Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya escrita por Masei


Capítulo 11
O Terror da Morte Negra


Notas iniciais do capítulo

A Batalha no Vale contra os Cavaleiros Negros segue. Seiya sofre um golpe terrível e Shun é surpreendido enquanto tenta ajudá-lo.



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Seiya conseguiu chegar ao fundo do vale sem ser atacado e percebeu, ao longe e atrás dele, um estranho fenômeno. Alguém lutava, pensou. Quando tudo se acalmou, ele pôde escutar claramente, embora muito baixo e distante, o som de um sino soar. 

— Ela está bem… — pensou Seiya, adivinhando que aquela era a direção para onde Saori havia ido.

Ficou aliviado. Apenas para ser interrompido no momento seguinte.

— Estava à sua espera, Pégaso! — disse uma Cavaleira Negra para Seiya.

Ao olhar para quem lhe falava, Seiya surpreendeu-se com o traje daquela guerreira.

— O quê? A sua Armadura é igual a minha?

— Muito bem, garoto, eu sou a Pégaso Negra.

— Isso é alguma piada? — A mulher deu risada.

— Sim, e nela você morre!

Pégaso Negra atacou Seiya com uma série de socos e pontapés que o Cavaleiro de Pégaso soube neutralizar. Esquivou-se de um último direto que parou na pedra atrás dele, afundando o rochedo. Ela era forte.

— Onde está a Armadura de Ouro?

A garota colocou uma parte da Armadura cuidadosamente em cimam de um rochedo.

E novamente saltou para atacar Seiya, que pôde usar a investida da mulher contra ela mesma, atingindo-a com um chute que a jogou contra a parede, deixando seu elmo rolar no chão e soltar seus cabelos.

— Vai pagar! — disse ela, saltando contra o sol. — Flechas Negras!

Choveram em Seiya centenas de flechas que fincavam-se ao solo; ele esquivou como podia, mas acabou acertado por muitas outras. E ainda assim pousou de pé em frente à Pégaso Negra.

— Como pode, você esquivou de todas as flechas?!

— Não, algumas realmente me atingiram, mas graças à minha Armadura de Pégaso eu não sofri nenhum arranhão. — explicou ele, pensando no sacrifício de Shiryu.

— Pois eu quero ver se vai continuar tendo essa sorte toda. Flechas Negras!

E novamente a chuva de flechas caiu sobre Seiya, mas dessa vez ele escolheu contra-atacar ao invés de apenas desviar. Saltou na direção da Cavaleira Negra e desferiu seus Meteoros de Pégaso que, no ar, engoliram as flechas e finalmente atingiram a Pégaso Negra de maneira decisiva.

Sua armadura espatifou-se contra a pedra e ela caiu, vencida, coberta de sangue.

— Não atingi nenhum ponto vital seu. Vai sobreviver, não se preocupe. — disse Seiya.

Virou-se para tomar a parte da Armadura de Ouro que a garota havia abandonado ali e percebeu algo estranho.

— O quê?

Fincada em seu baço, havia uma pequena flecha; facilmente a retirou e resistiu apenas à dor latejante que sentiu ao tirar o metal. Sentia-se bem, mas refletiu que precisava ser mais cuidadoso dali em diante.

Seu inimigo não podia se levantar mais.

— Não irá muito longe. — disse a voz embargada da mulher. — Logo vai descobrir o Terror da Morte Negra. — ela deixou escapar um sorriso seguido de um engasgo.

— O que quer dizer com isso? — perguntou Seiya, confuso.

Mas a Pégaso Negra desmaiou e Seiya não queria perder tempo ali. Balançou o punho fazendo soar seu sino pelo vale e seguiu em frente.

Desceu por mais uma escarpa, passou pela entrada de uma caverna e então começou a se sentir muito mal. 

A princípio, sentiu-se muito mais cansado do que deveria com aquela descida; e então passou a se sentir muito tonto. Escorou-se na parede para não cair. A ferida da pequena flecha que o havia atingido latejava e queimava também.

Tentou seguir adiante, mas finalmente caiu de joelhos, perdendo o equilíbrio. A sensação do corpo queimando agora não estava apenas em seu estômago, mas espalhava-se pelas pernas, pelos braços, no pescoço.

— O que está acontecendo comigo? 

E mais e mais aquela sensação terrível se espalhava por seu corpo.

Seiya começou a tirar, parte por parte, a sua Armadura de Pégaso, e percebeu que o ferimento arroxeado no baço também estava em outras partes de sua pele, queimando tudo por onde aparecia.

— Será esse o Terror da Morte Negra? — perguntou-se Seiya.

Lembrou-se de Shiryu e juntou forças para se levantar e seguir adiante, mas acabou finalmente perdendo o equilíbrio e caindo no precipício abaixo dele.

