She escrita por Mavelle


Capítulo 37
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Antes de começarmos, vou passar a programação da semana que vem, que vai ser a última de postagens:
Terça: Epílogo - parte 1
Quinta: surpresa (vou falar terça)
Sábado: Epílogo - parte 2
Vamos para o nosso último capítulo?

Beijos,
Mavelle



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Na quarta-feira à noite, Sophie e Benedict tinham comemorado o primeiro passo real da sua recuperação: ele finalmente tinha conseguido passar o dia sem tomar um analgésico. Ainda tinha que continuar tomando o antiinflamatório por mais alguns dias e continuava sem poder pegar peso, mas já era um avanço. Ele voltaria no médico no dia seguinte e descobriria se já podia tirar os pontos e voltar a dirigir. Com certeza ainda não poderia pegar peso, o que queria dizer mais algum tempo de Sophie por cima, o que não era bem uma reclamação. 

A reclamação real é que não podia servir de travesseiro para ela. Nunca tinha sido do tipo que gostava de dormir agarrado, mas gostava quando ela ficava com a cabeça em cima de seu ombro. 

Ele sorriu. Se qualquer de seus irmãos pudesse ouvir seus pensamentos naquele momento, com certeza soltariam um sonoro “GADO” e, bem, não estariam errados. Notou então que Sophie estava apenas olhando para a frente, sem dizer nada, mas ao mesmo tempo sem prestar atenção na televisão, que estava ligada.

Tinha a acompanhado naquela manhã enquanto ela ia visitar Andrea e, desde então, ela tinha estado introspectiva. E com razão. 

Benedict lembrava que, tanto nas mortes de seus avôs quanto na de seu pai, não tinha conseguido processar que aquilo realmente tinha acontecido até ver o caixão ser baixado para a terra. Essa era a primeira vez que ela ia ali depois de praticamente dois meses completamente tumultuados, então acreditava que a ideia estava terminando de se sedimentar apenas naquele momento. 

— Tá tudo bem? - Benedict perguntou, passando a mão pelos cabelos dela. 

— Sim. - Sophie disse, surpresa por sua linha de pensamento ter sido interrompida. - Só estava pensando. Sabe o tipo de coisa que você não consegue pensar enquanto ainda está com o sangue quente, mas que, a medida que as coisas vão se ajeitando você para e pensa “eu já devia ter uma solução pra isso”? 

— Sei sim. 

— Pois é. Estava pensando e acho que vou começar a procurar por um lugar para morar. 

— Por que? 

— A Daisy vai voltar a morar com o Conrad depois de mais de 10 anos e eu quero que eles possam ter a privacidade deles e construir o próprio relacionamento. Aí eu também não posso voltar a morar com a Posy depois de tudo por razões óbvias. Teria a opção do apartamento de Andrea, que ela deixou pra mim, mas eu acho que ainda não consigo juntar forças nem para ir organizar tudo, quanto mais pra morar lá.

Ele parou para pensar um momento. 

— Bem, tem uma terceira opção. 

— Eu já tinha duas antes? 

— Você pode começar a procurar um lugar ou se mudar para o apartamento de Andrea ou… 

— Ou? 

— Vir morar comigo.

A boca de Sophie abriu em surpresa. Benedict tinha um sorriso no rosto.

— Sério?

— Sim. Eu sei que é meio cedo, mas… 

— É, realmente é meio cedo. Mas eu já te disse como percebi que te amava?

— Não.

— Foi num dia de manhã. Eu virei de lado e te vi, ainda dormindo, e decidi que queria acordar vendo o seu rosto todos os dias. - ela sorriu. - Mesmo que logo depois você reclame de passar frio porque eu roubo o cobertor. 

Ele sorriu também. 

— Você rouba mesmo o cobertor. 

— E você me ama mesmo assim. 

— Estranho seria se não amasse. Mas e então? - ele perguntou, mesmo sabendo da resposta. Uma confirmação era sempre bom. 

— Eu aceito vir morar com você. - ela sorriu. 

— Ótimo. - ele a beijou. - Além disso… 

— Além disso? 

