Afire Love escrita por eve


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, como vocês estão? Tenho nem o que dizer sobre a demora considerando que eu terminei de escrever já tem MUITO tempo. Apenas pedirei o perdão de vocês e postarei os últimos 5 capítulos todos de uma vez.
Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

Sophie fala enquanto dorme.

Noite passada ela sonhou comigo, eu sei disso porque ouvi meu nome algumas vezes. Em algum momento do sonho ela estava prestes a dizer que me amava e aí ela acordou. Eu fingi estar dormindo, mas percebi que ela não adormeceu de novo depois disso. Também não toquei no assunto depois que fingi acordar, eu não saberia fazer isso.

O que mais me surpreendeu nessa situação foi a falta de surpresa. Eu não fiquei atordoado pelo que ela disse no sonho porque de alguma forma eu acho que eu já sabia disso, no fundo, depois de tudo que ela já fez, eu já sabia o jeito que ela se sentia sobre mim. Eu consigo pensar em pelo menos uma dúzia de pessoas que ririam ao me ouvir dizer isso. É tão ridículo que eu esteja apaixonado logo no apocalipse, mas foi o que aconteceu.

Ela já estava bem o suficiente para fazer suas próprias coisas sozinha, mas eu ainda queria esperar um pouco antes de nos arriscarmos lá fora. Essa ideia veio em muito boa hora, eu preciso disso. Tem sido difícil pra mim encarar Maggie sabendo que ela não conseguiu a vingança que queria e tem sido ainda mais difícil encarar Rick sem culpar ele por isso.

Meus únicos momentos bons ultimamente tem sido com Sophie e com as visitas de Aaron. Infelizmente nem sempre eu posso fazer só o que eu gostaria e Rick depois de semanas vem atrás de mim na minha casa.

—Não vai me convidar para entrar? -pergunta ele quando eu abro a porta.

—Na verdade nós estávamos de saída. -digo e no mesmo instante Sophie sai do quarto.

Nós iríamos até Hilltop hoje, eu preferia que ela ainda não tivesse que fazer essa viagem, mas sei que é melhor eu não tirar os olhos dela. Mesmo que seja difícil olhar para Maggie, o mínimo que eu posso fazer é checar se ela e o bebê precisam de alguma coisa.

—É rápido. -insiste Rick.

—Vamos Inglaterra. -chamo Sophie ignorando Rick.

—Daryl…

—Isso pode esperar. -digo a Rick.

—Sophie. -tenta ele quando ela passa por nós dois indo para o lado de fora.

—Sinto muito xerife, mas ele já está fazendo o que você queria. -diz ela.

—Isso não é o que eu queria. -diz Rick, mas não é o suficiente para me comover então eu apenas fecho a porta e Sophie e eu entramos no carro rumo a Hilltop.

—Vai, fala. -digo quando atravessamos o portão. Espero que ela me diga para ser razoável com Rick, já que ela é a melhor de nós.

—Eu não ia dizer nada, mas já que você insiste. -diz ela sorrindo. -Você está bem bonito hoje.

—Você sabe que não é disso que eu estou falando.

—Bom, se você está esperando que eu diga que você e o Rick tem que se resolver, acho que eu não preciso falar nada, disso você já sabe.

—Então por que eu não consigo? -desabafo.

—Você tem um coração muito bom, Daryl. Eu sei que o meu julgamento está comprometido porque eu estou dormindo com você, mas eu diria que é o melhor entre nós. -diz ela. -Você tem todo o direito de se sentir machucado.

Eu fico grato por ela entender e não me pressionar, acabo segurando sua mão e ela sorri mais uma vez. Eu queria que tudo fosse tão fácil como é com ela. Não existe nenhuma dificuldade quando se trata de Sophie, estar com ela é fácil, conversar com ela é fácil e ultimamente eu percebi que até demonstrar carinho, uma coisa que eu nunca aprendi, se tornou fácil.

Ainda era bem cedo quando chegamos em Hilltop. Maggie estava mesmo liderando o lugar, parece que ela nasceu pra isso. A produção de comida em Hilltop estava indo tão bem graças a ela que Maggie estava ajudando até mesmo os Salvadores a sobreviverem.

