Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 1
Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal, é minha segunda fanfic da Harry Potter, a primeira foi dos marotos, que não terminei e perdi essa história hehehhe. Espero que gostem da minha história sobre a Rose e Scorpius.



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Sempre imaginei como o mundo seria se eu tivesse nascido em outra família. Não que meu pai tenha qualquer culpa nisso, quem sabe só um pouco. Enfim, se eu não tivesse nascido Scorpius Malfoy, se eu tivesse nascido com outro nome, em outro lugar, outro tempo. São só conjecturas, mas as vezes preciso faze-las para me delisgar da realidade.

Não posso reclamar, pois sempre tive tudo que queria e tenho um amigo. Isso parece ótimo, mas para mim não está sendo tudo ultimamente. Vou embarcar em algumas horas no expresso de Hogwarts e cursar meu 6° ano junto com Alvo. Mas eu poderia estar animado, não é? Não estou, não consigo. Olho para meu reflexo e vejo meus olhos azuis, tão claros quanto os do meu pai. Meu pai disse hoje pela manhã que vai se separar da minha mãe. Eu não sabia o que dizer para ele. Sinto pai, ou mas que droga pai? O que pensa que está fazendo? Eu não disse nada, pois não sei o que eles estão passando, na verdade não converso com meus pais faz um ano. Isso tudo porque resolvi, finalmente apresentar meu amigo, Alvo Potter para eles. Meu pai não parecia feliz, apesar não ter tratado Alvo mal. Acho que ele foi até mesmo educado. O pai de alvo, o Sr. Potter, não pareceu gostar muito, mas também não disse nada para seu filho. Meu pai, por outro lado, ficou histérico. Ele disse que tudo tinha sido superado, eu lembro disso. Que as brigas de escola entre ele e o Sr. Potter eram passado. Mas ele mentiu pra mim quando resolvi apresentar Alvo. Somos amigos desde o primeiro dia da escola, como eu poderia me afastar do único amigo que me compreende e que não em medo de mim? Meu pai não poderia entender e eu também não vou explicar.

Resolvi sair do quarto. Tudo estava silencioso. Desci as escadas da mansão, pé ante pé, tentando não fazer barulho. Carrega minha mochila nas costas e uma barragem de rodinhas na mão. Eu iria pedir um taxi para parar na estação King's Cross, pois não queria falar com ele. Não queria e não vou mais falar com ele.

— Scorp - chamou minha mãe, no corredor.

Droga, pensei comigo mesmo. Virei para encara-la, seus cabelos castanhos bem alinhados, seus olhos verdes água. Ela era sempre tão elegante assim? Eu não me lembro mais.

— Mãe - sussurei.

— Filho, você precisa conversar com seu pai - pediu ela, com tristeza - Você vai para Hogwarts sem conversar com ele?

— Mãe, eu não posso. A senhora não entende - tentei me explicar - Papai não consegue respeitar minhas escolhas. Ele quer escolher minhas amizades, quer escolher minha profissão. Se você quer saber, eu nem sei o que vou fazer quando concluir os estudos.

— Querido, tenho certeza que se vocês conversarem...

— Não, mãe, eu não vou. Eu te amo, mas não vou fazer isso. Tenho que ir - cortei. Saí da mansão o mais rápido possível, conferindo se minha varinha estava no bolso.

Avistei o carro na rua e entrei. O motorista perguntou para onde eu iria. Queria dizer que queria sumir e começar de novo, mas só disse que queria ir para estação.

***

— Já não era sem tempo - disse Alvo, assim que cheguei na plataforma 9 3/4.

— Tive alguns problemas de percurso - justifiquei, encerrando o assunto.

Olhei ao redor e pude ver o Sr. Potter, Sr e Sra. Weasley, Lilian Potter, Hugo e Rose Weasley. Meu coração errou um passo. Por Merlin, por que não conseguia me acostumar ao ver a ruiva? Rose era a pedra no meu sapato, desde que entrei em Hogwarts. Sempre foi a melhor em tudo, assim como sua mãe. E ela era dona de olhos azuis mais lindos que eu já vi. E de um gênio muito forte que me deixava irritado. Nós fomos amigos forçados, porque Alvo sempre andava com ela, então eu estava junto. 

— Sr. Potter, Sr e Sra Weasley - cumprimentei.

— Olá Scorpius - disseram.

— Como está seu pai? - perguntou o Sr. Potter.

Isso era estranho, eu sei, mas o Sr. Potter já tentou ser amigo do meu pai. Ele já sabia da amizade entre eu e Alvo desde de sempre. Ele mesmo havia aconselhado que eu deveria contar a meu pai. Só que não deu certo.