— Não é como se não fosse basicamente isso que está acontecendo agora. Você foi na casa do Conrad buscar umas roupas no domingo, mas está basicamente morando aqui desde quinta. 

— É verdade. - ela suspirou. - Acho que a essa altura, minhas coisas já não aguentam mais serem levadas de um lado pro outro. Ainda bem que são poucas, principalmente depois que eu devolver meu equipamento pro MI6 na sexta. 

— Essa vai ser a última mudança delas. - Benedict respondeu, já a beijando novamente. - A não ser que nós saiamos daqui e nos mudemos para outro lugar. 

— Boa condição, apesar de eu não ver isso acontecendo num futuro próximo. Eu gosto muito do seu apartamento.

— Eu também. E vamos fazer deste o nosso apartamento.

Ela sorriu.

— Eu gosto dessa ideia. 

***

No dia seguinte, depois da consulta de Benedict, que o liberou para voltar a dirigir, Sophie foi para a sede do MI6, já sentindo uma certa nostalgia. Tinha se demitido na sexta-feira anterior, logo após o depoimento de James, mas, como ainda estava muito envolvida com o caso, continuaria trabalhando lá até essa sexta-feira. Podia ser chamada depois para audiências e julgamentos, mas, a partir daquela sexta-feira, seria oficialmente uma civil.

Não parecia uma ideia tão horrível e assustadora quanto alguns anos antes. Era algo que, ultimamente, ela queria. Queria não ter que se preocupar com todos aqueles problemas e só viver sua vida alheia a organizações secretas e conspirações e possíveis golpes de estado. Queria ter as reações que seus cunhados (e a internet inteira) tiveram ao ver o jornal da sexta-feira. Queria viver abençoadamente ignorante daqueles problemas, então ser civil não a assustava.

O que era assustador era recomeçar do zero. 

Ela tinha decidido que queria trabalhar como tradutora e tinha até pré-selecionado alguns cursos de francês que começariam em breve, mas não tinha certeza de nada. Tinha uma vaga garantida na Bridgerton quando terminasse o curso de francês e um curso para poder trabalhar com tradução (benefícios de namorar um dos donos da empresa), o que aconteceria apenas no final do ano. Ela tinha uma boa reserva tanto para pagar pelos cursos quanto para se manter até começar a trabalhar, principalmente agora que começaria a morar com Benedict, e achava que podia retornar o investimento em um ou dois anos, mas isso era considerando que tudo sairia de acordo com seus planos, o que ela sabia que muito provavelmente não aconteceria. Planos tendiam a dar errado. 

Ela respirou fundo. 

Gostava demais da ideia e tinha que começar a ser mais positiva sobre ela. Se pensasse que seu plano daria errado, ele provavelmente daria. 

Seus pensamentos foram interrompidos pela chegada de Conrad ao cubículo em que ela estava trabalhando naquela última semana.

— Sophie, tem algo que eu quero que você veja. - ele disse, já se aproximando dela, que fez menção de se levantar. - Fique sentada, por favor. 

— O que foi? - ela perguntou. 

— Encontramos um documento na casa de Araminta que não é de nenhuma importância para o caso, mas que é do seu interesse. 

— E o que seria? 

— Uma cópia do testamento do seu pai. 

Sophie encostou na cadeira. Aquilo já fazia tanto tempo… nunca tinha pensado em procurar por aquilo depois que se tornou responsável por se sustentar, já que ganhava o suficiente para viver confortavelmente.

— O testamento do meu pai? - ela repetiu, inutilmente. 

— Sim. Você nunca chegou a ver, certo? 

— Não. O advogado dele disse que tomaria conta de tudo e eu só confiei nele. Acho que talvez não tenha sido a escolha mais sábia não acompanhar de perto.

— Você só tinha 15 anos e tinha acabado de perder seu pai. Provavelmente não tinha razões para desconfiar dele. 

— Eu devia? 

— Bom, veja você mesma. - ele disse, entregando a folha de papel para ela. 

Sophie pegou a folha de papel e simplesmente começou a lê-la. 

