The Sky and Starlight escrita por Uma garota qualquer


Capítulo 1
Como tudo começou...


Notas iniciais do capítulo

Oiii gentiiii, como vocês estão? Espero que estejam bem. Estou aqui mais uma vez participando de outro desafio/concurso e estou muito animada.Como eu já havia dito nos avisos, tem algumas referências na história de alguns filmes e tomara que gostem! Boa leitura ♡



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  Já faziam quase duas semanas que estávamos à deriva...

          Os alemães haviam acabado de invadir a Grécia, quando eu e minha família embarcamos num navio que ia em direção a Irlanda. Poucos conseguiram subir a bordo, antes de explodirem o porto. A água ao redor foi banhada de sangue e destroços. Nós que conseguimos escapar, tivemos pouquíssimo tempo de alívio, pois fomos seguidos, sem que a tripulação do navio percebesse, e acabamos sendo bombardeados quase no final do percurso.

        Estava distraída no deque de cima, quando vi minha família ser bombardeada na proa da embarcação. Num minuto estava lá sorrindo, alegres por terem escapado, e no outro uma enorme cratera que engolia toda a parte da frente do navio. Nem tive tempo de raciocinar quando um dos tripulantes me puxou, me levando até os botes. Seus olhos castanhos emanavam tristeza e uma raiva crescente. Ele estava ofegante, percebi que tinha sido atingido de raspão nas costelas. Com muito esforço conseguiu soltar o bote, então "aterrissamos" naquelas águas gélidas e terrivelmente agitadas.

          A maioria dos mantimentos, que haviam no bote, caíram no mar devido às ondas gigantes e inquietas que nos assolavam. O que restou, só durou por uma semana. No décimo primeiro dia, chegamos em terra firme, era uma ilha pequena, duvidava que se quer aparecia no mapa. Rodeada por uma floresta tão densa que a luz mal passava pelas copas das árvores. Adentramos o lugar aos poucos, parando para descansar e recolher algumas frutinhas.

         O tripulante que me acompanhava se chamava Julian, ele era gentil e muito inteligente. Sabia fazer fogueiras, conseguia diferenciar quais frutas podíamos ou não comer e até observar trilhas de animais. Nos damos bem logo de cara, nem parecia que tínhamos cinco anos de diferença. Julian nunca me chamava pelo nome, sempre arrumava algum apelido engraçado, ele dizia que Kimberly era nome de garotas metidas.

      Em três dias chegamos em uma clareira. Com exóticas flores azuis e brancas, parecia um reflexo do céu, era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Ao arrancar uma das azuis um líquido rosa começou a sair de seu caule, então arranquei uma branca e nada saiu de dentro dela. Meu parceiro sabiamente decidiu não ficar ali, caminhamos por algumas horas até sairmos da clareira. Montamos nosso acampamento perto de um pequeno lago de águas cristalinas.

       Não consegui dormir naquela noite, então decidi caminhar. Era lua cheia e a ilha estava bem iluminada. A clareira estava a alguns metros de distância, as flores azuis tinham um brilho tão forte, que até a terra cintilava por causa de suas raízes. Foi então que percebi, que essas raízes reluzentes se estendiam floresta a dentro, como um caminho que levaria para alguma coisa. Eu as segui por uns dez minutos até chegar em uma cratera enorme, e dentro dela havia uma pedra rosa brilhante, semelhante a um meteorito, e ao redor do buraco haviam mais daquelas flores, só que essas eram tão azuis que pareciam violetas, bem diferentes do azul celeste que eram as outras mais afastadas dali.

     Algumas partes ao redor do meteorito assemelhavam-se a diamantes, e um em específico parecia estar solto. Com cuidado me aproximei da pedra. Quando estiquei o braço para alcançar o diamante, senti um leve choque percorrer todo meu corpo. Assim que toquei no diamante, foi como se meu corpo explodisse repetidas vezes em segundos, e então apaguei. Acordei alguns dias depois. Julian estava ao meu lado fazendo um chá com algumas frutinhas. Ao perceber que eu havia acordado, perguntou como eu estava e depois me deu um sermão sobre não sair sozinha durante a noite, ou tocar em coisas estranhas que pareciam perigosas.

