Afire Love escrita por eve


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, esse é o penúltimo capítulo de Afire Love e eu quero muito saber o que vocês acharam até aqui.
Nos vemos no próximo capítulo.
Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

Já faz quase cinco meses que Sophie e eu deixamos Alexandria. Nós chegamos até Minnesota, mais de dois mil quilômetros de casa, mas agora era hora de voltar. Nós encontramos sobreviventes no nosso caminho e os ajudamos da forma que podíamos, mas nós somos só duas pessoas viajando em uma moto, não tínhamos o amparo de um lugar como Alexandria pra oferecer abrigo pra quem quer que fosse. E eu acho que eu não estava muito aberto a isso de qualquer forma, mas nós dois combinamos que na volta nós pegaríamos um carro se fosse necessário  e levaríamos as pessoas com a gente. Nós conhecemos um pequeno grupo de sobreviventes em específico que parecia ser uma boa ideia, vamos tentar encontrá-los de novo. Sophie gostou muito deles, mas eu estava um pouco resistente. Também não contamos a ninguém sobre Alexandria, pra todos os efeitos somos só um casal de sobreviventes na estrada.

Sophie estava errada sobre o Rick, na minha última semana em Alexandria nós não nos entendemos, na verdade eu não me resolvi nem mesmo com a Carol antes de partirmos.

—É a primeira vez que eu me afasto tanto da Georgia, são quase mil e quinhentas milhas. -eu não costumo falar em milhas, mas sei que ela não gosta.

—O que isso significa no sistema de medidas normal? -ela gosta de fingir que não sabe do que eu estou falando.

—Dois mil e quatrocentos quilômetros.

—Meu herói da conversão -diz ela e me beija. -Dá próxima vez eu quero ir até o Canadá. Eu nunca estive lá, sabia?

—Quer ir pra treinar seu francês?

—Será uma boa se os zumbis ainda forem fluentes.

Nós paramos em um pequeno prédio já em Indiana. Por questões de segurança nós nos instalamos no terraço, para a nossa sorte o clima ainda estava quente e nós poderíamos dormir olhando as estrelas. Isso aconteceu algumas vezes na estrada e Sophie sempre me perguntava sobre as constelações.

—Eu sei porque você quer voltar agora.

—Sabe é?

—Maggie deve ter dado a luz e como o homem preocupado que eu sei você é, quer ir vê-la.

—Eu só quero checar se ela e o bebê estão bem, se precisam de alguma coisa.

—Eu adoro o seu lado de titio Daryl, nunca pensou em ter os seus?

—Você quis dizer os nossos e não sei se eu quero trazer uma criança pra esse mundo.

—Bom, então eu acho melhor a gente começar a tomar cuidado porque até agora nós fomos um péssimo exemplo de sexo seguro.

—Podemos procurar uma farmácia amanhã cedo.

—Então vamos ter que esperar até amanhã?

—Não consegue tirar as mãos de mim, não é? -digo e ela ri e me beija. 

—Eu gostei do que você disse. -diz ela. -Quando você me corrigiu e disse que seriam os nossos.

—É a primeira vez que eu até considero a ideia. -digo. -Mesmo antes eu nunca pensei nisso, nunca conheci alguém que me fizesse pensar em como seria.

E é verdade, eu finalmente me sinto bom o suficiente pra fazer parte da vida de alguém assim, Sophie também é responsável por fazer eu me sentir desse jeito. Pela primeira vez consigo acreditar que se eu tivesse um filho ele teria uma família decente.

—E agora que você me conhece consegue imaginar como seriam nossos bebês com as minhas sardas e com os seus olhos, é claro. -diz ela e então sorri. -Você iria arruinar o sotaque deles não iria?

—Eu é quem iria estragar o sotaque deles?

—Nossos filhos vão ficar confusos com o seu sotaque sulista.

—A maioria dos parentes deles tem o mesmo sotaque.

—Eu vou ter que iniciar um movimento de imigração para intervir no sotaque dos nossos filhos. -brinca ela. -Mas eu vou adorar que eles herdem tudo de você.

Depois disso sou eu quem a beijo, mas antes que nós possamos continuar com qualquer coisa ouvimos os passos e os grunhidos. O barulho começa a se intensificar muito rápido, isso significa que deveriam ser muitos deles se aproximando.