“Para Araminta Cowper Reiling: a casa em Londres, a ser passada para o seu nome se concordar em tomar conta pessoalmente da srta. Sophia Maria Beckett até os 24 anos ou até terminar a faculdade. Como compensação, receberá 5 mil libras mensais dos rendimentos da floricultura até que a srta. Beckett saia dos seus cuidados. Caso essas condições não sejam cumpridas, a casa passa para o nome da srta. Sophia Maria Beckett.

Para Sophia Maria Beckett: a casa em Kent, a ser passada para ela imediatamente; o que quer que esteja na conta bancária e no cofre da casa no momento da morte; o fundo para a faculdade, que está na conta 88196-7 do Banco Degarmo e que só pode ser acessado por ela, de forma presencial. O gerente da agência da av. Pulsifer em Londres tem instruções mais detalhadas, a serem repassadas caso haja troca de gerentes. Por fim, as ações da floricultura, que serão controladas pelo sr. Matthias Gunningworth, atribuindo-lhe poder de voto nos assuntos da floricultura, com recompensa de 15% dos rendimentos durante o tempo em que as administrar. Sophia terá acesso aos rendimentos da floricultura quando fizer 21 anos, período no qual poderá decidir se vai assumir o controle ou vendê-las.”

Sophie terminou de ler e soltou o papel em cima da mesa. Se aquilo tivesse sido seguido à risca, teria vivido a adolescência confortavelmente.  

Ela podia ter ido para a faculdade. 

— Você está bem? - Conrad perguntou, percebendo que ela estava pálida. - Precisa de um copo d’água? 

— Eu estou tão bem quanto poderia estar, considerando tudo. Eles roubaram meu futuro de mim. 

— Eu sei. 

— Eu… caramba. Não tenho nem palavras pra formular um pensamento coerente. 

— Eu devia ter começado com esse outro documento, então. - Conrad disse, já lhe entregando outra folha de papel.

O testamento de Mark Reiling. 

— Meu Deus, a mulher tinha um cartório inteiro em casa? - Sophie perguntou, mas já começou a ler, pulando direto para a parte que importava: 

"Para Posy Annette Reiling: minhas ações da Editora Bridgerton, a serem administradas por sua mãe, Araminta Cowper Reiling, até que Posy tenha capacidade de administrá-las. 

Para Rosamund Kyra Reiling: minhas outras ações, a serem administradas por sua mãe, Araminta Cowper Reiling, até que Rosamund tenha capacidade de administrá-las."

— Então o trabalho que ela tanto se gaba de ter é de Posy.

— É. - ele entregou o copo d'água para ela, que percebeu que suas mãos tremiam um pouco. - O que diabos essa mulher acha que você fez pra ela? 

— Eu nasci. - ela deu de ombros. - Eu atrapalhei os planos dela de casar com meu pai na época, então ela achou por bem me punir a vida inteira por isso. 

— Sinto muito, Sophie. 

— Já me acostumei com isso. E muito obrigada por ter trazido esses documentos pra mim. 

Ele assentiu, mas não saiu dali.

— Achei que você fosse ficar com mais raiva. Quer dizer, não tem como prever como alguém vai reagir, mas isso quer dizer que você podia ter tomado outras escolhas naquele dia. 

— Escolhas que eu não sabia que tinha. Mas não me arrependo do caminho que segui. Não me arrependo de ter conhecido todos vocês e nem de ter passado esses anos aqui. Só chegou a hora de fazer algo diferente. 

— Entendo. - ele respirou fundo. - Quando é seu último dia mesmo? 

— Amanhã. - ela disse, mas lembrou-se de um detalhe e adicionou: - E você não vai estar aqui amanhã, não é? 

— Não. - ele deu um meio-sorriso. Perderia a despedida oficial de Sophie, mas era por uma boa causa: iria para a audiência em que a guarda de sua filha seria discutida. Ele tinha entrado com um pedido pela guarda de Daisy, e, apesar de seus pais e a própria Daisy estarem completamente de acordo, ainda precisavam de uma audiência para oficializar tudo. 

— Bom, boa sorte amanhã. Eu acredito que vai dar tudo certo, mas, se precisar de uma testemunha, eu estou mais que disponível. 

— Obrigado. 

