Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 23
Renesmee: Meu novo lar




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Eu podia ouvir as vozes desconhecidas distantes, mas meu corpo parecia queimar de dentro para forma, um grito saiu sufocando quando algo cravou na minha carne e as vozes se tornaram cada vez mais distantes até que se silenciaram completamente.

Quando meus olhos se abriram eu estava deitada em uma cama de casal  não tão confortável quanto a minha, ainda sonolenta me sentei lentamente tentando reconhecer onde eu estava, o lugar não era tão grande tinha uma mesa com alguns papéis, as paredes eram rochosas com algumas luminárias rusticas penduradas em algo que parecia um tronco de arvore.

Olhei para minha mão e fiz uma careta ao ver a fina borracha por debaixo de uma atadura minha primeira reação foi de removê-la, mas a voz da garota desconhecida me parou – Se eu fosse você não faria isso – disse ela próximo a porta, em seguida deu alguns passos e eu me encolhi sobre a cama – Calma – ela murmurou – eu não vou te machucar, eu só preciso remover antes que seu ferimento cicatrize – A garota sorriu de forma gentil e estendeu a mão para mim – Eu me chamo Liah, você é a Nessie, certo?

Concordei com a cabeça, as ultimas imagens vieram a minha mente, eu havia encontrado Jacob Black quando tudo começou a ficar escuro, timidamente estendi a mão colocando sobre a dela.

Liah alargou seu sorriso enquanto removia o pequeno tudo que era ligado a alguma agulha, eu gemi quando ela finalmente removeu e em seguida enrolou minha mão em uma atadura – Você teve sorte que tínhamos uma ultima dose do antidoto – explicou ela soltando minha mão – Aposto que você está com fome.

— Onde está a Sara?

— Ela esta bem, no quarto, com certeza com Seth – Liah explicou.

Uma nova lembrança surgiu em minha mente confusa, havia um homem alto, de pele bronzeada e barba mal feita, ele havia se apresentado como Jacob Black, o homem o qual meus pais haviam dito que me protegeria – Havia um homem, ele disse que se chamava Jacob – sussurrei.

—O tio Jake! a garota respondeu enquanto deixava o material que havia removido da minha mão em uma pequena lixeira – Ele veio ver você bem cedo, ele é bastante ocupado mas não se preocupe, para você ele sempre terá tempo.

Não compreendi muito bem o que Liah havia dito, será que Jacob Black já havia lido a carta escrita por minha mãe? Ele me deixaria ficar? O medo me dominou por um breve momento, e se Jacob Black me visse como um perigo para onde eu iria? Eu não conhecia o mundo além do mapa que meus pais havia me dado, não sabia onde procura-los e Nat havia partido, eu estava sozinha em um lugar desconhecido e meu destino dependia de uma única pessoa, Jacob.

— Você está bem? A garota perguntou me trazendo de volta a realidade – Aposto que está com fome, posso providenciar algo para você comer.

Sorri timidamente, Liah era muito bonita, tinha certeza que era mais alta do que eu e tinha um corpo tão bonito quanto de tia Rosalie embora estivesse trajando um short jeans surrado e camiseta – você é muito gentil – agradeci colocando meus pés para fora da cama.

— Gentileza é meu sobrenome – ela respondeu caminhando pelo quarto, após pegar uma mochila aproximou-se novamente e a deixou ao meu lado sobre a cama – Você pode tomar um banho, tio Jake providenciou roupas para você estão aqui dentro, eu vou deixar você mais a vontade e volto para levar você ao refeitório.

—Obrigada- agradeci novamente enquanto ela caminhava até a porta, dei um suspiro e olhei para a mochila a abrindo, retirando uma tolha e algumas peças de roupas que haviam dentro dela, lentamente me levantei e caminhei pelo quarto que mais parecia uma caverna desorganizada, em uma mesa sobre uma cadeira haviam roupas masculinas, e sobre a mesa um porta retrato, me aproximei o pegando com ambas as mãos e sorri timidamente ao ver Sara na foto com um homem fazendo uma careta.

Era o mesmo homem que eu havia visto antes de apagar completamente – Jacob Black – murmurei olhando para a fotografia, foi quando deduzi que estava no quarto dele.

Deixei o porta-retratos sobre a mesa e peguei a toalha, me perguntei onde seria o banheiro, a garota havia esquecido me informar esse pequeno detalhe, olhei para a outra porta pequena localizada próximo a cama  e deduzi que fosse ela, abri a porta entrando no pequeno banheiro, havia uma pia pequena com produtos de higiene e ao lado do vaso sanitário uma cortina que dividia a área do banho do restante do minúsculo espaço – É vamos la Renesmee podia ser pior – falei para mim mesma – você poderia ter virado almoço de vampiro – continuei a falar sozinha enquanto tirava minha roupa.

Arrastei a cortina de plástico e girei a chave do chuveiro, quando a água caiu sobre meu corpo eu gritei dando um pulo para trás.

—Renesmee! Liah falou em um tom preocupado abrindo a porta do banheiro – Você está bem? Eu vi trazer uma coisa e ouvi seu grito.

Constrangida eu enrolei a cortina em meu corpo – a água – dei uma pausa – está congelando.

Liah fez uma careta e aproximou-se da pia girando a chave da torneira – á água está normal – afirmou ela enquanto molhava uma de suas mãos.

— Não, está fria, muito fria – olhei para o chuveiro – onde liga o aquecedor?

Liah gargalhou – Oh – ela murmurou em meio a seus risos – sinto muito vossa alteza Black, não temos essas coisas aqui.

Meus olhos se estreitaram, o que ela queria dizer com aquilo?

—Então eu tenho que tomar banho com essa água?