— Ele está bem, senhor - respondi, sem olha-lo nos olhos.

— Esta tudo bem, Scorpius, eu sei que vocês não estão se falando - disse ele, sem pestanejar.

— Como o senhor pode saber disso? - perguntei, surpreso.

— Eu não pude deixar de contar, Scorp - respondeu Alvo, sem graça.

Fitei meu amigo surpreso.

— Não brigue com seu pai, ele não tem passado por uma situação fácil - pediu o Sr. Potter. Queria dizer para ele não se meter na minha vida, mas não conseguia. Aquele homem tinha meu respeito.

— Vou tentar, mas não prometo nada - respondi, por fim.

Após todos se abraçarem e se despedirem, até eu ganhei abraço dos Weasley e do Sr. Potter, embarcamos no trem. Lilian não parava de falar como estava animada por entrar em seu 4° ano em Hogwarts e Hugo pedia para que ela calesse a boca. O que gerou uma risada geral.

— Hugo, você é um estraga prazer - reclamou ela, entrando no vagão.

Não queria dividir a cabine com os pirralhos, mas Alvo me empurrou para dentro, sem cerimonia. Tudo bem, eu queria sim, mas não poderia dar o braço a torcer. Eu tinha amigos ali, afinal.

— Scorp, como foi suas férias? - indagou Alvo, me passando um sapo de chocolate. A figura de Alvo Dumbledore me fitava de volta.

— Bem, poderia ter sido pior - respondi, olhando para a janela.

Rose parecia querer dizer alguma coisa, mas ela fechou a boca. Não demorou muito, pois ela abriu de novo a boca e disse:

— Você sabe que não deveria exagerar tanto, não é? - disse ela, com um olhar severo.

Meu Merlin, vou me jogar pela janela. Não quero ter essa conversa, não hoje.

— Rose, por que você não cuida da sua vida? - vociferei, sem pensar.

Todos me encararam, espantados. Todos menos Rose. Ela não se assustava fácil.

— Gostaria, mas estou vendo você estragar sua vida - respondeu ela, com um sorrisinho irônico - Você só reclama, em vez de tentar resolver seu problemas. Se tentasse falar com seu pai tenho certeza que tudo ficaria bem.

De novo não, essa conversa vai explodir minha cabeça.

— Rose, não amole o Scorp, a situação não está fácil - pediu Alvo. Santo Alvo.

— Eu só acho que...- começou ela.

Não vi que estava levantando, saí do vagão sem olhar para trás. Caminhei pelos corredores e esbarrei e Lysander e Lorcan Scamander. Os dois perguntarem se eu queria comprar o Pasquim, mas literalmente fugi e entrei em um vagão vazio. Enfim, por Merlin, estava em paz. Até que a porta do vagão se abriu. A ruiva estava parada na porta, me encarando.

— O que você quer, Rose? - perguntei, bufando de frustação.

— Só vim pedir desculpa - disse ela, fechando a porta. Ela não estava pedindo desculpa porque queria. Alvo devia ter pedido.

— Se é só isso, cai fora - disse, bruscamente, olhando para a janela.

Senti ela afundar no banco, a minha frente. Ela não disse nada, só parecia me encarar. Desviei o olhar da janela e mergulhou nos seus olhos azuis. Ela estava me estudando, olhando para mim como se entendesse o que estava sentindo. Ela sempre me olhava desse jeito, como se visse o que estava me incomodando. E isso era o que eu não gostava, não queria que ela visse o que estava dentro de mim. Queria esquecer seus olhos, queria esquecer o que sentia e fingir que ela não me afetava. Mas mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira.

— Eu posso não entender o que você sente, Scorpius, mas pelo menos deixe que as pessoas sejam suas amigas - disse ela, por fim - Você não pode se fechar em seu mundo para sempre. Isso vai deixar você doente e não é isso que eu quero.

— Desde quando você se importa comigo, Rose? - indaguei, com sarcasmo.

— Desde sempre, seu idiota - respondeu ela, sem se abalar - Você é importante para Alvo, então é importante para mim. Não tente recusar que nós amamos você.

— Por favor não me faça vomitar - disse, fingindo ter uma ansia.

Ela riu. O som da sua risada ecoou pela cabine, preenchendo meu peito de algum sentimento que não sabia definir.

— Scorp, vamos voltar, sim? - pediu ela, pegando minha mão.

Aceitei. Mas estava prevendo que não foi uma boa ideia deixar ela entrar na minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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