Ambos perceberam que o horário do expediente estava acabando, então Sophie começou a recolher suas coisas, enquanto Conrad continuava ali, fazendo hora. Tinha ido para a sede apenas para entregar o que tinha encontrado na casa de Araminta e para poder entregar as cópias dos testamentos para Sophie. Além disso, sabia que não teria mais oportunidade de realmente conviver com ela e, bom, queria aproveitar aqueles últimos momentos. 

— Ei, você vai estar em casa no sábado? - Sophie perguntou, enquanto os dois saíam do cubículo em que ela trabalhava e já saíam do prédio.

— Precisa pegar mais roupas? 

— O resto das minhas coisas, na verdade.

— Oficializando sua mudança? - ele deu um sorriso de lado. - Você é rápida, garota. 

— Obrigada, eu tento. 

— Sim, vou estar lá. E Daisy também, se precisar de ajuda para organizar suas coisas. 

— Sério? Que bom, faz muito tempo que não a vejo. 

— E ela está doidinha pra te ver. Ela estava vendo o jornal na sexta-feira passada e logo associou o que tinha acontecido, já que você tinha dito que estava namorando um artista. 

— A garota é esperta. Você estaria subestimando ela se achasse que ela não associaria. 

— É verdade. - Conrad deu um sorriso orgulhoso. Tinham chegado na entrada do prédio quando ele perguntou: - Está de carro hoje?

— Não, mas o Ben vem me buscar. - ela disse, e, como um sinal, o carro dele parou na frente do prédio. - Viu? 

— Se cuida, tá bem? - ele disse, dando um raro abraço nela e um beijo na bochecha.

— Eu vou. 

— E você sempre vai ter uma família aqui. 

— Eu sei. Você e Daisy são minha família, não importa o caminho que eu siga daqui pra frente. 

— Não some. 

— Claro que não. Tchau. 

Sophie saiu do prédio e foi para o carro, onde Benedict já a esperava. 

— O que houve? - ele perguntou, preocupado, assim que ela entrou. 

— Caramba, é tão óbvio que algo aconteceu? - ela perguntou, parando para lhe dar um beijo na bochecha. 

— Um pouco. Quer parar para conversar ou prefere ir logo pra casa? 

— Vamos para casa. Eu vou contando no caminho. 

— Tá bem. - ele disse, já tirando o carro do lugar em que estava estacionado e seguindo o caminho para casa. 

— Como foi seu dia? 

— Eu fiquei em casa de manhã, fiz meu almoço, passei a tarde vendo Outlander e pensando em ir para o ateliê, então deu a hora e eu vim te buscar.

— Até de férias você fica pensando em trabalhar. 

— Eu estou em férias forçadas. Não queria estar de férias. 

— Você passou os últimos dois meses trabalhando feito doido pra poder tirar duas semanas de férias quando a exposição inaugurasse. 

— Mas duas semanas de férias estando de atestado parecem ser dois anos. 

— Meu Deus do céu, homem. Faz uma semana que você não trabalha. Mesmo que não estivesse de férias, ainda estaria de atestado. Vou trancar seus lápis naquele pote que você ainda não pode abrir pra ver se você consegue ao menos terminar as duas semanas sem trabalhar. 

— Se eu pudesse fazer outras coisas seria bem mais interessante ficar em casa. Talvez eu finalmente consertasse aquele rangido da porta do nosso banheiro. Faz mais de 6 meses que eu falo que vou colocar óleo e não coloco. 

Sophie começou a rir. 

— Meu bem, você reclama dessa porta desde a primeira vez em que ficamos juntos. 

— Sério? 

— Sim. Você me chamou pra tomar banho depois que transamos, aí me botou contra a porta e ela rangeu. Aí você reclamou que ela estava fazendo aquilo há uns seis meses. 

— Então fazem pelo menos dois anos que eu reclamo dessa porta e não conserto. 

— Eu vou lembrar de fazer isso assim que chegarmos. 

— Ótimo. - ele virou para ela, aproveitando que estavam no sinal. - E como foi seu dia, meu bem? 

— Você me deixou no trabalho, aí eu trabalhei no relatório sobre as atividades do Sturoyal nos últimos 5 anos, almocei, voltei pro relatório e finalmente terminei depois de quatro dias de escrita.

