A ironia em amar você escrita por SS Saibot


Capítulo 8
A ironia em amar você.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800839/chapter/8

2 anos depois. 

 

— Cheguei, amor!

Isabella entrou no apartamento literalmente muito atrasada. Tinha saído muito mais tarde do que pretendia do estágio, porque ainda estava no começo e buscava se mostrar prestativa. Seu chefe achara por bem provar sua prestatividade mantendo-a até além do horário aceitável no trabalho. Em consequência disto, estava vergonhosamente atrasada para o seu jantar de aniversário.

Naquele dia, quatorze de fevereiro, menos quatro graus de temperatura de acordo com o sistema de meteorologia regional, ela estava completando um ano de namoro com a receita do desastre, vulgo Edward Cullen.

Quem diria, afinal, que Isabella seria iam daquelas mulheres que entrariam tão profundamente na vida de um homem?

Porém, desde que eles haviam se conhecido, as coisas fluiam tão naturalmente, que parecia apenas certo que ficassem juntos.

Depois daquele dia dos namorados em que se encontraram na Universidade e saíram, passaram a se encontrar regularmente na biblioteca que frequentavam. Passavam horas lendo em silêncio ou conversando aos cochichos. Às, vezes, iam comer algo ou ao parque caminhar.

Foi um longo caminho, aquele que Edward percorrera para alcançar o coração de Isabella e, caramba, ele tinha merecido cada espaço conquistado. Mesmo quando estava irremediavelmente apaixonada pelo garoto, Isabella ainda tinha demorado meses para assumir, de fato.

— Estou aqui! — Escutou Edward falar da cozinha.

Atravessou o apartamento se desfazendo de suas roupas e acessórios. Isabella estava morando com Edward há quase um ano.

Não estava em seus planos iniciais morar com um namorado antes de se formar na faculdade, mas também tinha sido aceita pela Universidade de Maryland e fora ideia dele unir o útil ao agradável. Trocaram o pequeno apartamento de Edward em Baltimore por um maior em Rockville e moravam juntos desde então, para dividir as despesas, era a desculpa dela. 

Já no segundo semestre da Universidade, ela havia conseguido um trabalho de meio período em uma cooperativa de curativos e Edward agora trabalhava como editor júnior em uma editora grande no centro. Ainda não era uma médica, mas sentia-se bastante realizada consigo mesma. Tinha um namorado incrível, um emprego e um apartamento só seu. Era o suficiente para os dois e eles podiam viver confortavelmente.

Quando chegou à cozinha, estava vestida somente em sua saia evasê coral e sua camisa social creme estava com os botões todos abertos.

— Isso está cheirando muito bem — elogiou ao encontrar seu namorado a beira do fogão, sem camisa e ainda usando a calça social com que chegara do trabalho. O abraçou por trás, espalmando as mãos no tórax dele e encostando a face contra suas omoplatas.

Parecia um crime que ele cheirasse tão bem após um dia de trabalho, quando ela tinha certeza que cheirava à poluição e plástico das embaladeiras.

— Que tal se a gente largar tudo isso e ir tomar um banho? — Ela ofereceu como quem não quer nada.

Edward riu. 

— Eu duvido que seria só um banho se eu fosse atrás da senhorita e também aposto que vai reclamar que eu não te alimento depois que eu fizer amor com você no banheiro.

Ela meio que ronronou. 

— Só no banheiro? 

Ela não podia ver o rosto dele, mas apostava que ele estava com aquele sorrisinho torto que a deixava úmida em locais duvidosos. 

— E na cama e em todas as superfícies planas possíveis.

Isabella gemeu, mas desistiu de tentar aliciar o namorado e farejou na direção das panelas como uma morta de fome. 

— O que é isso que você tanto mexe?

— Eu só estou esquentando algumas coisas. Cheguei atrasado também.

Edward se virou e pegou a namorada em um abraço apertado pela cintura. Após beijá-la longamente, deixando ambos sem fôlego e desejosos, acariciou seu rosto com o polegar.

— Eu já disse que você é a melhor coisa que já me aconteceu hoje? — perguntou, cheirando o pescoço dela. 

Isabella riu ao sentir cócegas.

— Já — afirmou, balançando a cabeça e mordendo a boca dele levemente. —  Umas seis vezes.

Haviam passado o dia inteiro trocando mensagens carinhosas em seus horários vagos. Lauren, uma das supervisoras e melhores amigas de Bella, ao pegar seu celular para ver o que ela tanto fazia com ele em mãos, tinha encarnado na amiga durante o restante do dia com a quantidade de mensagens melosas que ela estava trocando com o namorado.

— Porque você é a melhor parte da minha vida. 

— Obrigada. Eu amo você também — declarou, dando-lhe um selinho.

— Você só está dizendo isso porque estou fazendo nosso jantar.

— E porque você irá salvá-lo de virar um tostadinho — adicionou ao apontar a panela onde a carne de veado cozinhava.

— Vá tomar um banho enquanto termino. Quero levar você para cama depois.