—Acha que nós deveríamos dar uma olhada? -sussurra Sophie.

—Fique abaixada. -digo e nós nos aproximamos do parapeito.

O que nós vemos lá embaixo não faz o menor sentido. A horda ocupava quarteirões, deveriam ser centenas deles e pareciam estar andando em círculos como se quisessem mudar de direção sem se separarem. Nunca vi coisa assim antes.

—Já viu zumbis se comportarem assim? -pergunta Sophie.

—Não, vem. -a chamo. -Vamos antes que percebam que tem comida aqui.

Nós voltamos para o centro do terraço e demora mais de uma hora até que deixássemos de ouvir a horda por completo.

—Nós deveríamos procurar por shampoo também. -sussurra Sophie depois de um tempo.

—Pensou nisso agora?

—Meu cabelo está ridículo Daryl, eu estou muito grata por não ver meu próprio reflexo agora, mas você está sendo obrigado a me ver assim.

—Você está linda.

—Quando foi que nós começamos a mentir um para o outro? -pergunta ela séria e eu acabo rindo. -O shampoo não é negociável, Dixon.

—Se for pra te fazer feliz.

[...]

—Já terminou? -pergunta Sophie voltando para o meu campo de visão.

—Estou saindo, onde é que você foi? -nós paramos em um lago para nos limparmos e de repente ela sumiu. Nós sempre nos revezamos quando fazemos isso para sempre ter alguém de vigia e sempre procuramos um lugar raso com a água cristalina o suficiente pra ver se algum zumbi vai tentar nos matar debaixo d’água.

—Eu ainda estava de olho em você Daryl, eu ouvi alguma coisa e fui checar o que era, não precisa ficar com medo, Dixon. -diz ela levantando um esquilo. -Trouxe nosso almoço enquanto você se embelezava para me ver.

Sophie começa a acender uma fogueira enquanto eu visto minha roupa de volta. Depois que saímos de Indiana, encontrar comida estava cada vez mais difícil, provavelmente por causa da horda. Para a nossa sorte ela foi para a direção contrária a nossa, mas infelizmente os animais devem ter fugido. 

—Ouviu isso? -pergunta ela se levantando de repente com o arco.

—Não? -ela tava ficando muito melhor nisso do que eu. Durante toda a volta do Minnesota foi ela quem arranjou comida na maioria das vezes ou que ouviu os zumbis muito antes de mim.

—Está vivo. -diz ela e então ouço um grito. -Agora você ouviu?

Eu apenas reviro os olhos e armo a besta, mas só um cachorro aparece e começa a latir para nós.

—Acha que ele está tentando dizer alguma coisa? -pergunta Sophie e o cachorro começa a voltar pelo caminho por onde veio. -Devemos seguir?

—Vamos. -digo indo atrás do cachorro.

Nós o seguimos até um descampado onde zumbis estavam cercando uma mulher. Sophie e eu acertamos alguns deles enquanto a mulher derruba outros. Quando finalmente terminamos com os mortos eu a reconheço.

—Leah?

—Daryl?

—Sophie. -diz Sophie olhando para nós dois. -Vocês se conhecem?

—De muito tempo atrás. -diz Leah.

Leah se afasta pra afagar o cachorro e Sophie se aproxima de mim.

—Você está bem? -Sophie grita pra Leah mas ela não responde.

Eu não a vejo há muitos anos, mas pelo que eu me lembro ela não era mesmo tão agradável. Não que eu fosse naquela época.

—Acha que deveríamos deixar ela se juntar a nós? -sussurra Sophie. -Você parece desconfortável, não são amigos?

—Nós saímos algumas vezes, antes de todo o lance dos zumbis. -explico.

—Eu estou conhecendo uma ex namorada sua? -pergunta ela segurando um sorriso.

—Está animada com isso?

—Bom é que sua vida de antes sempre é um pouco difícil de acessar e agora um pedaço dela está bem aqui, eu deveria estar com ciúmes? -pergunta ela. -De qualquer forma, acha que ela deve ir com a gente? Podemos fazer as perguntas.

—Eu consigo ouvir vocês. -diz Leah. -E não quero ir a lugar nenhum.