 

—/-

 

— Ai, que lugar fedido! — reclamava Kiki na entrada do vale. — A mestre Mu vai me matar se eu demorar demais aqui, e além do mais é muito chato ficar esperando. Eu não acho que a Shiryu vai voltar. — ele rodava o sino dourado no dedo entediado. — Já sei, parece que tá rolando briga já, eu vou aproveitar e dar uma olhada nas lutas.

Mas alguém se aproximava.

— Ih, vem alguém lá! Será que é um Cavaleiro Negro? Mas com esse tanto de névoa, que saco, assim não consigo ver. Já sei!

Kiki então concentrou sua pequena cosmo-energia e com suas mãos afastou a névoa para revelar no caminho quem que vinha adiante. E para seu espanto era Shiryu.

— Ai, que horror, esse é o último lugar que eu gostaria de ver um fantasma! — e então jogou uma pedra na direção.

Mas a garota, ao ouvir Kiki e desviar de sua pedra, não conseguiu segurar a risada.

— Fantasma, Kiki? Você precisa parar de jogar pedra toda hora que eu apareço. Eu não sou um fantasma. — e havia um sorriso em seu rosto.

— Ah… Shiryu! É você mesmo? Então você sobreviveu!

O garoto iluminou-se de alegria e, pulando feliz da vida, foi até ela festejar seu retorno. 

— Pois é, Kiki. Parece que a morte não gosta muito de mim. — disse ela. — E eu também tenho muito a agradecer à mestre Mu.

— Sua armadura também está restaurada. — disse Kiki.

Ela acenou com a cabeça e sentiu seu cosmo fortíssimo vibrar com aquela sua nova Armadura de Dragão.

— Mas Shiryu… Parece que as lutas começaram. Se você se ferir em batalha…

— Eu sei, Kiki… mas o Seiya e o Shun devem estar me esperando.

O som do sino dourado de Kiki soou, ele tirou do próprio punho e deu para ela.

— Seiya pediu para que eu te entregasse quando voltasse.  — Shiryu sorriu, tomou o sino e o tilintou bem alto.

Dragão estava de volta.

 

—/-

 

Shun foi o único que tomou o caminho por dentro da Pedra do Leão que desembocava em um complexo subterrâneo enorme, mas curiosamente cortado por reentrâncias que permitiam a luz de fora iluminar toda a caverna.

Uma caverna que Shun, atento às correntes, passou com segurança para sua surpresa e também para sua alegria, pois pôde ouvir claramente dois sinos soarem na distância ainda enquanto estava dentro da caverna. Seus amigos estavam todos bem.

O último trecho daquela trilha o jogava dentro de uma escuridão pesada; Shun sentiu sua Corrente tensa, mas foi ela quem lhe guiou no escuro até que, ao longe, a luz da saída o ajudou a atravessar a escuridão em segurança.

E assim que saiu da caverna teve a impressão de ter escutado, muito fraco, o som de um outro sino ali próximo. Muito tímido e baixo. Shun ficou em alerta e, mais adiante, o mistério se resolveu: no chão estavam partes da Armadura de Ouro e também o elmo de Pégaso.

— Seiya! — gritou o amigo.

E quando olhou para o precipício abaixo percebeu Seiya ainda sofrendo em uma plataforma.

— Seiya! Eu vou te tirar daí!

A Corrente de Andrômeda desceu pelo desfiladeiro e se prendeu ao punho de Seiya para que Shun pudesse puxá-lo lá de baixo.

— Ele deve ter sido atacado por algo horrível. O que será que deve ter acontecido?

— Oi! — disse uma voz de criança.

Apareceu uma Cavaleira Negra ao lado de Shun, curiosa.

— Ahn? Quem é você? — perguntou ele, confuso.

— Eu sou a Andrômeda Negra. Tudo bem? — perguntou ela. 

Ela tinha um clima contente absolutamente estranho.

— Uma Cavaleira Negra? — perguntou Shun ainda segurando a corrente e absolutamente confuso com aquela garota que parecia mais nova do que ele.

— E você é o Cavaleiro de Andrômeda, não é? Você é irmão da mestre Ikki! Eu queria muito te conhecer! — ela parecia realmente excitada. — Uh! Então esta é a famosa Corrente de Andrômeda? 

A Cavaleira Negra simplesmente se ajoelhou e ficou olhando de perto a Corrente de Shun enquanto ele puxava Seiya; ela tocou na corrente, tirou um aparelho estranho, acoplou nos olhos e ficou observando de muito perto aquele metal, maravilhada.

— Escute. Meu amigo precisa da minha ajuda...

— Eu sempre quis saber como a Corrente de Andrômeda funcionava. Isso é sensacional! Eu posso ver a outra?