Liah se encostou próximo a porta - Olha raposinha, eu imagino que de onde você veio você tenha essas coisas, mas estamos em um abrigo subterrâneo e você tem além de água tem um banheiro exclusivo, sinta-se privilegiada.

Eu movi meus lábios em protesto, mas a garota ignorou saindo do banheiro, fiz uma careta e liguei novamente o chuveiro – Você consegue Nessie – murmurei entrando debaixo a água não precisou de um cronometro para saber que eu não consegui passar mais de três minutos debaixo do chuveiro.

Enrolei a toalha em meu corpo e sai apressada, podia sentir a água escorrer pelos meus cabelos até minhas costas, imaginei qual seria a expressão de Nat se me visse naquele estado, agradeci por Liah não estar no quarto, vesti uma peça intima e um short com um moletom que serviram perfeitamente em mim e enquanto enxugava os cabelos procurei por alguma escova mas não encontrei nenhuma. Que maravilha agora eu ficaria descabelada.

O cheiro do sabonete era tudo que eu sentia no meu corpo, Liah entrou no quarto novamente e sorriu enquanto eu calçava minhas botas – Que bom que terminou – disse ela em um tom animado.

Fiz uma careta – Você por acaso tem uma escova de cabelo?

A garota rolou os olhos – tio Jake você está ferrado – murmurou ela.

—O que disse?

— Eu devo ter uma no meu quarto – Ela respondeu – Vamos ao refeitório e depois procuramos no deposito caso eu não tenha.

—Você não escova seus cabelos?

Ela sorriu – Essa é a vantagem de ter o cabelo curto – Ela respondeu fazendo uma breve analise em mim – A roupa ficou perfeita em você.

—Eu gostei – respondi.

— Vamos eu pedi para prepararem algo para você comer.

Liah e eu saímos do quarto e a segui por alguns corredores largos, haviam algumas placas a cada cruzamento de corredores com setas indicados alas ou blocos, era como se eu estivesse em uma cidade subterrânea.

Os olhares dos humanos me constrangeram, eu não precisava ler mentes como meu pai para imaginar que eles estavam temerosos, ao nos aproximarmos de mais uma ala duas mulheres pararam a nossa frente, desviei meus olhos quando uma delas me encarou.

— Você está louca? A mulher perguntou a Liah – Vocês lobos sabem o perigo que ela representa.

— Se tem algum tipo de reclamação façam ao tio Jake – respondeu Liah.

As mulheres trocaram olhares e se afastaram – Vem Nessie – Disse Liah me puxando pela mão, as mulheres deram dois passos para trás quando Liah e eu passamos entre elas.

Em poucos minutos que havia conhecido Liah percebi que ela sempre citava o nome Jake, se referindo a Jacob Black, como se ela cumprisse suas ordens, e a reação das mulheres quando ela citou o nome dele também me surpreendeu – Jacob é importante não é?  Perguntei enquanto era puxada por ela.

Liah riu – não diga isso a ele, ou ele se sentirá um rei.

Não consegui evitar rir.

— Não se trata de ser importante – Ela continuou – as pessoas deste abrigo são gratas a ele, se estão vivas e tem o que comer e onde dormir é porque ele criou isso tudo, então ele é respeitado, os humanos sabem que se a matilha deixar de protege-los eles não sobreviveram.

— Entendo– murmurei, a todo instante que Liah falava sobre Jacob mais eu me sentia ansiosa em vê-lo.

— Chegamos.

Liah soltou minha mão e observei o lugar onde havíamos entrado, era espaçoso e cheio de mesas com cadeiras, o cheiro que vinha de algum lugar naquela área aumentou a minha fome – Eu vou buscar seu café – disse a garota me deixando próxima a uma mesa e se afastou.

Suspirei olhando para os lados onde algumas mulheres realizavam a limpeza do lugar, elas pegaram suas vassouras e seus materiais e saíram de forma apressada, comecei a perceber que talvez não fosse uma boa ideia eu ficar, talvez as pessoas convencessem Jacob a me expulsar, senti falta da minha família, de como eu era acolhida nos nossos cafés da manhã embora eu comesse sozinha.

O cheiro de comida ficou mais forte e olhei para o lado, Liah retornava com uma bandeja nas mãos, havia uma caneca que deduzi que estava com café e um prato com ovos fritos e bacon – Estou começando a ficar com ciúmes – disse ela deixando a bandeja sobre a mesa -  Eu não como ovos no café da manhã.

— Eu divido com você – respondi.

Ela riu – nossa você é tão inocente, eu fiz uma piada.

— Você errou o café Liah.

A expressão de Liah se tornou mais séria quando uma mulher loira se aproximou, o cheiro forte entrou em minhas vias nasais e eu esqueci totalmente os demais cheiros que dominavam o lugar, o cheiro era tentador, diferente do que eu conhecia, virei meu rosto na direção a mulher que tinha um copo nas mãos com o liquido vermelho.

— Deixa ela em paz Jessica – Alertou Liah se colocando a minha frente – O tio Jake..

— Nossa, eu só estou oferecendo meu café de boas vindas – A mulher chamada Jessica falou parando a frente de Liah – tenho certeza que a sanguessuga vai adorar.

—Jessica você terá problemas.

Minha garganta queimou, meus olhos percorreram lentamente sobre Jessica, eu podia ouvir as batidas do seu coração, o sangue pulsante em suas veias, me perguntei se o sangue humano era tão satisfatório como os dos animais que eu já havia caçado, tentei me concentrar, eu não podia ceder a aquilo, prendi a respiração quando a mão de Liah bateu na de Jessica derramando o liquido vermelho no chão.

Com medo de não conseguir resistir eu sai correndo do refeitório.


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