—Nós podemos pelo menos tentar te convencer? -pergunta Sophie. 

—Acho que vai ser inútil. -responde Leah. -Não estou interessada em ir a lugar algum com vocês.

—Tá e qual o nome dele? -pergunta Sophie indo fazer carinho no cachorro, mas ele corre pra mim.

—Cachorro.

—O nome do seu cachorro é cachorro? -pergunta Sophie e Leah confirma com um aceno. 

—Foi o que eu disse, não foi?

—Isso é tão injusto Daryl, você não pode ter o cachorro e as crianças. -diz Sophie não dando ouvidos a Leah, eu sei melhor do que ninguém que ela odeia ser tratada com grosseria.

—É o meu cachorro. -diz Leah.

—Eu sei, já entendi. -diz Sophie. -Foi uma piada interna com o meu marido, você não precisa participar já que não está interessada.

Eu disse que ela odeia grosseria.

—Agora, se você não se importa, nós estamos indo. Já terminamos aqui. -diz Sophie recolhendo as flechas que atiramos nos mortos.

—Merda. -pragueja Leah antes de nós realmente irmos embora, ela estava segurando o pulso direito.

—Você está machucada? -pergunta Sophie indo até ela. Apesar de tudo ela também é insistente, mesmo com as grosserias.

—Não é da sua conta.

—Você é bem desagradável para alguém que está precisando de ajuda.

—Eu não preciso de ajuda.

—Agora eu entendo porque em algum momento vocês se deram bem. -diz Sophie olhando pra mim mas logo depois volta sua atenção pra Leah. -Deixa eu adivinhar, você é destra?

—Sim.

—E como você planeja matar zumbis com o pulso machucado genia?

—Eu dou um jeito.

—Nós podemos ajudar.

—Eu já disse que não tô interessada em me juntar a vocês.

—Essa proposta não está mais de pé, você é muito pouco agradável para isso, mas nós conhecemos um lugar aqui perto que você pode passar a noite. -diz Sophie e depois acrescenta. -Sozinha já que você parece não gostar muito de pessoas.

—E vocês?

—Estamos só de passagem, podemos encontrar outro lugar pra nós. -digo. -E Sophie pode dar uma olhada nesse pulso pra você.

Nós levamos Leah e o cachorro até a cabana na floresta onde eu escondi a minha moto. Sophie usa um kit de primeiros socorros que tínhamos na mochila para enfaixar o pulso da Leah. É o melhor que ela poderia fazer pra imobilizar. Depois disso Sophie e eu arrumamos nossas coisas pra irmos embora.

—Ei eu não sei para onde você está indo, mas nós vimos uma horda enorme ao norte de Indiana. -avisa Sophie. -É bem grande mesmo, se eu fosse você evitaria cruzar com ela.

—Obrigada. -diz Leah com algum sinal de gratidão.

—Tchau cachorro. -diz Sophie e antes de subirmos na moto eu troco um aceno de cabeça com Leah.

—Se cuida.

[…]

—Podemos ir ver como ela está antes de partirmos amanhã cedo? -pergunta Sophie.

Nós encontramos uma loja de artigos esportivos na qual poderíamos passar a noite.

—Vai insistir mesmo nela?

—Ela me lembra um pouco você, vai acabar se rendendo ao meu charme. -diz Sophie. -E então, qual é a história?

—História?

—Sim Daryl, a história de vocês dois.

—Por que? Está com ciúmes? -pergunto fazendo ela revirar os olhos. 

—Esse é você.

—Não foi nada demais, nós nos conhecemos e saímos por um tempo.

—E por que acabou?

—Naquela época eu seguia o Merle pra onde quer que ele fosse, ela não gostava disso.

—Ela conheceu o Merle? -pergunta ela e eu confirmo. -Agora eu estou com ciúmes.

—Você não está com ciúmes de mim, mas do Merle?

—É claro.

—Esquece tudo que eu já te disse, ele iria adorar você.

—E pouco a pouco eu conquisto a aprovação de toda a família. -brinca ela. -Ele gostava dela?

—Não mesmo.

—Então eu estou na frente.

—Não é uma competição.

