Afire Love escrita por eve


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiee, como vocês estão?
Hoje vamos de terceiro capítulo de Afire Love.
Boa leitura!



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P.O.V. Daryl

Eu não gosto desse lugar e não gosto das pessoas daqui. Alexandria nem deveria existir, parece tão errado um lugar como esse no meio de toda essa podridão e morte. Isso aqui era um condomínio de luxo e eu sei que não me encaixo nesse lugar nem antes nem depois do fim do mundo. Mas acho que esse tem sido um problema maior para mim do que para os outros. Rick, Michonne, Glenn, todos eles estão dando um jeito e se encaixando, até a Carol, mesmo que enganando a todos está se encaixando, mas não eu.

Eu preferia as coisas como elas eram na prisão, não era perfeito, mas eu me sentia parte daquilo. Eu ajudei a conquistar aquele lugar e ele sempre foi real de um jeito que Alexandria não é. Na prisão nós nunca nos esquecemos de como o mundo ainda era lá fora, mas aqui essas pessoas simplesmente estão fora da realidade. Eu não quero ter que ir embora, a minha família está aqui, mas eu também não quero ficar preso nesse lugar.

Após chegarmos a líder desse lugar, a tal Deanna, deu uma festa pra receber nosso grupo. Eu fui até a casa e fiquei olhando pela janela, mas eu não consigo fazer parte disso. Não tinha a menor chance de eu entrar e fazer parte de todas aquelas conversas inúteis sobre coisas que não fazem mais sentido no mundo de agora. As coisas nunca foram assim pra mim e isso não vai mudar.

Depois de olhar um pouco da festa eu decido que o melhor a fazer é me afastar daquilo, mas acabo cedendo ao convite que Aaron tinha me feito e apareço pro jantar em sua casa. Ele entende o que é não ter sua presença desejada nos lugares.

Durante o jantar ele me conta mais detalhes sobre o que ele e o Eric fazem em Alexandria e todo o lance sobre recrutar pessoas. Ele acha que eu me encaixaria bem nisso, mas eu preciso pensar. Aceitar uma função nesse lugar significa que eu estou aceitando fazer parte disso.

No outro dia me encontro com Aaron novamente e mais uma vez ele insiste para que me ajude a encontrar alguma coisa que eu possa fazer pela comunidade e então me mostra uma moto me dizendo que posso consertá-la e ficar pra mim. Eu aceito a moto, mas não a sua outra proposta e ele não volta a falar disso, apenas se despede e diz que está esperando por alguém e que precisa ir. Apenas aceito a moto, pois seu concerto vai ocupar minha cabeça e poder ter uma moto de novo significa um pouco mais de liberdade pra mim.

[...]

No dia seguinte eu me levanto cedo, ainda não estou acostumado com tanto conforto e tanto espaço. Mesmo dividindo a mesma casa com todos os outros do nosso grupo, nós não tínhamos nada assim desde a prisão, na verdade até mesmo lá não tínhamos tanto espaço como temos aqui. Talvez se eu não tivesse desistido de procurar o Governador nós ainda estivéssemos lá, talvez Hershel, Bob, Tyreese e Beth ainda estivessem vivos. Não consigo evitar pensar no que poderia ter acontecido se eu não tivesse falhado se eu tivesse evitado todas essas mortes apenas dando um fim naquele maldito.

Eu decido então sair para caçar e quem sabe esvaziar um pouco a cabeça e relaxar um pouco, mas até isso tem sido difícil ultimamente. Ter em mente que as coisas horríveis que nos aconteceram e todas as perdas que tivemos poderiam ter sido evitadas por mim, faz com que eu me sinta desmerecedor de qualquer coisa. 

Meus fantasmas tem me perseguido onde quer que eu vá. E aparentemente eles não são os únicos no momento. Eu estava atrás de coelhos quando vejo um cervo adulto no horizonte, ele está um pouco longe então decido que é melhor me aproximar um pouco mais, porém escuto um farfalhar de folhas atrás de mim, muito altos para serem de algum animal e não tão arrastados para serem de um dos mortos. Da última vez que estive aqui fora encontrei o Aaron, mas imagino que se fosse ele já teria se revelado então eu diminuo o passo e espero que quem quer que seja se aproxime mais.