Não é nenhuma surpresa que a fábrica onde eles estavam era improdutiva em relação a comida, então Rosita pediu a ajuda de Maggie e mesmo contrariada ela estava ajudando. Aparentemente as coisas não estavam indo muito bem por lá, alguns dos Salvadores ainda tinham esperança de que Negan voltasse, então voltamos a esse assunto mais uma vez.

Michonne já tinha conversado com Maggie e ela concordou em tentar fazer as coisas do jeito do Rick, mas não estava nada feliz com isso. O prazo era até seu filho nascer, agora que sua barriga estava começando a aparecer Maggie estava se preservando.

—E como você está? -pergunta ela e eu respondo com o que parece mais um grunhido. -O que isso quer dizer?

—Tô legal.

—Eu também estou com raiva Daryl, mas nós prometemos. -diz Maggie.

—Eu não queria que fosse desse jeito, no final você não conseguiu o que queria.

—E isso não é culpa sua. -diz ela e eu dou de ombros. -Daryl eu estou tentando viver apesar disso, você também tem que tentar. Glenn não ia querer isso.

—Eu tô tentando.

E estou mesmo, mas não consigo evitar sentir raiva quando penso sobre o assunto. É como se nós tivéssemos sido traídos.

Depois de falar com Maggie, desço para encontrar Sophie e irmos embora, acabo encontrando ela conversando com Jesus.

—Nós não somos bárbaros. -ouço ele falar.

—Ele é um homem só e nós dois sabemos o que ele representa. -diz Sophie e então me vê. -Jesus quer uma carona.

—Está indo pra Alexandria?

—Na verdade esperava que vocês me deixassem na ponte. -responde ele. -Eu também estou ajudando, diferente das duas madames que não se misturam.

—Essa não é a questão. -Sophie se defende.

Eu não deveria, mas acabo concordando em deixar ele lá e aproveito para ver como as coisas estão indo com os Salvadores. De acordo com Jesus alguns deles estavam mais do que dispostos a fazer as coisas funcionarem, mas outros nem tentavam esconder que só estavam ali por falta de alternativa melhor. Esses tentariam virar o jogo na primeira oportunidade.

Para a minha surpresa o Reino e Oceanside também estavam ajudando. A ponte ia facilitar a ida de uma comunidade pra outra e a vida de todo mundo seria mais fácil, era uma boa ideia, mas exigia muito trabalho e nem todos estavam comprometidos o suficiente.

—Quer descer? -pergunta Sophie depois que Jesus sai do carro. -Isso é por todos nós, você sabe, poderíamos ajudar.

—Você? Ajudar? Assim?

—Não vou fazer nada além de carregar pregos e oferecer água, eu juro. -diz ela abrindo a porta. -Além disso, olha só quem também está aqui.

Olho em volta e percebo que Carol estava lá. Desde que ela se mudou de vez para o Reino eu tenho a visto muito pouco, então acabo me convencendo a descer do carro. Eu sei que as coisas estão se ajeitando pra ela, mas eu ainda me preocupo.

—Olha só a Rapunzel resolveu sair da torre. -diz Carol quando eu me aproximo. -A que devemos a honra da sua presença?

—Dá um tempo, você sabe que eu não podia vir.

—Por causa da lua de mel?

—Olha só quem fala. -digo indicando Ezekiel com o olhar, ele estava nos observando de longe. 

Ciúmes talvez? Ele nunca escondeu o quanto se preocupa pelo bem-estar da Carol e acho que ele foi um dos motivos pra ela não querer mais voltar para Alexandria.

—Não existe nada. -diz ela. -E eu estou aqui desde o primeiro dia.

—Acredito. -digo e começo a ajudar a carregar algumas toras de madeira.

—Você não é de fazer corpo mole, eu sabia que acabaria aparecendo mais cedo ou mais tarde.

—Eu não estou fazendo corpo mole, eu estava mesmo ocupado. -me defendo. -E não se preocupe, em breve eu vou ter algo pra fazer bem longe daqui.

—O que quer dizer com isso? -pergunta Carol. -Você vai embora?

—Vou, não consigo viver aqui desse jeito.

—E você vai sozinho?

—Não.

