A Vida e a Morte de L escrita por GeloAF


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus amigos e minhas amigas!

Estou muito animado com esta fanfic, pois adorei o formato que resolvi usar para contá-la! Adoro experimentar formas diferentes de contar histórias, acho que isso enriquece muito nossas experiências como leitores e como escritores.

Caso não tenha ficado claro, nesta fanfic haverá uma quantidade pesada de SPOILERS de coisas importantes da história de Death Note, então quem não leu/assistiu tudo ainda, vá lá e depois volte aqui para conferir.

Sem bem-vindos a esta história! Se puderem, deem um review! Eu serei eternamente grato.



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Quero advertir que estas memórias não devem ser divulgadas sob nenhuma hipótese. Se você encontrou este caderno e faz parte da força tarefa da Polícia Japonesa que participa da investigação do caso kira, entregue-o a Watari. Ele saberá o que fazer.

Se quem o encontrou é Light Yagami, sinto que falhei com o propósito deste epitáfio. Com estas palavras, admito que perdi, e não gostaria de reconhecer isto aos olhos do próprio kira. Além disso, creio que, lendo estas palavras, Light se encarregaria de queimar este caderno. Não é bom que as pessoas saibam que L suspeitou de você até o fim, não é, Light?

Sim, acredito que Light Yagami seja kira, apesar de não ter como provar. Para fins legais, este texto é apenas um rascunho desesperado de um homem derrotado e tomado pela amargura. Não levem ao pé da letra minhas lamúrias. Talvez elas façam com que meu fim seja um pouco menos vergonhoso.

Como já pode ter percebido, sinto que minha morte se aproxima, e sou inteligente demais para julgar que esta premonição esteja errada. Premonição não é a palavra correta: o melhor a se dizer é dedução. É nela que me baseei toda minha vida como investigador, e é nela que confiarei agora.

Escrevo isto como uma despedida e, como tal, prometo total transparência do meu próprio passado, do porquê de eu existir – ao menos do porquê de ser o detetive que sou. Quero que a memória de L seja mantida viva, pois L vive devido a mim e apesar de mim. Continuará existindo, mesmo que as pessoas não tomem conhecimento de minha morte.

Em minha percepção, boa parte da minha história é um legado à figura de L. Esta história, portanto, diz respeito à verdadeira identidade de L. Mais especificamente, apresento a vocês a história do Primeiro L. O original e implacável, o mais ousado, o criador do método. E, por que não, o infalível.

A partir de agora, quero deixar claro que eu, que vocês talvez conheçam como Ryuuzaki ou, quem sabe, como Hideki Ryuga, ou ainda como Lawliet, não sou o Primeiro L. Na verdade, eu sou o que poderia se chamar de Terceiro L.

Mas conheci o Primeiro L quando era criança, e talvez seja este o ponto de partida para determinar quem fui em vida.

Lembro-me bem de vê-lo andando pelos corredores da Wammy’s House, testando crianças e fazendo-as perguntas que não sabiam responder, tentando instigá-las a deduções difíceis ou a resolver quebra-cabeças vistos pela maioria como insolúveis. Vez ou outra surgia uma criança esperta demais ao ponto de deixar o próprio L impressionado. Rebatia as perguntas com mais perguntas, ou com hipóteses mirabolantes que superavam as expectativas do detetive. Uma destas crianças fui eu.

No dia em que cheguei à Wammy’s, fui levado diretamente ao último quarto do terceiro andar. Era lá que ficava hospedado o L – inclusive eu mesmo, quando assumi esta identidade – quando vinha visitar o antigo orfanato. Watari trouxe-me de um abrigo comum da Inglaterra, onde destaquei-me de outras crianças e afastei possíveis pais adotivos por ser esperto demais – e estranho demais. Não há muito o que dizer sobre minha origem, exceto que sou filho de um inglês com uma japonesa que foi tentar a vida em Londres. Ambos morreram num trágico acidente. Não tenho muito mais o que dizer sobre eles, a não ser que ambos eram acadêmicos de renome que não tinham muito tempo para um bebê. Esta foi minha sorte; do contrário, talvez eu não estivesse mais neste mundo.

Watari soube de mim por um amigo, um informante que vasculhava os orfanatos por crianças como eu. Ouviu de um garoto que descobriu sobre o desvio de verbas do abrigo pelo próprio diretor, que enchia o bolso com os recursos destinados às crianças. Foi o primeiro que coloquei atrás das grades; eu tinha oito anos. Watari cuidou dos trâmites da minha transferência o mais rápido que pôde para que eu não ganhasse tanta notoriedade tão cedo, mas você poderá encontrar uma matéria do jornal local do fim da década de 1980 com minha foto.

— Garoto, como conseguiu descobrir sobre estes crimes do diretor? – perguntou o repórter que me entrevistou à época.

Dei-lhe uma explicação detalhada de quinze minutos. Sherlock Holmes ficaria orgulhoso de minha resposta.

Desde então, cresci neste orfanato e conheci muitas crianças como eu. Lá é meu verdadeiro lar, talvez o único que já tenha conhecido. Hoje, no fim de minha vida, considero que passei tempo demais transitando entre hotéis de luxo, o que, apesar de parecer agradável, é bastante monótono e solitário. Era bom estar entre as outras crianças. Era como estar numa sala de espelhos que refletiam minha mente incomum, ou, quem sabe, andar numa corda bamba sob a qual havia mentes afiadas em vez de estacas pontudas: se pisasse em falso, caía direto num truque, por mais infantil que fosse.

O Primeiro L não convivia muito com as crianças, mas pôde ensiná-las mais do que eu jamais pude. Atribuo isto a dois fatos determinantes: o primeiro é que passo pouco tempo na Inglaterra, sobretudo no último período, em que foquei-me no caso kira e instalei-me no Japão desde então; o segundo é que – e detesto admiti-lo – seu carisma era muito superior ao meu. Entenda: o Primeiro L não era mais sociável que eu, ou mais inteligente, mas inegável era o fato de que cativava outras pessoas com extrema facilidade.

Às vezes gostaria que mais pessoas o tivessem conhecido.

Poderia contar mais sobre minhas experiências pessoais no orfanato nesta introdução às minhas lembranças, mas não devo entregar todo o bolo de uma vez. Haverá tempo para cada informação e prometo revelar o que me lembrar sobre algumas das pessoas mais interessantes que conheci em minha vida. Estes fatos ficarão restritos a capítulos posteriores, quando eu julgar conveniente. Por ora, contarei mais sobre o Primeiro L e como ele influenciou quem sou. Lembrem-se que sou um detetive e leiam com atenção, pois, assim como nas investigações policiais, tudo o que importa nestas memórias regadas a nostalgia e pesar são os detalhes.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi uma das coisas mais divertidas de se escrever

Gostei do tom que consegui dar para o L, acho que lembra a essência do personagem na história original ao mesmo tempo que dá uma renovada/aprofundada.

Até o próximo capítulo, quando a verdadeira narrativa começa!

PS: se puderem, deem aquele review! Muito obrigado



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