        Eu me sentia bem e ao mesmo tempo diferente, como se algo dentro de mim tivesse mudado. Eu conseguia ver e ouvir coisas que normalmente não conseguia, me sentia mais forte e minhas mãos ficavam muito frias quando eu ficava brava ou triste. Julian começou a achar que poderiam aparecer mais dessas novas "habilidades" com o passar dos dias, e que era melhor começar a treinar, não só para ter autocontrole desses “poderes”, mas também, para não acabar machucando a mim ou a ele.

         Treinávamos todos os dias na parte da tarde. E como ele havia dito, novas habilidades foram surgindo. As mais difíceis de controlar foram, os diamantes os quais eu moldava como queria, o gelo e as rajadas de luz estelar que saíam de minhas mãos. A luz e os minúsculos fractais de gelo se fundiam, congelando e depois desintegrando tudo o que tocavam. Já o poder de voar, a visão noturna e a super força foram mais fáceis. Quanto mais eu treinava, mais vontade tinha de matar todos os alemães, porém meu parceiro sempre dizia: "Heróis não são assassinos", "Heróis são luz e não trevas". Entretanto, a sua frase preferida era: "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades"... Bom, talvez essa última se tornasse famosa no futuro.

         Naquela altura, havia muito de Julian em mim. Nós nos tornamos muito mais do que parceiros. Eu o amava e acho que ele também me amava, mesmo que fosse do jeito bobo dele. Me apaixonar por Julian foi como adormecer: gradualmente e inesperadamente. Aquele lugar tinha se tornado um lar para nós dois,  já não importava tanto se sairíamos de lá ou não. Pois onde ele estava era onde eu queria estar. Até arrumamos codinomes um para outro, Sky e Starlight, pois ele era meu céu e eu sua estrela.

       Mas quando eu pensei que tudo ficaria bem, no momento em que achei que poderia ser feliz, uma frota de navios alemães, atracaram na ilha de madrugada, nos atacaram de surpresa, arrancando-o de meus braços. Num segundo eu estava de pé e no outro deixei todos os que o seguravam desacordados. Uma legião de soldados nos encurralou. Sky pegou a arma de um dos que estavam desacordados. Tentei criar uma armadura de diamante, porém estava além da minha capacidade. Então criei um escudo e entreguei a ele.  Tentávamos ao máximo não os matar, apenas deixá-los inconscientes.

      Aos poucos íamos ganhando terreno, porém um dos alemães atirou em mim pelas costas, e quando me virei Julian estava estirado no chão, com o peito sangrando. O meu mundo parou, senti que algo dentro de mim havia se partido. Naquele instante, eu perdi o controle. Juntei todo fragmento de poder que havia em mim e explodi tudo, dizimando todos que estavam ao meu redor. Toda a floresta em torno de nós desapareceu num piscar de olhos, as poucas árvores que restaram  se tornaram gelo, a terra congelou ao redor.

     As lágrimas que escorriam pelo meu rosto se transformavam em pequenos cristais de gelo. Ajoelhei-me ao lado de Julian, puxei-o contra meu peito e acariciando seus cabelos castanhos, pedi para que ficasse comigo. Ele com aqueles olhos que pareciam chocolate, pelos quais me apaixonei, disse que me amava, que eu era sua heroína e que eu não precisava ter medo, pois ele sempre estaria comigo, em meu coração. Sua respiração foi ficando cada vez mais pesada e minutos depois, ele se foi. O coloquei num caixão de diamantes e enterrei-o no local em que costumávamos dormir. Um gigantesco vazio se instalou em meu coração. Vingança era a única coisa em que eu conseguia pensar. Eu me vingaria deles, de cada um dos alemães; eu não iria os derrotar, eu iria destruí-los.

     Treinei por dias até conseguir criar uma armadura. Feita de gelo e estrelas, revestida de diamantes. Simplesmente perfeita e impenetrável. Ao me preparar para sair daquele lugar e ir para guerra, percebi que não podia deixar mais ninguém encontrar aquela ilha, muito menos aquele meteorito. Decidi mandar tudo aquilo para as profundezas do mar. Voei até as nuvens e mirando no centro , disparei repetidas vezes. Uma rajada mais intensa que a outra, até que a ilha naufragou.

         Minha missão começara naquele momento. Eu não poderia ser a heroína que Julian queria que eu fosse, pois eu exterminaria todos, nem que fosse a última coisa que eu fizesse, nem que isso me tornasse uma vilã. Não, não uma vilã, mas uma anti-heroina. Então que começasse a guerra.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♡



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