— Garota, eu não estou entendendo o que você quer, mas eu preciso ajudar o Seiya! — disse Shun ao ver que a menina estava tentando desenrolar a outra corrente de seu outro braço.

— Ai, que chato! O que você tá fazendo, afinal? Quem é aquele? Ah, é o Pégaso, não é? O que que ele tem? Espera aí… Ah, já sei! Essas são as partes da Pégaso Negra. Ele foi atingido pelas flechas! As flechas deram certo!

— O que quer dizer com isso?

— Eu sou a Mestre de Armaduras dos Cavaleiros Negros! — disse ela cheia de si. — Eu que instalei as flechas pra Pégaso Negra poder usar! As Flechas eram envenenadas! — disse a garota, muito empolgada. — E quem fosse atingido sofreria com seu veneno. Uma queimação por dentro. Umas manchas no corpo. Eu acho que acabei usando veneno demais, mas dá pra ver que funcionou direitinho! — comemorou ela.

— O que está dizendo? — Shun repetiu sem compreender o jogo que aquela garota fazia, esforçava-se para trazer Seiya para a superfície, mas ainda faltava muito.

— Estou dizendo que a mestre Ikki vai ficar super feliz comigo! Bom, não é verdade. Ela nunca está feliz. Mas tenho certeza que não vai ficar brava pelo menos.

O corpo de Seiya já estava mais próximo quando Shun viu que Andrômeda Negra estava juntando as partes da Armadura de Ouro dele, do Seiya e do Pégaso Negro, além de juntar também as partes da Armadura de Pégaso deixadas por Seiya.

— Não. Isso não é seu! — disse ele.

— Ora, agora é. Eu vou levar pra Mestre Ikki. — disse a menina. — Opa.

Shun lançou sua outra corrente para prender a mão da pequena Andrômeda Negra, mas ao fazer isso, deixou que a outra corrente escorresse da sua mão e Seiya voltasse a cair muitos metros. Ele segurou a corrente como pôde.

— Que emoção! Estou presa pela Corrente de Andrômeda! — disse ela, emocionada, enquanto ficava olhando muito atenta para as correntes ao redor do seu punho. 

— O que está fazendo, garota? — perguntou uma voz que observava os dois, e a menina logo adivinhou a bronca que ia tomar.

— Ah, não! Oi, Dragão Negro! — perguntou ela.

Acima de um rochedo, de braços cruzados, um rapaz mais velho observava a garota brincando com a Corrente de Shun e ele puxando Seiya do penhasco. Sua armadura era idêntica à de Shiryu.

— Acabe logo com isso, Emine. — disse ele.

— Ai, tá bom. — lamentou ela. — Desculpa, viu, irmão da mestre Ikki, mas se eu não te vencer, sua irmã vai ficar muito brava comigo. E ela é muito brava! — disse a garota.

A garota, então, com seu braço livre, arremessou sua Corrente Negra, que se envolveu em Shun e começou a apertá-lo muito fortemente, como se fosse uma cobra quebrando os ossos de sua presa. Seiya caiu mais ainda e a mão direita de Shun, tentando segurar a queda do amigo, rasgou em sangue.

O que a garota não esperava era que a corrente de Shun ainda presa em seu punho tinha ainda um último trunfo: uma onda de choque a atravessou e eletrocutou a garota com violência. O aperto da Corrente Negra se afrouxou e Shun pôde segurar novamente Seiya com as duas mãos.

— Que… demais… a Corrente também dá… choque.

E então desmaiou a menina Andrômeda Negra.

— Parabéns, Andrômeda. — disse Dragão Negro do alto do penhasco.

Shun voltou a puxar o amigo que havia caído muitos metros.

— Solte ele, ele já está condenado. E além do mais, com as Partes da Armadura de Ouro da Andrômeda Negra, da Pégaso Negra, essa que eu tenho e a sua, é praticamente a Armadura de Ouro completa. Se me vencer, sairá daqui com ela quase toda em mãos.

— Jamais vou deixar o Seiya! — disse Shun.

— Muito bem, então eu vou matar vocês dois e sair daqui com toda a Armadura de Ouro.

— Precisa de ajuda Shun? — disse uma voz familiar.

Era Shiryu de Dragão.


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Notas finais do capítulo

SOBRE O CAPÍTULO: Esse capítulo tem meu primeiro personagem original: a Lunara de Andrômeda Negra, eu simplesmente ADORO essa personagem. Os Cavaleiros Negros originais não têm exatamente muita personalidade, eu mantive alguns, mas tomei a liberdade de criar a Lunara. Ela é totalmente inspirada pela Entrapta do novo desenho da She-ra. Lembrem-se dela. =)

PRÓXIMO CAPÍTULO: ALGO PARA ACREDITAR

Shiryu luta por algo que valha a pena lutar.



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