— Ou o sofá — Ela riu.

— Ou o chão. Temos várias opções, irei explorar todas.

— Tem meu consentimento, Sr. Cullen.

Ela ganhou um tapa no traseiro e seguiu para o quarto deles, onde se desfez das roupas e tomou um longo banho. Quando terminou, vestiu uma das camisas de Edward e seguiu descalça para a cozinha.

Seu namorado já tinha posto a mesa e estava acendendo velas decorativas quando ela se aproximou. Para ajudar, embora ela soubesse que Edward era muito melhor na cozinha que ela, provou um pouco de cada comida.

— Isso está ótimo, querido.

Edward riu e a puxou pela mão. Ela pensou que fosse para que parasse de babujar a comida, mas ele continuou puxando-a até o balcão da cozinha. 

— O que foi? — Ela indagou, curiosa.

— Quero te dar uma coisa.

Ele puxou um envelope que estava sobre a mesa e estendeu na direção dela.

Isabella olhou do papel para Edward, desconfiada e leu o título escrito acima do fecho:

— A Ironia em Amar Você — Ela abriu o envelope, encontrando um papel de carta meticulosamente dobrado. — Sobre o que é?

— É um texto sobre uma garota que amava ficar na biblioteca — Edward explicou com um sorriso torto e quando ela riu, fazendo um gesto para que ele prosseguisse, continuou: — Uma garota linda, inteligente e, potencialmente linda, que ama números, odeia clichês e detesta paradoxos.

Isabella revirou os olhos, mas não falou nada pois, ademais de sua atitude cética, não encontrava sua voz em nenhum lugar do corpo para dizer algo.

— Uma garota que não acredita em finais imensamente felizes, que não acreditava em amar tanto alguém que se poderia dar a vida por ela e, por isso, porque o destino simplesmente ama brincar com as convicções dela, encontrou um cara que a ama o suficiente para dar a vida e muito mais por ela. Um homem que está disposto a se encaixar em todos os clichês para fazê-la feliz pelo resto de sua vida.

Isabella sentiu que seu coração poderia parar quando o viu se ajoelhar na frente dela, uma caixinha de veludo preta aberta a sua frente, revelando um lindo anel de aro dourado e uma única esmeralda lapidada em formato de coração no topo.

— Edward...

— Isabella Marie Swan, sempre acreditei no amor e você chegou na minha vida justamente para me mostrar que o que sinto por você, não cabe sequer nessa palavra — A mão de Isabella estava tremendo e ele a apertou entre as suas. — Quando eu te conheci, só conseguia pensar na ironia que era amar você, pois nunca pensei que o Universo poderia me trazer alguém que me completasse dessa forma. E tenho certeza, meu amor, que seja lá do que as nossas almas sejam feitas, a minha é a sua são iguais. Você aceita ser a minha esposa, a protagonista da minha história que nunca vai ter um fim?

Isabella ficou em silêncio por um momento, incapaz de dizer qualquer coisa. Sua voz estava enterrada em algum lugar dentro dela que parecia inacessível.

Aos poucos, um olhar de preocupação começou a se formar no rosto de seu namorado.

Ela começou a gaguejar. Mas, por fim, soltou um:

— É...claro que eu aceito, Edward!

Ele se levantou, pôs o anel em seu dedo anelar e a puxou na direção de seu corpo.

 Isabella sentiu seus pés se erguerem no ar quando seu noivo a levantou e ela o beijou várias vezes antes de se afastar, rindo, o choque diminuindo aos poucos substituído por uma felicidade indescritível. Ele a colocou no chão. Os olhos dele brilhavam tanto que ela desconfiou que fossem um reflexo dos seus próprios.

— A garota da biblioteca também disse um sim para o cara potencialmente gato no final?

— Certamente — Edward afirmou, segurando as mãos dela. — Vamos concordar que ele é irresistível.

Após dar um leve tapa no ombro largo, Isabella sorriu mais uma vez.

— Esme vai surtar quando souber que estou roubando o filho predileto dela.

— Eu sou o único — disse Edward, como se a hipótese de outro ser preferido que não fosse ele, doesse. —  Você já fez isso há muito tempo, só iremos formalizar.

Ela pôs o texto que seu noivo escrevera sobre a mesa, decidindo que o leria com mais atenção em outro momento, quando estivesse sozinha e pudesse agir como uma mulherzinha chorona na TPM, o que afinal, ela era.

— E se eu dissesse não? — questionou quando se sentaram à mesa posta.

Edward serviu a salada caesar suavemente em seu prato enquanto falava.

— Bom, eu teria que colocar um pouco de senso na sua cabeça em vinte e quatro horas, porque a cerimônia é em dois dias e temos um voo para amanhã — Edward pegou sua mão sobre a mesa, acariciando a palma com o polegar, como se ela fosse uma criança a ser acalmada.— Espero que goste de Vegas, amor.

Isabella ficou boquiaberta.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Beijos >>>



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ironia em amar você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.