Após alguns minutos me escondo atrás de uma árvore e espero a pessoa aparecer. Os sons se aproximam cada vez mais até que quando está próximo o suficiente eu saio de trás da árvore com a besta em punho prestes a atirar uma flecha em quem quer que esteja atrás de mim. A garota se assusta e rapidamente puxa a pistola que tinha na cintura, mas para no meio do caminho e não chega a me apontar a arma. Ela faz menção de guardar a pistola novamente e eu me aproximo um pouco mais com a besta.

—Não vou atirar em você. -diz ela calmamente. –Você é o do colete, não é? Daryl da Geórgia, eu vi você na casa do Aaron ontem.

Ela explica e então ignora completamente o fato de que eu ainda tenho ela em minha mira e devolve a arma para o coldre em sua cintura. Em seguida ela leva um dos dedos ao lábio pedindo silêncio, aponta para algo atrás de mim e puxa o arco em suas costas.

—Que merda que você acha que tá fazendo? -pergunto tentando intimidá-la.

—Que droga! -esbraveja ela. -Você me fez perder o cervo.

A garota devolve o arco às costas e finalmente parece perceber que ainda tenho a besta apontada pra ela. 

—Você poderia por gentileza abaixar essa coisa. -apesar da educação ela manda mais do que pede. 

—Você é abusada. -resmungo abaixando a besta, mas não a guarda. -Quem é você?

—Sophie. –ela responde levantando a mão para me cumprimentar, mas eu apenas ignoro então ela abaixa novamente como se nada tivesse acontecido. -Sophie Watson de Alexandria. E você é Daryl, eu sei tudo sobre você.

Me mantenho desconfiado, todos eles devem saber quem eu sou, devem imaginar que sou algum tipo de bárbaro Não que eu me importe, desde que cheguei eu não fiz questão sequer de tomar banho ou trocar de roupas. Ela poderia muito bem estar me seguindo a pedido da Deanna ou de qualquer um deles.

—Quer dizer não tudo. -explica ela e caminha à minha frente sem olhar para trás me deixando com a besta apontada para suas costas. -Só que é da Geórgia e que seu grupo sequestrou o Aaron. Acredito que nunca tenha me visto antes, eu voltei depois que vocês apareceram, faz todo o sentido que não se lembre de mim. 

Ela fala bastante e dá pra perceber seu sotaque carregado e seu ar despreocupado. Mas ela está certa, eu nunca a vi antes, eu me lembraria se tivesse visto. 

—Para onde você vai? -ela pergunta notando que não estou seguindo seus passos e então se vira pra mim e parece perceber que eu estou a observando. -Você não está me avaliando né? Isso é muito rude com uma moça.

—Não é da sua conta pra onde eu vou e eu não tô te avaliando. 

—Você é bem desagradável. -diz ela sem perder o ar despreocupado como se aquele fosse um comentário qualquer. -Faz isso porque não me conhece? O Aaron parece gostar de você e eu costumo confiar no julgamento dele. De qualquer forma, você é um homem adulto e tenho certeza de que vai conseguir encontrar seu caminho de volta sozinho. Boa caminhada, Daryl.

Qual o problema dessa mulher? 

Ela continua sua caminhada de volta para a comunidade e eu também tento voltar mantendo certa distância para que ela não ache que estou perseguindo ela. Desisto do cervo, se ele for esperto já deve estar bem longe depois de ter notado nossa presença.

Vez ou outra vejo ela derrubar um zumbi mais a frente até que finalmente volta para a estrada e imagino que já tenha passado pelo portão. Eu faço o mesmo e lá está ela encostada no muro.


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Notas finais do capítulo

Finalmente Daryl e Sophie se conheceram. O que vocês acharam?
Espero que tenham gostado.
Até amanhã.



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