o cerco ao seu redor. — Vamos ter que vender sua alma para lorde Mavros e seu corpo para as minas de Aki-Naglal, para sanar esses danos causados.

Uma ameaça deveras elaborada para um bandoleiro, se me permitem.

Uma ameaça que não se sustentou, diante a visão de um homem de fogo saindo da tenda em chamas como uma fornalha.

Lá estava o bom e velho sir Laucel, ainda com sede de sangue. Ele avançou sobre um dos bandoleiros que tentou em vão se defender de um ser de chamas com uma espada de fogo.

Caiu se contorcendo e incinerado. Pelo menos mais dois tentaram reagir antes de eles encararem a dura realidade.

Eles não tinham chance contra o velho cavaleiro.

Vinte bandoleiros restantes debandaram do melhor jeito que puderam. A pé ou á cavalo, cortando caminho pelo açude do oásis para não serem perseguidos, mas primeiro, chefe bigode não escapou de Laucel.

O cavaleiro se concentrou em dar um fim agonizante ao líder do bando. Primeiro queimou suas pernas com um golpe de espada e depois com as mãos, incinerou o seu cabelo. Por fim, o fogo também o consumiu de dentro para fora.

Razarthan nunca viu ninguém tão furioso antes em toda sua vida e passou a temer Laucel depois disso.

Quando amanheceu o acampamento estava abandonado, Razarthan assustado, Erick descansando, ferido, mas vivo. Laucel em silêncio e Safira inspecionando os arredores.

O Oasis Constante e tudo que nele havia, agora estavam em posse do Legado de Safira.

 


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Notas finais do capítulo

Os ogros são humanoides impressionantemente grandes, maciços, de uma força impressionante e de inteligência questionável.
Eles tem de 2 á 2,5 m de altura e pesam meia tonelada de puro músculos.
Os ogros costumam viver entre os Karsaarals,uma raça descendente dos extintos orcs, mas na ultima década tem encontrado lar principalmente em territórios militaristas, seja como trabalhadores braçais ou como tropa de choque.
Os ogros nunca tiveram nada parecido com uma civilização, sempre sendo andarilhos solitários, matando para comer.
Eles não têm parentescos com os gigantes e ser comparado a um, seja de uma raça para outra, é um convite certo para luta.
No geral eles tem costumes peculiares na escolha de seus nomes, que tem a ver com sua reputação.
Eles costumam ter nomes como, Bebelágrimas, Esmaga-Trouxa, Mordeferro etc.



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