—Você diz isso porque não é um dos meus ex amantes batendo na nossa porta. -diz ela dando ênfase no meus.

—Eu adoraria encontrar um deles por aí. -digo em tom de desafio.

—Daryl meus ex namorados estão em outro continente, você teria que cruzar o oceano pacífico para encontrar algum deles.

—Não tem nenhum namorado desse lado do oceano?

—Nenhum com capacidade de sobrevivência num apocalipse zumbi.

—Com que tipo de gente você saia antes de mim? -pergunto e ela dá de ombros. -Mesmo que fosse uma competição você sempre estaria na frente.

—Você está mesmo ficando bom com as palavras.

—Falando nisso, do que foi que você me chamou hoje mais cedo?

—Hoje mais cedo? -pergunta ela se fazendo de desentendida. -Não me lembro de ter te chamado de nada Daryl Dixon.

—Você disse pra Leah que eu era seu marido.

—Bom, eu achei que se dissesse que você era meu namorado poderia ficar parecendo que nós podemos terminar a qualquer momento.

—E um casamento é diferente?

—Boa sorte tentando encontrar um cartório que te divorcie de mim, Daryl Dixon. -diz ela e eu acabo rindo.

—É por esse tipo de coisa que você tá sempre na frente Sophie Dixon. -digo. -E Michonne pode ser minha advogada se eu precisar.

—Droga, eu esqueci que você tem contatos.

—Também podemos conseguir alguns pra você.

—Me aguarde senhor Watson.

[…]

Nós não encontramos a Leah no dia seguinte, não havia o menor sinal dela em lugar algum da cabana onde a deixamos, mas o cachorro ainda estava lá. Sophie insiste em procurar algum rastro, mas isso não deu em nada. No fim das contas nós acabamos pegando um carro, Sophie queria um carro esporte, mas o único veículo que funcionou foi uma minivan velha.

Então nós dirigimos separados até West Virginia onde paramos no fim da tarde e procuramos um lugar para passar a noite. Dirigir no escuro era sempre perigoso por causa da baixa visibilidade e nós também precisávamos comer.

Cidade ou floresta? —pergunta Sophie através do walkie talkie. Ela insistiu em trazer para o caso de precisarmos nos separar, ela também tentava falar com o Aaron todas as manhãs, mas isso não tem funcionado.

—Floresta. -respondo.

Parando. -diz ela e então entra com o carro na mata à beira da pista, Sophie entra só o suficiente para que o carro fique escondido. Eu paro a moto um pouco mais a frente e Sophie e o cachorro descem do carro. -Estava com saudade?

—Não via a hora de estar com meu amigo de novo. -digo quando o cachorro vem até mim e Sophie revira os olhos.

—Todas essas horas juntos e ele ainda prefere você. -diz Sophie passando os braços pela minha cintura. -Inacreditável.

Nós aproveitamos o fim do dia para caçar e comer, como não encontramos abrigo na mata nós decidimos passar a noite dentro da minivan, mas quando estávamos voltando o cachorro sai correndo e nós vamos atrás dele.

Mais uma vez ele nos leva até alguém que precisa de ajuda contra os mortos, mas dessa vez nós encontramos exatamente quem estávamos querendo procurar quando voltássemos à Virgínia.

—Vocês não morreram. -diz Luke quando percebe que somos nós.

—Sem tempo pra isso agora. -digo derrubando um dos zumbis. -Vamos.

Nós sete e o cachorro corremos para onde Sophie e eu deixamos o carro, pelo que eu pude ver ela tava ajudando a carregar a Yumiko que deve ter se machucado em algum momento antes de chegarmos.

Quando chegamos na minivan Sophie abre a porta pra que todos entrem.

—Está com o walkie talkie? -pergunta ela e eu confirmo. -Então nos falamos na estrada.

Ela entra no carro, eu subo na moto e nós deixamos aquele lugar pra trás.

—Quer parar ou nós vamos rodar a noite inteira? -pergunto através do rádio.

Já está escuro demais para encontrar um lugar, indo direto nós chegamos em cinco horas. -responde ela. 

—Tem gasolina pra isso?

Sim senhor.

—Então vamos pra casa.

Nós dirigimos noite adentro sem qualquer problema na estrada, já estávamos perto o suficiente das comunidades quando eu volto a me comunicar com Sophie.