Eu me envolvo no trabalho com Carol por horas até que ouvimos o início de uma confusão. E é claro que os Salvadores estavam metidos na briga. E pra minha surpresa Sophie também.

Eu nem sei o que estava acontecendo, mas no momento em que vi um deles segurando seu braço eu parti pra cima dele. Eu não vi mais nada, eu só segurava o homem contra o chão e socava sua cara sem parar até alguém me puxar de cima dele, outro Salvador. Esse me segura no chão para que o que eu estava socando comece a me acertar com pontapés.

Antes que eu possa reagir aos chutes, o primeiro Salvador estava ajoelhado no chão e Sophie segurava uma faca contra seu pescoço. Então eu acerto o cotovelo no que estava me segurando no chão e ele me solta levando as mãos ao rosto.

—Alguém pode me dizer o que é que está acontecendo aqui? -pergunta Rick surgindo no meio da multidão que veio assistir.

—Ele começou. -o homem segurando o próprio nariz me acusa. Espero que tenha quebrado.

—Não é assim que nós resolvemos as coisas. -Rick nos repreende. -Sophie?

Ela ainda estava com a faca pressionada no pescoço do Salvador.

—Por favor. -insiste Rick e então ela solta o homem, não sem antes arrancar dele um filete de sangue.

O Salvador ri quando Sophie o solta então ela acerta o joelho em sua coluna e ele cai deitado no chão gemendo de dor. Rick lança a ela um olhar reprovador e depois estende a mão para me ajudar a ficar de pé, mas eu apenas ignoro e me levanto sozinho passando reto por ele.

—Bom trabalho, Rick. Isso está mesmo funcionando. -diz Sophie e se põe ao meu lado com um olhar preocupado, mas não diz nada até que chegamos no carro. -Daryl você está bem? Ele te machucou?

—Eu tô legal, por que é que aquele homem estava te segurando?

—Não importa, nós temos que ir para casa, você parece horrível. -diz ela entrando no carro. -E eu dirijo.

—O que foi que ele fez? -pergunto depois de entrar no carro. Minhas costelas já estavam doendo.

—Ele estava reclamando sobre tudo desde que chegamos e em algum momento ele disse que nenhum de nós tinha culhões para matar o Negan e que em breve todos nós iríamos terminar igual ao Glenn.

—E então?

—E então eu disse a ele que era covarde demais para tentar salvar o Negan e ainda mais frouxo por não enfrentar o Rick, mesmo sendo um homem livre. -explica ela. -Ai ele me segurou e disse que não iria demorar muito até eu também estar viúva. Foi aí que você chegou.

—Babaca. -praguejo.

Sophie não diz mais nada, apenas acelera o carro até estarmos em casa novamente.

—Senta. -manda ela e eu me acomodo no sofá.

Eu estou um pouco dolorido, mas isso não é nada, já passei por coisa muito pior.

—Ele acertou seu rosto. -diz ela voltando com um kit de primeiros socorros e se sentando na mesa de centro de frente para mim.

Sophie começa a limpar meu rosto e eu acabo me contraindo quando ela passa pelo que deve ser um corte na minha sobrancelha, depois ela pede para eu tirar a camisa para ter certeza de que eu não tenho nenhuma costela quebrada. 

—Posso te pedir uma coisa? -diz ela quando conclui que eu estou em quase perfeito estado. 

—Vá em frente.

—Não briga por minha causa.

—Mas ele…

—Eu sei. -ela me interrompe e senta do meu lado no sofá, me abraçando com cuidado. -Mas é bem ruim ver você machucado, eu fiquei muito assustada no dia em que vi Dwight atirar em você, não gosto de te ver em uma situação que possa levar a isso de novo.

—Se você não se envolver em problemas então eu também posso tentar. 

—Teimoso. -diz ela encostando a cabeça em meu peito. -Por que somos assim? Acho que estamos fadados ao caos, Daryl Dixon.

—Não quando somos só nós dois. -digo e ela se inclina para encarar.

Esse é um dos momentos em que eu entendo o que ela está sentindo sem que ela precise me dizer, eu entenderia mesmo que não tivesse escutado ela dizer no seu sonho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Aguardo o feedback de vocês que é muito importante pra mim.
Beijos!



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