— Parabéns, amor. 

— Obrigada. - ela sorriu, mas logo ficou séria. - Daí, no final do expediente, o Conrad apareceu com alguns documentos que ele encontrou na casa de Araminta. 

— Documentos? 

— É. Como o testamento do meu pai. 

Benedict se sentiu inquieto com a forma com que ela estava falando. 

— Eu pensava que já tinha sido executado há um bom tempo. 

— E tinha, mas eu descobri que o testamento do meu pai não era exatamente como tinham me dito que era. Araminta tinha uma cópia na casa dela e acharam hoje enquanto faziam uma revista. 

— E aí?

— Eu tinha… quer dizer, tenho um fundo para a faculdade. E ela e o advogado do meu pai esconderam isso de mim. 

— Meu Deus… e ela não pegou o dinheiro? 

— A conta só pode ser acessada por mim. Ela me odiava a ponto de me tirar a oportunidade de ir pra faculdade, mesmo que eu tivesse os recursos para fazer isso eu mesma. Você tem noção, Benedict? Ela me odeia a ponto de ter impedido que eu fosse para a faculdade simplesmente por poder fazer isso. Não por benefício próprio, mas só para que eu não tivesse essa oportunidade. 

— Eu… sinto muito, meu amor. Não consigo nem imaginar o que você está sentindo agora. 

— Revolta. Ela roubou uma das minhas chances de futuro de mim, e tudo isso porque minha mãe atrapalhou a vida dela quase 30 anos atrás. 

— Araminta conhecia a sua mãe? 

Só nesse momento foi que Sophie percebeu que não tinha contado o que tinha descoberto na semana anterior. 

— Caramba, eu não tinha te dito. 

— O que? 

— Quando eu estava sozinha com ela na escada, Araminta me disse qual a razão pra ela me odiar tanto. Acontece que ela estava noiva do meu pai, mas ele traiu ela com a minha mãe e eu apareci. 

— Ela descontou os erros dos seus pais em você?

— Basicamente. 

Ele colocou a mão sobre a coxa dela, tentando lhe passar um pouco de conforto. Sophie simplesmente pegou a mão dele e entrelaçou os dedos nos seus. 

— O que você vai fazer? Quer dizer, você já pensou nisso? 

— Eu acho que vou ao banco na segunda-feira para ver se esse dinheiro ainda existe. Se ainda existir, eu decido o que fazer com ele. E eu tenho que contar para a Posy que, na verdade, as ações da Araminta da Bridgerton são dela.

— Sério? A Posy é a dona das ações? 

— É. E apesar de ela não estar falando comigo, ainda preciso dar um jeito de entregar isso pra ela.

— Você pode colocar na caixa de correio dela com um post it em cima dizendo que precisava entregar aquele documento pra ela ou usar a Kate de intermediária. 

— Não tenho muita certeza sobre deixar o documento com um bilhete… pareceria um pouco com querer ganhar a atenção dela de volta, e eu prometi que lhe daria um tempo. Será que a Kate topa levar informação para a Posy? 

— Tenho quase certeza que sim. Ela odeia ver pessoas brigando. 

— Mesmo com isso, ainda vai levar um bom tempo para ela querer me ver de novo. - Sophie respirou fundo e comemorou internamente que estavam chegando na garagem do prédio. - Não importa agora. 

— Não? - ele perguntou, já estacionando o carro na vaga deles.

— Quer dizer, importa porque eu sinto falta da minha irmã, mas eu tenho certeza de que vamos nos resolver eventualmente. O que eu quero dizer é que não importa o que acontecer, eu sei que vamos ficar bem. - Sophie disse, olhando-o nos olhos. - Eu tenho você aqui comigo e, apesar de tudo, você está bem e se recuperando. Não tem muito mais que eu pediria aos céus. 

— Não tem nada mais que eu pediria aos céus neste momento. - Benedict simplesmente segurou a lateral de seu rosto com uma das mãos e a beijou. - Vem, vamos pra casa.

Casa.

Aquele cantinho que não necessariamente parecia com os dois ainda, mas que estaria se encaminhando para isso num futuro próximo. 

E ninguém iria embora novamente.


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