—Hilltop primeiro, tudo bem?

Boa ideia, tenho certeza que eles acordam antes de Alexandria.

Levamos cerca de meia hora pra chegar em Hilltop, o Sol nem tinha nascido ainda. Quando chegamos lá é Tara quem nos recebe no portão.

—Ei vocês estão vivos. -diz ela dando um soquinho na minha mão e na de Sophie. -E trouxeram uma comitiva.

—Estes são Luke, Kelly, Connie, Magna, Yumiko e Cachorro. Temos um médico? -pergunta Sophie depois que todos descem do carro.

—Siddiq está aqui, vou chamá-lo. -responde Tara.

—E a Maggie? -pergunto.

—Está dentro da casa com Hershel Junior. -diz Tara. -Já volto.

—Pode ir. -diz Sophie pra mim. -Eu cuido das coisas por aqui.

—Tem certeza?

—Sim, eu pedi que entregassem as armas ainda no carro. -diz ela me beijando. -Já te encontro.

Acho que com o tempo que passamos sozinhos lá fora as demonstrações de afeto em público ficaram comuns e eu não tenho do que reclamar.

Eu não bato na porta antes de entrar no casarão, eu não tinha certeza se ia encontrar Maggie acordada mas lá estava ela com o bebê nos braços.

—Daryl. -diz ela vindo até mim. -Eu queria poder te abraçar, mas…

—Tudo bem. -digo olhando para o bebê, ele era a cara do pai. -Como vocês estão?

—Estamos bem, Siddiq veio passar um tempo aqui pra garantir isso. -diz ela. -O nome dele é Hershel Junior, está com seis semanas agora. Quer segurar?

Maggie me entrega o pequeno Hershel e eu me sinto aliviado, é como se uma pequena parte de Glenn estivesse aqui agora. É uma pena que ele não vá conhecer o pai, mas eu sei que não tem ninguém melhor pra criar uma criança nesse mundo do que Maggie e no que depender dela Hershel Junior vai se tornar um grande homem como o seu pai e o seu avô foram.

—Eu fui atrás do Negan. -revela ela. -Um mês depois que ele nasceu eu fui atrás do Negan para matá-lo.

—E?

—Eu não precisei, estar lá já é como se ele tivesse morrido mesmo.

—Você tá me dizendo que está bem com isso? -pergunto e ela afirma. -Se você mudar de idéia, nós podemos fazer isso.

—E você? Consegue ficar bem com isso?

—Se você está bem então eu estou bem. -digo e ela sorri.

—Você é um ótimo amigo, Daryl.

—E um ótimo amante. -diz Sophie entrando na sala pra me constranger. -Meu Deus Dixon você já tá levando a criança pro seu lado.

Sophie abraça Maggie e vem para o meu lado ver o bebê Hershel.

—Ele é tão lindo. -diz Sophie e começa a brincar com ele, em resposta Hershel segura um dos seus dedos e ri,o sorriso que Sophie abre é ainda maior.  -Você ainda vai se bandear para o meu lado.

—Acho que ele está querendo seu colo. -diz Maggie para Sophie.

—É mesmo uma criança de muito bom gosto. -diz Sophie tirando o pequeno traidor de mim. -Não conte a ninguém, mas você já é o meu sobrinho favorito.

Sophie continua fazendo gracinhas para Hershel quando escutamos o cachorro latir do lado de fora da casa.

—Acho que ele quer você. -diz Sophie.

—Trouxeram um cachorro? -pergunta Maggie.

—Nós trouxemos bem mais que um cachorro. -diz Sophie. -Espera só para ver.

—Onde eles estão? -pergunto.

—Siddiq está olhando o corte na cabeça da Yumiko, Tara e Jesus estão com eles.

—Eles? -pergunta Maggie.

—Nós trouxemos algumas pessoas conosco. -explica Sophie. -Nós iríamos levar eles direto para Alexandria, mas Daryl não se aguentou e quis ver você primeiro.

—Nós ainda vamos levá-los para Alexandria, não se preocupe. -digo.

—Quantos são?

—Cinco. -respondo.

—Eu quero conhecê-los. -diz ela. -Nós estamos precisando de pessoas aqui para trabalhar.

—Então eles podem ficar? -pergunta Sophie e Maggie confirma com um aceno. -Muito obrigada, isso vai ser ótimo.

—Eu acho que vocês deveriam saber que o Santuário não existe mais, por isso nós precisamos de pessoas para trabalhar.

—O que aconteceu? -pergunta Sophie.

—Oceanside estava dando cabo dos Salvadores às escondidas, eles acabaram se rebelando e os que não fugiram acabaram mortos. -explica Maggie. -Vocês podem ficar com Hershel por um momento pra eu conhecer as pessoas que vocês trouxeram?

Nós dizemos que sim e fico assistindo Sophie brincar com o bebê. Nem eu mesmo entendo porque as crianças gostam mais de mim, Sophie fica linda quando está com elas, todo e qualquer ser humano deveria estar encantado com ela.

—O que foi? -pergunta ela olhando pra mim. -Você está com cara de bobo. Essa cara é nova, o que significa?

—Você está linda. -digo e tento tomar coragem. -Você é incrível, eu…eu…

—Eu sei. -diz ela abrindo o maior sorriso que eu já vi Sophie dar a alguém. -Eu também.

—Co…

—Eu nunca precisei que você dissesse isso em voz alta, Daryl. Você sempre foi melhor com ações e eu não sei nem dizer até onde você iria por mim, mas eu sei que eu me sinto da mesma forma sobre você. Foi aí que eu entendi o que era.

—Eu…

—Eu ainda não terminei, pare de me apressar, Dixon. -diz ela me interrompendo. -Muito obrigada por ser que você é e por ter me deixado fazer parte da minha vida, eu nunca achei que eu pudesse ser tão feliz e você ainda está com aquela cara o que está me fazendo morrer de vontade de te agarrar. Eu gosto um pouco menos de você por resolver me dizer isso agora quando eu não posso te tocar.

—Inacreditável. -digo com o que também deve ser o maior sorriso que eu já mostrei a alguém.

—Você também está bem feliz?

—Estou, Sophie. Mais do que em qualquer outro dia que eu já tenha vivido.

[...]

Quando Maggie voltou a nos encontrar e pegou Hershel Junior de volta, Sophie não esperou nem um segundo para pular nos meus braços. Todos na sala pareciam um pouco espantados por não só eu ter retribuído em público, mas porque provavelmente minha felicidade estava estampada na minha cara.

Depois que tudo estava resolvido e Maggie decidiu dar abrigo para o grupo que trouxemos, Sophie, Cachorro e eu voltamos para Alexandria. Ela quis levar ele na minivan, Sophie se convenceu que ainda vai fazer o cachorro gostar dela.

Quando chegamos em Alexandria é Rick a primeira pessoa que encontramos no portão. Sophie o abraça como se fossem melhores amigos e Rick acaba sorrindo.

—Eu gostei do que você fez com a barba. -diz Sophie se separando dele. -Te deixou bonitão.

Eu dou um pigarro e os dois olham pra mim.

—Você ainda é meu favorito, Dixon. -diz ela de forma teatral. -Meu coração é todo seu.

Rick sorri ainda mais se divertindo com a situação, vendo ele agora todo o rancor que eu sentia meses atrás quando deixei esse lugar parece ter passado. Rick é meu irmão acima de qualquer coisa.

—O coração dele está bem amolecido hoje, xerife. -diz Sophie. -Acho que é um bom momento para vocês conversarem. Aaron está em casa?

—Sim, Gracie está enorme você vai ver. -diz Rick e Sophie pisca pra mim antes de nos deixar.

E não é que o cachorro acaba seguindo ela.

—Eu não acredito. -grita ela pra mim e para qualquer pessoa acordada em Alexandria. -Olha Daryl Dixon não é só você que me ama.

Rick olha pra mim com um certo divertimento, não é todo dia que Daryl Dixon ama alguém e todo mundo em Alexandria fica sabendo disso aos berros. Mas que eles saibam mesmo, eu a amo.

—Parece que o tempo fez bem a vocês dois. -comenta Rick.

—Fez muito bem, mas é bom estar de volta, você sabe, com a família.

—É sim, irmão. 


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Notas finais do capítulo

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